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PREÇO NAS BANCAS R$1,00<br />
IMPRESSO DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA<br />
www.jperegrino.com.br<br />
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Informação, Informação, Cultura Cultura e e Livre Livre Expressão<br />
Expressão<br />
Ribeirão Ribeirão Preto - Preto SP - Ano - IV SP - - Nº Ano 41 - Setembro/2003 VII - Nº 82 - R$ fevereiro/2007<br />
1,00<br />
“Reconhecerás o malvado ao seguinte sinal: ninguém o elogia em segredo, e<br />
ninguém o critica em público”<br />
do livro “As mais bela páginas da literatura árabe” – Mansour Challita<br />
OS DOMINGOS PRECISAM DE<br />
FERIADOS<br />
Toda sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe <strong>de</strong>scanso<br />
ao final do ciclo semanal <strong>de</strong> produção, inspirado no <strong>de</strong>scanso divino, no sétimo dia da Criação. Muito além <strong>de</strong><br />
uma proposta trabalhista, enten<strong>de</strong>mos a pausa como fundamental para a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> tudo o que é vivo. A noite é<br />
pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. On<strong>de</strong> não há pausa, a vida lentamente se extingue.<br />
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, on<strong>de</strong> o meio ambiente e a terra<br />
imploram por uma folga, on<strong>de</strong> nós mesmos não suportamos mais a falta <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong>scansar se torna uma<br />
necessida<strong>de</strong> do planeta. Hoje, o tempo <strong>de</strong> ‘pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scanso, mas <strong>de</strong> ocupações ‘para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
não parar. E a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parar é uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão...<br />
Página 5<br />
Medos e Mitos no Parto Normal<br />
Muito provavelmente não existe assunto mais envolto em medos, tabus e mitos do que o tema “parto”.<br />
Quem está ou já esteve grávida um dia sabe bem o que é ouvir da manicura, da vizinha ou <strong>de</strong> conhecidos<br />
próximos, histórias tenebrosas sobre bebês que morrem na barriga, dos bebês que ficam com paralisia cerebral<br />
por causa do parto, do líquido que seca, do cordão em volta do pescoço que sufoca o bebê e por aí vai.<br />
A mensagem por <strong>de</strong>trás das linhas é o <strong>de</strong> que as mulheres <strong>de</strong> hoje são mesmo incapazes <strong>de</strong> parir seus filhos<br />
em segurança e que passar pelo parto normal é algo extremamente perigoso e antiquado. De fato, se fosse<br />
mesmo assim, nossos antepassados seriam todos paraplégicos, teriam cabeças tortas ou a espécie humana<br />
teria simplesmente se extinguido...<br />
Página 7<br />
O Segredo das frutas – Uso medicinal<br />
Aftas, estomatites, feridas, gengivites, sapinhos, sangramento da gengiva, amidalites, faringites, laringites,<br />
etc.<br />
Chá <strong>de</strong> amora-preta<br />
Chá <strong>de</strong> framboesa<br />
Página 11<br />
Chá <strong>de</strong> cacau<br />
Chá <strong>de</strong> romã<br />
Imagem Google<br />
A Audição e o aprendizado<br />
Estudos pedagógicos recentes têm atestado que problemas no<br />
aproveitamento escolar infantil nem sempre se referem à falta <strong>de</strong> atenção.<br />
Sabemos atualmente que anomalias na visão e na audição tornaramse<br />
fatores prepon<strong>de</strong>rantes no aproveitamento da criança em início <strong>de</strong><br />
fase escolar. É nesta fase que a comunicação dos filhos com os pais, em<br />
relação às dificulda<strong>de</strong>s nestas áreas tornam-se praticamente impossíveis,<br />
pelo fato <strong>de</strong> que a criança nesta ida<strong>de</strong>, não tem como conhecer ou alertar<br />
seus pais sobre o surgimento <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> patologia referente a<br />
esses dois importantes sentidos.<br />
Dados do Ministério da Saú<strong>de</strong> comprovam que três em cada grupo<br />
<strong>de</strong> mil nascimentos, são <strong>de</strong> crianças que apresentam alterações auditivas,<br />
e que na maioria das vezes, estas, não são diagnosticadas...<br />
Página 9
2<br />
Editorial<br />
Cá entre nós. Eu não suporto mais ligar a tevê e ver as tomadas <strong>de</strong><br />
carnaval. Confesso que talvez seja inveja das curvas saradas das mulatas,<br />
talvez seja porque estou mais velha e barulho <strong>de</strong>mais me <strong>de</strong>ixa irritada.<br />
Não sei bem. Sei que tudo me parece repetitivo. Afinal o carnaval não foi<br />
outro dia? E não foi exatamente igual ao <strong>de</strong> hoje? Não estão as pessoas<br />
cansadas <strong>de</strong> ver tantos corpos saracoteando? Reparo: será que não há<br />
harmonia na dança? Não há leveza. Só um tal <strong>de</strong> virar o traseiro para tela<br />
(aliás, belos traseiros). Os rostos sorriem, mas não há alma nos sorrisos.<br />
São belos e plásticos. Reparo que não posso dizer que os corpos não<br />
são belos, que as fantasias não são belas, que não há muito cuidado com<br />
os enredos das escolas <strong>de</strong> samba. Fico com remorso ao pensar que aquele<br />
pessoal do morro passa o ano todo esperando para fazer diferença no<br />
carnaval. Para mim, não fazem. Tudo parece igual. Alguma coisa falta.<br />
Alguma coisa está faltando. Lembram-me um livro <strong>de</strong> ficção científica<br />
que li há muitos anos e que falava <strong>de</strong> corpos pneumáticos, objetos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sejo, oferecidos ao prazer, em um mundo on<strong>de</strong> não havia sentimentos<br />
nem relações afetivas. Talvez seja exatamente o que me incomoda: falta<br />
<strong>de</strong> afeto. Sim, porque ao olhar para os rostos na tevê, ao encarar os<br />
sorrisos, percebo que aquelas pessoas não estão afetadas umas pelas<br />
outras. Estão sozinhas, tentando preencher um vazio. Estão voltadas<br />
para elas mesmas a exibir-se para a câmara. O Outro é objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo ou<br />
<strong>de</strong> competição. Parece-me que até Dioniso, o <strong>de</strong>us do vinho, afastou-se<br />
em busca <strong>de</strong> envolvimentos mais profundos. Nem a ele convém discípulos<br />
com tal grau <strong>de</strong> autocentrismo.<br />
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz<br />
marizahrfruiz@jperegrino.com.br<br />
<strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Terapeutas em <strong>Florais</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Bach</strong> - 2.007 - Início em março.<br />
Objetivo do <strong>Curso</strong>: Trabalhar as 39 essências dos florais <strong>de</strong> <strong>Bach</strong>, através<br />
<strong>de</strong> teoria, estudos <strong>de</strong> casos e vivências, <strong>de</strong> forma a facilitar o<br />
autoconhecimento e a prática terapêutica.<br />
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Informação<br />
Informação<br />
Cultura Cultura e e Livre Livre Livre Expressão<br />
Expressão<br />
José Roberto Ruiz<br />
(16) 3621 9225 / 9992 3408<br />
e-mail: falecom@jperegrino.com.br<br />
<strong>Peregrino</strong> das Letras<br />
Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007<br />
<strong>Curso</strong>s – Oficinas - Palestras – Workshops<br />
Fevereiro<br />
1 e 15 - Grupo <strong>de</strong> Apoio ao Parto e Maternida<strong>de</strong> – Gratuito – Ribeirão Preto / SP – Informações:<br />
(16) 3011- 4152.<br />
2 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Ribeirão Preto / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16)<br />
3021 5490 / 9994 7224.<br />
3 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Atibaia / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16) 3021<br />
5490 / 9994 7224.<br />
7 e 13 - <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Essências – Cristais <strong>de</strong> Oz – Ribeirão Preto / SP – Informações: Cristais <strong>de</strong> Oz<br />
(16) 3635 1336 / 3941 6116.<br />
9, 10 e 11 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Mococa / SP - Informações: Ana Lucia Braga<br />
(16) 3021 5490 / 9994 7224.<br />
24 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Reiki Nível I – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782<br />
4150.<br />
25 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Reiki Nível II – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782<br />
4150.<br />
Março<br />
1, 15 e 29 - Grupo <strong>de</strong> Apoio ao Parto e Maternida<strong>de</strong> – Gratuito – Ribeirão Preto / SP – Informações:<br />
(16) 3011- 4152.<br />
3 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Ribeirão Preto / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16)<br />
3021 5490 / 9994 7224.<br />
4 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Atibaia / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16) 3021<br />
5490 / 9994 7224.<br />
9, 10 e 11 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Mococa / SP - Informações: Ana Lucia Braga<br />
(16) 3021 5490 / 9994 7224.<br />
10 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Terapeutas em <strong>Florais</strong> <strong>de</strong> <strong>Bach</strong> – Ribeirão Preto / SP – Informações:<br />
(16) 3621 8407 / 3621 9225.<br />
10, 17, 24 e 31 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Preparação para o Parto e Maternida<strong>de</strong> – Módulo I – Gestação e Parto<br />
– Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3011- 4152.<br />
18 – Workshop “Constelação Sistêmica” – Jaboticabal / SP - Informações: Ana Lucia Braga (16)<br />
3021 5490 / 9994 7224.<br />
24 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Reiki Nível I – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782<br />
4150.<br />
25 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Reiki Nível II – Ribeirão Preto / SP – Informações: Inês Telma (16) 3630 2236 / 9782<br />
4150.<br />
3621 8407 / 9105 0296 J<strong>Peregrino</strong> Comunicação Visual Ltda.<br />
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
<strong>Peregrino</strong> - 1ª edição - Maio / 2000<br />
Direção: José Roberto Ruiz - MTb 36.952 - Redatora: Mariza Helena R. Facci Ruiz<br />
WebDesign: Francisco Guilherme R. Ruiz<br />
Fotolito e Impressão: Fullgraphics Gráfica e Editora - (16) 3965 5500<br />
En<strong>de</strong>reço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto - SP - 14021-520,<br />
Telefone: (0**16) 3621 9225 / 9992 3408<br />
Site: www.jperegrino.com.br / e-mail: falecom@jperegrino.com.br<br />
As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus autores<br />
e, não são expressão oficial do <strong>Peregrino</strong> das Letras, salvo indicação explícita neste sentido.<br />
É expressamente proibida a reprodução parcial ou total <strong>de</strong>sta publicação sem a prévia autorização.
