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Continuar... - Scania

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Edição especial 1902–2002<br />

CAMINHÕES SCANIA<br />

Um século na estrada


1902 FOI UMA ÉPOCA de pioneirismo. Em Malmö, a fábrica<br />

de máquinas <strong>Scania</strong> construia um caminhão com motor de 2<br />

cilindros, 12 cv de potência e 1,5 tonelada. Simultaneamente, em<br />

Södertälje, a Vagnfabriks-Aktiebolaget testava em estradas com<br />

calçamento de pedra e estradas rurais difíceis um caminhão com<br />

motor de 9 cv .<br />

DEPOIS DE UM SÉCULO de desenvolvimento, a técnica de<br />

produção permite a fabricação de caminhões de transporte com<br />

um desempenho que ultrapassa todos os sonhos dos pioneiros.<br />

O CAMINHÃO SCANIA completa um século de existência.<br />

Esta edição especial descreve a evolução da técnica: desenho, capacidade<br />

de transporte, serviço e manutenção, focalizando também<br />

as perspectivas futuras.<br />

CONNY HETTING e ANDERS TUNBERG Fotos: SCANIA PHOTO ARCHIVE Ilustrações: SCANIA STYLING DEPARTMENT<br />

Um século de inovações<br />

DA CORRENTE<br />

AO OPTICRUISE<br />

Muitas coisas acontecem em<br />

um século. Em 1902, duas<br />

empresas independentes, a<br />

<strong>Scania</strong>, fundada em 1900, em Malmö,<br />

e a Vabis, com produção em Södertälje<br />

desde 1891, fabricaram os seus primeiros<br />

caminhões. Na época, existiam<br />

na Suécia cerca de 50 veículos. No século<br />

XX, o mundo atravessaria duas guerras<br />

mundiais, a energia atômica se<br />

desenvolveria, o homem chegaria à<br />

Lua, os navios tanques atingiriam<br />

250.000 toneladas, o Empire State seria<br />

construído e o microcomputador entraria<br />

em cena. No início do século XX, o<br />

prêmio Nobel comemorava apenas um<br />

ano de existência e Rudolf Diesel viveria<br />

ainda onze anos.<br />

A ídéia de que veículos motorizados<br />

pudessem substituir a força dos<br />

cavalos era tão revolucionária que pas-<br />

2 – 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong><br />

sariam muitos anos até que ela fosse<br />

aceita por empresários e pelo público.<br />

Em 1907, a <strong>Scania</strong> e a Vabis começaram<br />

a produção em série de caminhões<br />

relativamente modernos. Entretanto,<br />

desde a fase inicial de produção, as<br />

duas marcas já podiam oferecer plataformas<br />

basculantes. Os esforços feitos<br />

para aumentar a economia e a segurança<br />

operacional levaram à<br />

introdução, em 1912, de rodas com<br />

rolamentos com roletes cônicos. Essa<br />

técnica se tornou em padrão em 1923.<br />

Em 1911, a <strong>Scania</strong> e a Vabis se uniram<br />

e combinaram suas melhores soluções<br />

técnicas. Oito anos mais tarde, a<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis decidiu concentrar suas<br />

atividades na produção de caminhões,<br />

tendo como base os novos motores<br />

econômicos de quatro mudanças, construídos<br />

por volta de 1920.


Logo depois, a <strong>Scania</strong>-Vabis procurou<br />

melhorar ainda mais a economia<br />

desses motores. Em 1922, a empresa<br />

conseguiu a patente de um novo<br />

tipo de carburador desenhado por<br />

August Nilson, chefe da fábrica.<br />

Alguns anos mais tarde, foi lançado<br />

um novo programa de motor adaptável<br />

a diversos tipos de combustíveis.<br />

Os novos motores permitiam diferentes<br />

compressões com a mudança<br />

dos pistões e assim os clientes podiam<br />

fazer a adaptação de seus motores ao<br />

combustível mais vantajoso: gasolina,<br />

mistura de álcool com gasolina ou<br />

álcool puro. Essa série de motores propiciou<br />

a construção modular que, com<br />

o passar dos anos, daria aos clientes<br />

da <strong>Scania</strong> inúmeras possibilidades de<br />

escolha e vantagens.<br />

Em 1929, a quebra da bolsa em Wall<br />

Stret não teve conseqüências para a<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis. Desde meados da déca-<br />

da de 1920, a empresa manteve os seus<br />

negócios equilibrados e teve lucros. Em<br />

1932, a Suécia foi atingida por uma forte<br />

depressão econômica. As vendas da<br />

empresa sofreram 60% de redução.<br />

Entretanto, a <strong>Scania</strong>-Vabis tinha um<br />

tipo de motor novo: o motor Hesselman,<br />

construído e apresentado em 1926<br />

por Jonas Hesselman. Esse novo motor<br />

era equipado com carburador mas,<br />

podia funcionar com óleo, em vez de<br />

gasolina. O óleo custava a metade do<br />

O primeiro caminhão Vabis tinha 1,5 tonelada e fazia<br />

12 km/h. Esse desempenho pode ser comparado com o<br />

da tração animal: cerca de 1 tonelada e 5 a 6 km/h.<br />

Em 1909, a <strong>Scania</strong> fez história ao realizar<br />

uma longa viagem com um IL de 24<br />

cv, com rodas de rolamentos com roletes<br />

cônicos. Esse percurso de 700 km<br />

foi vencido em 3 dias, consumindo 400<br />

litros de combustível.<br />

preço da gasolina. Os custos de transporte<br />

baixaram sensivelmente.<br />

A diferença entre os motores com<br />

carburador e o motor Hesselman é que<br />

este último tinha uma bomba de injeção<br />

que mediante pressão distribuía<br />

combustível para cada cilindro. A<br />

bomba regulava a quantidade de combustível,<br />

dependendo da carga do<br />

motor. A ignição era magnética e eram<br />

usadas velas comuns. A otimização do<br />

momento de ignição e injeção era controlada<br />

por um regulador centrífugo.<br />

O motor entrava em marcha com<br />

pouca gasolina e depois podia trocar<br />

a gasolina por óleo combustível.<br />

O motor Hesselman foi uma outra<br />

contribuição da <strong>Scania</strong>-Vabis para<br />

reduzir os custos operacionais. Porém,<br />

esse motor tinha desvantagens. Ele<br />

exigia uma alta carga para atingir uma<br />

temperatura suficiente de funcionamento.<br />

O consumo de velas era grande.<br />

Na partida a frio, o volume de<br />

emissões era significativo.<br />

Motor diesel próprio<br />

A <strong>Scania</strong>-Vabis investiu imediatamente<br />

na fabricação de um motor diesel próprio.<br />

Na baixa conjuntura, a empresa<br />

fez também uma experiência com um<br />

motor a gasogênio. Em 1936, foi lançado<br />

o primeiro motor diesel próprio.<br />

Tratava-se de um motor diesel de injeção<br />

indireta de 6 cilindros com árvore<br />

de manivelas com 7 mancais, com uma<br />

potência de 120 cv. Esse motor tinha<br />

uma versão para gasolina, com 140 cv,<br />

utilizando uma mistura de 75% de<br />

gasolina e 25% de álcool etílico, e outra<br />

de 115 cv, como um motor Hesselman.<br />

Três anos depois, a <strong>Scania</strong>-Vabis<br />

lançou mais uma nova série modular<br />

de motores, com 4, 6 e 8 cilindros, com<br />

100 anos do caminhão <strong>Scania</strong> – 3<br />


carburador para gasolina ou diesel e<br />

com muitos componentes comuns:<br />

tampa do motor, pistões, bielas, mancais,<br />

tubo de emissões, etc.<br />

Durante a Segunda Guerra Mundial,<br />

a <strong>Scania</strong>-Vabis foi forçada a desenvolver<br />

sozinha muitos componentes.<br />

Os conhecimentos sobre combustíveis<br />

alternativos aumentaram. Na década<br />

de 1940, com a falta de petróleo, 16.000<br />

caminhões suecos foram adaptados<br />

para gasogênio. Dois anos mais tarde,<br />

90% dos 35.000 caminhões que transitavam<br />

no país usavam gasogênio. Os<br />

conhecimentos anteriores desse gás<br />

tornaram relativamente fácil fazer a<br />

adaptação dos caminhões <strong>Scania</strong>-<br />

Vabis, na época da guerra.<br />

O programa de produção da<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis, após a segunda guerra<br />

