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JPeregrino - Alumiar

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Peregrino<br />

Informação, Informação, Cultura Cultura e e Livre Livre Expressão<br />

Expressão<br />

das Letras<br />

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA<br />

Ribeirão Preto - SP - Ano IX - Nº 107 - março/2009 Ribeirão Preto - SP - Ano IV - Nº 41 www.jperegrino.com.br<br />

- Setembro/2003 - R$ 1,00<br />

Madalena Caramuru<br />

Filha da índia Moema e do português Diogo Álvares Corrêa, Madalena Caramuru foi a primeira mulher brasileira<br />

a saber ler e escrever. Em 1534, Madalena casou-se com Afonso Rodrigues, natural de Óbidos, Portugal, que<br />

segundo Gastão Penalva, foi o responsável pelo ingresso de Madalena no mundo das letras. Madalena escreveu<br />

uma missiva de próprio punho ao Padre Manoel da Nóbrega, no dia 26 de março de 1561, pedindo que as crianças<br />

escravas fossem tratadas com dignidade.<br />

Mãe Benta<br />

A lendária doceira Benta Maria da Conceição Torres, negra, inventou a receita de bolinhos feitos com ovos e<br />

açúcar que imortalizou seu nome como parte da culinária típica brasileira. Viveu no Rio de Janeiro no início do<br />

século 19 e era mãe do cônego Geraldo Leite Bastos. Durante o período regencial, o padre Feijó costumava<br />

freqüentar a casa de Mãe Benta para conversar com o amigo Geraldo e saborear os quitutes preparados pela<br />

doceira. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de agosto de 1851 e foi sepultada no Cemitério São Francisco de<br />

Paula.<br />

Ana Paes d´Altro<br />

Também conhecida como Ana de Holanda, foi uma figura emblemática e controversa do domínio holandês em<br />

Pernambuco. Casou-se com o senhor de engenho Pêro Garcia. Viúva se casou com Carlos de Tourlon, comandante<br />

da guarda do príncipe Maurício de Nassau. O engenho de Ana Paes foi palco de um dos combates mais violentos<br />

da guerra contra os holandeses, que resultou na vitória das forças luso-brasileiras. Por conta do episódio, o<br />

engenho de Ana Paes acabou conhecido como a Casa Forte, que deu nome à batalha e ao bairro do Recife.<br />

Rosa Maria de Siqueira<br />

Rosa Maria de Siqueira foi uma heroína dos mares. Nasceu na capitania de São Vicente, filha de Isabel da Costa<br />

Siqueira e Francisco Luís Castelo Branco. Em viagem a Portugal a esquadra em que estava foi assaltada por<br />

piratas argelinos no meio do Oceano Atlântico. Em 1714, destacou-se com bravura na defesa das naus Nossa<br />

Senhora do Carmo e Santo Elias, carregadas de açúcar, tabaco e corante, além de 120 passageiros. Rosa Maria<br />

dirigiu o movimento de resistência ao ataque, encorajando os combatentes, distribuindo armas e pólvora.<br />

Maria Úrsula de Abreu e Lencastre<br />

Maria Úrsula de Abreu e Lencastre ficou conhecida como a mulher soldado. Nasceu na capitania do Rio de<br />

Janeiro, em 1682, filha de João de Abreu. Aos 18 anos fugiu da terra natal, disfarçada de homem, para Lisboa onde<br />

assentou praça como soldado, em 1º de novembro de 1700. Na índia, destacou-se em inúmeros combates sem<br />

revelar o sexo. Em 1714, retirou o disfarce e casou-se com o oficial militar Afonso Teixeira Arraes de Melo.<br />

Recebeu do rei D. João V uma renda regular. Morreu em Goa, na Índia, cercada de honras.<br />

Marquesa de Santos (1797-1867)<br />

A aristocrata Domitila de Castro Canto e Melo nasceu em São Paulo. Exerceu grande influência durante o<br />

Primeiro Reinado. Foi designada primeira dama da imperatriz D. Maria Leopoldina. Domitila de Castro recebeu<br />

do imperador, o título de marquesa de Santos. O romance com Dom Pedro acabou quando do segundo casamento<br />

dele, com a duquesa de Leuchtemberg, Amélia Beauharnais. Domitila voltou para São Paulo e, em 1842, casouse<br />

com o influente brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Morreu em São Paulo no dia 3 de novembro de 1867, sendo<br />

sepultada no cemitério da Consolação (SP), cujas terras foram doadas por ela ao Estado.<br />

Maria Graham (1785-1842)<br />

A escritora inglesa Maria Graham deixou consideráveis manuscritos onde retrata suas impressões sobre o<br />

cotidiano brasileiro. Em 1823, foi preceptora da princesa Maria da Glória. Nessa ocasião, acertou a ida à Londres<br />

para trazer livros e material didático. Retornando ao Rio de Janeiro, instalou-se no Paço Imperial, mas o convívio<br />

ficou difícil porque havia discordância em relação aos métodos didáticos que adotava, o que a levou a abandonar<br />

a tarefa e voltar para a Inglaterra. Em 1824, publicou “Viagem ao Brasil” que narra a vida na corte de Dom Pedro<br />

e Dona Leopoldina. Após sua morte, em 1842, seu marido doou ao Museu Britânico os desenhos a lápis que Maria<br />

Graham fizera no Brasil.<br />

Maria Quitéria (1792-1853)<br />

Baiana considerada a heroína da independência. Em 1822, quando iniciaram as lutas no Recôncavo Baiano pela<br />

independência, ela fugiu de casa vestida com o uniforme militar do cunhado, José Cordeiro de Medeiros, de<br />

quem adotou o nome e patente ficando conhecida como “soldado Medeiros”. Destacou-se desde o começo por sua<br />

bravura e destreza no manejo das armas. Seu batismo de fogo aconteceu no combate da Pituba, em fevereiro de<br />

1823, no confronto de Itapuã. Com o fim da luta, Maria Quitéria foi condecorada pelo imperador com a insígnia<br />

dos Cavaleiros da Imperial Ordem do Cruzeiro que lhe concedeu também o direito a um solo de alferes de linha.<br />

