É só um palpite de leigo - Curso de Florais de Bach
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12 Anos<br />
www.al<strong>um</strong>iar.com<br />
<strong>É</strong> <strong>só</strong> <strong>um</strong> <strong>palpite</strong> <strong>de</strong> <strong>leigo</strong><br />
... fi ca a pergunta que me fez <strong>um</strong> amigo: quando formos, nas aulas, ensinar<br />
nossa língua para ingleses, franceses, espanhóis, alemães, qual Português<br />
<strong>de</strong>veremos ensinar, caso não tenhamos mais <strong>um</strong>a norma culta?<br />
Página 4<br />
Ribeirão Preto - SP<br />
Ano XII - Nº 136<br />
agosto/2011<br />
Por que alguns cães<br />
e gatos têm cost<strong>um</strong>e<br />
<strong>de</strong> comer grama?<br />
Página 6<br />
Página 10
2<br />
Editorial<br />
Acor<strong>de</strong>i triste. Sim, senhores e senhoras, muito triste. Além do mais, acor<strong>de</strong>i triste sem saber porquê.<br />
Pasmem! Eu não sabia o porquê. Tentei encontrar explicação. Dei tratos a bola. Nada. Eu estava simplesmente<br />
triste. Procurei no dicionário e o pai dos burros dizia que tristeza é: pena, <strong>de</strong>salento, ausência <strong>de</strong> alegria,<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser triste, <strong>um</strong> aspecto que revela mágoa ou afl ição. Pena, não era, eu não me sentia nem em sofrimento,<br />
nem cheia <strong>de</strong> mágoa, nem <strong>de</strong>sgostosa. Não era <strong>de</strong>salento, pois não me faltava coragem, nem ânimo.<br />
Também não estava afl ita. Então sobrava apenas ausência <strong>de</strong> alegria. Realmente eu não estava alegre. Assim,<br />
não estava contente, nem satisfeita. O problema é que eu não conseguia encontrar <strong>um</strong>a razão para tal estado<br />
<strong>de</strong> ser. Aí comecei a fi car preocupada. Afi nal dizem que tristeza sem razão é <strong>de</strong>pressão. Estaria eu <strong>de</strong>primida.<br />
Seria <strong>um</strong>a candidata a fl uoxitinas da vida?<br />
Sim, pois tristeza é algo normal se tenho motivo, mas se não o tenho po<strong>de</strong> ser algo anormal, se é que sabemos<br />
o que é normal. Há que se prestar atenção, não há dúvida, mas talvez possamos apenas aceitar nosso<br />
estado e gestá-lo, esperar que nasça em nós <strong>um</strong>a resposta ou <strong>um</strong>a transformação.<br />
Difícil, muitas vezes é aguentar a opinião dos outros, esses apontadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>dos, esses olheiros que pensam<br />
que nos conhecem. Então se estou sempre <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes à mostra não posso estar quieto e meditabundo que<br />
logo me apontam como alguém que sofreu ou está prestes a sofrer algo. Algo <strong>de</strong> ruim, diga-se <strong>de</strong> passagem.<br />
Porém posso estar sofrendo <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fi car comigo mesma, ou posso estar sofrendo <strong>de</strong> crise <strong>de</strong> busca<br />
interna, coisa que ainda não afl orou à consciência, mas vai chegar lá. Posso estar em tempo <strong>de</strong> lagarta, feia,<br />
<strong>de</strong>sanimada e triste à espera <strong>de</strong> tornar-se linda borboleta.<br />
Pior ainda é quando eu mesma começo a questionar meu comportamento à luz <strong>de</strong> crenças que ac<strong>um</strong>ulei<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim e que me trazem também opiniões que não são necessariamente minhas e que ainda não coloquei<br />
em cheque. E inchando <strong>de</strong> opiniões, vou misturando-me ao que não é meu, vou fi cando cada vez menos<br />
eu mesma e posso acabar acreditando que estou muito doente, muito fora do que é consi<strong>de</strong>rado normal para<br />
as vozes <strong>de</strong> fora e as vozes negativas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim. Fico grávida <strong>de</strong> negativismo e <strong>de</strong> conceitos e certamente<br />
vou acabar por parir algo doentio. Pior vou acabar por abortar a lagarta, por interromper a borboleta.<br />
Há <strong>um</strong>a estória muito interessante sobre <strong>um</strong> homem que encontrou <strong>um</strong> enorme casulo e resolveu levá-lo<br />
para casa para ver a borboleta que <strong>de</strong>le sairia. Ele observou todos os dias e quando viu <strong>um</strong>a pequena abertura<br />
no casulo achou que a borboleta estava para sair. Resolveu, então, dar <strong>um</strong>a pequena ajuda e abriu o casulo.<br />
A borboleta saiu, porém estava com as asas <strong>de</strong>struídas. As asas não cresceram mais, a borboleta estava estropiada.<br />
Ela havia sido privada <strong>de</strong> seu tempo para nascer.<br />
Penso que <strong>de</strong>vo olhar para minha tristeza. Observar se não está se tornando constante, mas <strong>de</strong>vo muitas<br />
vezes honrá-la. Po<strong>de</strong> ser <strong>um</strong> chamado para o silêncio, para <strong>um</strong> refúgio apropriado em útero quente e amigo.<br />
Então, aqui termino, vou fi car quietinha comigo mesma, vou perguntar pra que serve minha tristeza e <strong>de</strong>pois<br />
conto para vocês.<br />
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz<br />
redacao@al<strong>um</strong>iar.com<br />
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Ribeirão Preto - SP<br />
