raimundo nonato queiroz de leão - Governo do Estado do Pará
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IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BAslCos 71<br />
Na resposta imune humor.al primária<br />
(primeiro contato <strong>do</strong> organismo com <strong>de</strong>ter-<br />
mina<strong>do</strong> antígeno) há um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> latên.<br />
cia <strong>de</strong> vários dias entre a ativação e o apa-<br />
recimento das imunoglobulinas. No início<br />
aparecem imunoglobulinas da classe IgM,<br />
cujo <strong>de</strong>saparecimento ocorre ao final <strong>de</strong><br />
algumas semanas ou meses, sen<strong>do</strong> seguidas<br />
pelas imunoglobulinas das classes IgG e<br />
IgA. As IgG permanecem no sangue por<br />
tempo prolonga<strong>do</strong>, anos até. Todas essas<br />
imunoglobulinas são <strong>de</strong>tectáveis no soro: a<br />
presença <strong>de</strong> IgM <strong>de</strong>nota infecção atual ou<br />
recente e <strong>de</strong> IgG/ imunida<strong>de</strong> (infecção ou<br />
vacinação anterior).<br />
A resposta imune humoral secundária,<br />
que ocorre nos contatos seguintes com o<br />
mesmo antígeno, não necessita <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
latência e se traduz pelo rápi<strong>do</strong> aumento da<br />
concentração sérica <strong>de</strong> IgG. É também <strong>de</strong>no-<br />
minada <strong>de</strong> resposta anamnéstica ou tipo<br />
boostel:<br />
Tal resposta po<strong>de</strong> ser mais ou menos<br />
intensa, conforme a natureza <strong>do</strong> antígeno.<br />
Antígenos mais potentes são constituí<strong>do</strong>s por<br />
proteínas ou polipeptí<strong>de</strong>os e são <strong>de</strong>nomina-<br />
<strong>do</strong>s antígenos- T:.<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes por envolverem<br />
linfócitos- T -auxiliares e linfócitos-B na res-<br />
posta imune-humoral e também <strong>de</strong>. elemen-<br />
tos da resposta imune-celular. Esses antígenos<br />
eliciam a formação <strong>de</strong> anticorpos da classe<br />
IgG/ <strong>de</strong> longa duração (muitos anos) e alto<br />
nível <strong>de</strong> proteção. Os antígenos menos<br />
potentes são constituí<strong>do</strong>s, em geral, <strong>de</strong> polis-<br />
sacarí<strong>de</strong>os, recebem o nome <strong>de</strong> antígenos-T-<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e são capazes <strong>de</strong> estimular lin-<br />
fócitos-B sem a participação <strong>de</strong> linfócitos- T-<br />
auxiliares. Esses antígenos induzem somente<br />
à formação <strong>de</strong> anticorpos da classe IgM, <strong>de</strong><br />
curta duração (alguns meses ou poucos anos).<br />
I NTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DA<br />
IMUNIDADE<br />
As respostas imune inespecífi~a e espe-<br />
cífica po<strong>de</strong>m agir.,<strong>de</strong> forma isolada ou asso-<br />
ciada, conforme a natureza e intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
agente agressor e a capacida<strong>de</strong> que cada ele-<br />
mento da imunida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> produzir <strong>de</strong>fesa.<br />
Assim, a barreira mecânica <strong>do</strong> tegumento<br />
(imunida<strong>de</strong> inespecífica), por si só, é capaz<br />
<strong>de</strong> proteger o organismo <strong>de</strong> freqüentes inves-<br />
tidas <strong>de</strong> agentes microbianos; mas se o pató-<br />
geno já ganhou a economia orgânica, a ação<br />
<strong>de</strong> anticorpos opsonizantes e <strong>de</strong> linfocjnas<br />
(imunida<strong>de</strong> específica) potencializam e agili-<br />
zam a fagocitose promovida pelos neutrófi-<br />
los polimorfonucleares e pelos macrófagos<br />
(imunida<strong>de</strong> inespecífica). Células orgânicas<br />
que estejam infectadas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>struídas,<br />
o que po<strong>de</strong> ocorrer diretamente através <strong>de</strong><br />
linfócitos- T -citotóxicos (imunida<strong>de</strong> específi-<br />
ca) ou indiretamente por ativação <strong>do</strong> sjstema<br />
complemento (imunida<strong>de</strong> inespecífica) ou<br />
por citotoxicida<strong>de</strong> mediada por anticorpos<br />
(imunida<strong>de</strong> específica celular e humoral).<br />
Felizmente, a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema imu-<br />
nológico confere ao, organismo a possibilida-<br />
<strong>de</strong> quase permanente <strong>de</strong> manter-se integro,<br />
uma vez que se constituj <strong>de</strong> diversas linhas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, isoladas ou interligadas que, na<br />
eminência <strong>de</strong> uma ser vencida, outra haverá<br />
capaz <strong>de</strong> interromper o processo invasi-<br />
vo/agressivo.<br />
VACINAÇÃO E IMUNIZAÇÃO<br />
Esses<br />
termos são, freqüentemente, utiliza<strong>do</strong>s<br />
com o mesmo senti<strong>do</strong>: o <strong>de</strong> produzir<br />
imunida<strong>de</strong> ou reststência. Contu<strong>do</strong>, sob<br />
maior rigor, prefere-se utilizar o termo vacinação<br />
para <strong>de</strong>notar a simples administração<br />
<strong>de</strong> vacina ou toxói<strong>de</strong> e imunização para significar<br />
o processo através <strong>do</strong> qual o organismo<br />
adquire imunida<strong>de</strong>, torna-se resistente à<br />
dada infecção ou intoxicação.<br />
A imunização po<strong>de</strong> ser um processo<br />
natural, como costuma acontecer em infecções<br />
naturais (por exemplo, a imunização<br />
para o sarampo, que ocorre durante a infec-'<br />
ção pelo vírus selvagem <strong>do</strong> sarampo); e artificial,<br />
quan<strong>do</strong> é induzida através <strong>de</strong> imunobiológicos<br />
(por exemplo, imunização para o<br />
sarampo através da vacinação para o sarampo;<br />
imunização para o tétano através da imunoglobulina<br />
antitetânica).<br />
Quan<strong>do</strong> a imunida<strong>de</strong> é provida pelo<br />
próprio indivíduo, diz-se que a imunida<strong>de</strong> é