Bertha Lutz (1894-1976)<br />

Nasceu em São Paulo no dia 2 de agosto de 1894. É uma das pioneiras da<br />

luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e<br />

mulheres no país. Defensora incansável dos direitos da mulher no país.<br />

Empenhou-se na luta pelo voto feminino; criou, em 1919, a Liga para a<br />

Emancipação Intelectual da Mulher. Em 1922, representou as brasileiras<br />

na assembléia-geral da Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos,<br />

onde foi eleita vice-presidente da Sociedade Pan-Americana. Em 1936,<br />

Bertha Lutz assumiu o mandato de deputada federal. Defendeu a mudança<br />

da legislação referente ao trabalho da mulher e dos menores de idade.<br />

Chiquinha Gonzaga (1847-1935)<br />

Francisca Edwiges Neves Gonzaga foi a primeira compositora da música<br />

popular brasileira, autora de duas mil composições e abolicionista. Em<br />

1877, estreou como compositora com a polca “Atraente”. Formou uma<br />

Ana Pimentel<br />

dupla com Joaquim Antonio Calado que foi precursora do choro ou<br />

Ana Pimentel teve grande importância na construção do Brasil colonial. Casada com o nobre português Martim chorinho. Como maestrina, a estréia aconteceu com a opereta “A Corte na<br />

Afonso de Sousa, ela recebeu do marido a incumbência de administrar a capitania de São Vicente no dia 3 de Roça”, em 1885. Ao lado da carreira de maestrina, compositora e pianeira,<br />

março de 1534. Contrariando ordens do marido, autorizou o acesso dos colonos ao planalto Ribeirão paulista, onde Preto se - dedicou-se SP - Ano também IV - Nº às 41 campanhas - Setembro/2003 abolicionista - e R$ republicana. 1,00 Chiquinha<br />

encontravam terras mais férteis e um clima mais ameno do que no litoral. Ana Pimentel providenciou o cultivo vendia suas músicas de porta em porta e, com o dinheiro obtido, libertou o<br />

de laranja na capitania com o objetivo de combater o escorbuto. É responsável também pela introdução do cultivo escravo Zé da Flauta. Chiquinha é a autora da primeira marcha carnavalesca<br />

do arroz, do trigo e da criação de gado na região.<br />

do país, “Ô Abre-Alas”, composta em 1899.<br />

Cora Coralina (1889-1985)<br />

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretãs, nasceu em Goiás Velho. Aos 14<br />

anos, começou a escrever pequenos poemas ou “escritinhos”. Publicou em<br />

1965 o livro “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais” que teve mais de<br />

10 edições nos anos seguintes. Nele destaca-se o “Poema do Milho” que<br />

exalta a natureza e “Poema da Vida”. Onze anos depois compõe “Meu<br />

Livro de Cordel”. Aos 70 anos, com problemas financeiros, decidiu fazer<br />

doces de frutas para vender. Tinha orgulho de jamais ter escrito para se<br />

lamentar da vida. Preferia, ao invés, louvar as coisas da terra e sua gente.<br />

Na década de 80, passou a se corresponder com o poeta Carlos Drummond<br />

de Andrade, que admirava seu talento, a qualidade do seu caráter e a<br />

considerava uma mulher de espírito.<br />

Benedita da Silva<br />

Política ativista do Movimento Negro e Feminista, Benedita Souza da<br />

Silva Santos foi a primeira senadora negra do Brasil. Foi professora da<br />

escola comunitária da favela Chapéu Mangueira.. Tornou-se a primeira<br />

mulher negra a atingir os mais altos cargos da história do Brasil: vereadora,<br />

deputada federal constituinte, senadora, e vice-governadora. Seus mandatos<br />

foram marcados pela defesa das mulheres e negros. É autora do projeto<br />

que inscreveu Zumbi dos Palmares no panteão dos heróis nacionais; fez<br />

de 20 de novembro o “Dia nacional da consciência negra”; responsável<br />

pela criação de delegacias especiais para apurar crimes raciais; pela<br />

obrigatoriedade do quesito cor em documento; lei contra assédio e direito<br />

trabalhistas extensivos às empregadas domésticas.<br />

Irmã Dulce (1914-1992)<br />

Maria Rita Lopes Pontes nasceu em Salvador. Em 1932, entrou para a<br />

Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em Sergipe.<br />

Após seis anos de noviciado, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de<br />

Dulce, em homenagem a mãe. De forma obstinada e com uma fé inabalável,<br />

Irmã Dulce saía pelas ruas do centro de Salvador em busca de doações.<br />

Começou seu trabalho num barracão, para onde levava doentes e<br />

desabrigados. Ali trabalhou com idosos, doentes, pobres, crianças e jovens<br />

carentes. Em 1959, Irmã Dulce conseguiu um terreno para construir o<br />

Albergue Santo Antônio. Em 1970, foi fundado o Hospital Santo Antônio,<br />

ao lado do albergue. Irmã Dulce também abriu um orfanato para 300<br />

menores e passou muitos anos saindo diariamente para pedir donativos de<br />

porta em porta.<br />

Rachel de Queiroz (1910 - 2003)<br />

Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em<br />

1977. Era prima do escritor José de Alencar. Em 1930, publicou seu primeiro<br />

romance, O Quinze, que narra o drama dos flagelados da seca e a pobreza<br />

dos nordestinos. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil<br />

na análise psicológica de seus personagens, teve papel de destaque no<br />

desenvolvimento do romance nordestino. Na política, a escritora participou<br />

da campanha que levou à derrubada de Getúlio Vargas em 1945 e ajudou<br />

nas articulações do golpe de 1964, que depôs João Goulart.