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Ribeirão Preto / SP – Informações: (16) 3621 8407 / 9992<br />
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Informações: (16) 3021 5490.<br />
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no século XXI” – Ribeirão Preto / SP – Informações: http://<br />
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SP – Informações: (16) 3621 9225 / 3621 8407 / 9992 3408 /<br />
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27 – Workshop “Conscientizar e Direcionar as Emoções –<br />
Desespero” – Ribeirão Preto / SP - Informações: (16) 3011<br />
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Setembro<br />
3 – <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> <strong>Florais</strong> <strong>de</strong> <strong>Bach</strong> – Grupo do Desespero – Ribeirão<br />
Preto / SP – Informações: (16) 3621 8407 / 9992 6596.<br />
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(16) 3621 9225 / 9992 3408. (Leia mais)<br />
10 - Workshop Constelação Sistêmica – Ribeirão Preto / SP<br />
– Informações: (16) 3021 5490.<br />
17 – Workshop “Conscientizar e Direcionar as Emoções –<br />
Preocupação excessiva com os outros” – Ribeirão Preto / SP<br />
- Informações: (16) 3011 8018 / 3621 8407 / 9992 6596.<br />
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Equilíbrio é <strong>um</strong>a Força, <strong>um</strong>a Lei presente em todos os sistemas. Dentro<br />
dos sistemas há <strong>um</strong>a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compensação entre perdas e<br />
ganhos, dar e receber, e como <strong>um</strong>a Lei Sistêmica, ela atua em todos os<br />
níveis. Consciente ou inconscientemente tem-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compensação,<br />
e às vezes isso ocorre fazendo com que se perca algo, com que<br />
se vivencie algo <strong>de</strong> ruim, mesmo sem a aparente necessida<strong>de</strong> ou sem se<br />
perceber <strong>de</strong> on<strong>de</strong> isto vem. <strong>É</strong> como se houvesse <strong>um</strong> sentido <strong>de</strong> equilíbrio.<br />
Ele diz se há crédito ou débito com alguém. <strong>É</strong> quase matemático: se você<br />
<strong>de</strong>u algo, então você espera receber algo, ainda que não seja na “mesma<br />
moeda”. O outro, por sua vez, sente <strong>um</strong>a pressão para retribuir, dar<br />
também. Se <strong>de</strong>ve algo, há <strong>um</strong>a pressão para pagar, para <strong>de</strong>volver, para<br />
quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação será fértil e<br />
rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto no negativo. A troca equilibra<br />
as relações, tornando possível <strong>um</strong>a convivência longa e saudável.<br />
Na empresa, se em <strong>um</strong>a negociação há equilíbrio, então há também liberda<strong>de</strong>, alegria e portas abertas<br />
para próximas negociações. Os dois lados fi cam satisfeitos. Caso contrário, <strong>um</strong>a das partes não se sente bem.<br />
E quando há dívida, <strong>um</strong>a das partes fi ca presa. A dívida funciona como <strong>um</strong>a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagar algo para<br />
que o equilíbrio retorne. Ela muitas vezes se manifesta como <strong>um</strong> fantasma, retorna, assombra, po<strong>de</strong> ser transformada<br />
em sentimentos <strong>de</strong> culpa, atuando secretamente, sem que se perceba sua origem. Os que recebem<br />
pouco – injustiçados -, muitas vezes também fi cam presos nesse sentimento, que se secundariza, fazendo com<br />
que a pessoa se sinta <strong>um</strong>a vítima eterna, o que transforma sua vida em verda<strong>de</strong>ira pobreza.<br />
No negativo, quando há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca, então é necessário que se retribua com menor intensida<strong>de</strong>:<br />
<strong>um</strong> pouco menos. Isso traz possibilida<strong>de</strong>s para <strong>um</strong> novo equilíbrio na relação. Se há revi<strong>de</strong> na mesma intensida<strong>de</strong>,<br />
ou em maior escala, então esta relação permanece equilibrada no negativo, o que signifi ca confl ito e<br />
sofrimento.<br />
Um cliente <strong>de</strong> constelação sistêmica <strong>de</strong>ixa o seguinte <strong>de</strong>poimento, após <strong>um</strong>a constelação em que se percebeu<br />
emaranhado com <strong>um</strong>a situação familiar, ocorrida com seus avós, que envolvia vantagens <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong><br />
sua família sobre outrem:<br />
“Nem dá pra acreditar o que vem acontecendo. Acabei <strong>de</strong> constelar pela terceira vez e <strong>de</strong> novo mais realizações<br />
esperadas há muito tempo. <strong>É</strong> surpreen<strong>de</strong>nte!<br />
Já tenho meu nome <strong>de</strong> volta! Consegui limpar o meu nome! O que estava escuro já clareou. Agora tenho<br />
certeza da real tomada <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> sobre o meu nome.”<br />
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O Equilíbrio<br />
Ana Lucia Braga<br />
Terapeuta <strong>de</strong> Constelações Sistêmicas<br />
Terapeuta Corporal Neo-Reichiana<br />
Tel.: (16) 3021 5490<br />
Auto-Encorajamento por Autossugestão<br />
Só é <strong>de</strong>rrotado quem o admite.<br />