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
3<br />
O tempo passa e infelizmente<br />
<strong>de</strong> maneira muito rápida para todos<br />
os seres vivos, e é por isso que<br />
<strong>de</strong>vemos curtir intensamente cada<br />
dia vivido com nossos animaizinhos;<br />
a vida média <strong>de</strong> um cão é<br />
em torno <strong>de</strong> 10 a 12 anos, muito<br />
embora temos constatado que essa<br />
longevida<strong>de</strong> tem aumentado<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente nos últimos 10<br />
a 15 anos; existem animais que têm<br />
alcançado a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18, 20 e até 21<br />
anos. Acredito que isso se <strong>de</strong>va a<br />
uma preocupação e conscientização<br />
cada vez maior por parte<br />
dos proprietários quanto aos<br />
cuidados com a saú<strong>de</strong>, com a<br />
atenção mais voltada à prevenção<br />
<strong>de</strong> doenças através <strong>de</strong> vacinações<br />
regulares, cuidados com a<br />
alimentação, higiene e estética. È<br />
também incontestável o avanço<br />
tecnológico da indústria veterinária,<br />
dos centros <strong>de</strong> pesquisa, das<br />
universida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> não foram<br />
poupados recursos <strong>de</strong>stinados ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento científico para<br />
Ouriço-cacheiro<br />
A ficha do bicho<br />
Nome popular: ouriço-cacheiro.<br />
Nome científico: Coendou prehensilis.<br />
Quanto me<strong>de</strong>: meio metro.<br />
Habitat: florestas tropicais, mata atlântica.<br />
Quanto pesa: até 9 quilos.<br />
O que come: frutas, folhas, brotos.<br />
On<strong>de</strong> vive: do México ao Brasil, até São Paulo.<br />
Filhotes: um, nasce coberto com pêlos ruivos.<br />
Os anos passam... Como <strong>de</strong>vo proce<strong>de</strong>r com a “velhice” do meu bichinho??<br />
melhorar a cada dia a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
vida dos animais. Além disso, é<br />
também inegável a evolução no<br />
nível dos profissionais clínicos,<br />
com gran<strong>de</strong>s investimentos em<br />
recursos diagnósticos, em diferentes<br />
especialida<strong>de</strong>s clínicas e<br />
cirúrgicas. Somados todos estes<br />
parâmetros, fica mais fácil enten<strong>de</strong>r<br />
e concluir as razões para o aumento<br />
da longevida<strong>de</strong> animal.<br />
Com o passar dos anos, o organismo<br />
vai sofrendo os <strong>de</strong>sgastes<br />
naturais, as células envelhecem,<br />
têm maior dificulda<strong>de</strong> em serem<br />
renovadas, o metabolismo fica mais<br />
lento e é on<strong>de</strong> começam a aparecer<br />
os sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio que<br />
serão os geradores das doenças.<br />
Relacionarei a seguir algumas das<br />
principais enfermida<strong>de</strong>s que<br />
po<strong>de</strong>m acometer os diferentes<br />
sistemas do organismo.<br />
. Sistema músculo-esquelético<br />
e articular<br />
. Artrites e artroses, que são<br />
doenças inflamatórias oriundas do<br />
<strong>de</strong>sgaste das cartilagens das<br />
articulações.<br />
. espondilites e espondiloses<br />
(bico <strong>de</strong> papagaio) que são<br />
formações calcificadas nas<br />
vértebras da coluna vertebral.<br />
. Hérnias <strong>de</strong> discos intervertebrais.<br />
. Displasias articulares (bacia,<br />
cotovelos e ombros).<br />
. Hepatopatias (doenças do<br />
fígado)<br />
. Fibrose hepática.<br />
. Cirrose hepática.<br />
. Neoplasias hepáticas (tumores).<br />
. Doenças dos canais biliares e<br />
da vesícula biliar.<br />
. Cardiomiopatias (doenças do<br />
coração)<br />
. Alterações do ritmo e força <strong>de</strong><br />
contração do coração.<br />
. Insuficiência valvular levando<br />
a sopros cardíacos, que irão levar<br />
a <strong>de</strong>ficiências na circulação <strong>de</strong><br />
retorno, acarretando sinais <strong>de</strong><br />
cansaço durante exercícios, tosse<br />
que po<strong>de</strong> ser confundida com<br />
“engasgos”, respiração ofegante,<br />
além <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> cianose<br />
(coloração arroxeada da língua e<br />
mucosas) diante <strong>de</strong> situações <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> excitação.<br />
. Doenças renais<br />
. Insuficiência renal crônica - é<br />
o resultado da perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> filtração renal, on<strong>de</strong> substâncias<br />
tóxicas (principalmente uréia e<br />
creatinina) que normalmente seriam<br />
eliminadas através da urina,<br />
continuam a ser acumuladas na<br />
corrente sanguínea, levando a um<br />
quadro <strong>de</strong> aumento exagerado na<br />
ingestão <strong>de</strong> água, aumento exagerado<br />
do volume urinário, emagrecimento,<br />
<strong>de</strong>sidratação, anemia,<br />
vômitos e perda <strong>de</strong> apetite.<br />
. Doenças metabólicas<br />
. Diabetes.<br />
. Patologias da glândula tireói<strong>de</strong><br />
(hipo e hipertireoidismo).<br />
. Insuficiência pancreática.<br />
. Doenças ovarianas, testiculares<br />
e da próstata.<br />
Apesar dos espinhos, o ouriço-cacheiro é um bicho manso, que se adapta a morar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. Na selva, vive<br />
sobre as árvores e usa o rabo para se pendurar nos galhos.<br />
É mentira que o ouriço joga os espinhos nas pessoas. Ele só tenta assustar quem o ameaça, arrepiando os<br />
espinhos. Os predadores se machucam é quando tentam mor<strong>de</strong>r o ouriço, porque os espetinhos, finos e penetrantes,<br />
fixam-se no inimigo e são difíceis <strong>de</strong> sair, tanto que é comum encontrar cachorros e mesmo onças com o focinho cheio<br />
<strong>de</strong> espinhos <strong>de</strong> ouriço. Os cientistas não enten<strong>de</strong>m por que a onça e os cães não apren<strong>de</strong>m que o bicho é perigoso e<br />
voltam a se ferir com o ouriço, o que não acontece com relação às cobras, pois instintivamente sabem que é venenosa<br />
e <strong>de</strong>ve ser evitada.<br />
O ouriço às vezes é confundido com o porco-espinho, que vive no chão, mas não existe no Brasil. Ao contrário do<br />
porco-espinho, o ouriço-cacheiro quase nunca <strong>de</strong>sce ao chão, porque seu alimento, frutas e brotinhos, ele encontra na<br />
copa da floresta e, como as frutas são muito hidratadas, esse animal não precisa sequer beber água, retira a que precisa<br />
do próprio alimento.<br />
Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão<br />
Luiz Roberto <strong>de</strong> Souza Queiroz.<br />
. Doenças do útero (endometrioses,<br />
hiperplasia cística do<br />
endométrio, piometra, etc.), que<br />
ocorrem em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sequilíbrios hormonais.<br />
. Doenças oftalmológicas<br />
. Glaucoma.<br />
. Catarata.<br />
. Doenças da retina e da Câmara<br />
anterior.<br />
. Doenças das glândulas<br />
mamáreas em fêmeas<br />
. Neoplasias (tumores) das<br />
glândulas mamárias, que são<br />
formações nodulares que po<strong>de</strong>m<br />
ocorrer em uma ou várias glândulas<br />
e po<strong>de</strong>m ser benignos ou malignos<br />
(cânceres).<br />
Gostaria <strong>de</strong> salientar que estas<br />
enfermida<strong>de</strong>s aqui relacionadas<br />
po<strong>de</strong>m ter ocorrência em qualquer<br />
ida<strong>de</strong>, muito embora passem a ser<br />
mais freqüentes a partir dos 7 a 8<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e é <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então que<br />
os proprietários <strong>de</strong>vem prestar<br />
mais atenção e procurar por uma<br />
boa orientação profissional; a<br />
prevenção é o melhor caminho para<br />
que possamos <strong>de</strong>gustar e curtir no<br />
maior tempo possível, as maiores<br />
alegrias e os melhores momentos<br />
proporcionados pela companhia<br />
<strong>de</strong> quem só tem mensagens e<br />
valores positivos a nos oferecer.<br />
Dr. Mussi A. <strong>de</strong> Lacerda<br />
Médico Veterinário - CRMVSP<br />
3065<br />
Arca <strong>de</strong> Noé Centro Médico<br />
Veterinário<br />
www.arca<strong>de</strong>noehv.com.br
4<br />
LA VIE DES BEBES ANIMAUX<br />
L’Autrachon, l’enfant d’une communauté.<br />
L’autrache vit dans les savanes<br />
d’Afrique; elle est semidomestiquée<br />
en Afrique du Sud oú<br />
elle a fait la fortune <strong>de</strong>s éleveurs...<br />
<strong>de</strong> plumes. Animal sociable,<br />
l’Autruche vít en communautés<br />
parfois fort importantes. Les mâles<br />
se distiguent par leurs belles<br />
plumes noires et blanches, alors<br />
que les fernelles se contentent<br />
d’un simple plumage brun. Au<br />
moment <strong>de</strong> la ponte, mâles et<br />
femelles creusent dans le sable un<br />
vaste nid qui peut atteindre 3 m <strong>de</strong><br />
diamètre, <strong>de</strong> façon à contenir <strong>de</strong> 20 à 30 oeufs. Il arrive que 4 ou 5 autruches<br />
pon<strong>de</strong>nt en effet dans le même nid.<br />
Mâles et fcmelles couvent les oeufs alternativement, pendant an mois<br />
el <strong>de</strong>mi. A leur naissance, les oisillons arrivent à la cheville <strong>de</strong> leurs<br />
parents! Mais dês la sortie <strong>de</strong> l’oeeuf, ils courent chercher leur nourriture<br />
en suivant le troupeau.<br />
En grandissant, ils prennent petít à petit l’apparence d’une autruche.<br />
Les pattes et le cou s’allongent. Le duvet, rai<strong>de</strong> comme <strong>de</strong>s piquants<br />
d’hérisson à la naissance, <strong>de</strong>vient plus doux. A <strong>de</strong>ux rnois les femelles<br />
prennent leur couleur brune définitive. Les mâles, eux, <strong>de</strong>vront attendre<br />
<strong>de</strong>ux ans pour arborer leur belle parure. Mais ce n’est qu’à 4 ans qu’ils<br />
atteignent leur taille adulte.<br />
Cet ouvrage a été réalisé sous la direction <strong>de</strong> Christian Zuber avec la<br />
collaboration du WWF France.<br />
Édité par Prisunic<br />
<strong>Peregrino</strong> das Letras<br />
Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
UTILIZANDO AS PLANTAS MEDICINAIS<br />
É muito difícil não nos encantarmos<br />
com as ervas. Po<strong>de</strong>rmos<br />
fazer do nosso alimento o nosso<br />
remédio, é algo ainda mais fascinante!<br />
É uma <strong>de</strong>lícia termos a nossa<br />
própria “farmácia”, só o “cheirinho”<br />
que fica no ambiente, já é<br />
uma terapia.<br />
Despertou o meu interesse pelo<br />
assunto, o fato <strong>de</strong> que utilizando<br />
até mesmo as ervas <strong>de</strong> tempero,<br />
estava <strong>de</strong>sfrutando das proprieda<strong>de</strong>s<br />
medicinais que todas elas<br />
apresentam. Quem diria que o<br />
manjericão muito conhecido e<br />
utilizado na culinária também tem<br />
suas proprieda<strong>de</strong>s medicinais?!<br />
Po<strong>de</strong> baixar a febre, melhorar a<br />
digestão e é efetivo contra infecções<br />
bacterianas e parasitas intestinais.<br />
As ervas quando cultivadas <strong>de</strong><br />
forma mais rústica e orgânica (sem<br />
utilização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos e adubos<br />
químicos), produzem maior<br />
quantida<strong>de</strong> dos seus princípios<br />
ativos, e para utilizá-las com<br />
eficácia, <strong>de</strong>ve-se ter o cuidado <strong>de</strong><br />
fazer a coleta a<strong>de</strong>quadamente, e<br />
saber qual parte da planta é a<br />
indicada, pois em alguns casos<br />
utilizamos raízes, em outros as<br />
folhas, os frutos.<br />
Recomenda-se fazer a coleta<br />
pela manhã logo que secar o<br />
orvalho das plantas, sendo melhor<br />
quando feita em dias amenos, sem<br />
chuva, em horário <strong>de</strong> sol fraco,<br />
evitando a coleta <strong>de</strong> plantas com<br />
manchas, terra, poeira, etc. As<br />
folhas, brotos e talos, <strong>de</strong>vem ser<br />
coletados no início das floradas. A<br />
raiz <strong>de</strong>ve ser coletada após a<br />
floração.<br />
Nunca use água para lavar<br />
folhas e raízes que serão guardadas,<br />
pois acarretará o início<br />
imediato da extração do princípio<br />
ativo, além disso, a umida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />
proporcionar o aparecimento <strong>de</strong><br />
fungos.<br />
As folhas, brotos e plantas<br />
inteiras <strong>de</strong>vem ser colocadas para<br />
secar à sombra, em local protegido<br />
<strong>de</strong> poeira. Se a quantida<strong>de</strong> for<br />
pequena, po<strong>de</strong>m ser colocadas em<br />
uma assa<strong>de</strong>ira forrada com papel<br />
toalha.<br />
Raízes, caules e cascas po<strong>de</strong>m<br />
ser secos ao sol da manhã.<br />
As formas <strong>de</strong> preparo variam<br />
<strong>de</strong> acordo com a planta e a<br />
finalida<strong>de</strong>.<br />