mundial, foi caracterizado pelos<br />

conhecimentos adquiridos durante o<br />

4 – 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong><br />

A primeira exportação da <strong>Scania</strong><br />

foi um IL, vendido em 1910 para<br />

reparação da rede elétrica dos bondes<br />

da cidade de São Petersburgo.<br />

isolamento provocado pela guerra e<br />

pelas exigências das forças armadas.<br />

O programa de produção modular<br />

continuou sendo aperfeiçoado. Foram<br />

lançados então uma nova série de<br />

caminhões, L/F10 e L20/LS20 (4x2 e<br />

6x2), com quatro configurações de<br />

rodas, e os motores de 4 e 6 cilindros,<br />

de 5,7 e 8,5 litros, conhecidos sob o<br />

nome de“Royalmotor”. Esses veículos<br />

tiveram sucessivas melhorias técnicas:<br />

freio hidráulico vácuo assistido,<br />

uma caixa de câmbio auxiliar de<br />

engrenagens helicoidais. Em 1949, os<br />

motores de injeção indireta de 4 e 6<br />

cilindros foram substituidos por outros<br />

de injeção direta, uma técnica que a<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis aprendeu com a Leyland,<br />

marca de renome pelos seus motores<br />

diesel. A utilizacão da injeção direta<br />

reduziu em quase 20% os custos do<br />

combustível e a caixa de mudança auxi-<br />

liar elevou em 40% a força de tração.<br />

O desenvolvimento dos motores<br />

aumentou a segurança de transporte<br />

e reduziu a necessidade de manutenção.<br />

A <strong>Scania</strong>-Vabis conseguiu assim<br />

um programa moderno de motores e<br />

de caixas de câmbio que garantiam um<br />

grande futuro, principalmente em 1951,<br />

quando a empresa lançou uma caixa<br />

de câmbio com 5 mudanças sincronizadas<br />

padronizada. Foram investidos<br />

recursos para o desenvolvimento de<br />

chassis, eixos e molas para altas pressões<br />

sobre o eixo.<br />

Uma grande parte da produção de<br />

motores da <strong>Scania</strong>-Vabis era destinada<br />

à utilização marítima ou ao uso estacionário.<br />

A empresa fornecia também<br />

motores diesel de 8 cilindros para ônibus<br />

sobre trilhos. Em 1951, ocorreu<br />

uma pequena revolução: o lançamento<br />

dos motores diesel com turbo da<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis.<br />