Como Como esperar efi ciência quando a preocupação, o medo, a ansieda<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>sânimo, ou a<br />
melancolia estão drenando nossa energia mental? Precisamos libertar a mente <strong>de</strong> seus<br />
inimigos, caso contrário pagaremos por isso através <strong>de</strong> nossa vitalida<strong>de</strong> esgotada, e do<br />
<strong>de</strong>sperdício energético.<br />
Toda vez vez que que sentirmos sentirmos medo medo <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>vemos nos nos imaginar imaginar corajosos corajosos e e <strong>de</strong>stemidos. <strong>de</strong>stemidos. Diga a a si<br />
mesmo: mesmo: “Eu não sou covar<strong>de</strong>. Covar<strong>de</strong>s têm medo e bajulam e rastejam, mas eu sou <strong>um</strong><br />
homem. O medo é fragilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criança. Não é para adultos. Eu positivamente recusome<br />
a me inclinar para <strong>um</strong>a coisa tão <strong>de</strong>gradante. O medo é <strong>um</strong> processo mental anormal<br />
e eu sou sou normal. normal. O medo não po<strong>de</strong> me infl uenciar, uenciar, pois eu não o abrigo. Eu não vou<br />
permitir que prejudique a minha carreira.”<br />
O homem que adquiriu o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> manter sua mente cheia <strong>de</strong> pensamentos que exaltam<br />
e incentivam o otimismo e a alegria resolveu <strong>um</strong> <strong>um</strong> dos dos maiores problemas da vida.<br />
Tradução livre Al<strong>um</strong>iar<br />
Fonte: http://self-improvement-ebooks.com<br />
3
4<br />
<strong>É</strong> <strong>só</strong> <strong>um</strong> <strong>palpite</strong> <strong>de</strong> <strong>leigo</strong><br />
“Mo<strong>de</strong>rnamente (e também historicamente) temos sido campeões <strong>de</strong><br />
imaginação para soluções parciais”<br />
Cristovam Buarque<br />
N<strong>um</strong> certo dia, Ely Vieitez Lisboa, que consi<strong>de</strong>ro <strong>um</strong>a das maiores<br />
escritoras <strong>de</strong> nossa cida<strong>de</strong>, escreveu o seguinte sobre meus poemas e<br />
textos: “Tórtoro é matemático. Na sua feitura, no entanto, por engano ou<br />
santo <strong>de</strong>scuido divino, misturam-se luci<strong>de</strong>z à acuida<strong>de</strong>, muita fi losofi a,<br />
<strong>um</strong> espiritualismo quase místico e farto lirismo”.<br />
Por isso, mesmo sem ser <strong>um</strong> estudioso <strong>de</strong> línguas, ao ler a notícia:<br />
“Os erros <strong>de</strong> Português <strong>de</strong> <strong>um</strong> homem ajudaram a polícia a colocá-lo<br />
atrás das gra<strong>de</strong>s. Há três meses, ele assassinou <strong>um</strong>a mulher grávida, na<br />
frente dos fi lhos, em Mesquita, na Baixada Fl<strong>um</strong>inense. Logo <strong>de</strong>pois, escreveu nas pare<strong>de</strong>s como cometeu o<br />
crime, usando, <strong>de</strong>ntre outras, as palavras ‘morti’ e ‘voçê’”, então, pensei comigo: escrever em <strong>de</strong>sacordo com<br />
as normas vigentes po<strong>de</strong> dar ca<strong>de</strong>ia.<br />
O assassino po<strong>de</strong>ria até dizer, entre seus amigos, “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe” - como<br />
mencionado em <strong>um</strong> dos capítulos do polêmico livro, Por Uma Vida melhor, do Ministério da Educação - mas,<br />
como em geral, escrevemos <strong>de</strong> forma muito parecida com a que falamos, erros crassos na escrita, como o acima<br />
mencionado, po<strong>de</strong>rão passar a ser consi<strong>de</strong>rados normais e levar nossa Língua Portuguesa à bancarrota.<br />
Muito interessante o que disse Ruy Castro, na Folha: “De fato, as normas existem para ser transgredidas -<br />
mas por quem <strong>de</strong> direito. Eis alguns que fi zeram isto no romance, na música popular e na poesia”, e cita casos<br />
como Guimarães Rosa, Adoniran Barbosa, Ferreira Gullar, João Cabral <strong>de</strong> Melo Neto, Lamartine Babo, Juó<br />
Bananére, pois: “artistas po<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>vem fugir da norma”.<br />
De forma bastante contun<strong>de</strong>nte, Marcos Bagno, em seu artigo, Polêmica ou ignorância?, <strong>de</strong>ixa claro que<br />
“Não é preciso ensinar nenh<strong>um</strong> brasileiro a dizer ‘isso é para mim tomar? ‘, porque essa regra gramatical<br />
já faz parte da língua materna <strong>de</strong> 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma ‘isso<br />
é para eu tomar ?’ porque ela não faz parte da gramática da maioria dos falantes <strong>de</strong> português brasileiro,<br />
mas por ainda servir <strong>de</strong> arame farpado entre os que falam ‘certo’ e os que falam ‘errado”, é <strong>de</strong>ver da<br />
escola apresentar essa outra regra aos alunos, <strong>de</strong> modo que eles - se julgarem pertinente, a<strong>de</strong>quado e necessário<br />
- possam vir a usá-la”.<br />
Deixar aos alunos o julgamento do que é pertinente, a<strong>de</strong>quado e necessário, penso ser muito arriscado<br />
por não terem eles, ainda, o conhecimento a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> nossa Língua Portuguesa, como acontece com os<br />
escritores e artistas anteriormente mencionados por Ruy Castro.<br />
Todos nós, principalmente nesse período <strong>de</strong> transição entre duas ortografi as (em que nem os gramáticos<br />
