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Fundamentos Antropo-Filosóficos das Educação - UFPB Virtual ...

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<strong>Fundamentos</strong> <strong>Antropo</strong>-filosóficos da <strong>Educação</strong><br />

dualista, se distingue do dualismo clássico: o espírito (res cogitans) separado do corpo (res<br />

extensa), não para elevar-se à contemplação do mundo <strong>das</strong> ideias, mas para melhor conhecer e<br />

dominar o mundo (cf. Discurso do método). O mundo não é mais a antiga Physis, dotada de um<br />

princípio imanente de movimento, mas a grande máquina capaz de ser analisada pela razão e por<br />

ela reproduzida na forma de um modelo matemático. Aí está a dignidade do homem: ela reside no<br />

pensamento; o homem em sua capacidade cognitiva (o cogito se volta para dominar o mundo,<br />

matematiza o mundo). Este é o matematismo cartesiano.<br />

Descartes é universalmente reconhecido como o pai da filosofia racionalista moderna.<br />

Descartes considerava um de seus objetivos primordiais a fundamentação de uma nova ciência<br />

natural, defendendo sua validade diante dos erros da ciência antiga e mostrando a necessidade<br />

de encontrar um verdadeiro método que colocasse a ciência no caminho correto para o<br />

desenvolvimento do conhecimento. As principais contribuições à tradição epistemológica moderna<br />

se encontram na adoção da questão da fundamentação da ciência como problema central. É<br />

considerado um dos filósofos mais importantes e influentes na formação e desenvolvimento do<br />

pensamento moderno. Cabe a ele o mérito de ter dado à epistemologia moderna uma nova<br />

orientação gnosiológica e fundamentação metodológica:<br />

- Direção decididamente gnosiológica: o primeiro e o maior problema a resolver é o do<br />

conhecimento, seu valor e sua contribuição. Para uma base segura (certeza), investigar a<br />

natureza, as fontes e a validade do conhecimento. O projeto de reconstrução do saber em<br />

Descartes só tem sentido a partir da convicção de que o intelecto humano é capaz de atingir a<br />

verdade, atingir o “ponto fixo e seguro” do conhecimento. E este ponto fixo e seguro será a<br />

subjetividade. Esta, torna-se o ponto de fundamentação do conhecimento. Mas, para Descartes,<br />

não basta possuir apenas razão (bom senso), é necessário saber conduzir a razão. Daí o<br />

problema do conhecimento passa a ser um problema de método.<br />

- Preocupação com o método: necessidade de solidez e organicidade da pesquisa científica;<br />

precisava de um método seguro e rigoroso; estabelecer novas bases, novos métodos e novos<br />

objetivos para a filosofia. Com essa intenção, Descartes busca construir um sistema de<br />

pensamento disposto a liquidar com as crenças de seu conhecimento adquiri<strong>das</strong> pela tradição do<br />

senso comum, e pré-juízos da infância; que seja consistente (e resistente) a qualquer dúvida. E<br />

como conseguir esse conhecimento rigoroso e seguro? Daí a necessidade de um método para<br />

conduzir a razão. Talvez esta seja a principal contribuição de Descartes à tradição epistemológica<br />

moderna: as regras do método. Nesse contexto, ganha destaque a subjetividade, o sujeito tornase<br />

responsável por ordenar a construção do conhecimento.<br />

- Atenção ao sujeito: agora colocado como centro de to<strong>das</strong> as pesquisas, e to<strong>das</strong> as coisas<br />

(antropocentrismo). O pensamento de Descartes vai permitir emergir a subjetividade na medida<br />

em que o sujeito encontra-se com a sua consciência e com ela estabelece um diálogo filosófico

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