O Drabant (L51) e o Regent<br />

(L/LS71) foram lançados, respectivamente,<br />

em 1953 e 1954. Cinco anos mais<br />

tarde, eles foram substituidos pelos L55<br />

e L75, que seriam fabricados quase sem<br />

mudanças aparentes, até 1980.<br />

Maior potência do motor<br />

A pesquisa para reduzir a manutenção<br />

e aumentar a potência continuou.<br />

No final da década de 1950, foram lançados<br />

os motores de 7 e 10 litros e o<br />

purificador centrífugo de óleo da<br />

<strong>Scania</strong>, que limpava com eficiência e<br />

simplicidade o óleo do motor no<br />

momento do serviço. O <strong>Scania</strong>-Vabis<br />

LT75 foi o primeiro veículo da série 6x4<br />

produzido em série. Dois anos depois,<br />

foi lançado o caminhão LA82, “Tamanduá”.<br />

Esse veículo, inteiramente novo,<br />

começou a ser entregue à defesa sueca<br />

como um dos maiores caminhões fabricados<br />

no país. O peso de serviço ultrapassava<br />

11 toneladas e o ”Tamanduá”<br />

tinha uma potência de carga de 5 toneladas,<br />

além de poder rebocar uma peça<br />

de artilharia de 10 toneladas de peso.<br />

A nova série de motores introduzida<br />

em 1958 foi relançada em 1961,<br />

com turbo, nos modelos L/L, S/L T75.<br />

Simultaneamente, foi agregado um<br />

novo motor, ampliado em 1963 para


11 litros. Os veículos com motor turbo<br />

tinham uma placa com a palavra<br />

“Super”. Com esse motor, a <strong>Scania</strong>-<br />

Vabis ultrapassou a fronteira de 200<br />

cv (205 cv). O programa de produção<br />

adiqiriu uma vantagem concorrencial<br />

decisiva que permaneceria até o começo<br />

da década de 1970. O motor de 11<br />

litros permaneceu, com aperfeiçoamentos,<br />

até o lançamento da Série 4.<br />

Durante o século XX, a permanente<br />

concorrência com a Volvo, no plano<br />

doméstico, obrigou a <strong>Scania</strong>-Vabis a<br />

manter sempre uma posição de vanguarda<br />

nos setores da pesquisa e de<br />

desenvolvimento. Essa concorrência<br />

contribuiu para que as empresas conseguissem<br />

conquistar a liderança mundial<br />

que desfrutam atualmente no setor.<br />

Na década de 1960, a <strong>Scania</strong>-Vabis<br />

concentrou a pesquisa e o desenvolvimento<br />

em duas áreas principais.<br />

Primeira: a busca de motores de grande<br />

potência que pudessem trabalhar<br />

à baixa rotação com economia de combustível,<br />

reduzir ruídos e oferecermais<br />

tempo de vida útil, segundo a<br />

filosofia de baixa rotação da <strong>Scania</strong>.<br />

Essa filosofia transformou-se em um<br />

modelo para toda a indústria do setor.<br />

Segunda área: os engenheiros e desenhistas<br />

iniciaram uma coleta sistemática<br />

de conhecimentos sobre a<br />

influência da pressão da carga nos<br />

componentes das novas construções,<br />

em diferentes condições de transporte.<br />

Esses conhecimentos foram<br />

concretizados em caminhões com alta<br />

capacidade de carga sem efeitos negativos<br />

para o chassi e os eixos.<br />

Em 1958, foi introduzida a série<br />

L75 e os motores unitários foram substituidos<br />

pelos motores de 6 cilindros<br />

com diferentes cursos e cilindradas.<br />

Esses motores eram dimensionados<br />

e adaptados à técnica turbo. Em 1963,<br />

a <strong>Scania</strong>-Vabis voltou a adotar o conceito<br />

de caminhão com cabina avançada,<br />

“cara-chata”. O LB76, fabricado<br />

também com direção à direita, pela<br />

primeira vez desde 1945, foi muito<br />

admirado e ficou cinco anos em produção.<br />

Em 1968, este modelo foi substituido<br />

pelo moderno LB110, com<br />

cabina basculante. Na mesma época,<br />

foram lançados os freios a ar comprimido<br />

de circuito duplo e uma caixa<br />

de câmbio com a seção principal e planetária<br />

na mesma carcaça.<br />

A nova geração de veículos “carachata”de<br />

1968 teve grande êxito, porque<br />

oferecia espaço e facilidade de acesso<br />

e direção. A nova caixa de câmbio<br />

tinha uma seção planetária que funcionava<br />

com ar comprimido. Em 1971,<br />

foi introduzida uma geração de caixa<br />

de câmbio totalmente nova. Cinco anos<br />

mais tarde, apareceu a caixa de câmbio<br />

automática e a direção servo assistida<br />

tornou-se padrão. No mesmo ano,<br />

foi lançado o eixo traseiro com amortecedor<br />

de ar comprimido. Em 1978,<br />

os amortecedores pneumáticos foram<br />

também instalados em veículos de três<br />

eixos, sendo um de tração (6x2).<br />

Rei da Estrada<br />

O desenvolvimento do chassi e da suspensão<br />

continuou. Além das caixas de<br />

câmbio mais fortes, o Programa <strong>Scania</strong><br />

incluiu chassis ainda mais sólidos e<br />

freios compatíveis com a potência cada<br />

vez maior dos motores. Em 1969, o<br />

desenvolvimento da potência dos<br />

motores atingiu um ápice, com o motor<br />

O motor Hesselman com<br />

carburador podia utilizar<br />

óleo em vez de gasolina.<br />

turbo diesel V8 de 14 litros da <strong>Scania</strong>-<br />

Vabis. Esse caminhão de 350 cv era<br />

então o mais potente veículo do mercado.<br />

Em 1977, o motor V8, com uma<br />

configuração diferente, exemplificava<br />

a filosofia de baixa rotação da <strong>Scania</strong>.<br />

O motor, que se tornou lendário, podia<br />

trabalhar à baixa rotação sem afetar o<br />

poder de tração, oferecia boa economia<br />

e vida útil do veículo mais longa.<br />

Conduzir um <strong>Scania</strong> V8 foi considerado<br />

um privilégio e o veículo recebeu<br />

o título “King of the Road”.<br />

Para a <strong>Scania</strong>,1980 foi um ano marcante.<br />

A empresa iniciou uma profunda<br />

e abrangente mudança no programa<br />

de produção. O trabalho, que<br />

tinha começado há quase 10 anos, foi<br />

concretizado em um programa completamente<br />

novo de caminhões. Além<br />

dos motores, das transmissões e dos<br />

eixos, os chassis e até mesmo a cabina<br />

passaram a ser construídos segundo<br />

o sistema modular: 3 motores, de<br />

8,11 e 14 litros; 3 classes de chassis (M=<br />

serviço médio, H= serviço pesado, E=<br />

serviço super pesado), cabinas tipo T,<br />

R, P e G; peso total entre 16,5 e 35 toneladas;<br />

veículos com tração em todas<br />

as rodas e quatro eixos.<br />


O novo programa de produtos,<br />

também chamado Série 2, dava aos<br />

clientes possibilidades de especificar<br />

o veículo segundo suas necessidades.<br />

Simultaneamente, o racionalismo do<br />

sistema modular, com poucos componentes<br />

essenciais, reduzia os preços<br />

de fabricação e os prazos de entrega.<br />

Na mesma época, a <strong>Scania</strong> deu início<br />

aos testes de campo com mudanças<br />

controladas pelo computador.<br />

Alguns anos antes, já tinham sido iniciados<br />

os testes de laboratório. Em 1983,<br />

a <strong>Scania</strong> lançava o CAG, “Computer<br />

Aided Gearchanging”. Os computadores<br />

compilavam incessantemente<br />

informação sobre a posição do acelerador,<br />

a velocidade do veículo e a marcha<br />

utilizada. Esses dados eram processados<br />

e o computador sugeria a marcha<br />

que poderia ser empregada. Assim, o<br />

motorista podia fazer a mudança e acionar<br />

o pedal da embreagem. O sistema<br />

CAG significava uma direção mais<br />

simples e econômica e abria as portas<br />

para a eletrônica nos caminhões.<br />

Na década de 1980, foram introduzidos<br />

os freios ABS, a injeção eletrônica<br />

de combustível, EDC, e o sistema<br />

eletrônico de freios, ELB.<br />

As provas de campo foram iniciadas<br />

com o teste de um sistema eletrônico<br />

de frenagem, que seria lançado<br />

em 1996. Logo depois do sistema CAG,<br />

foi introduzida uma nova gama de<br />

motores de 9 litros, em versões de 250<br />

cv e 280 cv. Paralelamente, prosseguiu<br />

o desenvolvimento do motor de 14<br />

litros. Em 1982, foi lançada uma versão<br />

desse motor com refrigeração a<br />

ar e 420 cv. O motor foi considerado<br />

o mais potente da Europa. Cinco anos<br />

depois, esse motor foi o primeiro a<br />

receber adaptação para injeção de combustível<br />

eletrônica (EDC). A potência<br />

do motor aumentou para 470 cv.<br />

Em 1988, foi lançada a Série 3 , com<br />

a célebre cabina-dormitório Topline.<br />

Em 1989, a Série 3 recebeu o título<br />

de“Caminhão Internacional do Ano”.<br />

O motor “Turbcompound”, introduzido<br />

em 1991, foi uma outra grande<br />

inovação técnica da <strong>Scania</strong>. Esse<br />

motor provou que a técnica tradicional<br />

de motores à combustão ainda ofe-<br />