e linguistas se enten<strong>de</strong>m em alguns pontos) cometemos pequenos erros <strong>de</strong> Português, mas é preciso haver<br />
regras claras, principalmente quando se trata <strong>de</strong> ensinar nossa língua para estrangeiros, ou, para quem usa a<br />
palavra como ferramenta <strong>de</strong> trabalho, como <strong>de</strong>staca Arthur Dapieve, em seu artigo Discordância, no Globo:<br />
“Explico aos alunos (<strong>de</strong> jornalismo) que o erro <strong>de</strong> Português, para não falar no <strong>de</strong> informação, tem <strong>um</strong> efeito<br />
metastático em jornal, revista ou internet. Fixado no papel ou na tela, o erro contamina o tecido gramaticalmente<br />
sadio que está em volta, levando o leitor à dúvida (‘Se esse repórter não conhece o seu instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong><br />
trabalho...’), solapando até o mais bem construído dos arg<strong>um</strong>entos, minando a preciosa credibilida<strong>de</strong>”.<br />
Penso que o maior temor daqueles que se manifestaram <strong>de</strong> forma até agressiva, diante da publicação do<br />
Ministério da Educação é o <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> repente, como poucos conseguem falar e escrever o Português culto,<br />
alguém tenha a brilhante i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abolir a gramática, pois, afi nal <strong>de</strong> contas, estamos no Brasil, <strong>um</strong> país em<br />
que, como diz Cristovam Buarque: “Falta professor <strong>de</strong> Física, retira-se Física do currículo escolar. Os alunos<br />
não apren<strong>de</strong>m, adotamos a progressão automática. O Congresso não funciona, o STF passa a legislar. A<br />
população fala Português errado, em vez <strong>de</strong> ensinar o correto a todos legitimamos a fala errada para parte<br />
da população sem acesso à educação. Adotamos dois idiomas: o Português dos ricos educados e o Português<br />
dos pobres sem educação; o Português dos condomínios e o Português das ruas. Ao invés <strong>de</strong> combater o<br />
preconceito e a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>, legalizamos a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>”.<br />
Enfi m, se em nome <strong>de</strong> retirarmos arame farpado <strong>de</strong> entre os que falam <strong>de</strong> forma diferente, <strong>de</strong>struirmos as<br />
estruturas <strong>de</strong> nossa ortografi a (norma culta), fi ca a pergunta que me fez <strong>um</strong> amigo: quando formos, nas aulas,<br />
ensinar nossa língua para ingleses, franceses, espanhóis, alemães, qual Português <strong>de</strong>veremos ensinar, caso<br />
não tenhamos mais <strong>um</strong>a norma culta?<br />
Antônio Carlos Tórtoro<br />
www.tortoro.com.br<br />
Contos do Arcoíris<br />
noturno<br />
Há muito tempo havia esta maravilhosa avó que vivia na pequenina<br />
ilha <strong>de</strong> Moloka. Seu nome era Kaili’ohe Kame’ekua e ela tinha mais<br />
<strong>de</strong> cem anos em 1931. A avó Kame’ekua e sua família ensinavam os<br />
fi lhos por meio <strong>de</strong> histórias, canções antigas e parábolas. Uma história<br />
que era muito importante para a sua ‘ohana, que signifi ca “família” em<br />
havaiano, é que toda criança nasce com <strong>um</strong> Vaso <strong>de</strong> Luz Perfeita. Se a<br />
criança cuidar bem da Luz, a Luz a<strong>um</strong>entará e fi cará forte. A criança<br />
será capaz <strong>de</strong> fazer muitas coisas, tais como nadar com os tubarões e<br />
voar com os pássaros e se tornará <strong>um</strong>a pessoa sábia. Todavia, alg<strong>um</strong>as<br />
vezes aparecem coisas negativas na vida da criança... Mágoas, raivas,<br />
ciúmes ou dores. E estas mágoas, raivas ou dores viram pedras e caem<br />
<strong>de</strong>ntro do vaso. E logo po<strong>de</strong>m existir tantas pedras que você não consegue<br />
mais ver a Luz... E, em pouco tempo, a criança po<strong>de</strong> se tornar como<br />
<strong>um</strong>a pedra; e não consegue crescer... Não consegue se mover. Você<br />
sabe, Luz e pedra não po<strong>de</strong>m ocupar o mesmo espaço. Mas, o que a avó<br />
Kame’ekua nos diz é o que toda criança precisa fazer é virar o vaso <strong>de</strong><br />
cabeça para baixo e tirar as pedras e a Luz crescerá outra vez... Sim, a<br />
Luz está sempre lá.<br />
Nota: Este texto é do livro Tales from the Night Rainbow contada pela<br />
avó Kaili’ohe Kame’ekua aos netos Pali Jae Lee e Koko Willis.<br />
Fonte: Resgatando a Magia da Vida – Joyce C. Mills – Editora<br />
Diamante – página. 173.<br />
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www.al<strong>um</strong>iar.com Encarte Veterinário do Jornal Al<strong>um</strong>iar - agosto/2011<br />
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Encarte Veterinário do Jornal Al<strong>um</strong>iar - agosto/2011<br />
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Encarte Veterinário do Jornal Al<strong>um</strong>iar - agosto/2011<br />
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O cowboy e outros<br />
“mocinhos” <strong>de</strong> nossas vidas<br />
Todos temos <strong>um</strong> mocinho ou<br />
herói que é o nosso preferido.<br />
Fomos apresentados a eles <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
muito cedo, companheiros nas<br />