Formas <strong>de</strong> preparo:<br />
Cataplasma – as ervas são<br />
socadas e aplicadas no local<br />
<strong>de</strong>sejado.<br />
Compressa – Faz-se um chá<br />
bem forte e aplica-se na parte<br />
afetada.<br />
Decocção – Coloca-se em água<br />
fria e ferve-se <strong>de</strong> 15 a 30 minutos<br />
(geralmente utilizam-se raízes,<br />
sementes e cascas).<br />
Infusão – Ferver a água,<br />
<strong>de</strong>sligar o fogo, colocar a erva e<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>scansar por 10 minutos<br />
(geralmente utilizam-se ervas <strong>de</strong><br />
folhas e flores moles e com cheiro).<br />
Maceração – <strong>de</strong>ixa-se a erva <strong>de</strong><br />
molho em álcool ou vinho por 24<br />
horas.<br />
Tisana – Coloca-se a erva na<br />
água já fervendo e <strong>de</strong>ixa-se em<br />
fervura por 10 minutos com a<br />
vasilha tampada. (Geralmente,<br />
ervas <strong>de</strong> folhas e flores moles e sem<br />
cheiro).<br />
Ungüento – Aquece-se o óleo<br />
e coloca-se a erva. Massagear o<br />
local com o óleo.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> que para fazer<br />
uso <strong>de</strong> uma planta como medicamento,<br />
trate-a como tal, ou seja,<br />
mantenha sempre em local ao<br />
abrigo do calor, luz e umida<strong>de</strong>.<br />
Mesmo em se tratando <strong>de</strong> uma<br />
planta, o consumo com a finalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> medicamento <strong>de</strong>ve ser feito<br />
cautelosamente e seguindo as<br />
orientações <strong>de</strong> um médico.<br />
Susana Emm<br />
Engª Agrônoma<br />
crea 5062352950<br />
www.chacararecantodaservas.com.br<br />
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007<br />
A cura pela natureza<br />
Mamão maravilha<br />
Algumas pessoas só comem<br />
mamão quando se hospedam em<br />
hotel e provam aqueles sedutores<br />
cafés da manhã. Mas quem age<br />
assim comete uma gran<strong>de</strong> injustiça,<br />
não contra a fruta, mas contra<br />
seu próprio organismo, que se<br />
priva das maravilhosas proprieda<strong>de</strong>s<br />
do mamão. Nesta página<br />
apresentamos tudo <strong>de</strong> bom que ele<br />
representa na dieta alimentar na<br />
medicina caseira e até nos<br />
tratamentos <strong>de</strong> beleza. Use e abuse<br />
do mamão, porque ele é bonito,<br />
gostoso e só faz bem.<br />
Paladar agradável e alto valor<br />
nutritivo são qualida<strong>de</strong>s mais do<br />
que suficientes para fazer a fama<br />
<strong>de</strong> qualquer fruta. Por isso mesmo,<br />
o prestígio do mamão é mais do que<br />
merecido. Gostoso e saudável, é a<br />
fruta que possui maior quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vitamina A. Fora isso, é rico<br />
também em vitamina C e várias<br />
outras do complexo B. Tem uma<br />
quantida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> fósforo,<br />
ferro e manganês. E, acima <strong>de</strong> tudo,<br />
é o produtor da papaína, o fermento<br />
protéico que entra na composição<br />
<strong>de</strong> vários medicamentos para o<br />
aparelho digestivo. Por tudo isso,<br />
o mamão <strong>de</strong>ve estar presente na<br />
alimentação dos adultos, crianças<br />
e, principalmente, nas dietas <strong>de</strong><br />
pessoas que sofrem <strong>de</strong> problemas<br />
gástricos, disfunções do fígado e<br />
rins, alterações da tirói<strong>de</strong>, erupções<br />
cutâneas e alergias. Uma boa fatia<br />
<strong>de</strong> mamão, comida em jejum,<br />
diariamente, garante o bom<br />
funcionamento dos rins, fígado e<br />
intestino, <strong>de</strong>ixa a pele sadia e os<br />
olhos brilhantes. Sendo uma<br />
sobremesa gostosa e muito<br />
apreciada, <strong>de</strong>ve vir <strong>de</strong>pois dos<br />
pratos <strong>de</strong> difícil digestão, como<br />
feijoada, carne <strong>de</strong> porco, rabada<br />
etc. Até os efeitos <strong>de</strong> uma ressaca<br />
<strong>de</strong>saparecem se, durante a manhã<br />
seguinte, a pessoa se alimentar <strong>de</strong><br />
vários pedaços <strong>de</strong> mamão e<br />
bastante água. Por fim, a beleza:<br />
antes <strong>de</strong> jogar fora as cascas,<br />
passe-as suavemente (o lado da<br />
polpa) no rosto. Este hábito<br />
mantém a pele macia. E a folha do<br />
mamoeiro amassada <strong>de</strong>ve servir <strong>de</strong><br />
base para massagens nas mãos e<br />
pés. Feita com freqüência, essa<br />
massagem <strong>de</strong>ixa pés e mãos macios<br />
e livres <strong>de</strong> calosida<strong>de</strong>s.<br />
Fonte: Flora – Essencial – Um<br />
guia prático para a saú<strong>de</strong> e<br />
beleza.
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
5<br />
OS DOMINGOS PRECISAM DE FERIADOS<br />
Toda sexta-feira à noite<br />
começa o Shabat para a tradição<br />
judaica. Shabat é o conceito<br />
que propõe <strong>de</strong>scanso ao final do<br />
ciclo semanal <strong>de</strong> produção,<br />
inspirado no <strong>de</strong>scanso divino, no<br />
sétimo dia da Criação. Muito<br />
além <strong>de</strong> uma proposta trabalhista,<br />
enten<strong>de</strong>mos a pausa como<br />
fundamental para a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tudo o que é vivo. A noite é<br />
pausa, o inverno é pausa, mesmo<br />
a morte é pausa. On<strong>de</strong> não há<br />
pausa, a vida lentamente se<br />
extingue.<br />
Para um mundo no qual<br />
funcionar 24 horas por dia<br />
parece não ser suficiente, on<strong>de</strong><br />
o meio ambiente e a terra<br />
imploram por uma folga, on<strong>de</strong><br />
nós mesmos não suportamos<br />
mais a falta <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong>scansar<br />
se torna uma necessida<strong>de</strong><br />
do planeta. Hoje, o tempo <strong>de</strong><br />
‘pausa’ é preenchido por<br />
diversão e alienação. Lazer não<br />
é feito <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, mas <strong>de</strong><br />
ocupações ‘para não nos ocuparmos’.<br />
A própria palavra entretenimento<br />
indica o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
não parar. E a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
parar é uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão.<br />
O mundo está <strong>de</strong>primido e a<br />
indústria do entretenimento<br />
cresce nessas condições.<br />
Nossas cida<strong>de</strong>s se parecem<br />
cada vez mais com a Disneylândia.<br />
Longas filas para aproveitar<br />
experiências pouco interativas.<br />
Fim <strong>de</strong> dia com gosto <strong>de</strong><br />
vazio. Um divertido que não é<br />
nem bom nem ruim.<br />
Dia pronto para ser esquecido,<br />
não fossem as fotos e<br />
a memória <strong>de</strong> uma expectativa<br />
frustrada que ninguém revela<br />
para não dar o gostinho ao<br />
próximo...<br />
Entramos no milênio num<br />
mundo que é um gran<strong>de</strong><br />
shopping.<br />
<strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong><br />
Terapeutas em <strong>Florais</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Bach</strong> - 2.007 - Início<br />
em março.<br />
Objetivo do <strong>Curso</strong>: Trabalhar as<br />
39 essências dos florais <strong>de</strong> <strong>Bach</strong>,<br />
através <strong>de</strong> teoria, estudos <strong>de</strong> casos e<br />
vivências, <strong>de</strong> forma a facilitar o<br />
autoconhecimento e a prática terapêutica.<br />
3621 8407<br />
9105 0296<br />
A internet e a televisão não<br />
dormem. Não há mais insônia<br />
solitária; solitário é quem dorme.<br />
As bolsas do Oci<strong>de</strong>nte e do<br />
Oriente se revezam fazendo do<br />
ganhar e per<strong>de</strong>r, das informações<br />
e dos rumores, ativida<strong>de</strong><br />
incessante. A CNN inventou um<br />
tempo linear que só po<strong>de</strong> parar<br />
no fim.<br />
Mas as paradas estão por<br />
toda a caminhada e por todo o<br />
processo. Sem acostamento, a<br />
vida parece fluir mais rápida e<br />
eficiente, mas ao custo fóbico<br />
<strong>de</strong> uma paisagem que passa. O<br />
futuro é tão rápido que se<br />
confun<strong>de</strong> com o presente. As<br />
montanhas estão com olheiras,<br />
os rios precisam <strong>de</strong> um bom<br />
banho, as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />
cochilada, o mar <strong>de</strong> umas férias,<br />
o domingo <strong>de</strong> um feriado...<br />
Nossos namorados querem<br />
‘ficar’, trocando o ‘ser’ pelo<br />
‘estar’.<br />
Saímos da escravidão do<br />
século XIX para o leasing do<br />
século XXI - um dia seremos<br />
nossos? Quem tem tempo não<br />
é sério, quem não tem tempo é<br />
importante.<br />
Nunca fizemos tanto e<br />
realizamos tão pouco. Nunca<br />
tantos fizeram tanto por tão<br />
poucos... Parar não é interromper.<br />
Muitas vezes continuar<br />
é que é uma interrupção. O dia<br />
<strong>de</strong> não trabalhar não é o dia <strong>de</strong><br />
Sauda<strong>de</strong><br />
Crivo <strong>de</strong> cravos<br />
A casca da canela<br />
Sinto cheiro <strong>de</strong> arroz doce<br />
De pudim <strong>de</strong> pão<br />
De infância<br />
E vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> raspar<br />
O fundo da panela<br />
Edgar Só<br />
se distrair - literalmente, ficar<br />
<strong>de</strong>satento. É um dia <strong>de</strong> atenção,<br />
<strong>de</strong> ser atencioso consigo e com<br />
sua vida.<br />
A pergunta que as pessoas<br />
se fazem no <strong>de</strong>scanso é ‘o que<br />
vamos fazer hoje?’ - já marcada<br />
pela ansieda<strong>de</strong>. E sonhamos<br />
com uma longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 120<br />
anos, quando não sabemos o<br />
que fazer numa tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> domingo.<br />
Quem ganha tempo, por<br />
<strong>de</strong>finição, per<strong>de</strong>. Quem mata<br />
tempo, fere-se mortalmente. É<br />
este o gran<strong>de</strong> ‘radical livre’ que<br />
envelhece nossa alegria - o<br />
sonho <strong>de</strong> fazer do tempo uma<br />
mercadoria.<br />
Em tempos <strong>de</strong> novo milênio,<br />
vamos resgatar coisas que são<br />
milenares. A pausa é que traz a<br />
surpresa e não o que vem<br />
<strong>de</strong>pois. A pausa é que dá sentido<br />
à caminhada.<br />
A prática espiritual <strong>de</strong>ste<br />
milênio será viver as pausas.<br />
Não haverá maior sábio do que<br />
aquele que souber quando algo<br />
terminou e quando algo vai<br />
começar.<br />
Afinal, por que o Criador<br />
<strong>de</strong>scansou? Talvez porque, mais<br />
difícil do que iniciar um<br />
processo do nada, seja dá-lo<br />
como concluído.<br />
Rabino Nilton Bon<strong>de</strong>r<br />
Lambendo até<br />
o caroço<br />
Fruta madura em pomar alheio:<br />
Pele aveludada, polpa macia,<br />
Sumo escorrendo; doce <strong>de</strong> doer.<br />
Só lamber não sacia.<br />
O jeito é cravar os <strong>de</strong>ntes,<br />
Provar o doce sabor<br />
E dividir,<br />
Oferecer.<br />
É fruta prá mais <strong>de</strong> um<br />
Sem pertencer a nenhum.<br />
Conheça as plantas<br />
Boca-<strong>de</strong>-leão (Antirrhinum majus)<br />
Quando apertadas levemente com<br />
a ponta dos <strong>de</strong>dos, suas flores formam<br />
<strong>de</strong>licadas bocas <strong>de</strong> leões, dragões ou<br />
coelhinhos. Rosa, vermelha, laranja,<br />
amarela e branca, há duas varieda<strong>de</strong>s:<br />
anãs, para vasos e jardineiras; altas,<br />
para canteiros.<br />
Luz: pleno sol ou local bem<br />
iluminado.<br />
Temperatura: 10 a 29ºC, tolerando<br />
até 0ºC.<br />
Água: espere o solo secar, antes <strong>de</strong> regar <strong>de</strong> novo.<br />
Adubação: a cada 3 ou 4 semanas.<br />
Propagação: sementes (germinam entre 1 e 2 semanas).<br />
Cuidados especiais: corte a planta <strong>de</strong>pois da floração, <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> 15 a 20 cm a fim <strong>de</strong> estimular a brotação.<br />
Problemas comuns: se a planta estiver à meia sombra e<br />
florescer pouco, mu<strong>de</strong> para lugar mais iluminado.<br />
O segredo das ervas<br />
Arnica (Arnica montana)<br />
É a matéria prima da popular “receita da<br />
vovó” para ferimentos e contusões. Suas flores<br />
e raízes, preparadas como compressas, tintura,<br />
ungüento, ajudam a <strong>de</strong>scongestionar locais<br />
afetados por batidas e inflamações, diminuindo<br />
as marcas roxas dos hematomas. Ingeri-la,<br />
porém, é perigoso. Venenosa, a erva po<strong>de</strong> até<br />
matar. Por isso, antes <strong>de</strong> utilizá-la, converse com<br />
seu médico.<br />
Parte utilizada: folha.<br />
Ajuda a tratar <strong>de</strong>: aplicações locais em<br />
hematomas, contusões, ferimentos, cortes,<br />
inflamações.<br />
Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saú<strong>de</strong> e beleza.
