Baixar - Brasiliana USP

More documents

Recommendations

Info

— 20 — — E' porque é de leite, se fosse como essas estrangeiras ahi, fabricadas com gorduras de esgotos, talvez nãose estragasse... E' isto, Ricardo! Não querem nada da nossa terra... — Em geral é assim, disse Ricardo. Mas é um erro... Não protegem as industrias nacionaes..,. Coxnmigo não ha disso: de tudo que ha nacional, eu não uso estrangeiro. Visto-me com panno nacional, calço botas nacionaes e assim por diante. Sentaram-se á mesa. Quaresma agarrou uma pequena garrafa de crystal e serviu dous cálices de paraty. — E' do programma nacional, fez a irmã, sorrindo. — De certo, e é um magnífico aperitivo. Esses verinutes por ahi, drogas I Isto é álcool puro, bom, de canna, não é de batatas ou rnilhb... Ricardo agarrou, o cálice com delicadeza e respeito,, levou-o aos lábios e foi coirnlo se todo elle bebesse o licor nacional. — Está bom, hein? indagou o major. — Magnífico, fez Ricardo, estalando os lábios. — E' de Angra. Agora tu vais ver que magnificovinho do Rio Grande temos... Qual Borgohhal Qual Bor> deaux? Temos no Sul muito melhores... E o jantar correu assim, nesse tom. Quaresma exaltando os productos nacionaes: a banha, o toucinho e o arroz; a irmã fazia pequenas objecções e Ricardo dizia: «é, é, não ha duvida» — rolando nas orbitas os olhos pequenos, franzindo a testa diminuta que se sumia no cabello áspero, forçando muito a sua physionomia meuda e dura a adquirir uma expressão sincera de delicadeza e satisfação. Acabado o jantar foram ver o jardim. Era uma maravilha; não tinha nem uma flor... Certamente não se podia tomar por tal míseros beijos de frade, palmas de Santa Rita, quaresmas luctulentas, manacás melancólicos e outros bellos exemplares dos nossos campos e prados Co
- 21 — em tudo o maijs, o Major era em jardinagem essencialmente nacional. Nada de rosas, de chrysanthemos, de magnolias •— flores exóticas; ás nossas terras tinham outras mais bellas, mais expressivas, mais olentes, como aquellas que elle tinha ali. Ricardo ainda uma vez concordou e os dous entraram na sala, quando o crepúsculo vinha de vagar, muito vagaroso e lento, como si fosse um longo adeus saudoso do sol ao deixar a terra, pondo nas cousas a sua poesia dolente e a sua deliquescencia. Mal foi accesso o gaz, o mestre de violão empunhou o instrumento, apertou as cravelhas, correu a escala, abaixando-sc sobre elle como se o quizesse beijar. Tirou alguns accordes, para experimentar; e dirigiu-se ao discípulo, que já tinha o seu em posição: — Vamos ver. Tire a escala, major. Quaresma preparou os dedos, afinou a viola, mas não havia na sua execução nem a firmeza, nem o dengue oom que o mestre fazia a mesma operação. — Olhe, major, é assim. E mostrava a posição do instrumento, indo do collo ao braço esquerdo extendido, seguro levemente pelo direito; e em seguida accres-centou: —• Major, o violão é o instrumento da paixão. Preciza de peito para falar... E' precizo encostal-o, mas encosital-o coan macieza e amor, como se fosse a amada, a noiva, para que diga o que sentimos... Diante do violão, Ricardo ficava loquaz, cheio de sentenças, todo elle fremindo de paixão pelo instrumento desprezado. A lição durou uns cincoenta minutos. O major sentiu-se cansado e pediu que o mestre cantasse. Era a primeira vez que Quaresma lhe fazia esse pedido; embora lisongeado, quiz a vaidade profissional que elle, a principio, se negasse. — r Ohl Não tenho nada novo, uma composição minha.
Page 1 and 2: l'í
Page 3: *' •* * , . W '• \ /: w- af-* 7
Page 7: Le grand inconvénienf de Ia vie r
Page 11 and 12: A LIÇÃO DE VIOLÃO Como de habito
Page 13 and 14: _ 11 ... mente, de um e de outro la
Page 15 and 16: -Í3 - De Historia do Brasil, era f