fantasias infantis. Quem escapou<br />
<strong>de</strong>ssa experiência? Eles estão por<br />
aí, pelos terrenos do lúdico, mantendo<br />
acesa a chama das narrativas.<br />
Por que motivo permanecem?<br />
Compartilhe sua opinião,<br />
conte-me qual é o seu herói.<br />
Como se faz <strong>um</strong> mocinho?<br />
O gênero faroeste tem se mostrado<br />
<strong>um</strong> mo<strong>de</strong>lo interessante em<br />
relação às séries heróicas. Sua<br />
origem tem referências históricas<br />
que vêm <strong>de</strong> 1803, quando Thomas<br />
Jefferson comprou da França<br />
o terreno do estado da Luisiana,<br />
abrindo assim fronteiras para a<br />
exploração das terras a oeste.<br />
Começou então a época <strong>de</strong> colonização<br />
<strong>de</strong> regiões novas em que<br />
se aventuraram toda a espécie <strong>de</strong><br />
gente em busca <strong>de</strong> riqueza. Essa<br />
busca alimentou <strong>um</strong> ciclo cinematográfi<br />
co <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> sucesso,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cinema mudo.<br />
O contexto social e econômico<br />
foi provi<strong>de</strong>ncial para o aparecimento<br />
<strong>de</strong> bandidos e mocinhos:<br />
<strong>um</strong>a terra a ser conquistada, sem<br />
leis, com o telégrafo, a locomotiva,<br />
e a imprensa se <strong>de</strong>senvolvendo<br />
lentamente, prenunciando<br />
também lentamente a chegada da<br />
civilização e da or<strong>de</strong>m. Uma avenida<br />
principal, com saloon para<br />
a jogatina e o álcool, a ca<strong>de</strong>ia, a<br />
igreja, formavam as cida<strong>de</strong>s que,<br />
junto à paisagem <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s espaços<br />
abertos, representavam <strong>um</strong><br />
cenário apropriado a xerifes e<br />
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aventureiros.<br />
Com histórias lineares, sem<br />
gran<strong>de</strong>s enredos, com moralida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>fi nida (o bem sempre vence),<br />
acontecem perseguições, duelos<br />
e tiros aos montes. Então, não é<br />
difícil compor <strong>um</strong> quadro perfeito<br />
para a intervenção <strong>de</strong> heróis,<br />
travestidos <strong>de</strong> cowboy, o mocinho<br />
do bang-bang, com o i<strong>de</strong>alismo<br />
possível a esse mundo.<br />
Tal mocinho se prepara para<br />
o confronto com inimigos, vencendo<br />
os obstáculos, até chegar<br />
ao <strong>de</strong>stino, dando conta, enfi m,<br />
<strong>de</strong> seu projeto. Para isso, precisa<br />
<strong>de</strong> <strong>um</strong> cavalo, <strong>um</strong>a arma e coragem,<br />
atenção e ação consistente.<br />
Ele tem que ser <strong>um</strong> forte em sua<br />
solidão.<br />
Em <strong>um</strong> mundo assim masculino,<br />
cabe a aproximação com os<br />
conceitos mitológico e astrológico<br />
<strong>de</strong> Marte: aquele que movimenta<br />
a vonta<strong>de</strong> e faz o mundo acontecer.<br />
Tal planeta tem afi nida<strong>de</strong>s<br />
com o elemento fogo, que é quente<br />
e seco. Po<strong>de</strong>mos inferir daí<br />
alguns aspectos do nosso herói e<br />
das narrativas, representando essas<br />
qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maneira simbólica:<br />
a ação intensa, a secura das<br />
relações e do cenário, a dureza <strong>de</strong><br />
todo o contexto. Tais aspectos se<br />
coadunam com o mundo do faroeste,<br />
<strong>de</strong> vastidões inóspitas, sem<br />
leis e cheio <strong>de</strong> perigos e pó. <strong>É</strong> <strong>um</strong><br />
mo<strong>de</strong>lo básico que dura até hoje,<br />
mesmo se levarmos em conta o revisionismo<br />
que o tem transformado<br />
a partir da década <strong>de</strong> sessenta,<br />
trazendo mais verossimilhança a<br />
aspectos da narrativa.<br />
O que explica a permanência<br />
do mo<strong>de</strong>lo? Para melhor enten<strong>de</strong>r<br />
a questão, se ampliarmos nossa<br />
observação, veremos que nem <strong>só</strong><br />
<strong>de</strong> cowboys vive o universo <strong>de</strong><br />
mocinhos. Muitos exemplos nos<br />
superheróis c<strong>um</strong>prem o mesmo<br />
papel, embora com aspectos <strong>um</strong><br />
pouco diferentes.<br />
Outras expressões fazem esse<br />
caminho do herói solitário e forte,<br />
lutando pela justiça. Nesses<br />
casos todos, pela <strong>de</strong>fesa do bem,<br />
a virilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Marte se coloca a<br />
serviço do próximo. O cavaleiro<br />
andante medieval foi durante séculos<br />
representante <strong>de</strong>sse comportamento,<br />
que podia ser <strong>de</strong>fi nido<br />
não pelos <strong>de</strong>sígnios da guerra,<br />
mas pelo compromisso social.<br />
Os superheróis Batman, Superman<br />
e Homem Aranha, alinhamse<br />
a outros exemplos (lembra-se<br />
do monge aprendiz Caine, o Gafanhoto<br />
da série Kung Fu?) da<br />
permanência <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo. Embora<br />
haja <strong>um</strong>a mudança na forma,<br />
há resistência <strong>de</strong> alguns aspectos<br />
comuns a eles todos, o que po<strong>de</strong><br />
ser explicado pela verda<strong>de</strong> h<strong>um</strong>ana<br />
presente nesse esquema. Eles<br />
