No veio da esperança a essência etérea da criança diversa na escola
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o papel de educadora, relatando encontros e desencontros de sua busca por um ensino<br />
de quali<strong>da</strong>de. Nas palavras <strong>da</strong>s organizadoras: “O foco principal estará centrado em<br />
Cecília Meireles como educadora. São inúmeras suas ativi<strong>da</strong>des vincula<strong>da</strong>s à<br />
educação”. (p.10). Neste segundo livro aparece, de forma destaca<strong>da</strong>, a grande<br />
preocupação de Cecília com a formação do profissio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> educação. Jussara Pimenta<br />
(2001) descreveu a trajetória <strong>da</strong> educadora e jor<strong>na</strong>lista responsável pela organização e<br />
direção <strong>da</strong> Biblioteca Infantil – Pavilhão Mourisco. A autora define esse espaço como<br />
uma semente que frutificou, apesar do pouco tempo de existência, ao afirmar que “foi<br />
um empreendimento pioneiro por suas características e representou a semente que, mais<br />
tarde, frutificaria <strong>na</strong> criação <strong>da</strong>s seções infantis <strong>da</strong>s bibliotecas públicas e de bibliotecas<br />
infantis no Rio de Janeiro, São Paulo e outros municípios brasileiros.” (p. VI). Lucia<strong>na</strong><br />
Corrêa (2001) busca situar Cecília entre a geração de intelectuais que agiram <strong>na</strong><br />
estruturação do “sistema de ensino no Brasil, <strong>na</strong> primeira metade do século XX” (p. III).<br />
Procurou a<strong>na</strong>lisar a atuação <strong>da</strong> educadora como produtora de livros infantis, centrando o<br />
foco <strong>da</strong>s análises <strong>na</strong>s contribuições que uma literatura infantil, estrutura<strong>da</strong> em bases<br />
científicas e artísticas, pode trazer para a formação do leitor. Ber<strong>na</strong>dete Strang (2003)<br />
estrutura sua dissertação com base <strong>na</strong>s contribuições <strong>da</strong> sig<strong>na</strong>tária Cecília Meireles para<br />
os movimentos educacio<strong>na</strong>is ocorridos no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1930. As crônicas,<br />
veicula<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Pági<strong>na</strong> <strong>da</strong> Educação, são resgata<strong>da</strong>s como “uma rica fonte para<br />
compreender a articulação e o papel dos intelectuais <strong>na</strong> configuração <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />
brasileira.” (p. V).<br />
Ao transitar pelas poucas publicações acerca <strong>da</strong> educadora Cecília Meireles,<br />
observei que há uma preocupação no que diz respeito à ausência <strong>da</strong> divulgação do papel<br />
que ela desempenhou junto ao cenário educacio<strong>na</strong>l. “O apagamento <strong>da</strong> presença de<br />
Cecília <strong>na</strong> historiografia <strong>da</strong> educação brasileira não pode passar despercebido”, diz<br />
Magaldi (2001, p.152). A pouca alusão ao papel desempenhado por Cecília no<br />
jor<strong>na</strong>lismo também inquieta a historiadora Mignot (2001), que leva o leitor a refletir<br />
sobre possíveis interesses políticos. Para a pesquisadora:<br />
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o apagamento <strong>da</strong> presença de Cecília <strong>na</strong> historiografia <strong>da</strong> educação<br />
brasileira, esse silêncio não passa despercebido, pois, como já foi<br />
mostrado em alguns estudos 14 , a literatura sobre o movimento de<br />
renovação educacio<strong>na</strong>l do país cristalizou a interpretação construí<strong>da</strong><br />
por ele. (p. 152).<br />
14 Mignot cita os estudos de Brandão (1999) e Carvalho (1998).