2<br />

Editorial<br />

Quando se fecha o verão é final de março. Como na música de Jobim<br />

“São as águas de março, fechando o verão, é a promessa de vida no teu<br />

coração”. Aqui em Ribeirão Preto o fechamento do verão representa para<br />

muitos que sofrem com o calor excessivo, uma trégua: menos chuvas,<br />

menos temperatura. O ameno entrando em nosso dia-a-dia. Mas enquanto<br />

o outono não vem o que nos reserva o mês de março?<br />

Bem, se levarmos em conta a origem, devemos tomar cuidado. Afinal<br />

Março vem de marcial que está ligado ao Deus Marte - Ares, na Grécia - e<br />

quer dizer guerreiro, combativo, corajoso. Mas sua fama não está ligada<br />

ao positivo. Ares ou Marte não lutava por causas justas e sim pelo instinto<br />

exacerbado, furiosa e indiscriminadamente. Seus acompanhantes no campo<br />

de batalha atestam seu caráter: a Discórdia, o Terror e o Medo.<br />

A julgar pelo que temos verificado ao assistir a telejornais, ao ouvir<br />

contar estórias do dia-a-dia, ao observar as cadeias, ao conversar com<br />

pessoas, Marte/Ares anda à solta. Sua crueldade, sua impetuosidade,<br />

sua loucura têm servido de modelo aos filhos da modernidade que somos<br />

nós. Ele tem pairado sobre nossas cabeças com sua espada sanguinolenta<br />

e impiedosa. Importante, porém, saber que esse Deus não era respeitado<br />

pelos outros Deuses do Panteão olímpico. Nem mesmo seu pai, Zeus o<br />

amava. Aliás, ele dizia que esse seu filho era o mais odioso dos imortais.<br />

Marte/Ares deixou uma péssima impressão para a posteridade. Foi traído,<br />

foi execrado, nem mesmo é colocado na mesma categoria de seus<br />

companheiros divinos.<br />

Marte/Ares não oferece promessa de vida, nem curadora água fresca.<br />

Oferece morte e destruição. Neste mês de março, vamos oferecer algo a<br />

esse Deus que não seja um sacrifício de sangue. Vamos oferecer-lhe a paz<br />

e a tranquilidade, buscada em nosso coração pela necessidade de tornar<br />

sagrada a nossa vida. Nesse começo de atividades, nesse início de novos<br />

governos, vamos oferecer pensamentos de reconstrução do ser humano<br />

e pela Terra. Vamos deixar que Marte/Ares, descanse, finalmente.<br />

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e-mails<br />

Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz<br />

marizahrfruiz@jperegrino.com.br<br />

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Expressão<br />

José Roberto Ruiz<br />

(16) 3621 9225 / 9992 3408<br />

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Peregrino das Letras<br />

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As idéias emitidas em artigos,<br />