apresentam recursos para sua mobilida<strong>de</strong>,<br />
<strong>um</strong>a arma (revólver, lança,<br />
lazer, habilida<strong>de</strong>), a força e a<br />
solidão. Principalmente, a essência<br />
heróica é sempre mantida.<br />
Tal esquema revela o mito do<br />
heróico, nos vários gêneros <strong>de</strong><br />
expressões culturais em que há<br />
elementos que personifi cam exteriormente<br />
a imagem arquetípica<br />
da natureza viril (Marte). A<br />
permanência <strong>de</strong>sses elementos ao<br />
longo do tempo nos indica a força<br />
<strong>de</strong>ssa representação. <strong>É</strong> assim<br />
que se faz <strong>um</strong> mocinho ou <strong>um</strong> superherói:<br />
com elementos masculinos<br />
a serviço <strong>de</strong> <strong>um</strong> projeto.<br />
Nossos mocinhos e heróis servem<br />
<strong>de</strong> espelho para histórias interiores,<br />
aquelas que nossa alma<br />
nos conta baixinho e que revivemos<br />
através <strong>de</strong>les. Eles dão voz a<br />
vivências <strong>de</strong> nossa natureza.<br />
Assistimos aos fi lmes, acompanhamos<br />
suas histórias e as sabemos<br />
nossas. Eles são parte <strong>de</strong><br />
nós. Neste mundo <strong>de</strong> tanta perplexida<strong>de</strong>,<br />
que eles permaneçam<br />
vivos alimentando a chama <strong>de</strong><br />
nossas esperanças.<br />
Ana Gonzáles<br />
Astróloga<br />
www.agonzalez.com.br<br />
9
10<br />
Forró<br />
Forró é a dança <strong>de</strong> origem nor<strong>de</strong>stina praticada nas festas Juninas conhecida também por arrasta-pé,<br />
bate-chinela, fobó, forrobodó. No forró, vários ritmos musicais como o baião, a quadrilha, o xaxado, que tem<br />
infl uências holan<strong>de</strong>sas e o xote, que veio <strong>de</strong> Portugal, são tocados tradicionalmente por trios compostos <strong>de</strong><br />
<strong>um</strong> sanfoneiro, <strong>de</strong> <strong>um</strong> zab<strong>um</strong>beiro e <strong>de</strong> <strong>um</strong> tocador <strong>de</strong> triângulo.<br />
Origem do nome<br />
O termo “forró”, segundo o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, estudioso <strong>de</strong> manifestações<br />
culturais populares vem da palavra “forrobodó”, <strong>de</strong> origem bantu que signifi ca: arrasta-pé, farra, confusão,<br />
<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m.<br />
Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem da palavra “forró” à expressão<br />
da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi construída <strong>um</strong>a engenhosa história: no início do<br />
século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western,<br />
promoviam bailes abertos ao público, ou seja, for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado “forró” pelos<br />
nor<strong>de</strong>stinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estaduni<strong>de</strong>nses e Pernambuco por<br />
Natal do período da Segunda Guerra Mundial, quando <strong>um</strong>a base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa<br />
cida<strong>de</strong>. Apesar da versão bem-h<strong>um</strong>orada, não há nenh<strong>um</strong>a sustentação para tal etimologia do termo, pois<br />
em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base, a palavra “forró” já se encontrava registrada na história<br />
musical na gravação fonográfi ca <strong>de</strong> “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém.<br />
No idioma húngaro, Forró signifi ca “Quente”. Não se tem variação da palavra no idioma húngaro, o termo<br />
Forró é igualmente escrito (com acento) como no português.<br />
Histórico<br />
O forró tornou-se <strong>um</strong> fenômeno pop em princípios da década <strong>de</strong> 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou<br />
“Forró <strong>de</strong> Mané Vito”, <strong>de</strong> sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, “Forró no escuro”. No entanto,<br />
o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nor<strong>de</strong>stinos para outras regiões do país,<br />
especialmente, para as capitais: Brasília, Rio <strong>de</strong> Janeiro e São Paulo.<br />
Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cida<strong>de</strong>s brasileiras, “casas <strong>de</strong> forró”. Artistas nor<strong>de</strong>stinos que já<br />
faziam sucesso tornaram-se consagrados (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nor<strong>de</strong>stino, Genival Lacerda)<br />
e outros surgiram.<br />
Depois <strong>de</strong> <strong>um</strong> período <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinteresse na década <strong>de</strong> 1980, o forró ganhou novo fôlego da década <strong>de</strong> 1990<br />
em diante, com o surgimento e sucesso <strong>de</strong> novos trios e artistas <strong>de</strong> forró.<br />
Estilos da dança<br />
O forró é dançado em pares que executam diversas evoluções, diferentes para o forró nor<strong>de</strong>stino e o forró<br />
universitário:<br />
O forró nor<strong>de</strong>stino é executado com mais malícia e sensualida<strong>de</strong>, o que exige maior c<strong>um</strong>plicida<strong>de</strong> entre<br />
os parceiros. Os principais passos <strong>de</strong>sse estilo são a levantada <strong>de</strong> perna e a testada (as testas do par se encontram),<br />
