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No veio da esperança a essência etérea da criança diversa na escola

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RESUMO<br />

A pesquisa histórica procurou a<strong>na</strong>lisar contribuições <strong>da</strong> educadora Cecília Meireles no<br />

que se refere às discussões sobre a educação considerando a <strong>criança</strong> em sua diversi<strong>da</strong>de.<br />

Trata-se de uma intelectual atuante no contexto educacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1930, que<br />

deixou mais do que a inquietude de seus poemas. Esta forma outra <strong>da</strong> poeta é pouco<br />

divulga<strong>da</strong> no meio acadêmico: a jor<strong>na</strong>lista-educadora. Cecília, uma crítica ferrenha <strong>da</strong>s<br />

atitudes do presidente Getúlio Vargas, dirigiu a Pági<strong>na</strong> de Educação do jor<strong>na</strong>l matutino<br />

carioca Diário de <strong>No</strong>tícias, no período de 1930 a 1933. Neste espaço <strong>da</strong> imprensa,<br />

intitulado Comentários, escreveu diariamente crônicas que possibilitaram uma maior<br />

compreensão acerca <strong>da</strong> relação entre política e educação revela<strong>da</strong>s pelo contexto em<br />

questão. Nestas pági<strong>na</strong>s realizou entrevistas, discutiu problemas <strong>da</strong> educação brasileira,<br />

questionou as reformas implementa<strong>da</strong>s por Francisco Campos, Ministro <strong>da</strong> Educação<br />

deste período, e divulgou ideais <strong>da</strong> Escola <strong>No</strong>va. Com base <strong>na</strong> premissa de que a<br />

educação não pode se esquivar de transmitir para as novas gerações um acervo que une<br />

sensibili<strong>da</strong>de poética e fibra política, busquei compreender tais fontes documentais <strong>na</strong><br />

hermenêutica interpretativa de Paul Ricoeur, que está centra<strong>da</strong> numa visão de língua<br />

viva e dinâmica, tendo como marca o texto escrito. Ao estabelecer o exercício<br />

hermenêutico em 827 crônicas e 148 reportagens veicula<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Pági<strong>na</strong>, pude dizer que<br />

o fulcro do combate ceciliano nesse espaço jor<strong>na</strong>lístico foi o de defender a idéia <strong>da</strong><br />

<strong>criança</strong> como um ser diverso constituído pela/<strong>na</strong> linguagem; um ser de significação,<br />

visto como riqueza a preservar. A rede de referências constituí<strong>da</strong> por pensadores como<br />

Rousseau, Froebel, Pestalozzi, Flaubert, Claparéde, entre inúmeros outros sustentou o<br />

referencial teórico de Cecília Meireles, bem como possibilitou ressonâncias. Movimento<br />

denso que a levou, muitas vezes, a perceber a infância como um território de<br />

potenciali<strong>da</strong>des criadoras, mas que necessita de mãos firmes que não a negligenciem.<br />

Para a educadora, o adulto que penetrasse por meio <strong>da</strong> intuição no mundo inusitado <strong>da</strong><br />

infância, dificilmente conseguiria ser outra vez senhor do seu domínio e manter-se-ia<br />

nos liames, observando, recor<strong>da</strong>ndo, sentindo-se como estrangeiro. A infância é um<br />

enigma, uma forma própria de vi<strong>da</strong>, com características inconfundíveis e singulares.<br />

Desse modo, ao mesmo tempo em que afasta qualquer tentativa de invasão do seu<br />

território, determi<strong>na</strong> precisamente que atitude devem assumir os que desejam<br />

comunicar-se com ela: a de educar com arte <strong>na</strong> arte de educar.<br />

Palavras-chave: Educação – Escola <strong>No</strong>va – Jor<strong>na</strong>lismo - Infância – Diversi<strong>da</strong>de<br />

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