matérias ou anúncios publicitários,<br />

são responsabilidades de<br />

seus autores e, não são expressão<br />

oficial deste veículo de<br />

comunicação, salvo indicação<br />

explícita neste sentido.<br />

É expressamente proibida a<br />

reprodução parcial ou total<br />

desta publicação sem a prévia<br />

autorização.<br />

Emoção<br />

Narrar num poema,<br />

encontro repentino.<br />

Descrever uma emoção:<br />

centelha lançada pelo vento...<br />

Qual nuvem a correr no céu.<br />

Inventar uma imagem dentro<br />

dela<br />

que docemente se desfaz,<br />

tornando-se outra mais bela.<br />

Emoção é sol ardente:<br />

Aquece e arrepia ao mesmo<br />

tempo.<br />

É brisa sutil que acaricia a alma.<br />

É doce melodia.<br />

Emoção penetra as veias.<br />

Soro sutil e lento.<br />

São gotas de sorrisos.<br />

Sonhos esquecidos.<br />

Mágico momento.<br />

Elisa Alderani<br />

Cursos – Oficinas -<br />

Palestras – Workshops<br />

4 - O significado Oculto do<br />

Perdão - Ribeirão Preto / SP –<br />

Informações: (16) 8151 9894.<br />

5 - Grupo de Leitura - Tomar<br />

a Vida nas próprias mãos –<br />

Ribeirão Preto / SP –<br />

Informações: (16) 8151 9894.<br />

5 - Teatro para Adultos -<br />

Ribeirão Preto / SP –<br />

Informações: (16) 8151 9894.<br />

7 – Curso de Florais de Bach<br />

– Ribeirão Preto / SP –<br />

Informações: (16) 3621 8407 /<br />

3621 9225 / 3021 5490 / 9992<br />

3408.<br />

7 – Seminário de Reiki –<br />

Ribeirão Preto / SP –<br />

Informações: (16) 3630 2236 /<br />

9782 4150.<br />

14 e 15 – Curso – Noções<br />

Básica de Alimentação<br />

Natural, Culinária,<br />

Combinação de Alimentos e<br />

Reaproveitamento de<br />

Alimentos – Ribeirão Preto /<br />

SP – Informações: (16) 3636<br />

5642 / 3610 7230.<br />

20 – Cerimônia do Equinócio<br />

– Ribeirão Preto / SP –<br />

Informações: (16) 9962 5178.<br />

21 – Curso de Xamanismo<br />

Básico – Ribeirão Preto / SP<br />

– Informações: (16) 9962<br />

5178.<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009<br />

Capa<br />

Imagens capa - Google<br />

Texto: Mulheres que fizeram história no Brasil<br />

Contatos<br />

Peregrino<br />

das Letras<br />

Direção<br />

José Roberto Ruiz - MTb 36.952<br />

jrruiz@jperegrino.com.br<br />

Redatora<br />

Mariza Helena R. Facci Ruiz<br />

marizahrfruiz@jperegrino.com.br<br />

WebDesign<br />

Francisco Guilherme R. Ruiz<br />

franciscogrruiz@yahoo.com.br<br />

Endereço para correspondência:<br />

Av. Guilhermina Cunha Coelho,<br />

350 A6 - Ribeirão Preto - SP / Brasil<br />

/ 14021-520<br />

Telefones<br />

(16) 3621 9225 / 9992 3408<br />

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Fotolito e Impressão<br />

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Peregrino<br />

das Letras<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

3<br />

É uma patologia que ocorre<br />

quando os músculos da região<br />

do períneo (região posterior que<br />

circunda o ânus) sofrem alterações,<br />

e suas fibras se rompem<br />

e perdem a tonicidade perdendo<br />

a capacidade de sustentação da<br />

parede retal, fazendo com que<br />

haja uma distensão persistente,<br />

formando uma saculação ao<br />

redor do ânus.<br />

Várias estruturas poderão se<br />

adentrar nessa saculação, vindo<br />

a comprimir o reto e dificultar a<br />

defecação; essas estruturas<br />

podem incluir gordura retroperitonial,<br />

vesícula urinária<br />

(bexiga), fluido seroso, desvio ou<br />

dilatação do reto formando um<br />

divertículo retal ou ainda alças<br />

do intestino delgado. Os órgãos<br />

envolvidos, poderão sofrer<br />

Hérnia Perineal<br />

estrangulamento e causar<br />

obstrução, podendo comprometer<br />

a vida do animal.<br />

As causas podem ser desde<br />

distúrbios hormonais a defeitos<br />

congênitos ou adquiridos na<br />

formação dos músculos da<br />

região perianal.<br />

A herniação poderá ser uni<br />

ou bilateral sendo que as<br />

unilaterais são as de maior<br />

ocorrência.<br />

Existem algumas raças com<br />

maior predisposição à doença<br />

como Boxer, Boston Terrier,<br />

Collie, Pequinês, mas as raças<br />

não definidas são as que mais<br />

sofrem a ocorrência.<br />

Quanto à espécie, a canina<br />

é a mais comum e a felina é mais<br />

rara. É mais freqüente em cães<br />

machos, não castrados e a partir<br />

de 5 anos de idade.<br />

Os sinais clínicos incluem<br />

desde aumento de volume<br />

perianal, a constipação (prisão<br />

de ventre), com esforço para<br />

defecação sem êxito, prolapso<br />

retal (exteriorização do reto),<br />

dificuldade para urinar, vômitos,<br />

flatulência e incontinência fecal.<br />

Na rotina da clinica veterinária<br />

eventualmente podem<br />

ocorrer atendimentos de emergência<br />

com pacientes apre-<br />

sentando hérnias perineais com<br />

comprometimento de bexiga<br />

urinária aprisionada ou estrangulamento<br />

de alça intestinal. O<br />

diagnóstico é baseado nos<br />

achados clínicos, como o<br />

aumento de volume na região do<br />

períneo, que poderá ser uni ou<br />

bilateral e o prognóstico vai<br />

depender do grau de comprometimento<br />

do processo, bem<br />

como do tempo de sua duração.<br />

A resolução cirúrgica é<br />

recomendada (herniorrafia), e<br />

consiste na reposição das<br />

estruturas para dentro da<br />

cavidade abdominal, com o<br />

fechamento do anel herniário<br />

através de suturas dos músculos<br />

envolvidos ou ainda com a<br />

utilização de membranas biológicas<br />

(ex. pericárdio de<br />

bovinos).<br />

A recorrência herniária ou a<br />

ocorrência da herniação contralateral<br />

poderão ser minimizadas<br />

através da prevenção com a<br />

castração precoce dos machos.<br />

Dr. Mussi A. de Lacerda<br />

Médico Veterinário -<br />

CRMVSP 3065<br />

Arca de Noé Centro<br />

Médico Veterinário<br />

www.arcadenoehv.com.br<br />

Cursos / Apostilas - Gratuitos<br />

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4<br />

1 - Vamos supor texto escrito ou<br />

pensado por uma pessoa portuguesa,<br />

chegando a um shopping<br />

center.<br />

For sale! Fitness, 50% off!<br />

Aqui: Pizza delivery!<br />

Que gira! As montras, aqui, no<br />

Centro Comercial, agora estão<br />

escritas em inglês, até parece o<br />

Brasil.<br />

Que falta faz a máquina, pois<br />

tive de vir de autocarro. Vou à casa<br />

de banhos, primeiro. Ih! o autoclismo<br />

está com defeito.<br />

Agora vou tomar uma bica,<br />

melhor, um galão, ou um carioca,<br />

com uma tosta.<br />

E vamos às compras, preciso de<br />

retrosaria, uma blusa, uma mala,verniz<br />

para as unhas, socos,<br />

bandas desenhadas para os miúdos<br />

e...ah! um esguicho novo, tabaco e<br />

peúgas de desporto.<br />

Uf ! Cansei, pois. Vou pôr tudo<br />

no bengaleiro para almoçar no<br />

snack-bar do piso acima. Não tem<br />

Peregrino das Letras<br />

Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

A reforma da Língua Portuguesa<br />

ementa, então vai um bitoque<br />

mesmo, um sumo de ananás bem<br />

fresco e uma tarte de nozes, que<br />

sabe bem. Isso todos têm.<br />

E cá estou a me lembrar de que<br />

tenho de passar na charcutaria que<br />

fica ao pé do ponto de autocarro.<br />

Bem que poderia haver um metro<br />

por aqui.<br />

Tomo um café de saco para<br />

terminar e vou à bicha para pagar a<br />

conta.<br />

2 - “Traduzindo” para o português<br />

do Brasil:<br />

(O que está em inglês fica do<br />

mesmo jeito, todos os brasileiros<br />

que frequentam os shoppings<br />

entendem inglês, não é mesmo?)<br />

Que graça! As vitrinas, aqui no<br />

Shopping Center, agora estão<br />

escritas em inglês, até parece o<br />

Brasil.<br />

Que falta faz o carro, pois tive<br />

de vir de ônibus. Vou ao banheiro,<br />

primeiro. Ih! a descarga está com<br />

defeito.<br />

Agora vou tomar um café<br />

