raimundo nonato queiroz de leão - Governo do Estado do Pará
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IMUNIZAÇÕES: A~PECTOS BÁSICOS<br />
cem to<strong>do</strong> ano, ainda não têm ti<strong>do</strong> oportuni-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem vacinadas, o que se traduz em<br />
mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> óbitos e igual número<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficientes que po<strong>de</strong>riam ser evita<strong>do</strong>s se<br />
as vacinas fossem empregadas.<br />
Por que essas crianças não têm si<strong>do</strong><br />
vacinadas? Geralmente porque as oportuni-<br />
da<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vacinar não têm si<strong>do</strong> conveniente-<br />
mente aproveitadas. São o que se convencio-<br />
nou chamar <strong>de</strong> "oportunida<strong>de</strong>s perdidas <strong>de</strong><br />
vacinação" .<br />
Em senti<strong>do</strong> abrangente, <strong>de</strong>fine-se oportunida<strong>de</strong><br />
perdida <strong>de</strong> vacinação como toda<br />
circunstância na qual um indivíduo (criança,<br />
gestante, adulto, enfermo crônico, i<strong>do</strong>so<br />
etc.), ao ter contato com um serviço ou pro-<br />
fissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter sua condição<br />
vacinal avaliada e, se indica<strong>do</strong>, atualizada,<br />
<strong>de</strong> tal forma que seja manti<strong>do</strong> protegi<strong>do</strong> para<br />
as <strong>do</strong>enças imunopreveníveis.<br />
Nem sempre todas as vacinas <strong>de</strong>scober-<br />
tas e produzidas comercialmente estão dispo-<br />
níveis regularmente, mas, certamente, as vaci-<br />
nas <strong>do</strong> Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações, as<br />
quatro para crianças e o tétano para gestantes,<br />
pelo menos estas, existem sempre ~ qual-<br />
quer unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vacinação pública ou priva-<br />
da e não se justifica que alguma criança ou<br />
gestante <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> recebê-Ias.<br />
Estu<strong>do</strong>s leva<strong>do</strong>s a efeito em diversos<br />
países americanos têm aponta<strong>do</strong>,. <strong>de</strong> forma<br />
sistemática, as seguintes causas como as mais<br />
expressivas <strong>de</strong> "oportunida<strong>de</strong>s perdidas":<br />
Falsas contra-indicações<br />
Constituem a causa mais relevante e,<br />
<strong>de</strong>ntre elas, se rncluem resfria<strong>do</strong>s, tosse,<br />
vômitos e/ou diarréias comuns. Nessas situa-<br />
ções, o pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não promove vaci-<br />
nação, argumentan<strong>do</strong> que produz e potencia<br />
reações e que a vacina "não se absorve" o<br />
que constitui procedimento incorreto.<br />
Isto implica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />
as verda<strong>de</strong>iras contra-indicações e convencer<br />
o pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para aproveitar todas as<br />
oportunida<strong>de</strong>s para vacinar. A regra é vacinar.<br />
Atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> pessoal<br />
Constitui-se na segunda causa mais<br />
importante e incluem as seguintes condições:<br />
não pensar na vacinação durante as visitas <strong>de</strong><br />
rotina; não perguntar aos clientes sobre suas<br />
vacinações; não examinar o seu cartão <strong>de</strong><br />
vacinações; não ter um registro vacinal <strong>de</strong><br />
cada indivíduo; não estimular atualização <strong>do</strong><br />
cartão <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> vacinações; não oferecer<br />
vacinas, mesmo que tenha qúe abrir um fras-<br />
co multi<strong>do</strong>se para vacinar uma única pessoa<br />
(mais vale per<strong>de</strong>r vacinas que a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vacinar uma única pessoa).<br />
Inverter to<strong>do</strong>s esses "não" para "sim" é<br />
o procedimento correto e que <strong>de</strong>ve ser a<strong>do</strong>-<br />
ta<strong>do</strong> e estimula<strong>do</strong>.<br />
Organização <strong>do</strong>s serviços<br />
Constitui outro aspecto que tem si<strong>do</strong><br />
causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vacinação.<br />
Um serviço que não tem vacinas<br />
ou que não cuida para que suas vacinas este-<br />
jam atualizadas e convenientemente refrige-<br />
radas, que não renova regularmente seus<br />
estoques, que ora tem, ora não tem ou que<br />
tem dias especiais para certas vacinações,<br />
que <strong>de</strong>mora muito para aten<strong>de</strong>r ou aten<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
malgra<strong>do</strong> os seus clientes,.constitui obstácu-<br />
lo real à meta <strong>de</strong> vacinar a to<strong>do</strong>s.<br />
To<strong>do</strong>s os obstáculos <strong>de</strong>vem ser removi-<br />
<strong>do</strong>s para que não se perca uma única opor-<br />
tunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vacinar uma só pessoa que seja.<br />
Recusa da vacinação<br />
Por parte da população não se consti-<br />
tui impedimento comum, apesar <strong>de</strong> ser cita-<br />
<strong>do</strong> freqüentemente pelo pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />
Eventualmente, alguma mãe que não quer<br />
ver seu filhinho chorar, ou um adulto que<br />
tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> sentir <strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> convenien-<br />
temente orienta<strong>do</strong>s e estimula<strong>do</strong>s, concor-<br />
dam com a vacinação.<br />
Que nenhuma criança ou adulto <strong>de</strong>ixe<br />
<strong>de</strong> ser vacina<strong>do</strong>, pelo menos as vacinas básicas<br />
<strong>do</strong> PNI, é um propósito que cada profissional<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, especialmente médicos, <strong>de</strong>vem assumir<br />
consigo mesmos. A vacinação é o recurso<br />
mais simples e efetivo que a humanida<strong>de</strong> dis-<br />
põe para evitar <strong>do</strong>enças, mas precisa ser utiliza<strong>do</strong>.<br />
Uma criança ou um adulto que a<strong>do</strong>eça ou<br />
morra <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença preven íve I por vacinação<br />
constitui fato grave que não <strong>de</strong>ve ocorrer. Não<br />
vacinar, não interessar-se pela vacinação <strong>de</strong><br />
seus clientes, não é compatível com profissio-<br />
nais da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. É anti-ético.<br />
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