6<br />
Será que Papai Noel existe? Sim,<br />
perfeitamente! Papai Noel existe,<br />
ele é real, embora as pessoas achem<br />
que tudo não passa <strong>de</strong> imaginação<br />
criada pelas mentes adultas<br />
e inculcada nas mentes infantis.<br />
Crianças somos todos nós que<br />
acreditamos ser REAL o mundo em<br />
que vivemos. Se perguntarmos se<br />
a Terra com tudo que existe nela é<br />
real, naturalmente dirão que sim,<br />
mas a realida<strong>de</strong> é outra. O mundo<br />
em que vivemos não passa <strong>de</strong> uma<br />
ilusão criada pelo mental <strong>de</strong>sta<br />
humanida<strong>de</strong>. Senão vejamos:<br />
Somos emanações divinas<br />
presentes eternamente no infinito<br />
agora. Tudo que observamos são<br />
nossas criações mentais. Tempo e<br />
espaço são conceitos ilusórios que<br />
criamos, formando uma prisão, que<br />
po<strong>de</strong>mos chamar <strong>de</strong> ‘Matriz’. A<br />
única verda<strong>de</strong> é o Amor Infinito –<br />
todo o resto é ilusão.<br />
Para exemplificar, dizemos que<br />
vivemos num Holograma. Holograma<br />
é uma projeção <strong>de</strong> energia<br />
ou ‘luz’ que parece, ao observador,<br />
ser uma forma <strong>de</strong> três dimensões,<br />
mas na realida<strong>de</strong> é uma série <strong>de</strong><br />
códigos e padrões <strong>de</strong> onda que<br />
apenas geram a ilusão tridimensional<br />
quando um laser emite sua<br />
luz sobre o holograma. Toda a<br />
realida<strong>de</strong> dos cinco sentidos é uma<br />
ilusão holográfica que apenas<br />
existe <strong>de</strong> forma ‘sólida’ porque o<br />
cérebro/mente humana faz com<br />
que ela aparente <strong>de</strong>sta forma.<br />
O mundo tridimensional <strong>de</strong><br />
paisagens, mares, edifícios e corpos<br />
humanos, apenas existe nessa<br />
forma quando nós olhamos para<br />
ele. Se não, não passa <strong>de</strong> massa <strong>de</strong><br />
campos vibratórios e códigos.<br />
Todos nós estamos ligados a<br />
um único Ser, única Fonte <strong>de</strong> Luz.<br />
Somos centelhas divinas e como<br />
tal fazemos parte do TODO. Esse<br />
TODO, que chamamos Deus,<br />
Brahma, Vishnu, é a Fonte<br />
Primordial <strong>de</strong> tudo que existe.<br />
Isto posto, precisamos compreen<strong>de</strong>r<br />
primeiro por que tudo não<br />
passa <strong>de</strong> uma ilusão. Façamos uma<br />
experiência: vamo-nos imaginar<br />
sem cada um <strong>de</strong> nossos sentidos.<br />
Fechemos os olhos e não veremos<br />
mais o que chamávamos <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>.<br />
Mas ainda po<strong>de</strong>remos ouvir<br />
barulhos. Batamos na mesa e a<br />
constataremos pelo ruído. Mas<br />
imaginemo-nos surdos, e ainda<br />
assim po<strong>de</strong>remos lambê-la, ou<br />
sentir o aroma da sala. Imaginemonos<br />
agora também sem aqueles<br />
dois sentidos, e finalmente imaginemos<br />
que não tenhamos terminação<br />
nervosa alguma na pele, a<br />
ponto <strong>de</strong> não enten<strong>de</strong>r a não<br />
interpenetrabilida<strong>de</strong> da matéria<br />
física. Mesmo assim, nos imaginando<br />
completamente sem sentidos,<br />
<strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> existir? A resposta é<br />
NÃO. Ainda pensamos, imaginamos,<br />
raciocinamos... Apenas<br />
foram <strong>de</strong>sligados cinco meros e<br />
limitados sentidos com os quais a<br />
genética humana nos dotou. São<br />
só SENSORES, conectados ao<br />
cérebro por ligações nervosas, ou<br />
seja, impulsos elétricos e químicos<br />
– mas tudo o que chamamos <strong>de</strong><br />
realida<strong>de</strong> (física) se baseia neles.<br />
Estrangule sua coluna, <strong>de</strong>sligue<br />
imaginariamente as ligações dos<br />
plexos nervosos do sistema<br />
nervoso, e você continua existindo<br />
– mas tudo o que as pessoas<br />
chamam <strong>de</strong> real, não. Resumindo:<br />
tudo que pensamos que existe são<br />
só respostas e imagens cerebrais<br />
para ativações elétricas <strong>de</strong> nossos<br />
sensores; que estão acontecendo<br />
on<strong>de</strong>? Fora ou <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nossa<br />
mente? Está tudo lá <strong>de</strong>ntro. Mas<br />
se <strong>de</strong>sligarmos os sensores com os<br />
quais por acaso nossa “matriz” foi<br />
equipada, continuamos com<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar imagens<br />
CURSOS, OFICINAS, PALESTRAS, WORKSHOPS<br />
Veja nossa agenda na Página 2 - www.jperegrino.com.br.<br />
<strong>Peregrino</strong> das Letras<br />
Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
Papai Noel existe? Ou o Real é o Ilusório<br />
mentais! Mesmo sem os olhos!<br />
Claro, afinal, “imagem” é algo que<br />
só existe na mente, seja ela<br />
produzida por respostas sensoriais<br />
à con<strong>de</strong>nsação ilusória <strong>de</strong><br />
ENERGIA a qual chamamos <strong>de</strong><br />
matéria, seja ela criada, creada e<br />
manipulada por sua própria consciência<br />
e espírito.<br />
Desligando todos os sentidos,<br />
sua mente e espírito ainda existem.<br />
Logo, o que está nela é real, você<br />
po<strong>de</strong> garantir, mas nada lhe garante<br />
que o que seus sentidos informam<br />
seja exatamente como você imagina.<br />
Uma mosca tem olhos multifacetados,<br />
e enxerga inúmeras<br />
tomadas simultâneas, quase em<br />
180 graus, e sem cores. O morcego<br />
se guia por sonares, guinchos e<br />
ecos; portanto, o conceito <strong>de</strong>les da<br />
mesma realida<strong>de</strong> tem que ser<br />
diferente da nossa.<br />
Se nossos sensores fossem<br />
assim como os da mosca, do morcego<br />
e <strong>de</strong> outros animais do mesmo<br />
planeta, a nossa impressão sobre<br />
a realida<strong>de</strong> que chamamos <strong>de</strong> ilusão<br />
seria simplesmente OUTRA. Mas<br />
nós continuaríamos a ser reais,<br />
conscientes, eternos.<br />
Você não tem certeza alguma do<br />
que chamam <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> cientifica,<br />
mas não precisa ser espiritualista<br />
nem cientista para enten<strong>de</strong>r isso.<br />
A própria ciência diz que são<br />
impulsos elétricos na mente,<br />
captados pelos sentidos, e nada<br />
mais. Logo, isto po<strong>de</strong> ser classificado<br />
como REAL? Claro que<br />
não!<br />
A única coisa da qual po<strong>de</strong>mos<br />
ter certeza MESMO é <strong>de</strong> nossa<br />
consciência, que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos<br />
sentidos.<br />
E no caso daqueles que já<br />
tiveram experiências projetivas<br />
sabem que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> até mesmo<br />
<strong>de</strong> seu corpo físico inteiro, e até da<br />
mente, cérebro, que nada mais é<br />
que um “equipamento” localizado<br />
também no físico. Logo, po<strong>de</strong>mos<br />
concluir que realmente só o<br />
3621 9225<br />
PENSAMENTO é REAL – a única<br />
realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que se tem certeza.<br />
Ora, como dissemos linhas<br />
atrás, toda realida<strong>de</strong> física é criada<br />
a nível mental, todas as criações<br />
são mentais, todo o universo é uma<br />
criação mental, que se materializa<br />
quando se plasma, e o que dá a<br />
forma física é o ectoplasma.<br />
E para concluir esta explanação<br />
a respeito do mundo ilusório em<br />
que vivemos, examinemos o<br />
conceito <strong>de</strong> tempo estabelecido na<br />
superfície <strong>de</strong> nosso planeta Terra,<br />
segundo o qual todos nós po<strong>de</strong>mos<br />
praticar um ato posterior<br />
ANTES <strong>de</strong> um ato anterior, basta<br />
cruzar o ‘meridiano do tempo’, que<br />
cruza o Oceano Pacífico [oposto<br />
ao meridiano <strong>de</strong> Greenwich, que<br />
passa pela Inglaterra], <strong>de</strong> oeste<br />
para leste [atos com diferença <strong>de</strong><br />
quase 12 horas!!].<br />
Que absurdo! Nosso conceito<br />
<strong>de</strong> Tempo é uma tremenda ilusão.<br />
Passado, presente e futuro – mera<br />
ilusão!<br />
Mas aon<strong>de</strong> queremos chegar<br />
com todos esses conceitos sobre<br />
o que e real e o que é ilusório, se a<br />
nossa proposta inicial foi falar <strong>de</strong><br />
Papai-Noel? Bom, tudo está<br />
interligado, o que está embaixo<br />
está em cima, conforme ensinou<br />
Hermes Trimegisto, e como tudo<br />
está interligado um assunto puxa<br />
outro e o outro está no mesmo<br />
nível da nossa prosa, e assim<br />
chegamos à conclusão <strong>de</strong> que<br />
como vivemos num mundo ilusório,<br />
que acreditamos seja real, por<br />
que não acreditar em Papai-Noel se<br />
ele também é uma criação mental<br />
da humanida<strong>de</strong>?!<br />
Então, para ilustrar este artigo,<br />
vamos nos valer <strong>de</strong> fato ocorrido<br />
com conhecida irmã nossa. Conta<br />
que certa vez, tinha ela sete anos,<br />
era véspera <strong>de</strong> Natal, e a família<br />
achava-se reunida aguardando a<br />
meia noite, quando foi até o quintal.<br />
Lá, olhou para o céu, e viu um<br />
rastro <strong>de</strong> luz e na frente <strong>de</strong>sse<br />
rastro <strong>de</strong> luz algo como se fosse<br />
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007<br />
uma nuvem com formato <strong>de</strong> rena e<br />
Papai-Noel. Ela afirma que nunca<br />
acreditou em Papai-Noel, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
tenra ida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>sse modo, ficou<br />
imóvel por alguns instantes, não<br />
contou pra ninguém, até porque<br />
ninguém iria acreditar e tratou <strong>de</strong> ir<br />
para o seu quarto.<br />
Ao <strong>de</strong>itar-se, começou sentir<br />
zumbidos metálicos no ouvido.<br />
Começou a chamar por Jesus e foi<br />
se acalmando. Ficou naquele estado<br />
entre acordada e dormindo até<br />
que apareceu no seu quarto um<br />
senhor <strong>de</strong> barba grisalha, sorrindo<br />
para ela, e telepaticamente disselhe<br />
mais ou menos assim:<br />
“Minha criança, você agora<br />
está ocupando este corpo na<br />
terceira dimensão, mas tudo é pura<br />
ilusão. É como um gran<strong>de</strong> cinema<br />
com imagens holográficas. Então,<br />
por que não acreditar em Papai-<br />
Noel, se isto lhe trouxer felicida<strong>de</strong>?<br />
Vocês po<strong>de</strong>m optar no quê<br />
acreditar. As ilusões saudáveis são<br />
necessárias neste mundo. Cada<br />
adulto na Terra traz <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si a<br />
criança que já foi um dia.<br />
E concluindo, após longa<br />
explanação sobre a história da<br />
Terra. Naquele momento, ele a<br />
olhou com muita suavida<strong>de</strong> e<br />
disse: “Agora durma, minha<br />
criança, sonhe com a realida<strong>de</strong> e<br />
ao acordar, viva seus sonhos.<br />
E concluímos nós, parafraseando<br />
as palavras do próprio<br />
“Papai-Noel”: “Se po<strong>de</strong>mos<br />
escolher no quê acreditar, e se<br />
