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O Algarve e o turismo da região na «Revista de Turismo» (1916-1924)

O Algarve e o turismo da região na «Revista de Turismo» (1916-1924)

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“ocupado n’uma especial e curiosa industria <strong>de</strong> serração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras e aproveitamento<br />

d’alfarroba para alimento animal”. Será importante apontar o interesse <strong>de</strong>stas pessoas em<br />

visitarem e terem gostado <strong>de</strong> conhecer as indústrias algarvias, indústrias essas que, hoje<br />

em dia, quase um século <strong>de</strong>pois, se viria a perceber apresentarem fortes potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

turísticas, numa altura em que gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sta indústria já se per<strong>de</strong>u…<br />

A questão <strong>da</strong> pretensão <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> autonomia administrativa, reivindica<strong>da</strong> nesta<br />

altura pelos algarvios, também não passa <strong>de</strong>spercebi<strong>da</strong> aos re<strong>da</strong>ctores que vêem nesta<br />

exigência a eventuali<strong>da</strong><strong>de</strong> do <strong>Algarve</strong> po<strong>de</strong>r vir a ser “um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro encanto e a mais<br />

propícia <strong>região</strong> <strong>de</strong> <strong>turismo</strong>, [logrando] o seu progresso e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> sua<br />

laboriosa vin<strong>da</strong> intensificar[-se] <strong>de</strong> forma a assegurar-lhe uma completa in<strong>de</strong>pendência [e]<br />

nessa ocasião, certamente os seus portos serão facilmente acessíveis a uma razoável e<br />

proporcio<strong>na</strong>l <strong>na</strong>vegação; as suas estra<strong>da</strong>s convi<strong>da</strong>rão a agradáveis passeios; os bons hotéis<br />

estarão instalados em to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e vilas; os comboios oferecerão a rapi<strong>de</strong>z e as<br />

comodi<strong>da</strong><strong>de</strong>s indispensáveis; enfim – tudo quanto possa atrahir e fazer conservar <strong>de</strong>ntro<br />

dos seus limites, com consciencioso aprazimento, tanto os <strong>na</strong>turaes como os extrangeiros<br />

– estes principalmente, que são os melhores pioneiros <strong>da</strong>s ultimas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />

civilisação” 34. Visão algo romantiza<strong>da</strong> mas não menos interessante por isso, visto que<br />

continua a ser reivindica<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> hoje em dia e pelas mesmas razões, por alguns<br />

<strong>de</strong>fensores <strong>da</strong> regio<strong>na</strong>lização.<br />

8. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um <strong>Algarve</strong> turístico<br />

Depois <strong>de</strong> admirarem do Alto <strong>de</strong> Santo António “as encostas <strong>da</strong> cordilheira on<strong>de</strong> se<br />

divisam os casaes ou quintas” do Barrocal e Serra Algarvias, e visitarem o Jardim (actual<br />

Alame<strong>da</strong>) e Matadouro municipais, jantaram e tomaram o comboio para Portimão, com<br />

<strong>de</strong>stino à Praia <strong>da</strong> Rocha, num compartimento <strong>de</strong> 1ª classe, sob muito mau tempo.<br />

Chegados a Portimão às 22h00 e tendo partido <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> jantar, “ao anoitecer”, é <strong>de</strong><br />

pensarmos que, em 1921, quando esta viagem é feita, a mesma não <strong>de</strong>moraria muito mais<br />

– se não o mesmo tempo – que <strong>de</strong>mora hoje em dia a viagem. Confirma-se, portanto, que o<br />

problema dos transportes – e muito concretamente, o comboio – é um problema que<br />

persiste, passados quase cem anos.<br />

Gozando <strong>da</strong> sorte <strong>de</strong> uma «carrinha» passar por ali fora <strong>de</strong> horas visto que, à hora que<br />

chegaram nenhum meio <strong>de</strong> transporte estava já disponível para os transportar para<br />

34 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, p.67.<br />

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