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Baixar - Brasiliana USP

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— 209 —<br />

— E' isto, General, disse elle, não está lá o Dr. Genelicio,<br />

nada se faz... Não ha meio da «Marinha» mandar<br />

os processos certos... E' um relaxamento...<br />

O General não respondeu; estava deveras combalido.<br />

B^tamante e Caldas continuavam a conversar baixo. Ouviu-se<br />

o rodar de uma carruagem na rua. Quinota chegou<br />

á sala de jantar:<br />

— Papae, está ahi o coche.<br />

O velho levantou-se a custo e foi, para a sala de visitas.<br />

Falou á mulher que se ergueu com a face contraída,<br />

exprimindo uma grande contensão. Os seus cabellos já tinham<br />

muitos fios de prata. Não deu um passo; esteve um<br />

instante parada e logo caiu na cadeira, chorando. Todos estavam<br />

vendo sem saber o que fazer; alguns choravam; Genelicio<br />

tomou um partido: foi retirando os cirios de ao<br />

redor do caixão. A mãe levantou-se, veiu até ao esquife,<br />

beijou o cadáver: minha filha!<br />

Quaresma adiantou-se, foi sahindo com o chapéo na<br />

mão. No corredor, ainda ouviu Estephania dizer a alguém:<br />

o coche é bonito.<br />

Saiu. Na rua parecia que havia festa. As crianças da<br />

visinhança cercavam.o carro fúnebre e faziam innocentes comtnentarios<br />

sobre os dourados e enfeites. As grinaldas foram<br />

.apparecendo e sendo dependuradas nas extremidades das<br />

eolumnas do coche: 4V miinha querida filha», «A' minha<br />

irmã». As fitas roxas e pretas, com letras douradas, moviamse<br />

lentamente ao leve vento que soprava.<br />

Appareceu o caixão, todo roxo, com guarnições de<br />

galões dourados, muito brilhantes. Tudo aquillo ia p'ra<br />

terra. As janellas se povoaram, de um lado e d'outro da rua;<br />

um menino na casa próxima, gritou da rua para o interior:<br />

«mamãe, lá vai o enterro da moça I»<br />

O caixão foi afinal amarrado fortemente no carro mortuario,<br />

cujos cavallos, russos, cobertos com uma rede preta,<br />

escarvavam o chão cheios de impaciência.<br />

Foi, 14

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