6 – 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong><br />

recia possibilidades de desenvolvimento.A<br />

técnica usada estava baseada<br />

no motor turbo de 6 cilindros paralelos<br />

e 11 litros, com refrigeração à ar<br />

e injeção de combustível eletrônica. O<br />

motor turbo reciclava a energia perdida<br />

nas emissões. Através de uma<br />

turbina situada logo depois do turbo<br />

ordinário, a energia existente nas emissões<br />

era transmitida ao volante do<br />

motor por um acoplamento hidráulico<br />

e um conjunto de engrenagens.<br />

Com uma forte turbina a eficiência<br />

do motor diesel com refrigeração a ar<br />

podia ser aumentada significativamente.<br />

O efeito e o torque aumentavam<br />

5%, atingindo 400 cv e 1.750 Nm.<br />

O consumo específico de combustível<br />

baixava. A cabina aerodinâmica<br />

“Streamlinehytt”, introduzida também<br />

em 1991, e a nova caixa de câmbios,<br />

contribuiram também para reduzir o<br />

consumo de combustível.<br />

Opticruise<br />

Foi lançado então um novo e avançado<br />

sistema CAG e os testes de um sistema<br />

integrado de todo o trem-deforça<br />

começaram. Em 1995, a <strong>Scania</strong><br />

apresentou o Opticruise, um sistema<br />

de cooperação entre o motor, a caixa<br />

de câmbio e o Retarder ( criação da<br />

<strong>Scania</strong>, 1993 ), que possibilitava uma<br />

mudança automática pneumática sem<br />

embreagem com a caixa de câmbio<br />

manual padrão. Simultaneamente, foi<br />

lançada a Série 4 de caminhões com<br />

um novo motor de 6 cilindros e 12<br />

litros, que mais tarde foi equipado com<br />

um injetor unitário, bomba e injetor em<br />

uma só unidade.<br />

Em 1991, a <strong>Scania</strong>,<br />

liderando a produção<br />

mundial, introduziu o<br />

motor turbo combinado nos<br />

caminhões. Começava uma<br />

nova época do desenvolvimento<br />

dos motores diesel.<br />

A <strong>Scania</strong> lidera o trabalho para satisfazer<br />

a demanda de transporte com<br />

menor impacto ambiental. Na década<br />

de 1970, tratava-se de reduzir os resíduos<br />

e emissões no local de fabricação.<br />

Agora, a proteção ambiental abrange<br />

todo o ciclo de vida útil do veículo.<br />

No ano de 2000, foram introduzidos<br />

os motores derivados do clássico<br />

V8 <strong>Scania</strong>. O novo motor foi um V8 de<br />

16 litros, com componentes modulares<br />

comuns ao motor de 12 litros. No<br />

ano seguinte, foi lançado um novo<br />

motor de turbos combinados de 12<br />

litros, equipado com sistema de injeção<br />

à alta pressão HPI da <strong>Scania</strong> (High<br />

Pressure Injection). Esse sistema avançado<br />

foi desenvolvido e produzido<br />

pela <strong>Scania</strong> juntamente com a Cummins.<br />

A “modularização”é a arte de reunir<br />

o maior número possível de componentes<br />

compatíveis comuns para<br />

uma grande gama de produtos. Há<br />

mais de 60 anos, isso explica o êxito do<br />

desenvolvimento da empresa. Esse<br />

conceito permitiu à <strong>Scania</strong> oferecer aos<br />

seus clientes uma enorme gama de veículos<br />

individualizados e adaptados a<br />

diferentes condições de transporte. Os<br />

construtores podem assim introduzir<br />

mudanças nos modelos existentes. As<br />

grandes mudanças dos modelos não<br />

foram tão freqüentes, mas os aperfeiçoamentos<br />

técnicos têm sido constantes.<br />

Os clientes da <strong>Scania</strong> sempre receberam<br />

a tecnologia mais moderna para<br />

um transporte eficiente, maior segurança<br />

operacional, baixos custos de<br />

manutenção e uma economia total otimizada.


Serviço e manutenção<br />

Planejamento e desenho<br />

reduziram as necessidades<br />

“Agora, não é preciso mais recarregar depois da mudança de óleo”. Esse era<br />

o argumento de venda da <strong>Scania</strong>-Vabis, em 1949, quando do lançamento<br />

do motor diesel com injeção direta.<br />

O radiador articulado<br />

simplificava o acesso ao motor.<br />

Assim começava uma série de<br />

etapas para a redução da contínua<br />

necessidade de manutenção<br />

dos caminhões. Até essa época,<br />

a maior parte da manutenção dos<br />

caminhões era feita pelos próprios proprietários.<br />

A relativa simplicidade de<br />

construção dos veículos e a alta qualidade<br />

permitiam uma organizacão de<br />

serviços simples.<br />

Em 1939, com a introdução do sistema<br />

modular de motores (4-, 6- e 8cilindros,<br />

para gasolina e diesel), com<br />

componentes comuns, por exemplo,<br />

pistões, bielas e cabeças de cilindros,<br />

tornou-se mais simples o fornecimento<br />

de peças de reposição. A renovação<br />

de motores fazia ainda parte das rotinas,<br />

até que a <strong>Scania</strong>-Vabis introduziu<br />

o “motor de 400.000 km”, em 1954.<br />

Esse nome do motor significava que<br />

ele não necessitava de raparos antes<br />

de 400.000 km. O veículo que tinha<br />

atingido essa quilometragem recebia<br />

um emblema da <strong>Scania</strong>-Vabis no<br />

radiador. Mais de 1.350 emblemas já<br />

tinham sido usados, quando foi constatado<br />

que era comum percorrer tantos<br />

quilômetros sem abrir o motor.<br />

Nessa mesma época, a <strong>Scania</strong>-Vabis<br />

começou a estabelecer uma importante<br />

rede de oficinas com pessoal especializado,<br />

espaço físico específico e ferramentas<br />

adequadas. Os especialistas<br />

da empresa fizeram estudos profundos<br />

para estimular a rapidez do serviço<br />

e lançar as bases de novas soluções<br />

de construção que facilitassem o<br />

serviço. A conseqüência foi a redução<br />

do tempo ocioso e o aumento da<br />

rentabilidade do veículo. O planejamento<br />

era tão avançado que um grande<br />

número de oficinas da <strong>Scania</strong>, da<br />

década de 1960, ainda continua funcionando<br />

sem maiores alterações.<br />

Novo programa de manutenção<br />

Na década de 1980, a <strong>Scania</strong> e seus<br />

grandes clientes desenvolveram um<br />

novo programa de manutenção baseado<br />

em horas, em vez de quilômetros<br />

rodados. Nessa época, os contratos de<br />

manutenção e reparos já tinham sido<br />

introduzidos pela empresa na Suécia,<br />

Holanda e em outros mercados.<br />

A nova forma de serviços e reparos<br />

significava que os proprietários de<br />

caminhões quase podiam dispensar a<br />

manutenção rotineira. O planejamento<br />

do trabalho não encontrou obstáculos.<br />

Essa moderna filosofia de serviço<br />

estava baseada no princípio de<br />

que não deve subsistir no veículo<br />

nenhuma necessidade de reparo. A<br />

manutenção evitou paradas inesperadas,<br />

graças a uma inspeção regular e<br />

substituição imediata das partes desgastadas.<br />

O planejamento da manutenção<br />

preventiva podia também ser<br />

feito quando o veículo se encontrava<br />

parado ou inativo.<br />

“Nos últimos 20 anos, a necessidade<br />

de manutenção e serviços é fundamental<br />

para o desenvolvimento do<br />

motor a óleo”, comenta Håkan Ericsson,<br />

responsável pelo mercado de serviços<br />

na <strong>Scania</strong>. “Para ser mais claro,<br />

o motor a diesel não é mais desenvolvido.<br />

Nessa área, a indústria já atingiu<br />

o máximo. Porém esse máximo é<br />

pouco para os mercados onde o óleo<br />

diesel tem alto teor de enxofre. O alto<br />

teor de enxofre deteriora mais rapidamente<br />

o óleo do motor. Isso não<br />

acontece com o diesel de baixo teor de<br />

enxofre”.<br />

A própria estatística da <strong>Scania</strong> registra<br />

como a necessidade de reparos e<br />

inspeções diminuiu nas últimas décadas.<br />

Em 1967, um caminhão de longa<br />

distância exigia 95 horas de reparos e<br />

inspeções anuais. Trinta anos depois,<br />

essa cifra baixou para 48 horas. Para<br />

os caminhões pesados de longa distância,<br />

houve uma redução de 100 para<br />

74 horas; para os caminhões na área de<br />

construção civil, de 75 para 28 horas,<br />

e para os veículos de distribuição, de<br />

65 para 26 horas.<br />

Esses resultados ilustram muito<br />

bem as vantagens do desenvolvimento<br />

dos serviços.<br />

100 anos do caminhão <strong>Scania</strong> – 7


De 2 para 60 toneladas<br />

Há um século, um caminhão era só uma idéia nas mãos de construtores com grandes visões. Os transportes<br />

à longa distância eram feitos pelos trens, navios ou por carroças puxadas por cavalos. Porém,<br />

os otimistas compreenderam que estavam diante de uma excelente idéia de negócios.<br />