todos nós vivemos num mundo<br />
on<strong>de</strong> tudo é pura ilusão, por que<br />
não acreditar em Papai-Noel se isto<br />
nos trouxer felicida<strong>de</strong>?! Afinal, “as<br />
ilusões saudáveis são necessárias<br />
neste mundo e cada adulto na Terra<br />
traz <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si a criança que já foi<br />
um dia.”<br />
Adaptação do texto publicado<br />
pelo Grupo <strong>de</strong> Estudos Ramatis -<br />
GER<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, Dezembro/2006 -<br />
ANO IX - N.º 118
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
7<br />
Medos e Mitos no Parto Normal<br />
Muito provavelmente não<br />
existe assunto mais envolto em<br />
medos, tabus e mitos do que o<br />
tema “parto”. Quem está ou já<br />
esteve grávida um dia sabe bem o<br />
que é ouvir da manicura, da vizinha<br />
ou <strong>de</strong> conhecidos próximos,<br />
histórias tenebrosas sobre bebês<br />
que morrem na barriga, dos bebês<br />
que ficam com paralisia cerebral<br />
por causa do parto, do líquido que<br />
seca, do cordão em volta do<br />
pescoço que sufoca o bebê e por<br />
aí vai.<br />
A mensagem por <strong>de</strong>trás das<br />
linhas é o <strong>de</strong> que as mulheres <strong>de</strong><br />
hoje são mesmo incapazes <strong>de</strong> parir<br />
seus filhos em segurança e que<br />
passar pelo parto normal é algo<br />
extremamente perigoso e antiquado.<br />
De fato, se fosse mesmo assim,<br />
nossos antepassados seriam todos<br />
paraplégicos, teriam cabeças tortas<br />
ou a espécie humana teria simplesmente<br />
se extinguido.<br />
Pensando em proteger nossos<br />
ouvidos e nosso coração <strong>de</strong><br />
tamanho “ataque” e fortalecer<br />
escolhas conscientes, vamos<br />
<strong>de</strong>svendar aqui alguns mitos que<br />
cercam o parto normal, tendo como<br />
norte as evidências científicas e<br />
algum conhecimento sobre<br />
fisiologia do parto.<br />
Falta <strong>de</strong> dilatação – “Meu útero<br />
não dilatou e teve que ser<br />
cesárea.”<br />
Tecnicamente falta <strong>de</strong> dilatação<br />
não existe. Existem tempos diferentes<br />
para cada mulher dilatar. É<br />
muito comum ver mulheres chegando<br />
cedo <strong>de</strong>mais no hospital, ainda<br />
em pródromos ou em um falso<br />
trabalho <strong>de</strong> parto. Po<strong>de</strong> acontecer<br />
sim uma evolução difícil da<br />
dilatação, ou uma dilatação que<br />
estaciona em alguns cm e não vai<br />
para frente. Provavelmente alguma<br />
“interferência” do ponto <strong>de</strong> vista<br />
emocional ou até mesmo do<br />
ambiente externo (excesso <strong>de</strong> luzes<br />
e pessoas observando, ar condicionado<br />
forte, clima tenso) po<strong>de</strong><br />
estar interferindo negativamente e<br />
caberia à assistência eliminar tais<br />
estímulos e ajudar a mulher a<br />
enfrentar seus medos e ir em frente.<br />
Cordão umbilical enrolado –<br />
“O cordão estava em volta do<br />
pescoço do bebê, se fosse parto<br />
normal ele iria se enforcar e<br />
morreria.”<br />
Pra começo <strong>de</strong> conversa mais<br />
<strong>de</strong> 30% dos bebes nascem com<br />
circular <strong>de</strong> cordão e nascem <strong>de</strong><br />
parto normal muito bem, obrigado.<br />
O cordão umbilical é bem comprido<br />
e é preenchido <strong>de</strong> uma gelatina<br />
elástica e todo torcido, preparado<br />
justamente para não interromper o<br />
fluxo <strong>de</strong> sangue se for dobrado ou<br />
enrolado. O bebê recebe oxigênio<br />
através do sangue que passa pelo<br />
cordão umbilical e não respira<br />
pelos pulmões justificando que iria<br />
sufocar, enforcado no cordão.<br />
Po<strong>de</strong> acontecer alguns casos raros<br />
(bem raros mesmo) <strong>de</strong> haver um<br />
cordão umbilical curto <strong>de</strong>mais, o<br />
que impediria a saída do bebê do<br />
útero se estivesse com circular. Isto<br />
seria <strong>de</strong>tectado durante o trabalho<br />
<strong>de</strong> parto (pela escuta dos batimentos<br />
cardíacos do feto) e aí sim<br />
uma cesárea seria necessária e bem<br />
vinda.<br />
No próximo mês, mais medos e<br />
mitos sobre os nossos partos.<br />
Eleonora <strong>de</strong> Moraes<br />
Psicóloga, doula (acompanhante<br />
<strong>de</strong> parto) e educadora perinatal<br />
Coor<strong>de</strong>nadora do Despertar do<br />
Parto<br />
Tel.: 3911 4152 / 9705 8922<br />
www.<strong>de</strong>spertardoparto.com.br<br />
CURSOS, OFICINAS, PALESTRAS, WORKSHOPS<br />
Veja nossa agenda na Página 2, ou, em nosso site visite a<br />
página <strong>Curso</strong>s - www.jperegrino.com.br.<br />
As Constelações Sistêmicas<br />
familiares e <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong><br />
sistemas, vêm, dia-a-dia, ocupando<br />
um espaço terapêutico em nosso<br />
tempo. Sistematizadas pelo terapeuta<br />
alemão Bert Hellinger, tornamse<br />
conhecidas especialmente pelas<br />
intervenções grupais.<br />
A orientação é sistêmica e fenomenológica,<br />
e a técnica busca soluções<br />
para os problemas trazidos<br />
pelos clientes, - problemas pessoais,<br />
familiares, <strong>de</strong> relacionamento<br />
do casal, assim como problemas<br />
organizacionais ou empresariais. O<br />
olhar sistêmico-fenomenológico<br />
po<strong>de</strong> ser utilizado pelo terapeuta<br />
tanto em atendimentos grupais<br />
como com clientes individuais no<br />
consultório.<br />
Este trabalho ocupa-se <strong>de</strong><br />
questões relacionadas a emaranhamentos<br />
sistêmicos. Ao pensar<br />
no tipo <strong>de</strong> questões que são<br />
trazidas pelos clientes, é possível<br />
abranger duas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> problemas:<br />
os psicológicos e os sistêmicos.<br />
Os psicológicos implicam<br />
as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma pessoa na<br />
vida, <strong>de</strong> um modo geral, e quando<br />
tratados em terapias convencionais,<br />
ganham melhoras. Os<br />
sistêmicos são “resistentes” às<br />
terapias, ou seja, mesmo com um<br />
tratamento psicológico <strong>de</strong> longo<br />
tempo, permanecem sem gran<strong>de</strong>s<br />
melhoras.<br />
Os problemas psicológicos<br />
envolvem traumas na vida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a infância até a ida<strong>de</strong> atual. Por<br />
exemplo, traumas por um aci<strong>de</strong>nte,<br />
ina<strong>de</strong>quações no modo <strong>de</strong> agir, <strong>de</strong><br />
pensar e <strong>de</strong> sentir que causam<br />
sofrimentos individuais, que<br />
po<strong>de</strong>m estar ligados ao mundo<br />
interno do sujeito, perpassados<br />
pela experiência / influencia do<br />
mundo externo, que envolve<br />
também a família, não a tendo,<br />
entretanto, como única fonte <strong>de</strong><br />
influência. Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
comunicação entre o casal, muitas<br />
causadas por interpretações<br />
equivocadas da realida<strong>de</strong>, o que<br />
po<strong>de</strong> ter sua origem no sistema<br />
familiar, ou seja, no modo como a<br />
família <strong>de</strong> origem vê, nos valores e<br />
na moral ligados ao sistema <strong>de</strong><br />
origem. Aí também temos a lealda<strong>de</strong><br />
e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> sistêmicas, muitas<br />
vezes vivenciadas pelas pessoas<br />
<strong>de</strong> modo inconsciente, que trazem<br />
complicações em suas relações.<br />
São problemas que <strong>de</strong>vem ser<br />
tratados em terapias conven-<br />
Constelação Sistêmica<br />
cionais, <strong>de</strong> acordo com o que é mais<br />
efetivo, com o que é melhor para<br />
cada pessoa. Não há a melhor<br />
abordagem terapêutica. Um<br />
enfoque cognitivo para alguns<br />
clientes é mais assertivo e curador<br />
que o psicanalítico. A psicanálise<br />
freudiana, para alguns clientes, é a<br />
abordagem que traz realmente a<br />
melhora. A terapia corporal neo<br />
reichiana, para outros, po<strong>de</strong> ser a<br />
melhor. E assim por diante. Há<br />
muitas psicologias, diversas<br />
abordagens terapêuticas com<br />
técnicas suficientemente diferentes<br />
e a<strong>de</strong>quadas para os diferentes<br />
tipos humanos. As questões sistêmicas,<br />
no entanto, resistem a elas.<br />
Essas últimas, sob o olhar<br />
sistêmico, envolvem aspectos<br />
factuais da vida do sistema, em<br />
geral fatos dramáticos, que<br />
causaram <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns, <strong>de</strong>sequilíbrios<br />
e que “pe<strong>de</strong>m” reparação.<br />
Elas estão, portanto, ligadas à<br />
consciência maior, que é a<br />
consciência coletiva, diferente da<br />
“pequena consciência”, como diz<br />
Hellinger, que é a consciência<br />
pessoal. Esta <strong>de</strong>termina os emaranhamentos<br />
e os tipos <strong>de</strong> sofrimentos<br />
individuais.<br />
A consciência maior é regida<br />
por três gran<strong>de</strong>s forças: a da<br />
Pertinência, a da Hierarquia e a do<br />
Equilíbrio. Quando essas forças<br />
não são respeitadas, cria-se o emaranhamento.<br />
E as gerações futuras<br />
pagam por essa nova dinâmica com<br />
sensações <strong>de</strong> sofrimento, infelicida<strong>de</strong>,<br />
doenças, suicídios, etc. O<br />
sistema (ou parte <strong>de</strong>le) passa a<br />
viver as conseqüências disso. As<br />
gerações futuras vivem ou passam<br />
a reproduzir o fato ou evento que<br />
criou o <strong>de</strong>sequilíbrio.<br />
Para a Lei da Pertinência todos<br />
têm o direito <strong>de</strong> pertencer. Quando<br />
há exclusões, há <strong>de</strong>sequilíbrio.<br />
Neste tipo <strong>de</strong> emaranhamento<br />
encontramos dinâmicas como as<br />
seguintes: “Eu sigo você no seu<br />
<strong>de</strong>stino”, que mostra a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e<br />
a lealda<strong>de</strong> à pessoa excluída. Fatos<br />
como morte ou esquecimento<br />
precoce, pais que morreram cedo,<br />
suicídios na família, geram esse<br />
tipo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação com a morte,<br />
trazendo profundos sofrimentos ao<br />
indivíduo.<br />
A Força do Equilíbrio implica o<br />
equilíbrio <strong>de</strong> trocas nas relações.<br />
Quando há situações <strong>de</strong> injustiças<br />
no sistema, <strong>de</strong>srespeito pelos pais,<br />
situações <strong>de</strong> adoção, entre outros<br />
fatos, há <strong>de</strong>sequilíbrio. Uma<br />
dinâmica comum relacionada a esta<br />
Força é: “Eu sofro em seu lugar”.<br />
A Força da Hierarquia implica a<br />
prevalência, a precedência e a<br />
procedência. Por exemplo, que<br />
casamento vem primeiro, em um<br />
sistema familiar misto, on<strong>de</strong> um<br />
dos parceiros está casado pela terceira<br />
vez. Se isso não é respeitado,<br />
há a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, portanto, possivelmente<br />
também um emaranhamento.<br />
Nas Constelações Sistêmicas<br />