expresso, melhor, um copo de leite<br />

com café, ou um café fraco, com um<br />

sanduíche quente.<br />

Vamos às compras. Preciso de<br />

armarinhos, uma camisola, uma<br />

bolsa, esmalte, tamancos, histórias<br />

em quadrinhos para as crianças e...<br />

ah! um chuveiro novo, cigarros e<br />

meias masculinas para esporte.<br />

Uf! Cansei, pois. Vou pôr tudo<br />

no guarda-volumes, para almoçar<br />

na lanchonete (oba!, olha o inglês<br />

aí: snack-bar) do andar de cima.<br />

Não tem cardápio, então vai bife,<br />

ovo frito e batata mesmo, um suco<br />

de abacaxi bem gelado e uma torta<br />

de nozes, que é bem gostosa. Isso<br />

todos têm.<br />

Estou lembrando que tenho de<br />

passar na salsicharia, quando for<br />

pegar o ônibus. Bem que poderia<br />

haver metrô aqui.<br />

Tomo um café de coador para<br />

terminar e vou para a fila para pagar<br />

a conta.<br />

Muitos textos poderiam ser<br />

escritos para mostrar que nunca<br />

vão ser iguais as línguas de<br />

Portugal e do Brasil. Também não<br />

são iguais o espanhol da Espanha<br />

e das Américas do Sul e Central, o<br />

inglês da Inglaterra e dos Estados<br />

Unidos, para ficar só nesses<br />

exemplos. Mesmo no Brasil, cada<br />

região tem seu falar característico,<br />

linguagem, vocabulário, sotaque...<br />

Para que, então, uma<br />

reforma agora, que vai trazer<br />

desperdícios, despesas e tantas<br />

inconveniências, gastos desnecessários<br />

numa época de crise e<br />

de economias até de papel... Sei<br />

que não adianta protestar, mas<br />

protesto mesmo assim e desconfio<br />

das verdadeiras razões dessa<br />

reforma, uma vez que Portugal<br />

mesmo não apoiava e poucas<br />

nações aderiram. Não bastava,<br />

então, tirar apenas o trema? Isso<br />

até que seria útil, pois a maioria<br />

dos brasileiros já não usava.<br />

Nilva Mariani<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009<br />

Guia prático da nova Ortografia<br />

(continuação da edição anterior)<br />

Douglas Tufano<br />

Professor e autor de livros didáticos de língua portuguesa<br />

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).<br />

Como era<br />

Abençôo<br />

crêem (verbo crer)<br />

dêem (verbo dar)<br />

dôo (verbo doar)<br />

enjôo<br />

lêem (verbo ler)<br />

magôo (verbo magoar)<br />

perdôo (verbo perdoar)<br />

povôo (verbo povoar)<br />

vêem (verbo ver)<br />

vôos<br />

zôo<br />

Continua na próxima edição.<br />

Como fica<br />

abençoo<br />

creem<br />

deem<br />

doo<br />

enjoo<br />

leem<br />

magoo<br />

perdoo<br />

povoo<br />

veem<br />

voos<br />

zoo<br />

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/<br />

pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.<br />

Como era<br />

Ele pára o carro.<br />

Ele foi ao pólo Norte.<br />

Ele gosta de jogar pólo.<br />

Esse gato tem pêlos brancos.<br />

Comi uma pêra.<br />

Como fica<br />

Ele para o carro.<br />

Ele foi ao polo Norte.<br />

Ele gosta de jogar polo.<br />

Esse gato tem pelos brancos.<br />

Comi uma pera.<br />

Atenção:<br />

• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado<br />

do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular.<br />

Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo:<br />

Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.<br />

• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.<br />

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.<br />

• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos<br />

ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir,<br />

intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.<br />

Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.<br />

Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.<br />

Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.<br />

Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.<br />

Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.<br />

• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras<br />

forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja<br />

este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?<br />

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele)<br />

argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.<br />

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e<br />

quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir<br />

etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente<br />

do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:<br />

a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser<br />

acentuadas. Exemplos:<br />

• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues,<br />

enxáguem.<br />

• verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua,<br />

delínquas, delínquam.<br />

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser<br />

acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser<br />

pronunciada mais fortemente que as outras):<br />

• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues,<br />

enxaguem.<br />

• verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua,<br />

delinquas, delinquam.<br />

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e<br />

i tônicos.


Peregrino<br />

das Letras<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

5<br />

Erótico ou pornográfico?<br />

Tanto faz!<br />

Ao indagar sobre a diferença entre erotismo e pornografia pareceu a<br />

primeira vista que é apenas uma questão de intensidade. Erotismo seria<br />

algo assim, mais delicado, velado, encoberto, uma versão hipócrita do<br />

amor sexual e de suas nuanças. Pornografia seria a revelação explícita,<br />

versão chula e escrachada das ações que o desejo sexual pode provocar.<br />

Não se pode negar que ambos dizem respeito aos prazeres do sexo, à<br />

sensualidade, à volúpia. Referem-se às sensações essas danadas das<br />

quais não podemos nos safar. Mas não estão tão longe um do outro.<br />

Erótico remete ao Deus Eros que é considerado o Deus do Amor.<br />

Filho de Afrodite, em algumas versões, aquela Deusa nada contida em<br />

sua sexualidade ou segundo o estudo da Teogonia - origem dos Deuses<br />

-, uma força avassaladora que leva ao acasalamento, Eros é responsável pela perpetuação da espécie. O erótico<br />

começa em favor da vida, sem este impulso provavelmente não teríamos chegado até aqui, haveria carência da<br />

união masculino e feminino para formar novas gentes, novos povos.<br />

Então esse tal de Eros é apenas um impulso? Sim, em princípio é. A última coisa com a qual ele se preocupa<br />

é com o Amor pelo menos no sentido de algo que nos preenche e que vai além da realização de nossos desejos<br />

e do que clamam nossos sentidos. Tanto é verdade que mesmo o anjinho alado, gordinho e fofo, uma das<br />

representações de Eros, quando nos lança flechas fere nosso coração e nosso fígado. Aleatoriamente. A seu<br />

bel prazer. Dane-se que não saibamos lidar com o objeto de nossa paixão. Dane-se que o objeto escolhido não<br />

esteja nem aí pra gente. Vire-se, diz Eros. Ele fere e vai-se embora com sua face rubicunda e aparentemente<br />

ingênua, esboçando um sorrisinho de quem cumpriu sua tarefa.<br />

Ficamos ali, muitas vezes, estupefatos, sem saber se damos conta da paixão. A despeito disso Eros vem<br />

brincando conosco desde sempre. Ele atinge os órgãos genitais, mas não atinge o coração. Haverá um momento<br />

em que sentimos falta disso. Precisamos de mais. Falta algo, algo capenga. Podemos nos refugiar nas fantasias,<br />

podemos ter medo delas e é aí que surge, a meu ver a Pornografia. Vem explícita, vem descarada. Traz imagens<br />

obscenas e estranhas. Pode levar a comportamentos destrutivos, pode apenas macular algo dentro de nós. De<br />

qualquer modo está a serviço de uma mudança. Pode ser Caos, mas não nos esqueçamos de que Caos é também<br />

mudança. Separa para criar. De uma forma dolorosa que serve ao mesmo intuito.<br />