Para divulgar os caminhões e<br />

destacar a sua segurança, a<br />

<strong>Scania</strong> fez, em 1909, uma longa<br />

viagem de Malmö a Estocolmo com o<br />

novo veículo. Foram necessários três<br />

dias para um percurso de 700 km. A<br />

velocidade média foi de 20 km/h. O<br />

veículo usado tinha 2 toneladas e pneus<br />

de borracha sólidos. Foram consumidos<br />

400 litros de combustível, cerca de<br />

57 litros por 100 km. Atualmente, no<br />

ano de 2002, um caminhão <strong>Scania</strong> com<br />

uma carga de 25 toneladas faz o<br />

mesmo percurso em um dia. A distância<br />

entre as duas cidades foi reduzida<br />

para 600 km, graças aos melhoramentos<br />

viários, e um caminhão<br />

consome 200 litros de combustível, ou<br />

33 litros por 100 km, com uma velocidade<br />

média de 80 km/h.<br />

Até meados da década de 1930, a<br />

capacidade de carga dos caminhões<br />

aumentou lentamente. Em 1929, a<br />

<strong>Scania</strong> oferecia aos clientes um caminhão<br />

de 85 cv, com 6 toneladas de peso<br />

total e um consumo de 25 litros por<br />

100 km. Com a introdução do motor<br />

Hesselman e, mais tarde, do motor diesel,<br />

que oferecem torques relativamente<br />

altos em rotação adequada, o<br />

No inicio de 1909, a cervejaria München, em Estocolmo, comprou um IL de<br />

3,5 toneladas, capaz de transportar um reboque com carga completa.


em 100 anos<br />

peso total do veículo foi aumentado<br />

para mais de 6 toneladas. Simultaneamente,<br />

o consumo de combustível<br />

era reduzido para a metade, em comparação<br />

com os motores à gasolina.<br />

Tudo isso ocorreu quando o transporte<br />

por caminhão de longa distância começava<br />

a crescer. O transporte pela via<br />

férrea era, pouco a pouco, substituído<br />

pelo sistema de entrega porta à porta.<br />

Depois do término da segunda<br />

guerra mundial, os grandes caminhões<br />

de carga pesada eram ainda<br />

raros. Em 1950, na Suécia, não havia<br />

nenhum caminhão com carga acima<br />

de 10 toneladas registrado no país.<br />

No mesmo ano, os caminhões eram<br />

responsáveis por apenas 20% dos transportes<br />

domésticos. Os transportes ferroviários<br />

eram responsáveis por quase<br />

63% da carga e o transporte marítimo<br />

se incumbia dos 17% restantes.<br />

Em 1954, com o lançamento do<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis L/LS71 Regent, começou<br />

um notável desenvolvimento da<br />

capacidade de transporte dos caminhões.<br />

Veículos de 17 e 18 toneladas<br />

tornaram-se comuns. O limite era de<br />

22 toneladas (LT75 com tandem<br />

bogie). Dez anos depois, em 1969, a<br />

introdução do primeiro motor V8<br />

<strong>Scania</strong> possibilitou um aumento de<br />

capacidade de carga acima de 22 toneladas.<br />

O consumo de combustível dos<br />

motores era razoável, 216 g/kwh.<br />

Construção modular<br />

Porém, a capacidade do caminhão não<br />

é medida apenas pela potência do<br />

motor mas também pelo chassi, pelas<br />

transmissões e dimensionamento dos<br />

eixos. Sob esses aspectos, os caminhões<br />

da <strong>Scania</strong>-Vabis e da <strong>Scania</strong> sempre<br />

foram atualizados. Isso foi facilitado<br />

pela adoção do sistema modular de<br />

fabricação. A construção de caminhões<br />

sempre obedeceu a determinados critérios,<br />

possibilitando o desenvolvimento<br />

de eixos mais fortes e a renovação<br />

completa da caixa de câmbio.<br />

Assim, por exemplo, em 1974, o<br />

LB111 já era entregue na versão de 40<br />

toneladas (como veículo de tração para<br />

semi-reboque). A série GPRT, de 1980,<br />

com a construção modular, dava aos<br />

clientes oportunidades de dimensionar<br />

com exatidão o veículo <strong>Scania</strong>,<br />

segundo necessidades extremamente<br />

específicas. A capacidade certa para<br />

cada tipo de transporte permitiu a utilização<br />

de combustível de forma mais<br />

conveniente sob o aspecto econômico.<br />

Tudo isso foi importante na época<br />

da introdução do “just-in-time”e dos<br />

esquemas rígidos de tempo para os<br />

transportadores. As exigências de alta<br />

segurança de direção, períodos ociosos<br />

curtos e economia energética foram<br />

atendidas pela <strong>Scania</strong>, em 1982, com<br />

o motor V8 de 420 cv. Esse motor tinha<br />

uma tipo de consumo de combustível<br />

especial a 197g/kwh e, também, era<br />

excelente para velocidades médias<br />

altas. A alta potência “tornava as ladeiras<br />

mais curtas”.<br />

Em 1991, os motores turbos combinados<br />

reduziram ainda mais o consumo.<br />

O motor V8 de 500 cv e 14 litros<br />

tinha um consumo baixo recorde e<br />

podia transportar 60 toneladas.<br />

Em cem anos, os veículos da <strong>Scania</strong><br />

demonstram um dinâmico desenvolvimento,<br />

que é acelerado em cada<br />

década. Os técnicos da empresa prevêem<br />

um desenvolvimento ainda<br />

mais rápido nos próximos anos. Dentro<br />

de dez anos, o desempenho dos<br />

transportes será duplicado, com economia<br />

de combustível e aumento da<br />

capacidade de carga. O percurso de<br />

600 km entre as cidades de Malmö,<br />

no sul da Suécia, e Estocolmo, continuará<br />

sendo de um dia, porém a carga<br />

pode aumentar de 24 para 40 toneladas<br />

e o consumo de combustível será<br />

reduzido de 200 para 160 litros.<br />

100 anos do caminhão <strong>Scania</strong> – 9


Um século de desenho, ergonomia e conforto<br />

Do básico ao melhor<br />

Em 1907, a <strong>Scania</strong> e a Vabis (as duas empresas ainda não tinham se fundido) podiam oferecer aos<br />

seus clientes caminhões basculantes. No caso da <strong>Scania</strong>, a caçamba funcionava com motor.<br />

Esses exemplos demonstram que<br />

a indústria de caminhões,<br />

récem-nascida, encarava com<br />

seriedade o conceito “design”. O<br />

“desenho industrial”tem a finalidade<br />

de integrar função e forma em uma<br />

unidade harmoniosa. Quase sempre,<br />

a lógica de uma boa função se refle-<br />

te esteticamente no aspecto formal.<br />

Um caminhão com a parte de carga<br />

basculante é mais multifuncional e facilita<br />

o trabalho do motorista e de seus<br />

Interior da cabina do<br />

modelo de 1929.


colaboradores. Na primeira década da<br />

<strong>Scania</strong> como fabricante de caminhões,<br />

os trabalhos de desenho industrial ficaram<br />

restritos à boa funcionalidade do<br />

veículo. Na década de 1910, os veículos<br />

tinham uma proteção simples contra<br />

os elementos naturais: pára-brisa,<br />

teto e portas baixas, que no final dessa<br />

década passaram a ter janelas de vidro.<br />

Na década de 1920, foram feitas<br />

pequenas melhorias na cabina e em<br />

detalhes de ergonomia. As câmaras de<br />

ar aumentaram o conforto da viagem<br />

e reduziram o ruido. A cabina fechada<br />

protegeu contra intempéries. As<br />

aberturas para entrada de ar permitiram<br />

regular a ventilação. O aquecimento<br />

não tinha prioridade, nem como<br />

opção de compra. Os próprios motoristas<br />

encontravam soluções para<br />

poder trabalhar no inverno.<br />

O aspecto externo do veículo não<br />

era muito importante para os fabricantes,<br />

até mesmo para a <strong>Scania</strong>. Os<br />

caminhões eram entregues em estado<br />

de chassi, que o cliente completava,<br />

contratando um fabricante especial de<br />

cabinas. A <strong>Scania</strong>-Vabis era apenas responsável<br />

pelo desenho externo do<br />

radiador e da capota do motor. Entretanto,<br />

foi na década de 1920 que o radiador<br />

da <strong>Scania</strong>-Vabis adquiriu uma aparência<br />

característica, que deu à marca<br />

uma identidade comercial.<br />

Porém, a técnica de construção de<br />

cabinas evoluiu. A madeira nas cabinas<br />

foi substituida por chapas de aço.<br />

A construção se tornou mais estável e<br />

resistente. Em 1944, com a introdução<br />

do programa de pós-guerra, liderado<br />

pelo modelo L10, os radiadores da<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis foram modernizados. A<br />

grade de cobertura envolvia e protegia<br />

todo o radiador, dando ao veículo<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis um perfil novo e forte.<br />