busca-se encontrar a força que<br />
permeia a dinâmica presente e<br />
restabelecer os fluxos <strong>de</strong> energia<br />
<strong>de</strong>ntro do sistema. A reconciliação,<br />
o restabelecimento do fluxo<br />
amoroso no sistema, o respeito à<br />
consciência coletiva e ao mesmo<br />
tempo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />
afastamento são os objetivos <strong>de</strong>ste<br />
trabalho.<br />
Ana Lucia Braga<br />
Terapeuta <strong>de</strong> Constelações<br />
Sistêmicas, Terapeuta Corporal<br />
Neo Reichiana, Psicopedagoga<br />
Tel.: (16) 3021.5490 /<br />
9994.7224
8<br />
Acabo <strong>de</strong> receber a revista <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>zembro da U.B.E. (União<br />
Brasileira <strong>de</strong> Escritores), com uma<br />
capa muito especial: o retrato <strong>de</strong><br />
Graciliano Ramos, feito em 1937,<br />
por Portinari, <strong>de</strong> quem era amigo.<br />
Perfeito. Lindo. E me <strong>de</strong>u vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escrever sobre Mestre Graça,<br />
como o chamavam os próprios<br />
escritores amigos <strong>de</strong> sua época.<br />
Simples, <strong>de</strong> origem humil<strong>de</strong>,<br />
“instrução quase nenhuma (...)<br />
cultura mo<strong>de</strong>rada, obtida em<br />
almanaques”, assim se <strong>de</strong>fine o<br />
gran<strong>de</strong> escritor que fala <strong>de</strong> seus<br />
livros coisas como “um <strong>de</strong>sastre”<br />
(Caetés), “história mesquinha - um<br />
casal <strong>de</strong> vagabundos, uma<br />
cachorra e dois meninos” (Vidas<br />
Secas), “foi bem recebido, não pelo<br />
que vale, mas porque me tornei<br />
conhecido <strong>de</strong> algum modo,<br />
infelizmente” (Angústia).Aqui se<br />
refere ao fato <strong>de</strong> ter sido preso,<br />
como comunista, fato que lhe<br />
inspirou Memórias do Cárcere.<br />
Essas frases, como diz o<br />
comentarista do <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong><br />
Graciliano, <strong>de</strong> l942, que o antigo<br />
ca<strong>de</strong>rno Leitura do D.O. publicou<br />
em l994, revelam bem sua baixa<br />
auto-estima; por isso ainda<br />
acrescenta. “Projetos não tenho.<br />
Estou no fim da vida, se é que a<br />
isso se po<strong>de</strong> dar o nome <strong>de</strong><br />
vida.”Graciliano faleceu em l953.<br />
Vidas Secas talvez seja a obra<br />
mais conhecida do Mestre Graça;<br />
retrata muito <strong>de</strong> sua vida <strong>de</strong> menino<br />
pobre, retirante em Buíque, no<br />
interior <strong>de</strong> Pernambuco, para on<strong>de</strong><br />
o pai levou a família, com esperança<br />
<strong>de</strong> enriquecer, mas empobreceu<br />
mais ainda; o menino Graciliano<br />
teve <strong>de</strong> experenciar a vida que<br />
retrata tão bem nas páginas <strong>de</strong>ssa<br />
novela circular, que começa e<br />
acaba com uma fuga. Não há heróis<br />
na obra, como também em nenhuma<br />
outra, mas também não se<br />
registra egoísmo no pequeno<br />
grupo humano que se conserva<br />
puro.<br />
O primeiro livro <strong>de</strong> Graciliano<br />
foi, contudo, Caetés, e foi publicado<br />
por influência <strong>de</strong> Augusto<br />
Fre<strong>de</strong>rico Schmidt, poeta e editor,<br />
que leu os relatórios que Graciliano,<br />
então prefeito <strong>de</strong> Palmeira dos<br />
Índios, enviara ao governador. A<br />
sensibilida<strong>de</strong> do poeta adivinhou<br />
no estilo do prefeito um gran<strong>de</strong><br />
escritor e pediu um romance para<br />
publicar. Saiu em 1933.<br />
Daí para a frente, Graciliano não<br />
pára mais. De vez em quando<br />
colaborava com jornais, havia<br />
algum, tempo; eram crônicas,<br />
artigos, poesia e um ou outro<br />
conto. Neste se tornou um mestre<br />
também, conseguindo o que<br />
poucos escritores conseguem, ser<br />
mestre no conto e no romance.<br />
Uma novela iniciada e não<br />
terminada,”A Carta”, <strong>de</strong>u origem ao<br />
romance São Bernardo (para mim,<br />
o melhor <strong>de</strong> tudo o que escreveu).<br />
A crítica especializada consi<strong>de</strong>ra<br />
ora esse, ora Vidas Secas, ora<br />
Angústia com sua obra prima. São<br />
Bernardo é um drama cruel, porém<br />
muito humano. É a análise profunda<br />
e angustiada <strong>de</strong> um ser humano<br />
embrutecido pela vida e pela<br />
profissão e dominado pela paixão<br />
<strong>Peregrino</strong> das Letras<br />
Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
da proprieda<strong>de</strong>, paixão que o<br />
transcen<strong>de</strong> e que ele acaba<br />
transferindo, sem o saber, para a<br />
mulher com quem se casa, apenas<br />
para ter um her<strong>de</strong>iro para suas<br />
terras.<br />
Angústia também <strong>de</strong>senvolve<br />
outro trabalho que também não<br />
publicou - “Entre Gra<strong>de</strong>s” - Numa<br />
atmosfera opressiva, plena <strong>de</strong><br />
frustrações e reminiscências<br />
dolorosas <strong>de</strong> uma infância cheia <strong>de</strong><br />
castigos corporais, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos<br />
nunca realizados, <strong>de</strong> <strong>de</strong>vaneios,<br />
corporificam-se em Luís da Silva,<br />
uma das personagens mais<br />
dramáticas da literatura brasileira.<br />
Infância é <strong>de</strong> cunho autobiográfico,<br />
focalizando diferentes<br />
etapas <strong>de</strong> sua vida; e Insônia são<br />
contos em que o drama da solidão<br />
e da luta são uma constante.<br />
Memórias do Cárcere nos<br />
oferece um <strong>de</strong>poimento da realida<strong>de</strong><br />
brasileira da época, o problema<br />
político-administrativo do Brasil ao<br />
lado do cunho autobiográfico, embora<br />
o universo da obra seja outro.<br />
Para completar sua bibliografia,<br />
resta lembrar que Graciliano<br />
escreveu também várias obras<br />
infantis, recebendo prêmio do Ministério<br />
<strong>de</strong> Educação e Cultura.<br />
Alguns críticos o consi<strong>de</strong>ram<br />
niilista, pessimista, mas muita<br />
solidão e angústia <strong>de</strong> suas personagens<br />
marcaram sua vida <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
sempre, daí sua cosmovisão traduzida<br />
num estilo seco, enxuto,<br />
preciso, direto, revelando a vida<br />
profunda do espírito. É uma obra<br />
que se impõe no quadro <strong>de</strong> nossa<br />
literatura, por ser arte legítima, que<br />
ultrapassa as fronteiras do regional,<br />
para atingir o nível universal, e por<br />
ser testemunho do ser humano com<br />
seus dramas abissais e sua luta pela<br />
existência afora.<br />
Colaboração: Nilva Mariani<br />
UBE, ALCA da AFPESP<br />
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007<br />
MESTRE GRAÇA Impaciência ou Tolerância?<br />
Confundimos freqüentemente intolerância com impaciência. À<br />
primeira vista as duas coisas realmente se confun<strong>de</strong>m. Impacientes e<br />
tolerantes, implicam com os outros. São irritadiços. Não têm paciência<br />
para com os <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> seus semelhantes. Se olhamos <strong>de</strong> perto há<br />
muitas diferenças. A impaciência, segundo a conceituação <strong>de</strong> Edward<br />
<strong>Bach</strong>, diz respeito à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com o tempo. Impacientes não<br />
suportam lentidão. Tudo <strong>de</strong>ve ser feito às pressas. Não dá para esperar<br />
nada. Tornam-se escravos do tempo. Aliás, tempo é a palavra-chave <strong>de</strong><br />
Impatiens. Dá para lembrar aqui do coelho <strong>de</strong> Alice, personagem <strong>de</strong> Alice<br />
no País das Maravilhas, <strong>de</strong> Lewis Carroll. Para quem não conhece, o<br />
coelho aparece para Alice no jardim e ele tem um relógio <strong>de</strong> bolso, que ele<br />
consulta todo tempo. Ele diz sem parar “Estou atrasado, estou atrasado.”<br />
Impatiens jamais querem estar atrasados. Eles têm por meta realizar coisas<br />
o mais rapidamente possível. Tudo <strong>de</strong>ve ser transformado em ação rápida<br />
e eficaz. As pessoas que os cercam, se não forem rápidas como eles,<br />
atrapalham. Devem ser afastados aqueles que po<strong>de</strong>m prejudicar o<br />
<strong>de</strong>sempenho das criaturas “Impatiens”. Se ficam doentes não querem<br />
ficar <strong>de</strong> cama. Não há tempo para tratar das mazelas. O tempo <strong>de</strong>ve ser<br />
bem aproveitado. O tempo <strong>de</strong>ve ser manipulado. É por essa razão que os<br />
que têm características <strong>de</strong> Impatiens gostam <strong>de</strong> trabalhar sozinhos,<br />
evitando <strong>de</strong>legar tarefas. Não é à toa que a essência pertence ao Grupo<br />
da Solidão ou Grupo dos Solitários. Naturalmente estamos falando aqui<br />
<strong>de</strong> um impaciente em <strong>de</strong>sequilíbrio. É que existe sim impaciente<br />
equilibrado: alguém com tendência à impaciência que se mantém em<br />
equilíbrio. Claro que esse indivíduo nunca vai ser lerdo, sempre vai querer<br />
cumprir horários, vai terminar o que se propõe a fazer, vai apren<strong>de</strong>r a<br />
aceitar a ajuda <strong>de</strong> outras pessoas.<br />
Agora vamos falar um pouco da intolerância. O floral que diz respeito<br />
a ela chama-se Beech e pertence ao Grupo dos Dominadores. A palavrachave<br />
<strong>de</strong> Beech é crítica. Intolerantes em ação criticam <strong>de</strong>masiadamente<br />
as pessoas porque acreditam que estão sempre certos. Ao olhar <strong>de</strong> um<br />
Beech em <strong>de</strong>sequilíbrio o mundo se <strong>de</strong>scortina cheio <strong>de</strong> falhas. O <strong>de</strong>do<br />
indicador <strong>de</strong> um Beech está sempre apontando para o que ele não<br />
consi<strong>de</strong>ra certo. Seu domínio é exercido através da palavra ferina que se<br />
instala porque ele não consegue aceitar as diferenças entre as pessoas.<br />
Pensa que as está ajudando a encontrar um modo melhor <strong>de</strong> ser porque,<br />
afinal <strong>de</strong> contas, ele não comete erros. “Beechs” vivem dizendo que as<br />
pessoas são burras. Apegam-se a <strong>de</strong>talhes. Focam apenas o negativo.<br />
Lembrei-me daquele personagem da tevê que <strong>de</strong>testava perguntas óbvias.<br />
Se alguém lhe perguntava: Nossa, o senhor está aqui? Ele respondia.<br />
Não. Estou lá, o senhor não está vendo? Pois é, esse homem ficava<br />
extremamente irritado por nada!<br />
A esta altura você <strong>de</strong>ve estar pensando que não há coisas boas a<br />
dizer das pessoas realmente intolerantes. Pois há. Beechs equilibrados<br />
conseguem apontar o lado positivo das coisas, possuem altos i<strong>de</strong>ais,<br />
conseguem vencer a rigi<strong>de</strong>z e passar conhecimento com sabedoria e<br />
retidão. São capazes <strong>de</strong> julgar com discernimento o que é a forma <strong>de</strong><br />
criticar positivamente. São excelentes orientadores. Segundo Edward<br />
