HIP-HOP DA MARGINALIDADE A INCLUSÃO SOCIAL - Unesp
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social e de péssima distribuição de renda. Este preconceito linguístico se<br />
reflete enormemente ainda mais na cultura hip-hop. (BAGNO, 1997, p. 209)<br />
Este preconceito disseminado no ambiente escolar que por diversas vezes valoriza a<br />
cultura dita como erudita em detrimento da cultura popular que por diferentes maneiras são<br />
produzidas por seus alunos. Esta deformação ocorre em virtude da falta de conhecimento<br />
sobre a cultura popular e o preconceito decorrente da diferenciação do falar.<br />
Cabe aqui um parênteses para a explicação deste preconceito que esta enraizado na<br />
sociedade brasileira e, que conforme TAKARA (2003) apud SILVA, é entendido como “uma<br />
atitude negativa, desfavorável, para com um grupo ou seus componentes individuais”.<br />
Ainda segundo o autor, este se caracteriza por crenças estereotipadas. E os estereótipos<br />
são convicções pré-concebidas sobre indivíduos, grupos e raças, de que resultam ideias,<br />
opiniões ou sentimentos desfavoráveis, formados a priori, sem analise.<br />
São atitudes de natureza hostil, resultante da generalização apressada de uma<br />
experiência pessoal ou imposta pelo meio. Do preconceito desfavorável<br />
resultam a intolerância e discriminação nas relações. Estabelece-se, então, a<br />
distância social entre duas ou mais categorias, grupos ou raças. (TAKARA<br />
apud SILVA, 2003, p. 101)<br />
Dentro deste panorama na educação é que se encontram algumas ações, que são<br />
promovidas por escolas públicas, tanto na esfera estadual quanto em municipal das periferias,<br />
ONGs e individuais, buscando auxiliar na inclusão e conquista da cidadania de grupos que<br />
sofrem os diversos tipos de preconceito, entre estes grupos podemos citar os do movimento<br />
hip-hop, que na maioria das oportunidades são pessoas (jovens) de baixa escolaridade, que<br />
tiveram ou possuem muitas dificuldades de aceitarem a chamada educação formal, uma vez<br />
que esta não faz referencia a sua vivencia nas periferias pobres e que não procura o<br />
aproveitar-se das experiências trazidas por estes indivíduos, assim facilitando a integração<br />
deste ao sistema educacional.<br />
Conforme nos afirma TAKARA (2003), o movimento hip-hop que tem sido<br />
introduzido em algumas escolas pode ser a forma de a periferia reivindicar a sua cidadania e o<br />
respeito ao individuo pelos poderes públicos constituídos.<br />
O hip-hop é a voz da periferia, reivindica melhores condições de vida, é mais<br />
forte do que a voz de partidos políticos. Seus membros, embora muitos<br />
desempregados, semi-alfabetizados, a quem falta o mínimo para sobreviver<br />
com dignidade, não se consideram vítimas do sistema, mas guerreiros,