O desenvolvimento de motores<br />

mais potentes e de caixas de câmbio<br />

mais simples facilitaram o trabalho do<br />

motorista. No início da década de 1950,<br />

já era possível encomendar caminhões<br />

com calefação na cabina. A “ergonomia”,<br />

adaptação da ferramenta ao<br />

usuário para maior conforto e redução<br />

de riscos, produzidos pelo cansaço e<br />

desgaste humano, tornou-se, em geral,<br />

O novo desenho do painel de instrumentos evita<br />

que o motorista se debruce para consultá-lo.<br />

evidente para os desenhistas suecos e<br />

para a <strong>Scania</strong>-Vabis. Assim, as funções<br />

ergonômicas reais receberam um tratamento<br />

externo característico.<br />

Desenho e funcionalismo<br />

O desenhista que projetou a primeira<br />

cobertura do radiador da <strong>Scania</strong>-Vabis<br />

foi esquecido. Porém, Björn Karlström<br />

foi o primeiro desenhista da <strong>Scania</strong>-<br />

Vabis que, em 1958, com o lançamento<br />

do L75, teve o seu nome e retrato<br />

publicados. Ele modificou a aparência<br />

dos caminhões, dando-lhes quase<br />

um caráter atemporal. As linhas principais<br />

de 1944 foram preservadas, mas<br />

Karlström integrou os faróis no páralama<br />

e deu à capota do motor sua<br />

forma atual. Até mesmo a “grelha”<br />

teve um tratamento mais expressivo.<br />

A série 75 <strong>Scania</strong>-Vabis não mudou<br />

apenas de aparência. A cabina, a capota<br />

do motor e o pára-lama ( nos caminhões<br />

com cabinas <strong>Scania</strong>-Vabis montadas<br />

pela AB BeGe Fábrica de<br />

Carrocerias ) eram integrados em uma<br />

unidade independente montada sobre<br />

apoios de borracha. O interior da cabina<br />

ficava isolado contra ruidos e vibrações.<br />

Forma e função de mãos dadas!<br />

Uma outra inovação do desenho<br />

industrial e da ergonomia foi a instalação<br />

dos instrumentos na frente do<br />

motorista e não no centro do painel.<br />

O pedal do freio foi instalado de maneira<br />

que o motorista não precisasse mais<br />

levantar muito o pé do acelerador para<br />

frear. O freio a ar comprimido podia<br />

ser manobrado por um pedal instalado<br />

na mesma altura do acelerador.<br />

Confortável e mais seguro!<br />

Em 1961, as autoridades suecas<br />

estabeleceram regras severas para os<br />

caminhões. O objetivo era aumentar<br />

a segurança e evitar os acidentes.<br />

Para satisfazer as exigências, a cabina<br />

devia ser submetida a teste de<br />

impacto. Um peso de 1 tonelada pendurado<br />

no teto, a três metros de altura,<br />

golpeava as estruturas laterais das<br />

janelas. As deformações não podiam<br />

ultrapassar um certo valor estabelecido<br />

para que a cabina fosse aprovada<br />

na Suécia. Os concorrentes da <strong>Scania</strong>-<br />

Vabis qualificaram esses testes de simulação<br />

das autoridades suecas para proteger<br />

a indústria doméstica. Porém,<br />

para os clientes da <strong>Scania</strong>-Vabis, esses<br />

testes de segurança foram um bom<br />

argumento de compra.<br />

Em 1968, a <strong>Scania</strong>-Vabis lançou<br />

uma grande inovação nos setores do<br />

desenho industrial e da ergonomia: a<br />

segunda geração de caminhões<br />

<strong>Scania</strong>-Vabis com cabina avançada,<br />

que dava continuidade à célebre série-<br />

LB76 e era assinada pelo desenhista<br />

inglês Lionel Sherrow.<br />

A nova forma se afastava sensivelmente<br />

das graciosas linhas da série<br />

anterior, porém a verdadeira revolução<br />

estava no conforto e na ergonomia<br />

da cabina. Alguns degraus sobre<br />

a roda dianteira davam acesso à cabi-<br />

The <strong>Scania</strong> truck 100 years – 11<br />


na frontal. A cabina era espaçosa, arejada,<br />

tinha janelas grandes e ótima<br />

visibilidade. O equipamento de ventilação<br />

bem dimensionado agradava<br />

o motorista. Havia possibilidade de<br />

instalação de ar condicionado na escotilha<br />

do teto da cabina.<br />

O interior era quase luxuoso com<br />

assentos novos e espaço para rádio e<br />

alto-falantes. As cabinas eram de dois<br />

tipos, normal ou com duas camas,<br />

guarda-roupa e cortina. Em 1972, o<br />

modelo LB recebeu também assentos<br />

Bostrom, adaptáveis automaticamente<br />

ao peso de motorista.<br />

As novas formas da <strong>Scania</strong>-Vabis<br />

eram acompanhadas de vários desenhos<br />

práticos (função e forma de mãos<br />

dadas). Na parte inferior do pára-brisa,<br />

em prateleiras horizontais, estavam<br />

12 – 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong><br />

instalados muitos controles e funções<br />

de acesso fácil. Por exemplo: medidor<br />

do óleo do motor e da servodireção;<br />

carregamento de óleo do motor; medição<br />

do motor e do óleo; controle de<br />

força e embreagem hidráulica; aplicação<br />

do anticongelamento no sistema<br />

de freios e regulador do arranque a frio.<br />

Para grandes serviços no motor, a<br />

cabina podia ser facilmente inclinada<br />

para a frente graças a uma bomba<br />

hidráulica acionada por um homem<br />

apenas. Por medida de segurança, a<br />

cabina devia ser recolocada na posição<br />

normal, com a bomba, e ajustada<br />

com dois dispositivos independentes.<br />

Além dos aperfeiçoamentos puramente<br />

técnicos, por exemplo, servodireção,<br />

freio a ar comprimido ou<br />

servo-acoplamento da embreagem, as<br />

Na década de 1970, os conhecimentos<br />

sobre a relação entre a resistência e o<br />

consumo de combustível aumentaram.<br />

Os testes no túnel de vento ajudaram a<br />

desenvolver o programa GPRT, de 1980.<br />

inovações de forma e função da <strong>Scania</strong><br />

na década de 1970, significavam que<br />

os caminhões da <strong>Scania</strong> eram o melhor<br />

produto que a indústria automotiva<br />

podia oferecer na época. Em 1972,<br />

foram introduzidos também os caminhões<br />

com motor V8, da série 140, isso<br />

porque muitos clientes preferiam o<br />

conceito convencional anterior e não<br />