<strong>Bach</strong>, Cristo seria um gran<strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong> um Beech em equilíbrio. Quem<br />
diria!<br />
Aí está. Dá para perceber pelo pouco que foi escrito que um intolerante<br />
não é um impaciente, não é? Agora, se alguém ao mesmo tempo estiver<br />
vivenciando a impaciência e a intolerância em <strong>de</strong>sequilíbrio a coisa vai se<br />
tornar realmente intolerável. É hora <strong>de</strong> dar a eles muito Beech e muito<br />
Impatiens. E sair <strong>de</strong> perto.<br />
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz<br />
Terapeuta Floral, Practitioner pela Edward <strong>Bach</strong> Foundation,<br />
Escritora e membro da UBE.<br />
marizahrfruiz@jperegrino.com.br
<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
9<br />
Estudos pedagógicos recentes<br />
têm atestado que problemas no<br />
aproveitamento escolar infantil<br />
nem sempre se referem à falta <strong>de</strong><br />
atenção.<br />
Sabemos atualmente que<br />
anomalias na visão e na audição<br />
tornaram-se fatores prepon<strong>de</strong>rantes<br />
no aproveitamento da<br />
criança em início <strong>de</strong> fase escolar.<br />
É nesta fase que a comunicação<br />
dos filhos com os pais, em relação<br />
às dificulda<strong>de</strong>s nestas áreas<br />
tornam-se praticamente impossíveis,<br />
pelo fato <strong>de</strong> que a criança<br />
nesta ida<strong>de</strong>, não tem como<br />
conhecer ou alertar seus pais sobre<br />
o surgimento <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong><br />
patologia referente a esses dois<br />
importantes sentidos.<br />
Dados do Ministério da Saú<strong>de</strong><br />
comprovam que três em cada<br />
grupo <strong>de</strong> mil nascimentos, são <strong>de</strong><br />
crianças que apresentam alterações<br />
auditivas, e que na maioria das<br />
vezes, estas, não são diagnosticadas<br />
precocemente.<br />
Os efeitos das perdas auditivas<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sua gravida<strong>de</strong>, da<br />
ida<strong>de</strong> em que se manifesta e do<br />
tratamento adotado. Nesse momento,<br />
é importante salientar que<br />
a perda auditiva no início da vida<br />
afeta o <strong>de</strong>senvolvimento da linguagem<br />
e até mesmo o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
intelectual.<br />
Quanto mais precocemente a<br />
perda for i<strong>de</strong>ntificada, melhor será<br />
para o futuro da criança; uma vez<br />
que, quando o problema é <strong>de</strong>scoberto<br />
e o seu tratamento ocorre nos<br />
primeiros 6 meses <strong>de</strong> vida (exceto<br />
nas crianças com perda grave em<br />
ambos os ouvidos), o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da linguagem não será<br />
afetado.<br />
Atualmente, não existe ainda<br />
um consenso a respeito <strong>de</strong> protocolos<br />
para triagem da audição em<br />
recém-nascidos. Apesar da maioria<br />
dos autores concordar que a<br />
realização <strong>de</strong> exames complemen-<br />
Srs. Pais - A Audição e o aprendizado<br />
tares em todas as crianças seria<br />
benéfica, a maioria dos Centros <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong>, inclusive nos países<br />
<strong>de</strong>senvolvidos, só realizam tais<br />
exames nas crianças que se<br />
enquadram no chamado grupo <strong>de</strong><br />
risco, <strong>de</strong>terminado por estudos<br />
estatísticos.<br />
Mesmo nos infantes mais<br />
velhos, que já passaram pela<br />
triagem, <strong>de</strong>ve ser realizada nova<br />
avaliação caso surjam sinais possivelmente<br />
associados à <strong>de</strong>ficiência<br />
<strong>de</strong> audição, já que ela também po<strong>de</strong><br />
se instalar tardia-mente.<br />
- Tipos <strong>de</strong> Perda Auditiva<br />
A perda auditiva severa e<br />
profunda é a segunda <strong>de</strong>ficiência<br />
<strong>de</strong> origem congênita mais freqüente<br />
nos países consi<strong>de</strong>rados<br />
<strong>de</strong>senvolvidos. Quando se incluem<br />
as perdas auditivas classificadas<br />
como <strong>de</strong> graus leve e mo<strong>de</strong>rados,<br />
a <strong>de</strong>ficiência ocorrente passa<br />
então a ser ainda mais comum em<br />
recém-nascidos, ou seja, estão<br />
presentes em 1 a 3 <strong>de</strong> cada 1.000<br />
(mil) nascimentos, e em 2 a 4 bebês<br />
que permanecem em UTI’s Neo-<br />
Natais.<br />
Hoje em dia, tem-se como<br />
objetivo <strong>de</strong>tectar qualquer uma das<br />
<strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> audição antes dos<br />
3 meses e que os procedimentos<br />
<strong>de</strong> reabilitação, orientação familiar<br />
e colocação <strong>de</strong> próteses auditivas<br />
(aparelhos) não ultrapassem os 6<br />
meses; pois, em 1999, a ida<strong>de</strong><br />
média <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> perdas<br />
auditivas significativas eram <strong>de</strong> 14<br />
meses.<br />
- Porque é tão crítico este<br />
período?<br />
Por motivos orgânicos, funcionais<br />
e cognitivos, o ser humano<br />
é programado para <strong>de</strong>senvolver a<br />
fala e a linguagem entre o<br />
nascimento e a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2 anos.<br />
Mesmo as perdas mo<strong>de</strong>radas<br />
produzem sérios efeitos negativos<br />
no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
nestes processos, ou seja, a fala, a<br />
linguagem e a cognição (sendo<br />
que esta está presente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
berço).<br />
O fracasso em i<strong>de</strong>ntificar as<br />
crianças com perdas auditivas<br />
resulta em diagnósticos e intervenções<br />
muito tardias.<br />
No Brasil, a ida<strong>de</strong> média do<br />
diagnóstico varia em torno <strong>de</strong> 3 a 4<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo levar até 2<br />
anos para ser concluído.<br />
A audição normal é essencial<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento da fala e<br />
da linguagem oral. Os Comitês<br />
recomendam a opção <strong>de</strong> avaliá-las<br />
antes da alta da maternida<strong>de</strong>.<br />
Como isso raramente acontece, o<br />
importante seria a implantação <strong>de</strong><br />
programas <strong>de</strong> orientação e acompanhamento<br />
já nas escolinhas<br />
maternais.<br />
Além <strong>de</strong>stes, incluir projetos <strong>de</strong><br />
capacitação dos professores e<br />
responsáveis pelas crianças a fim<br />
<strong>de</strong> orientar na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sinais<br />
que indiquem a manifestação <strong>de</strong><br />
qualquer tipo <strong>de</strong> patologia auditiva<br />
nesta fase da infância; sem contar<br />
ainda, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se observar<br />
mais <strong>de</strong> perto o motivo real<br />
na gran<strong>de</strong> maioria dos casos em<br />
que existam dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
aprendizado.<br />
Como fonoaudióloga, faço<br />
trabalhos junto a estabelecimentos<br />
<strong>de</strong> ensino objetivando i<strong>de</strong>ntificar<br />
o quanto antes, qualquer evidência<br />
<strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> sintomas que<br />
indiquem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
incapacitação escolar por perdas<br />
auditivas. Não <strong>de</strong>vemos nos<br />
alarmar, mas sim, nos conscientizar<br />
<strong>de</strong> que o problema existe e com a<br />
<strong>de</strong>vida orientação profissional nos<br />
certificarmos <strong>de</strong> que nada venha<br />
atrapalhar a vida dos nossos filhos.<br />
Dra. Gisele Mary Berbare<br />
Fonoaudióloga – CESAUDIO<br />
“M.V.”<br />
c.berbare@itelefonica.com.br<br />
Tel/Fax: (16) 3636 7836
10<br />
A vida sexual conjugal<br />
Carta resposta<br />
Esta carta é a resposta para o padre, publicada em nossa edição<br />
anterior. A partir <strong>de</strong> março publicaremos as duas cartas na mesma<br />
edição.<br />
Querido amigo<br />
Não estou nada surpresa. Estou feliz por saber que existem<br />
representantes da Igreja que estão interessados em seus pobres pecadores<br />
tão carentes <strong>de</strong> serem, mais que esclarecidos, ouvidos! E quão difícil é<br />
tratar <strong>de</strong> questões relativas a sexo. Em primeiro lugar porque em sua<br />
maioria, os representantes <strong>de</strong> Deus não estão abertos a elas, quando não<br />
as criticam abertamente.<br />
A Igreja durante muito tempo tratou da relação entre casais e do ato<br />
sexual particularmente, <strong>de</strong> forma a ligá-lo à concepção, esquecendo-se<br />
<strong>de</strong> que seres humanos são feitos <strong>de</strong> corpos e espíritos e que, o primeiro<br />
<strong>de</strong>les pe<strong>de</strong> satisfação física. Durante tanto tempo reforçou-se esta idéia<br />
que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós, sub existe a sensação <strong>de</strong> que há algo <strong>de</strong> podre no<br />
reino da sexualida<strong>de</strong>. A concepção <strong>de</strong> amor esteve afastada <strong>de</strong>ste campo.<br />
Cristãos eram incitados apenas a amar a Deus, não havia espaço para<br />
coisas humanas, terrenas. A expressão sexual não era absolutamente<br />
cogitada como expressão <strong>de</strong> amor cristão. Como você colocou, se Deus<br />
é amor, porque não acolheria o relacionamento entre homem e mulher na<br />
cama conjugal, lugar on<strong>de</strong> ambos estão nus, não só corporalmente, mas<br />
alma a alma?<br />
Estou feliz porque você me escolheu para ajudá-lo nesta empreitada.<br />
Não sei se estarei á altura, mas sei que este é um assunto que têm ocupado<br />
muito meus pensamentos. Não só a questão sexual em si, mas a questão<br />
homem/mulher. Acho fundamental que cada um <strong>de</strong> nós reveja estas<br />
questões para que nos entendamos melhor. Acredito que as coisas po<strong>de</strong>m<br />
ser melhoradas se discutidas e conscientizadas. Acredito que po<strong>de</strong>mos<br />
fazê-lo juntos. Você o representante das coisas espirituais. Eu, a<br />
representante das coisas terrenas, quem sabe não po<strong>de</strong>remos juntar as<br />
duas, fazer uma conjunção e provar que há esperança?<br />
Beijo<br />
A Professora<br />
FELIÎO<br />
FELIÎO<br />
La feliîo ne troviûas en la mono.<br />
En juvelaro aö eî en ora krono.<br />
La feliîo ne estas aîetaëo.<br />
Ûi ne aperas per iu posedaëo.<br />
Ûi ne veturas ne en luksa aötomobilo.<br />
Kaj ne flugas en privata aviadilo.<br />
Ûi ne vivas en gran<strong>de</strong>gaj riîaj domoj.<br />
Aö en la agoj <strong>de</strong> festemantaj homoj.<br />
Sed la feliîo kiel simpla bela floro.<br />
Unue kresku en nia propra koro.<br />
La feliîo povas kuïi en ri<strong>de</strong>to.<br />
Aö en ûojkrio <strong>de</strong> gaja infano.<br />
La feliîo povas kuïi en fi<strong>de</strong>leco.<br />
Aö en kompreno <strong>de</strong> sincera amikeco.<br />
Ûi troviûas ofte nur en simpla gesto.<br />
Pro kio tago povas aspekti kiel festo.<br />