Queremos algo que atinja nosso coração. Este é outro momento. É corpo e olhos. É mergulho no outro via<br />

olhar. É descoberta de algo fantástico: eu sou o outro, o outro sou eu. Duas essências que se tocam. Duas<br />

energias a serviço do AMOR, aquele que vai levar à compaixão e a níveis mais elevados de entendimento.<br />

O caminho pode ser longo, tortuoso, pedregoso. E passamos por Eros. E Eros evolui conosco. E passamos<br />

muitas vezes por Pornéia que nos sorri com seu jeito debochado. Não importa, queremos chegar à plenitude.<br />

Cairemos, levantaremos. Um dia vamos aprender a lidar com isso.<br />

Ocorre-me que Deus seja qual for a sua manifestação é o Grande Prestidigitador. Coloca-nos em contato<br />

com a tentação, e com o desejo. Com o Bem e com o Mal. Coloca-nos em um mundo de ilusões. Seu objetivo,<br />

porém não é o de que fiquemos iludidos para sempre. Ele nos dotou da capacidade de encontrar respostas<br />

dentro de nós mesmos e sabe que vamos vencer: um dia. Não importa quanto tempo leve. Bom é saber que<br />

somos capazes. Não somos seres pecadores, somos seres de crescimento e de experiência à espera da Graça<br />

