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HIP-HOP DA MARGINALIDADE A INCLUSÃO SOCIAL - Unesp

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O processo perverso da miséria, a luta pela sobrevivência, o preconceito, a<br />

superação dos problemas, a marginalização (hoje batizada com o nome de<br />

exclusão social) e o esforço de inclusão social. (TAKARA, 2003, p.53)<br />

Entretanto este processo é demorado, pois como citado acima muitos dos que vivem a<br />

cultura hip-hop estão à margem da escola, por diversos motivos: como uma linguagem cheia<br />

de vícios, erros gramaticais ou até mesmo não sabem escrever o que pensam por isto a cultura<br />

hip-hop sofre muito preconceito dos considerados acadêmicos.<br />

Esta linguagem cheia de vícios e erros gramaticais é uma característica dos integrantes<br />

do movimento, mas muitos destes erros gramaticais não são exclusivos dos integrantes do<br />

movimento hip-hop, já que os erros de pronuncia e escrita fazem parte da fala daqueles que<br />

por muito foram excluídos dos bancos escolares.<br />

Com este falar os participantes do movimento estão em busca da cidadania, do direito<br />

de ser reconhecido como individuo na sociedade, como nos fala COLIN (1937), devemos aqui<br />

perceber que a linguagem demonstra em muitos casos a situação social do individuo conforme<br />

o autor.<br />

Não é, evidentemente, de hoje que se postula uma ligação entre a divisão das<br />

classes e a divisão das linguagens: a divisão do trabalho engendra uma<br />

divisão dos léxicos; pode mesmo dizer-se (Greimas) que um léxico é<br />

precisamente a divisão imposta à massa semântica pela prática de um certo<br />

trabalho: não há léxico sem um trabalho correspondente. (COLIN, 1937, p.<br />

94)<br />

Ainda dentro da discussão sobre linguagem e suas variações encontramos BAGNO<br />

(1997), que nos apresenta uma explicação para este fenômeno , quando diz que não existe<br />

forma correta ou errada de falar, mas sim uma variação entre linguagem padrão (elite) e a não<br />

padrão (popular), esta última é a linguagem do movimento hip-hop, uma vez que os<br />

compositores (rappers) são oriundos da periferia e que em sua maioria não permaneceram no<br />

ambiente formal de escolarização.<br />

De acordo com BAGNO (1997), podemos constatar no nosso dia-a-dia, a existência de<br />

um preconceito linguístico decorrente de fenômenos humanos inerentes à própria natureza<br />

humana.<br />

Que existe um preconceito linguístico, tão fortemente entranhado na cultura<br />

ocidental e com consequências ainda mais perversas em sociedades como a<br />

brasileira, rigidamente hierarquizadas e com índices alarmantes de exclusão

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