HIP-HOP DA MARGINALIDADE A INCLUSÃO SOCIAL - Unesp
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A indústria cultural se constitui em um setor específico da produção capitalista, que<br />
engloba toda a produção simbólica, e que tem como elemento unificador a ideologia<br />
dominante, essa busca nos momentos de descanso, deseja ser o prolongamento da dominação<br />
que os trabalhadores sofrem na fábrica, transformando o lazer em fonte de controle social.<br />
A indústria cultural desenvolve fórmulas para seus produtos, que tem sempre os<br />
mesmos elementos básicos, com algum grau de novidade para poder ser consumido, essa<br />
combate a um inimigo já derrotado: o ser pensante, capaz de crítica.<br />
Ao menos no pensamento de Adorno e Horkheimer fica claro que o receptor é mesmo<br />
um sujeito que é manipulado e dominado, sem condições de reflexão e resistência.<br />
Os Estudos Culturais reconhecem que existem intencionalidades de dominação por<br />
parte da Indústria Cultural. No entanto, partem de uma visão de que existem muitos elementos<br />
intervenientes que fazem com que estas intencionalidades se realizem ou não, em partes ou<br />
integralmente.<br />
Essas ações representam a reação de resistência do movimento hip-hop à cultura de<br />
massa, que conforme ADORNO & HORKHEIMER em seus estudos apontaram que a<br />
modernidade e o capitalismo com seus avanços tecnológicos, transformam a cultura e a arte<br />
em mercadorias, que a sociedade passa a consumir como produto da indústria cultural: a<br />
música, o livro, o cinema, o rádio e a televisão. Assim qualquer manifestação cultural que<br />
passa a ser mediada pelos meios de comunicação de massa, devido à sua reprodução em larga<br />
escala, vira produto da indústria cultural. Dessa forma o que era considerado obra de arte se<br />
transforma em produto.<br />
A indústria cultural desenvolveu-se com o predomínio que o efeito, a<br />
performance tangível e o detalhe técnico, alcançaram sobre a obra, que era<br />
outrora o veiculo da ideia e com essa foi liquidada. Emancipando-se, o<br />
detalhe tornara-se rebelde e, do romantismo ao expressionismo, afirmara-se<br />
como expressão indômita, como veiculo do protesto contra a organização<br />
(...). A tudo isso deu fim a indústria cultural mediante a totalidade.<br />
(ADORNO & HORKHEIMER, 1985, p. 118).<br />
Esse traço distintivo motivou especial reflexão sobre como se constituem as indústrias<br />
culturais em países vindos de mestiçagem, de capitalismo tardio e dependente, produzidos a<br />
partir de encontros de cultura, com modernizações conservadoras, além de permitirem<br />
também a análise do deslocamento do popular para o massivo; da relação entre Estado e