que, certamente virá.<br />

Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz<br />

Terapeuta Corporal e Practitioner em Florais de Bach<br />

Tel.: (16) 3621 8407 / 3621 9225<br />

marizahrfruiz@jperegrino.com.br<br />

www.alumiar.com<br />

ANUNCIAR<br />

falecom@jperegrino.com.br<br />

(16)<br />

3621 9225<br />

9992 3408


6<br />

Verão vivo<br />

O sol forte bronzeou a juventude<br />

na areia alheia ao mundo rude<br />

O mar tentou curar corpos idosos,<br />

donos de olhares ainda esperançosos<br />

A “gata” acha que todos olharam<br />

as suas curvas de beleza ideal<br />

O “gato” tem certeza que inventaram<br />

a musculação que o torna imortal<br />

Plúmbeas nuvens surgiram para a elite,<br />

indignada no seu veraneio<br />

pela excursão do farofeiro<br />

Não perceberam no verão vivo, de alma nua,<br />

que o céu chorou: água da casa de pau-a-pique<br />

e chorou o céu, p’ra banhar as crianças de rua<br />

Do livro FLORESCER - poesias e reflexões<br />

Cléo Reis<br />

ALARP - Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto / CPERP -<br />

Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto / UEI<br />

Peregrino das Letras<br />

Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

Jesus e os índios<br />

da Amazônia<br />

Penso que a campanha pró-<br />

Amazônia bem poderia incorporar<br />

mensagens de Jesus à humanidade. Que<br />

mais apropriado pregar aos habitantes<br />

civilizados da Amazônia, em<br />

condenação à devastação florestal que<br />

andam praticando, em detrimento dos<br />

silvícolas, que estas suas mensagens:<br />

“Por isso eu lhes digo: não se<br />

preocupem com a vida, quanto ao<br />

que vocês vão comer, nem com o<br />

corpo, quanto ao que vão vestir. Não<br />

será a vida mais que alimento, e o<br />

corpo mais que vestuário?<br />

Vejam os corvos. Eles não<br />

semeiam nem colhem, não têm<br />

celeiro nem depósito, e mesmo<br />

assim Deus os alimenta. Não<br />

valerão vocês mais do que os<br />

pássaros? Qual de vocês, com sua<br />

preocupação, pode acrescentar um<br />

único dia à própria vida? E por que<br />

se preocuparem tanto com as<br />

roupas? Vejam como crescem os<br />

lírios. Eles não trabalham nem<br />

fiam. No entanto, nem Salomão em<br />

todo o seu esplendor foi tão<br />

magnificente. Se Deus deu roupas<br />

tão lindas à relva, que hoje viceja<br />

nos campos e amanhã será atirada<br />

ao fogo, como não daria de vestir a<br />

vocês, seus descrentes?<br />

Então não se preocupem,<br />

perguntando-se: ‘O que vamos<br />

comer?’ ou ‘O que vamos vestir?’<br />

Todo mundo faz isso, e seu pai sabe<br />

que vocês precisam de alimentação<br />

e vestuário.<br />

Em vez de se preocuparem,<br />

certifiquem-se de que estão sob o<br />

domínio de Deus, e tudo isso lhes<br />

será acrescentado.”<br />

Acaso os índios não praticam o que<br />

Jesus prega? Vivem felizes, só<br />

preocupados com o dia a dia, porque<br />

sabem que o Pai celestial vela por eles.<br />

Têm na floresta tudo aquilo de que<br />

necessitam. O trabalho é mais o de<br />

caçar, pescar e coletar, sem predação.<br />

E vivem como irmãos, na mais perfeita<br />

igualdade.<br />

Aí chega o civilizado, destrói toda a<br />

reserva natural planejada para sustentar<br />

o homem. Derruba a mata e planta para<br />

vender e lucrar. Mais uma vez é muito<br />

adequada uma mensagem de Jesus:<br />

“Então ele contou a todos uma<br />

parábola dizendo: “A terra de um<br />

homem rico tinha produzido em<br />

abundância, e ele pensou consigo<br />

mesmo: ‘E agora, o que vou fazer?<br />

Não tenho onde guardar a colheita.’<br />

Em seguida, ele disse: ‘Já sei. Vou<br />

demolir meus celeiros e construir<br />

outros, maiores, onde poderei<br />

guardar meus grãos e bens. E vou<br />

dizer a minha alma: Alma, você tem<br />

bens em estoque para muitos anos;<br />

relaxe, beba, coma e seja feliz.’ Mas<br />

disse Deus a ele: ‘Insensato! Esta<br />

noite mesmo você terá a alma<br />

reclamada; e tudo o que você<br />

produziu a quem pertencerá?’ Isso<br />

é o que acontece com quem acumula<br />

tesouros para si próprio sem se<br />

tornar rico diante de Deus.”<br />

(Essas mensagens evangélicas, eu as<br />

tirei do livro “O Evangelho Perdido”,<br />

de Burton L. Mack)<br />

Ernani Valter Ribeiro<br />

Várias culturas elegem<br />

momentos especiais, durante a<br />

estação da colheita ou no final do<br />

ano, para expressarem gratidão. O<br />

festival Judeu de Sukkot no<br />

outono, e a colheita de ação de<br />

graças observada em várias igrejas<br />

Cristãs, são exemplos. O Budismo<br />

considera a gratidão como uma<br />

marca da humanidade o que<br />

significa que tudo e todos neste<br />

mundo estão conectados, e a<br />

“mutualidade” de nosso ambiente<br />

significa que não existe ninguém e<br />

nada que não mereça nossa<br />

gratidão. O Hinduísmo reconhece<br />

o interrelacionamento entre a lei do<br />

carma e a gratidão, e o mês sagrado<br />

do Ramadã do Mulçumano tem por<br />

objetivo cultivá-la. Numerosas<br />

tradições culturais através do<br />

mundo fixam datas anuais para a<br />

expressão coletiva de gratidão –<br />

para doação à terra e para as<br />

bênçãos da vida propriamente dita.<br />

Expressar gratidão não é<br />

apenas um gesto gentil; conecta<br />

as pessoas a um padrão de fluxo<br />

de energia governada por leis<br />

espirituais. Os escritos de Alice<br />

Bailey descrevem gratidão como<br />

um “agente básico de liberação”,<br />

que sugere que alguma coisa é<br />

resgatada para uso da alma quando<br />

a gratidão é expressa. Ser grato é<br />

olhar além de alguém em<br />

reconhecimento do poder<br />

sustentador da relação, não<br />

somente com as “almas gêmeas”,<br />

mas com recursos de ajuda e<br />

socorro que são frequentemente<br />

invisíveis. Desta maneira a gratidão<br />

liberta alguém da prisão caseira do<br />

isolamento, do orgulho, da<br />

inferioridade, do ciúme e do<br />

ressentimento.<br />

Expressar gratidão inicia um<br />

processo científico, porque a<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009<br />

Gratidão:<br />

A marca de uma alma iluminada<br />

Triangle Bulletin – nº 166 – December 2008<br />

gratidão é um agente purificador<br />

que manda embora velhos assuntos,<br />

liberta qualquer tendência<br />

de cristalização, e conduz a novas<br />

energias mobilizadoras. Interessante<br />

é que gratidão está diretamente<br />

ligada à lealdade. Em um<br />

primeiro momento isto pode<br />

surpreender, mas expressar<br />

gratidão é reconhecer as contribuições<br />

daqueles maiores do que<br />

nós e sentir admiração e alegria por<br />

suas realizações. Ao responder com<br />

gratidão nós nos alinhamos com<br />

as mesmas forças e energias que<br />

nos socorreram. Assim procedendo<br />

entramos em uma corrente<br />

de energia que é circular, em efeito,<br />

e relacionada com o carma. Isto é<br />

porque nos foi contado que os<br />

Grandes não necessitam de nossa<br />

gratidão, mas que nós devemos<br />

senti-la por sua ajuda.<br />

Cada servidor junta-se a um<br />

campo de energia criado por<br />

outros servidores, adicionando sua<br />

pequena e própria parte ao esforço<br />

de um grupo grande o suficiente<br />

para que qualquer um indivi-dualmente<br />

receba sua contribuição. No<br />

serviço compartilhado o trabalho<br />

de cada servidor é exponencialmente<br />

aumentado. A rede de<br />

Triângulos é um tipo de exemplo,<br />

criada pelo esforço de incontáveis<br />

trabalhadores desconhecidos para<br />

nós que vem funcionando há<br />

muitos anos. Diariamente nós<br />

podemos lembrar a dedicação de<br />

nossos amigos trabalhadores e de<br />

todos os servidores que contribuem<br />

para o bem maior. Diariamente<br />

podemos dizer, “Eu afirmo<br />

gratidão para todos portadores da<br />

Luz”.<br />

(Tradução livre de José Roberto<br />

Ruiz e Mariza Helena Ribeiro Facci<br />

Ruiz)<br />

Nota: Triângulos é uma atividade<br />

de serviço mundial através da qual<br />

pessoas se unem por meio do<br />

pensamento em grupos de três para<br />

criar uma rede planetária de<br />

triângulos de luz e boa vontade.<br />

Usando uma oração mundial, a<br />

Grande Invocação, eles invocam a<br />

luz e o amor como um serviço à<br />

humanidade. Informações adicionais<br />

podem ser obtidas em:<br />

www.triangles.org.


Peregrino<br />

das Letras<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009 Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