tambem conhecido pelo termo vulgarmente chamado pela juventu<strong>de</strong> praticante do forró como<br />
“Cretinagem”.<br />
O forró universitário possui mais evoluções. Os passos principais são: Dobradiça - abertura lateral do par;<br />
Caminhada - passo do par para a frente ou para trás; Comemoração - passo <strong>de</strong> balançada, com a perna do<br />
cavalheiro entre a perna da dama; Giro simples; Giro do cavalheiro; Oito - o cavalheiro e a dama fi cam <strong>de</strong><br />
costas e passam <strong>um</strong> pelo outro.<br />
Mo<strong>de</strong>rnização do Forró<br />
A partir <strong>de</strong> meados da década <strong>de</strong> 80, com a saturação do forró tradicional, surgiu no Ceará <strong>um</strong> novo meio<br />
<strong>de</strong> fazer forró, com a introdução <strong>de</strong> instr<strong>um</strong>entos eletrônicos (tais como guitarra, bateria e baixo). Também<br />
as letras <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ter como o foco a seca e sofrimento dos nor<strong>de</strong>stinos, e passaram a abordar conteúdos<br />
que atraíssem os jovens. O precursor do movimento foi o ex-árbitro <strong>de</strong> futebol, produtor músical e empresário<br />
Emanuel Gurgel, responsável pelo sucesso <strong>de</strong> bandas como Mastruz com Leite, Cavalo <strong>de</strong> Pau, Alegria do<br />
Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instr<strong>um</strong>ento <strong>de</strong> divulgação do forró na década <strong>de</strong> 90, a rádio<br />
Som Zoom Sat, e a principal gravadora, a Som Zoom Estúdio também pertencem a Gurgel. Tal pioneirismo<br />
não fi cou imune <strong>de</strong> críticas dos ditos tradicionalistas que o acusaram <strong>de</strong> transformar o forró n<strong>um</strong> produto. Em<br />
entrevista à revista <strong>É</strong>poca, <strong>de</strong>clarou Gurgel: “Mudamos a fi losofi a do forró: Luís Gonzaga <strong>só</strong> falava <strong>de</strong> fome,<br />
seca e Nor<strong>de</strong>ste in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Agora a línguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nor<strong>de</strong>stinas,<br />
nas belezas naturais e no Nor<strong>de</strong>ste menos sofrido, mais alegre e mo<strong>de</strong>rno (...)”.<br />
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Forró (27/08/2011).<br />
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Tel.: +55 11 2684-6000<br />
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Ler e Assistir<br />
Paixão <strong>de</strong> primavera - Célia Xavier <strong>de</strong> Camargo<br />
<strong>É</strong> <strong>um</strong> romance inédito <strong>de</strong> <strong>um</strong> dos maiores expoentes da literatura universal.<br />
O escritor focaliza, em Paixão <strong>de</strong> Primavera, as inevitáveis consequências<br />
dos sentimentos mais intensos que fervilham na alma <strong>de</strong> seus<br />
personagens. Em Paixão <strong>de</strong> primavera - na Rússia dos czares, no início<br />
da primavera -, <strong>um</strong> bando <strong>de</strong> cossacos, acampa n<strong>um</strong>a al<strong>de</strong>ia dos Montes<br />
Urais. Ludmila, <strong>um</strong>a linda camponesa, apaixona-se por Yuri, o lí<strong>de</strong>r dos<br />
guerreiros. Seduzido, ele a arrebata, contra a vonta<strong>de</strong> da moça, e faz <strong>de</strong>la<br />
sua mulher. Dimitri, inconformado com o rapto, quer resgatar a amada,<br />
vingar-se <strong>de</strong>rramando sangue. Nas páginas <strong>de</strong> Paixão <strong>de</strong> primavera, <strong>um</strong><br />
romance <strong>de</strong> época, os caminhos <strong>de</strong> Leon Tolstói, seu autor espiritual,<br />
fortuitamente, se cruzam com o <strong>de</strong> seus personagens. Trata-se <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />
história verídica, a qual, mesmo assim, e, talvez, por isso mesmo, não<br />
<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser incrível.<br />
As intermitências da morte – José Saramago<br />
Um livro em que a personagem principal é nada mais nada menos que a<br />
própria morte. Aquela mesmo, que tanto tememos. Um dia ela suspen<strong>de</strong><br />
sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tirar vidas. Afastado o medo que em todos nós provoca<br />
a Gran<strong>de</strong> Ceifadora como fazer agora com o País que entra no caos?<br />
Como vão se virar os que se benefi ciam <strong>de</strong>la? O que fazer com aquelas<br />
criaturas que não morrem mais e que estão por assim dizer <strong>de</strong>compondo-se?<br />
Como lidará A Igreja na ausência da morte, já que sem morte não<br />
se po<strong>de</strong>rá falar <strong>de</strong> ressureição?<br />
José Saramago nos brinda com este livro repleto <strong>de</strong> h<strong>um</strong>or e <strong>de</strong> ironia,<br />
além <strong>de</strong> nos apresentar à <strong>um</strong>a fi gura da morte, transformada em mulher,<br />
capaz <strong>de</strong> sentir pieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixar tocar pelas emoções h<strong>um</strong>anas.<br />
Companhia das Letras<br />
Contos da era dourada<br />
Conta-se que nos piores momentos do regime do ditador Ceausescu o<br />
Sistema <strong>de</strong> Propaganda se referia ao período como “os anos dourados”.<br />
Baseado nisso Cristian Mungiu, diretor romeno, realizou o Filme Contos<br />