os veículos “cara-chata”. Esses clientes<br />

foram contemplados com um conforto<br />

na cabina inexistente nos caminhões<br />

com capô, isso graças aos três


No início da década de 1930, foram lançados grandes<br />

caminhões tratores de 3 eixos, com cabina e cama.<br />

pontos de apoio da cabina e ao grande<br />

espaço.<br />

Os caminhões 140 “bicudos”<br />

tinham uma aparência forte, derivada<br />

das linhas tradicionais da <strong>Scania</strong>.<br />

A capota larga e inclinada do motor<br />

prolongava-se na linha dos páralamas.<br />

Todo o conjunto era equilibrado<br />

e podia ser aberto para dar acesso<br />

ao motor e à parte da frente do<br />

veículo. Toda a construção era de<br />

plástico armado com fibra de vidro.<br />

Ulgumas décadas depois da Segun-<br />

da Guerra Mundial, a <strong>Scania</strong> fez várias<br />

inovacões para a segurança e conforto<br />

do meio ambiente do motorista. O<br />

enfoque de uma boa ergonomia através<br />

de um bom desenho industrial,<br />

determinou uma cooperação entre a<br />

<strong>Scania</strong> e desenhistas de reputação<br />

internacional .Um ponto alto dessa<br />

cooperação foi atingido, pelo menos<br />

internacionalmente, quando a <strong>Scania</strong><br />

revelou, no lançamento do programa<br />

GPRT, em 1980, que o responsável<br />

pelo desenho dos caminhões era o<br />

famoso Giorgio Giugiaro, o “wonderboy”<br />

do desenho de automóveis. A<br />

<strong>Scania</strong> entrou em contato com sua<br />

empresa, a ItalDesign, através da<br />

encarroçadora Karmann, em Osnabrück,<br />

na Alemanha, que dava apoio<br />

à <strong>Scania</strong>, em Oskarshamn.<br />

Giorgio Giugiaro contribuiu muito<br />

para que os veículos do programa<br />

GPRT, fortemente marcado pelo sistema<br />

modular, tivessem uma caracterização<br />

individual. O produto mais<br />

ousado era o caminhão T, com motor▼ 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong> – 13


externo. Porém, o mais impressionante<br />

foi o nível de conforto oferecido<br />

ao motorista pelo programa GPTR.<br />

A porta da cabina tinha uma abertura<br />

de 90°, o painel de instrumentos<br />

era inteiramente novo e a direção<br />

podia ser ajustada em altura e ângulo.<br />

O motor ocupava menos espaço,<br />

o controle da caixa de câmbio ficava<br />

mais próximo do motorista e o filtro<br />

de ar era padrão.<br />

Com a Série 3, em 1988, Aldo Sessano<br />

fez uma revisão do desenho interior<br />

da cabina. O painel de instrumentos,<br />

que seguia uma linha curva,<br />

com relação ao motorista, foi padronizado,<br />

em todo o setor.<br />

Em 1991, a <strong>Scania</strong> introduziu a cabina<br />

Streamline, reduzindo 0,5 o coefi-<br />

14 – 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong><br />

ciente de resistência à velocidade (Cd).<br />

A redução de consumo de combustível<br />

foi de 4 a 5%, ou de 2 a 3 litros por<br />

100 km. Isso significa que um veículo<br />

que percorre anualmente 120.000 km,<br />

pode economizar entre 2.400 e 3.600<br />

litros.<br />

“A Série 4, lançada em 1995, pode<br />

ser considerada como uma grande inovação<br />

do desenho da <strong>Scania</strong>. Só de<br />

quinze em quinze anos, um fabricante<br />

como a <strong>Scania</strong> consegue fazer uma<br />

descoberta tão importante”, comenta<br />

Kaj Holmelius, que durante quase<br />

vinte anos foi responsável pelo desenvolvimento<br />

de cabinas.<br />

“A <strong>Scania</strong> sempre teve uma limitada<br />

disponibilidade de recursos próprios<br />

para o desenho industrial. Por<br />

Desde o início, o caminhão basculante de<br />

três lados foi um requinte da produção.<br />

isso, a tarefa foi confiada ao escritório<br />

de design intaliano Bertone”.<br />

Isso não significou que Bertone teve<br />

inteira liberdade. Os desenhistas seguiram<br />

instruções pré-estabelecidas.<br />

Desde 1970, prosseguem os trabalhos<br />

de ergonomia e de meio ambiente do<br />

motorista.<br />

“Sempre tivemos nesses setores um<br />

pessoal extremamente competente”,<br />

finaliza Kaj Holmelius. “Temos uma<br />

opinião definida sobre as preferências<br />

dos motoristas e do que significa uma<br />

boa economia para as transportadoras.<br />

Aliamos esses conhecimentos a<br />

novas técnicas e recursos estéticos”.<br />

Atualmente, a <strong>Scania</strong> tem uma<br />

divisão de desenho industrial com<br />

oito desenhistas e oito consultores.


Desenhistas com visão de vanguarda<br />

O caminhão T do futuro<br />

Embora a nova forma exterior seja robusta, os clientes da <strong>Scania</strong> reconhecem as linhas tradicionais.<br />

Os estudos do futuro caminhão “bicudo”, expostos na IAA de 2002, conciliam tradição e evolução.<br />

Oveículo T, “bicudo”, tem um<br />

volume de venda limitado na<br />

Europa, porém representa<br />

um símbolo de identidade para a<br />

<strong>Scania</strong>. Ele reflete força e prestígio. O<br />

motorista pode imprimir força sem<br />

precisar utilizar todo o comprimento<br />

de carga. Esse veículo demonstra<br />

que seu proprietário tem recursos<br />

para dispôr de uma cabina com piso<br />

liso e um assento confortável e prestigioso<br />

para o motorista.<br />

Como a herança dos caminhões<br />

“bicudos” do século XX pode ser legada<br />

ao século XXI?<br />

Alguns desenhistas da <strong>Scania</strong> receberam<br />

a incumbência de fazer um<br />

estudo de um conceito para duas ou<br />

três gerações futuras, levando em consideração<br />

o veículo T como ponto de<br />

partida. O chefe desse projeto, Ola<br />

Pihlgren, e sua equipe começaram a<br />

recolher material visual abstrato e<br />

concreto para estimular as discussões.<br />

“Nessa fase, não olhamos apenas<br />

para automóveis e caminhões. Tentamos<br />

compreender a sensibilidade e<br />

a expressão. Por exemplo, qual é o<br />

tipo de navio que lembra mais um<br />

caminhão de tração? Talvez não seja▼ 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong> – 15