7<br />

Técnicas e Práticas Construtivas<br />

para Edificações – Julio Salgado<br />

Estudantes, técnicos e profissionais<br />

da área de construção civil<br />

encontram no livro conceitos<br />

básicos e as principais técnicas<br />

para edificação, desde a concepção<br />

da obra por parte do cliente até sua<br />

entrega. Trata-se de um auxílio<br />

significativo para as tarefas do diaa-dia.<br />

Descreve as etapas de<br />

conhecimento e exploração de<br />

áreas para implantação de obras.<br />

Assuntos como impermeabilização,<br />

piso, pavimentação,<br />

instalações elétricas, etc..., são<br />

tratados com clareza. As explicações<br />

são objetivas e abrangem,<br />

além de práticas construtivas,<br />

medidas de proteção e diferenciais<br />

que propiciam uma obra executada<br />

de forma consciente e com<br />

qualidade.<br />

Editora Érica Ltda.<br />

Tel.: (11) 2295 3066 – Fax: (11) 6197<br />

4060<br />

www.editoraerica.com.br<br />

DOAÇÃO DOAÇÃO DE DE LIVROS<br />

LIVROS<br />

Prezados Leitores<br />

Efetuamos no mês de fevereiro a doação de 87 livros<br />

para a Biblioteca Altino Arantes.<br />

Agradecemos às Editoras Iátria, Érica e Madras pelos<br />

livros enviados, aos Escritores independentes e aos<br />

nossos leitores que participaram com o envio de alguns<br />

exemplares de suas bibliotecas particulares.<br />

A Primeira Guerra Mundial – Jesús<br />

Hernández<br />

Em 28 de junho de 1914, o assassinato<br />

do arquiduque Francisco Fernando, da<br />

Áustria, provocou uma série de<br />

despropósitos diplomáticos que<br />

desencadearam um conflito bélico sem<br />

precedentes. Uma disputa crucial para se<br />

entender o século XX, as origens do<br />

Nazismo, a Rússia Soviética, os conflitos<br />

do Oriente Médio e a consolidação dos<br />

Estados Unidos como potência mundial.<br />

Não é possível compreender o agitado<br />

século XX sem conhecer a Primeira<br />

Guerra Mundial. No entanto, o conflito de 1914 a 1918 permanece<br />

ofuscado pela atenção centrada na Segunda Guerra Mundial. Conheça<br />

as terríveis batalhas de desgaste de Verdun e do Somme, em 1916.<br />

Grupo Editorial Madras<br />

Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090<br />

www.madras.com.br<br />

LEIA LIVROS<br />

ORTOGRAFIA: Novo Acordo Ortográfico<br />

da Língua Portuguesa - Carolina<br />

Tomasi e João Bosco Medeiros<br />

Este livro apresenta, além do Novo<br />

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,<br />

outras modificações que constituem<br />

a história da nossa ortografia. O Novo<br />

Acordo contém regras de acentuação e<br />

de hífen, conjugação verbal, queda do<br />

trema e outras convenções de menor<br />

repercussão no uso da língua escrita.<br />

Livraria Atlas Ribeirão<br />

Tel.: (16) 3977 6070<br />

livraria@livraria-atlas.com.br<br />

LER LER F FFAZ<br />

F AZ BEM BEM À À ALMA<br />

ALMA


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Peregrino<br />

das Letras<br />

Informação, Cultura e Livre Expressão<br />

PURGATÓRIO<br />

Ribeirão Preto - SP - março/2009<br />

Se para a crítica argentina Ana Amado 1 O Pântano<br />

(La Ciénaga, 2001), primeiro longa de Lucrecia<br />

Martel, era pautado pela filosofia de Simone Weil de<br />

A Gravidade e a Graça, no filme seguinte a diretora<br />

parece ensaiar o movimento parecido mas inverso.<br />

Em A Menina Santa (La Niña Santa, 2004), ao invés<br />

da força que imanta os corpos contra o chão, temos<br />

a ascese enquanto projeto dos personagens, seja por<br />

vocação religiosa, seja pela sublimação do desejo.<br />

Num hotel, homens e mulheres se reúnem: elas<br />

são as responsáveis pelo estabelecimento e estão<br />

acompanhadas de suas filhas adolescentes. Eles estão<br />

hospedados no hotel por razão de um congresso de<br />

medicina. Ainda que as filhas do grupo feminino<br />

pretendam uma vocação religiosa, pesa o fato de serem<br />

adolescentes, contribuindo para que algumas investigações teológicas sejam realizadas à luz do sexo. Por outro lado, entre<br />

os congressistas há aqueles que arriscam a própria vocação pelo desejo de se envolver com algumas das adolescentes.<br />

Ainda que o relacionamento entre homens mais velhos e quase garotas seja insinuado pelo filme, ele nunca aparece de<br />

corpo inteiro. O tema surge fora de quadro, em notícias que pairam no hotel, mas sobretudo no assédio que o médico<br />

comete contra uma das garotas aspirante a religiosa. Esse assédio, porém, não encontra maiores conseqüências físicas para<br />

ambos, mas prevalece a carga de culpa. Antes de impor um drama físico, o filme nos conduz a um drama menos material,<br />

mais psicológico: a culpa por esse pequeno pecado e a idéia, não sem conflito, de que para não se perder é preciso sublimar<br />

o desejo.<br />

Há no filme um desejo de desmaterialização que “imanta” os personagens, como se fosse possível desligar-se do<br />

próprio corpo. Nesse sentido é exemplar a música que soa de um instrumento sem corpo, o thereminvox. Os personagens<br />

dão mostras dessa vontade, mas penso que a desmaterialização se efetua principalmente no espaço. A narrativa do núcleo<br />

proto-familiar (mulher, filha e médico que a assedia ) se concentra em um só lugar, o qual, curiosamente, é apresentado sem<br />

precisões geográficas. Não vemos a frente do hotel, não sabemos localizá-lo na rua – sabemos apenas que ele está em algum<br />

lugar na mesma rua onde se dá o assédio. O espaço não parece localizável e, da mesma forma, é fácil se perder por ele, sem<br />

saber ao certo de que lado estamos, o que é em cima e o que é em baixo, de onde vêm os sons. Por sinal, é notável o trabalho<br />

de som no filme, permitindo a construção de eventos variados através de um recurso que se propaga pelo ar.<br />

A única maneira vislumbrada pelo filme de conciliar essa duas marcas contrárias, desejo e sublimação, é deixar os<br />

personagens em suspense, quer dizer: seus corpos (por demais concretos) e seus trajetos em suspense. Como síntese, o<br />

fim do filme estabelece as duas adolescentes religiosas com seus corpos flutuando na piscina, o que é feito não com esforço<br />

mas com graça. A resolução do assédio, que aguardamos ao longo do filme, deverá ser estendida, permanecendo ela também<br />

em suspenso. Por fim, creio que o suspense enquanto gênero dá colorido a certos momentos do filme; se em O Pântano<br />

havia suspense, em A Menina Santa ele se repete à beira da estrada, na morte próxima vinda de um caminhão que não se vê<br />

chegar.<br />

Se o pântano é pegajoso e prende os banhistas em sua consistência espessa, dessa vez a metáfora da piscina permite<br />

aos personagens desprender-se dessa condição, ainda que provisoriamente.<br />

1 AMADO, Ana. “Cine argentino, cuando todo es márgen”, in: El Ojo que Piensa, n. 00. Endereço da Internet:<br />

http://www.elojoquepiensa.udg.mx/espanol/numero00/veryana/06_cineargentino.html<br />

André Pires Bomfim

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