da Era Dourada, que são lendas interessantes e surreais sobre os<br />
piores anos do regime <strong>de</strong> Ceausescu.<br />
Para quem não sabe Nicolae Ceausescu foi Presi<strong>de</strong>nte da Romênia<br />
<strong>de</strong>1974 a 1989 e governou seu País tiranicamente através da Securitate<br />
– polícia política que controlava violentamente a or<strong>de</strong>m social. Censura<br />
à imprensa, perseguições políticas e repressão às minorias eram regras<br />
no País.<br />
Na década <strong>de</strong> 80, o regime tornou-se ainda mais fechado. A corrupção,<br />
o nepotismo, a ostentação e o culto à personalida<strong>de</strong> tomaram <strong>de</strong>fi nitivamente<br />
conta do governo Ceausescu. Segundo diziam os romenos no fi nal dos anos 80, o sanguinário ditador<br />
Nicolae Ceausescu gostava <strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntifi car com Vlad Dracul Tepes, o guerreiro medieval que <strong>de</strong>u origem à<br />
lenda do Con<strong>de</strong> Drácula.<br />
SUDOKU – Complete<br />
cada quadrado (composto <strong>de</strong><br />
9 quadrados) preenchendo<br />
os espaços vazios com os números<br />
<strong>de</strong> 1 a 9, <strong>de</strong> forma que<br />
eles não se repitam <strong>de</strong>ntro do<br />
quadrado, nem na horizontal<br />
e, nem na vertical.<br />
11
Larch - Aos que não acreditam<br />
na própria capacida<strong>de</strong><br />
Larch é a essência para<br />
aqueles que acreditam que nunca<br />
terão êxito, embora saibam<br />
que são capazes <strong>de</strong> alcançá-lo.<br />
<strong>É</strong> também para aqueles que<br />
consi<strong>de</strong>ram os outros melhores<br />
do que eles. O estado que<br />
em <strong>de</strong>sequilíbrio é provocado<br />
não é inerente a nós, é algo que<br />
vem em resposta a <strong>um</strong> revés<br />
particular. Desse modo, após<br />
<strong>um</strong> aci<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong> aparecer<br />
<strong>um</strong>a perda <strong>de</strong> confi ança. Po<strong>de</strong>mos<br />
per<strong>de</strong>r a confi ança após<br />
sermos muito <strong>de</strong>svalorizados.<br />
Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> acreditar<br />
em nós quando nos comprometemos<br />
muito com alg<strong>um</strong>a coisa<br />
e não tivemos sucesso e nos<br />
sentimos <strong>de</strong>rrotados. Larch é<br />
<strong>um</strong>a essência que nos incita a<br />
tentar novamente.<br />
Imaginemos agora, juntos,<br />
a planta da Larix <strong>de</strong>cidua que<br />
é o nome em latim do Larch.<br />
Vamos atentar para seu gestual<br />
e verifi caremos que não<br />
foi aleatoriamente que <strong>Bach</strong> a<br />
escolheu. <strong>É</strong> <strong>um</strong>a espécie forte<br />
e adaptável e po<strong>de</strong> crescer<br />
em condições bastante adversas,<br />
porém é muito sensível à<br />
poluição e propensa a enfermida<strong>de</strong>s.<br />
Seu tronco é ereto e<br />
se torna cada vez mais fi no à<br />
medida que se alonga. As ramas<br />
crescem em ângulo reto<br />
em relação ao tronco e se inclinam<br />
até embaixo, apesar <strong>de</strong><br />
seus extremos manifestarem a<br />
intenção <strong>de</strong> ascen<strong>de</strong>r. Observase<br />
em Larch <strong>um</strong>a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> dobrar-se em seu extremo<br />
como se lhe faltasse força, porém<br />
se observarmos bem, nos<br />
daremos conta que esta falta é<br />
aparente, pois suas bases são<br />
fortes. Quanto às fl ores, as femininas<br />
são <strong>de</strong> cor vermelha o<br />
que implica ação e valor e as<br />
masculinas são amarelas o que<br />
indica potência para a ação.<br />
A<strong>de</strong>mais Larch é <strong>um</strong>a espécie<br />
pioneira; cresce na fronteira<br />
on<strong>de</strong> as condições são hostis,<br />
mas com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação<br />
po<strong>de</strong> sobrepor-se ao inóspito e<br />
o faz, aguardando condições<br />
favoráveis sem abrandar o intento.<br />
Larch nos incita a c<strong>um</strong>prir<br />
o intento mesmo correndo<br />
o risco <strong>de</strong> falharmos.<br />
Para terminar, <strong>um</strong> poema <strong>de</strong><br />
William Edward Hickson, tradução<br />
livre do inglês, que ilustra<br />
bem o positivo em Larch:<br />
Tenta, tenta novamente<br />
Deves esta lição ouvir<br />
Tenta, tenta, novamente<br />
Se a princípio não conseguires<br />
Tenta, tenta novamente<br />
E a coragem surgirá<br />
Basta que tu perseveres<br />
Tudo então conquistarás!<br />
Tenta, tenta novamente.<br />
Se falhar <strong>um</strong>a ou duas vezes<br />
Tenta, tenta novamente<br />
Pois tu prevalecerás<br />
Se te esforçares não haverá revezes.<br />
Se não ganhasses a corrida<br />
O que tu farias?<br />
Tentarias novamente, tentarias.<br />
E o tempo te recompensaria.<br />
Tenta, tenta novamente.<br />
O que outros po<strong>de</strong>m<br />
Por que não po<strong>de</strong>s, também?<br />
Apenas escuta esta regra.<br />
Tenta, tenta como ninguém.<br />
Mariza Helena Ribeiro<br />
Facci Ruiz<br />
Educadora em <strong>Florais</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Bach</strong> e DOULA<br />
Tels.: (16) 3621 8407 /<br />
9992 6596<br />
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