possível comparar um caminhão com<br />

as linhas delgadas de um cruzador,<br />

mas sim com uma barcaça de transporte,<br />

confiável e forte”.<br />

16 – 100 anos do caminhão <strong>Scania</strong><br />

A primeira fonte de inspiração no<br />

estudo do conceito foi a cultura de<br />

“personalização”vigente nos Estados<br />

Unidos e na Europa, onde o próprio<br />

cliente, insatisfeito com a produção<br />

em massa e querendo se diferenciar,<br />

faz o acabamento do veículo. O caminhão<br />

passa a ser o portador de uma<br />

imagem individual.<br />

“Decidimos também utilizar vários<br />

elementos encontrados em muitas<br />

caminhonetes da década de 1960. Os<br />

caminhões não são trens expressos<br />

idealizados para velocidades acima<br />

de 200 km/h”.<br />

Esta pesquisa ocupou muito tempo<br />

do grupo de desenho industrial.<br />

O importante foi encontrar novos<br />

“sinais” e trabalhá-los para que eles<br />

refletissem a identidade histórica dos<br />

caminhões “bicudos” da <strong>Scania</strong>. Resumindo:<br />

a finalidade foi encontrar o<br />

“espírito” <strong>Scania</strong> e transmití-lo às<br />

gerações futuras.<br />

“Olhando para essse caminhões<br />

“bicudos” podemos perguntar, qual<br />

é a linha preponderante? O que é mais<br />

e menos importante no desenho?<br />

O resultado final, exposto na feira<br />

de transporte IAA, em Hanover, mostra<br />

um versão da parte dianteira mais<br />

curta porém mais robusta do que era


comum nos caminhões bicudos. A<br />

cabina, capota e chassi constituem<br />

uma unidade. A linha da capota se<br />

prolonga no corpo da cabina, aumentando<br />

o comprimento.<br />

Ola Pihlgren:<br />

“É muito importante lembrar que<br />

esse estudo de conceito foi feito por<br />

muitas pessoas para os nossos veículos<br />

em muitas gerações vindouras.<br />

Porém, um <strong>Scania</strong> T poderia ter essa<br />

concepção externa, em um período<br />

de 10 ou 15 anos. Esperamos ansiosos<br />

as reações gerais porque elas<br />

influenciarão, certamente, as decisões<br />

eventuais de desenvolvimento”.<br />

Para que o modelo T do futuro possa ser<br />

construído, é feito um ”desenho” com<br />

fita adesiva, chamado ”tape rendering”.<br />

100 anos do caminhão <strong>Scania</strong>– 17


Se o motorista puder<br />

Quando as estradas entre a Europa e o Extremo Oriente forem abertas, será possível fazer grandes<br />

viagens de transporte entre os dois continentes. A <strong>Scania</strong> apresentou na feira de transportes IAA<br />

2002, em Hanover, um estudo em escala natural do funcionalismo para os motoristas do futuro que<br />

pensam viver nos próprios caminhões. As reações do setor são valiosas para os construtores da <strong>Scania</strong>.<br />

As longas viagens de 8 mil quilômetros<br />

de distância e duas<br />

semanas de duração exigirão<br />

um outro tipo de conforto, funciona-<br />

lidade e segurança. Os fabricantes de<br />

caminhões têm de renovar a concepção<br />

do espaço interior da cabina, sua<br />

utilização e decoração.<br />

O conceito de decoração interior<br />

do departamento de desenho da<br />

<strong>Scania</strong> está baseado em muitas aná-


decidir<br />

lises de clientes cujos motoristas dormem,<br />

pelo menos, quatro dias por<br />

semana na cabina do caminhão.<br />

“Esses encontros com os clientes<br />

demonstraram que existem grandes<br />

diferenças entre a maneira atual de<br />

o motorista viver na cabina e como<br />

ele gostaria de viver”, comenta Johan<br />

Lundén, chefe de projeto e especialista<br />

em ergonomia de veículos.<br />

As atuais deteminações de comprimento<br />

e a exigüidade da cabina limitam<br />

as possibilidades de aumentar o<br />

conforto. Considerando o sistema<br />

modular atual, os especialistas em ergonomia<br />

de caminhões da <strong>Scania</strong> e os<br />

A Rota da Seda<br />

no século XXI<br />

desenhistas construiram um cabinadormitório<br />

baseada no mesmo comprimento<br />

total da cabina CrewCab, que<br />

utiliza ao máximo o comprimento adicional.<br />

As exigências legais e a facilidade<br />

de acesso à direção limitam indi-<br />

● O longo caminho começa em Pausan, na Coréia, e atravessa 31 países até<br />

atingir Roterdã, na Holanda. Em um futuro próximo, os caminhões <strong>Scania</strong> poderão<br />

transportar cargas pesadas na antiga Rota da Seda, como alternativa do<br />

caminho marítimo. Há mais de meio século, diversos projetos para ressuscitar<br />

a Rota da Seda fracassaram. No mês de maio deste ano, foi tomada a decisão<br />

de terminar a última etapa de um novo sistema rodoviário asiático. Isso ocorreu<br />

43 anos depois que os Estados Unidos sugeriram pela primeira vez a realização<br />

dessa obra para fomentar o cresciemento e a unidade da região.<br />

● Essa gigantesta via terá 86 etapas e uma delas é chamada de “Rota da Seda<br />

do século XXI”. A partir de Pusan, na Coréia, a via atravessa a China, Índia e<br />

Turquia, antes de entrar na Europa. O próximo passo é a assinatura de um acordo,<br />

previsto para novembro. Esse acordo regula, entre outras coisas, as especificações<br />

da estrada, os sinais de trânsito estandardizados e as diversas formas<br />

de facilitar o cruzamento de fronteiras. Os países envolvidos discutirão<br />

também um sistema de controle que permita dirigir diretamente os veículos<br />

da Europa à Ásia e vice-versa. Os vultosos custos desse enorme projeto são divididos<br />

entre o Banco Mundial e uma série de instituições financeiras internacionais.<br />

● A antiga Rota da Seda, com uma extensão superior a 13.000 km, foi usada<br />

durante 1.500 anos e possibilitava o abastecimento de mercados dos dois continentes<br />

com seda, porcelana, especiarias, peles, pedras preciosas e marfim. As caravanas<br />

de camelos transportavam mercadorias que influenciaram muitas culturas<br />

sob vários aspectos. O budismo e islamismo passavam de leste a oeste sem obstáculos.<br />

Os comerciantes divulgaram muitos segredos técnicos: a imprensa, a fabricação<br />

do papel, a produção da porcelana, a astronomia, a pirotécnica e a produção<br />

de vinho. A Rota da Seda foi a primeira rede de comunicação, 2.000 anos antes<br />

de que o primeiro sinal telegráfico fosse enviado.<br />

● A futura Asian Highway será uma rede de vias de comunicação, à semelhança<br />

da lendária Rota da Seda. A estrada mais conhecida começava em Changan<br />

(Xian), que era então a capital da China. Depois, essa via se dividia em uma rota<br />

para o norte e outra para o sul, que passava pela periferia do deserto de Taklamakan,<br />

na Ásia Central. As duas vertentes convergiam para o planalto iraniano.<br />

A Rota da Seda continuava até atingir Antioquia e Tiro, antiga cidade fenícia (Libano),<br />

metas finais, na costa leste do Mar Mediterrâneo.<br />

100 anos do caminhão <strong>Scania</strong> – 19<br />


etamente o comprimento da cabina.<br />

O objetivo da nova disposição do<br />

espaço interno da cabina é dar ao<br />

motorista melhores condições de descanso,<br />

depois de um longo período<br />

na direção. Tudo isso contribui mais<br />

ainda para a segurança ativa.<br />

O espaço para o motorista fica maior<br />

e o dormitório é mais acessível. A cama<br />

pode ter colchão de molas e boa altu-<br />

ra para sentar. Pela manhã, a cama<br />

pode ser desarmada e embutida.<br />

Nesse espaço, o motorista pode<br />

fazer refeições sentado à mesa e descansar.<br />

A televisão com DVD, embutida<br />

na parede, garante o entretenimento,<br />

em qualquer localização<br />

geográfica. A cabina está equipada<br />

com forno microondas, cafeteira, um<br />

armário com pia e água corrente e<br />

gavetas para diversos utensílios. Na<br />

parte lateral, o espaço para bagagem<br />

é de fácil acesso. Na cabina há um cofre<br />

para guardar com segurança dinheiro,<br />

cartões de crédito e outros valores.<br />

“O mais importante foi criar um<br />

espaço amplo na cabina. Evitamos técnicas<br />

sofisticadas para facilitar o espaço<br />

de locomoção e a complementação<br />

do programa de cabinas”, esclarece<br />

Johan Lundén. “Com o sistema modular<br />

da <strong>Scania</strong> é possível executar esse<br />

projeto, no momento oportuno”.<br />

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