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josemar josé barbosa assistência humanizada

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Apesar da importância do aspecto quantitativo da coleta de dados, este<br />

trabalho é essencialmente de natureza qualitativa, na medida em que respeitou<br />

uma característica fundamental deste tipo de pesquisa: registro da interação<br />

face a face, sem a interferência externa, visando à observação das<br />

interlocuções no momento exato em que ocorrem e a maneira como ocorrem.<br />

A motivação pela pesquisa de campo deveu-se ao fato de que através desta<br />

abordagem pudemos chegar, com mais segurança, a uma pergunta axial feita<br />

pela pesquisa: “como se dá a humanização na <strong>assistência</strong> médica, a partir das<br />

práticas interacionais que se têm hoje?”<br />

De posse desses dados foi possível observar a maneira como foi<br />

conduzida a interlocução entre médico e usuário, dando-se ênfase a questões<br />

como: o tempo disponibilizado para cada consulta, quem introduz os tópicos ao<br />

longo da consulta e como estes são desenvolvidos. Outros aspectos como: a<br />

solicitação e prescrição de medicamentos mostraram-se relevantes, na medida<br />

quem que vão construindo um modelo de interação, que só se concebe<br />

naquele ambiente. Por fim, o método utilizado na coleta forneceu-nos também<br />

subsídios para a constatação do que se apresenta como um novo perfil de<br />

médico e usuário em construção. O médico surge, não só como um<br />

especialista dono de uma verdade inacessível ao paciente, mas como alguém<br />

em formação, com direito admitir suas incertezas. Neste novo formato de<br />

interação, há espaços para a dúvida do profissional e há espaço, também, para<br />

o usuário discordar de alguns procedimentos médicos.<br />

2.2.1 Coleta e tratamento dos dados<br />

Os dados foram coletados a partir de gravações das consultas, sem a<br />

presença do pesquisador. Coletados os dados, foram transcritos na sequência<br />

em que ocorriam as consultas. Não houve contato com o pesquisador,<br />

mantendo-se, assim, o sigilo dos usuários. Outras medidas de precaução para<br />

salvaguardar a identidade dos médicos e usuários foram:<br />

- omissão dos nomes de pessoas envolvidas nas gravações ou outros<br />

nomes citados nas consultas (as primeiras vinte e oito consultas), nestes casos<br />

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