Ûi malsama estas ja por îiu homo.<br />
Îiu li loûas en domaîo, aö luksa domo?<br />
Unue kresku en nia propra koro.<br />
Nekonata Nekonata aötoro<br />
aötoro<br />
<strong>Peregrino</strong> das Letras<br />
Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
MENTIRAS SIMBÓLICAS<br />
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007<br />
Quando não temos referências políticas e culturais que nos inspirem confiança, nossa visão da realida<strong>de</strong><br />
passa a ser <strong>de</strong>terminada pelos profissionais <strong>de</strong> vendas. A maioria <strong>de</strong>les focada em técnicas para trocar produtos<br />
pelo nosso dinheiro sem preocupar-se com as questões morais que envolvem essa troca. Sem referências,<br />
ouvimos a música que o ven<strong>de</strong>dor quer.<br />
Usamos a roupa que o ven<strong>de</strong>dor quer. Lemos o livro que o ven<strong>de</strong>dor quer.<br />
Elegemos o político que o ven<strong>de</strong>dor quer... Pois reproduzo a seguir um trecho <strong>de</strong> uma entrevista que a Folha<br />
<strong>de</strong> São Paulo fez com João Santana, o marqueteiro que cuidou da campanha <strong>de</strong> Lula. É uma ótima oportunida<strong>de</strong><br />
para refletir como essa turma manipula as informações e usa a imprensa como ferramenta para seus objetivos<br />
eleitorais:<br />
FOLHA - Como foi <strong>de</strong>finida a abordagem a respeito do tema das privatizações?<br />
JOÃO SANTANA - (...) Nós tínhamos alinhado alguns dos temas <strong>de</strong> intensa fragilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> imensa<br />
comoção política. Estava em primeiro lugar a privatização. Não usamos no primeiro turno porque não houve<br />
necessida<strong>de</strong>.<br />
FOLHA - A forma como o assunto foi usado não se prestou a <strong>de</strong>seducar o eleitor? Propagou-se a noção <strong>de</strong><br />
que a privatização em si é algo ruim...<br />
SANTANA - Foi <strong>de</strong>seducativo <strong>de</strong> acordo com <strong>de</strong>terminado i<strong>de</strong>ário. Para o “consenso <strong>de</strong> Washington”, sim.<br />
No Brasil, para alguns setores, revigorou-se um sentimento cívico. Não faço juízo <strong>de</strong> valor, mas o fato é que a<br />
privatização se apresenta no imaginário brasileiro com uma série <strong>de</strong> emoções políticas. (...) Primeiro, há um eixo<br />
cívico-épico-estatizante que vem <strong>de</strong> Getúlio Vargas, com a campanha “o petróleo é nosso”. O outro eixo são as<br />
“tramas obscuras”. Não quero questionar como foram feitas as privatizações no governo FHC, mas o fato é que<br />
ficou, na cabeça das pessoas, como se algo obscuro tivesse ocorrido. Foi erro <strong>de</strong> comunicação do governo<br />
FHC, que po<strong>de</strong>ria ter vendido o benefício das privatizações <strong>de</strong> maneira mais clara. No caso da telefonia, teve um<br />
sucesso fabuloso. As pessoas estão aí usando os telefones.<br />
FOLHA - Não é <strong>de</strong>sonesto se beneficiar <strong>de</strong> uma idéia geral que vigora na socieda<strong>de</strong>? Algo que possivelmente<br />
o próprio presi<strong>de</strong>nte da República sabe que não é a verda<strong>de</strong> completa?<br />
SANTANA - Não. Eu trabalho com o imaginário da população. Em uma campanha, nós trabalhamos com<br />
produções simbólicas. Não consi<strong>de</strong>ro que exista aí <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong>, pois o tema foi, pelo menos, discutido. É<br />
bom que a população fale e reflita sobre esses temas. No primeiro turno, analisando as pesquisas, eu vi que<br />
essa discussão po<strong>de</strong>ria ser retomada. Enxerguei ali um “monstro vivo” que po<strong>de</strong>ria ser jogado.<br />
FOLHA - Mas, se foi apenas uma tática para encurralar o adversário, fica então reforçada a tese <strong>de</strong> que<br />
houve certa <strong>de</strong>sonestida<strong>de</strong> intelectual. Ou, para usar a expressão do candidato do PSDB, uma “mentirobrás”?<br />
SANTANA - Não é bem assim. O presi<strong>de</strong>nte não foi reeleito por causa da polêmica sobre privatização. O<br />
fato é que o adversário teve a chance <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r, mas não o fez. Tivesse ele uma resposta pronta, objetiva,<br />
o impacto teria sido reduzido. Alckmin po<strong>de</strong>ria mostrar objetivamente o uso <strong>de</strong> telefones, <strong>de</strong> computadores, <strong>de</strong><br />
internet.<br />
Viu só? Como é fácil trabalhar as palavras e dar outro nome às “mentiras”? Pois essa cara <strong>de</strong> pau me<br />
assusta... Essa estratégia funciona, pois seu alvo - o povo - não tem repertório para compreen<strong>de</strong>r como, quando<br />
e on<strong>de</strong> está sendo manipulado. Desculpem a insistência, mas não tenho como não trazer mais uma vez a<br />
<strong>de</strong>finição que José Ingenieros escreveu para o “Homem Medíocre”, em seu livro homônimo: “O homem medíocre<br />
é, por essência, imitativo e está perfeitamente adaptado para viver em rebanho, refletindo as rotinas, preconceitos<br />
e dogmatismos reconhecidamente úteis para a domesticida<strong>de</strong>”.<br />
“Imitativo”... “rebanho”... “domesticida<strong>de</strong>”... Imaginário da população”... “produções simbólicas”...<br />
Nada mais conveniente que Carlito Maia para encerrar esta reflexão:<br />
- Acor<strong>de</strong>m! E progresso.<br />
Luciano Pires<br />
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<strong>Curso</strong> <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Terapeutas em <strong>Florais</strong> <strong>de</strong> <strong>Bach</strong> - 2.007<br />
Início em março.<br />
Objetivo do <strong>Curso</strong>: Trabalhar as 39 essências dos florais <strong>de</strong> <strong>Bach</strong>, através <strong>de</strong> teoria, estudos <strong>de</strong> casos e vivências, <strong>de</strong><br />
forma a facilitar o autoconhecimento e a prática terapêutica.<br />
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<strong>Peregrino</strong><br />
das Letras<br />
Ribeirão Preto - SP - fevereiro/2007 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
11<br />
A vida secreta <strong>de</strong> Antoine <strong>de</strong> Saint-Exupéry – A<br />
parábola do Pequeno Príncipe - Renée Zeller<br />
Antoine <strong>de</strong> Saint-Exupéry é bastante conhecido por<br />
seu clássico O Pequeno Príncipe, rico pelo conteúdo<br />
repleto <strong>de</strong> magia e que, ainda hoje, permeia o<br />
imaginário <strong>de</strong> seus leitores. Mas poucos são os que<br />
sabem a respeito da vida <strong>de</strong>sse gênio da literatura.<br />
Nesta obra a autora apresenta muito mais que uma<br />
biografia; ela mostra a gran<strong>de</strong>za da alma, a genialida<strong>de</strong><br />
do verda<strong>de</strong>iro Pequeno Príncipe. Foi na consi<strong>de</strong>rada<br />
“Terra das Oportunida<strong>de</strong>s” que Exupéry <strong>de</strong>u asas à<br />
imaginação e <strong>de</strong>spertou o seu talento para a literatura.<br />
Viaje por estas páginas; conheça o mundo real do pai<br />
<strong>de</strong> O Pequeno Príncipe e a parábola oculta <strong>de</strong> sua<br />
obra.<br />
Grupo Editorial Madras<br />
Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090<br />
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A madona com o menino - 1597<br />
Pintor<br />
Olhar Magnético – Heitor Durville<br />
Com a preocupação constante <strong>de</strong> que o homem vença<br />
sempre o <strong>de</strong>stino e tenha o domínio <strong>de</strong> si mesmo como<br />
fator primordial para uma vida feliz, este livro trata,<br />
principalmente, do <strong>de</strong>senvolvimento das qualida<strong>de</strong>s<br />
intelectuais e espirituais como forma <strong>de</strong> elevar a moral,<br />
isto é, os preceitos sociais que fazem parte da<br />
socieda<strong>de</strong>, mas que nos caracterizam como seres<br />
humanos. O autor ensina que as pessoas que nos<br />
ro<strong>de</strong>iam fazem parte da nossa própria projeção mental<br />
e que somos felizes na medida em que temos tudo na<br />
proporção <strong>de</strong> nossa necessida<strong>de</strong>. Quando você<br />
terminar a leitura <strong>de</strong>ste livro, terá a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
sentir mais forte.<br />
Grupo Editorial Madras<br />
Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090<br />
www.madras.com.br<br />
El Greco (Domenikos Theotokopoulos,<br />
1541 – 1614), pintor,<br />
escultor e arquiteto nascido na ilha<br />
<strong>de</strong> Creta, na Grécia, e conhecido por<br />
seu apelido espanhol. Em Creta, foi<br />
educado a partir das tradições<br />
locais <strong>de</strong> pintura <strong>de</strong> ícones, mas<br />
pouco se sabe sobre o trabalho que<br />
produziu antes <strong>de</strong> sua mudança<br />
Vista <strong>de</strong> Toledo - 1597<br />
para a Itália, por volta <strong>de</strong> 1560. Em<br />
1577, fixou-se em Toledo, na<br />
Espanha, on<strong>de</strong> permaneceu pelo resto <strong>de</strong> sua vida, pintando uma série<br />
<strong>de</strong> retábulos. Seu estilo bastante pessoal retrata figuras alongadas<br />
extáticas, como se fossem chamas; através <strong>de</strong>las expressou seu enlevado<br />
respeito pelos gran<strong>de</strong>s acontecimentos espirituais. Também foi excelente<br />
retratista, e pintou duas fantásticas vistas <strong>de</strong> Toledo. Além disso, projetou<br />
composições completas para altares, como O Enterro do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Orgaz,<br />
e trabalhou como arquiteto e escultor.<br />
O Segredo das frutas – Uso medicinal<br />
Aftas, estomatites, feridas, gengivites, sapinhos, sangramento da<br />
gengiva, amidalites, faringites, laringites, etc.<br />
Chá <strong>de</strong> cacau<br />
Leve ao fogo, em uma panela, meio litro <strong>de</strong><br />
água. Acrescente 10 caroços da fruta (ou<br />
cinco folhas). Espere esfriar, coe e faça<br />
gargarejos várias vezes ao dia.<br />
Chá <strong>de</strong> framboesa<br />
Leve ao fogo, em uma panela, uma xícara e meia e<br />
água. Acrescente um punhado <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong><br />
framboesa e <strong>de</strong>ixe ferver por alguns minutos. Filtre,<br />
espere amornar e faça bochechos várias vezes ao<br />
dia.<br />
Chá <strong>de</strong> amora-preta<br />
Coloque, em uma panela, meio litro <strong>de</strong> água.<br />
Junte 10 frutas (ou cinco folhas) e <strong>de</strong>ixe ferver.<br />
Espere esfriar, coe e faça gargarejos várias<br />
vezes ao dia.<br />
Chá <strong>de</strong> romã<br />
Descasque ma romã e coloque a casca em<br />
uma panela. Leve ao fogo com o<br />
equivalente a um copo <strong>de</strong> água. Espere<br />
amornar. Faça gargarejos várias vezes ao<br />
dia.<br />
Fonte: Flora – Essencial – Um guia prático para a saú<strong>de</strong> e beleza.
12<br />
<strong>Peregrino</strong> das Letras<br />
Informação, Cultura e Livre Expressão<br />
Ribeirão Preto - SP -fevereiro/2007