Page 17 and 18: — 15 — -guarany. Todas as manh
Page 19 and 20: — 17 — nem madruga mais bella a
Page 21: — 19 — historiadores, chronista
Page 25 and 26: — 23 — acabou, as palmas soaram
Page 27 and 28: — 25 — zando um systema de cere
Page 29 and 30: 27 bonanchjão, cuja uníca preoccu
Page 31 and 32: — 29 — velhos chromos de folinh
Page 33 and 34: - 31 — Albernaz vinha contrariado
Page 35 and 36: — 33 — O macaco rogou, instou,
Page 37 and 38: — 35 —• refa, quando (era dom
Page 39 and 40: — 3? — jamais. A menina vivaz,
Page 41 and 42: — 39— que se chama, major, aque
Page 43 and 44: — 41 — De resto, não era só d
Page 45 and 46: — 43 — — Ah! meu amigo! falav
Page 47 and 48: — 45 — vidos da noiva e fez uma
Page 49 and 50: — 47 — mandar o couraçado «Li
Page 51 and 52: — 49 — — Eu não sou militar,
Page 53 and 54: 51 — Isto de familia! Quall A gen
Page 55 and 56: — 53 — segura posição adminis
Page 57 and 58: — 55 — IV DESASTROSAS CONSEQÜ
Page 59 and 60: 57 Demais, Srs. Congressistas, o t
Page 61 and 62: — 59 — ca. mais terriá, mais i
Page 63 and 64: 61 elle mesmo edificafa e linha tod
Page 65 and 66: 63 jogar o poker, aceitava e sempre
Page 67 and 68: — 65 — — Per Ia madonu! Allem
Page 69 and 70: — 67 — de legislação, andou-s
Page 71 and 72: — 69 -a damente, ferozmente, como
Page 73 and 74:
71 encerra, feito não sei de que i
Page 75 and 76:
— 73 — menfco egoísta, o seu o
Page 77 and 78:
_ 75 — — O Major já está muit
Page 79 and 80:
— 77 - — Foi cousa tfiita. Os d
Page 81 and 82:
— 79 — cionarios para ser ultim
Page 83 and 84:
— 81 — as visitas, quaW a fazia
Page 85:
— 83 _ — E ella ainda o espera,
Page 89 and 90:
I NO «SOCEGO» Não era feio o iog
Page 91 and 92:
— 89 — S. Christovam, Olga diri
Page 93 and 94:
— 91 — E era agora que elle che
Page 95 and 96:
— 93 — consideração o conselh
Page 97 and 98:
- 95 — de acompanhai-o.: De certo
Page 99 and 100:
— 97 — — Não. Espere um pouc
Page 101 and 102:
— às - do a nossa vida pede tudo
Page 103 and 104:
— íõi — sobre um rio secco e
Page 105 and 106:
— 103 — tra e'lc — elle que t
Page 107 and 108:
105 a que elle, Ricardo, se propunh
Page 109 and 110:
— 1U7 — — Creio que casei bem
Page 111 and 112:
— 109 — elles estavam. Os. riso
Page 113 and 114:
—111 — A calçada de fronte est
Page 115 and 116:
113 rido c que estava contente. Nã
Page 117 and 118:
— 116 — Era um grande parallepi
Page 119 and 120:
—117 — — Pdd«s. , Um camarad
Page 121 and 122:
119 — - Mas é falso, Felizardo.
Page 123 and 124:
— 121 — fe-âmbús suspiravam;
Page 125 and 126:
— ias — O Major ficou estuporad
Page 127 and 128:
— 125 — 'que ao redor dessas ca
Page 129 and 130:
127 -- Mas se esgotam, Major, obser
Page 131 and 132:
— 129 — IV «PEÇO ENERGIA, SIG
Page 133 and 134:
— 131 — ria dos seus apparelhos
Page 135 and 136:
- iââ - Assim mesmo o seu orgulho
Page 137 and 138:
— 135 — palmo acima da terra; o
Page 139 and 140:
137 — Um pouco mais. — Então..
Page 141 and 142:
— 139 — vras cahiam-lh* da boca
Page 143 and 144:
— 141 — A «Duqueza» era uma g
Page 145 and 146:
— 143 — xões de instantes atr
Page 147 and 148:
145 Não era bello o- palácio, nã
Page 149 and 150:
147 Almirante ?» Caldas ficava con
Page 151 and 152:
149 sua autoridade sobre o. pelotã
Page 153 and 154:
— 151 — lentos guerreiros e dei
Page 155 and 156:
—153-T que gemiam ao peso dos gra
Page 157 and 158:
155 — Sabes quem vem ahi, minha f
Page 159 and 160:
— 15? — Ricardo vivia ainda na
Page 161:
Terceira Parte
Page 164 and 165:
— 162 — exacções fiscaes, da
Page 166 and 167:
— 164 — sentimento, transforman
Page 168 and 169:
166 de L-baro para uma vasta serie
Page 170 and 171:
-"-168 — pequenino, taciturno, de
Page 172 and 173:
— Í70 — — Pois não, fez Qua
Page 174 and 175:
— 172 — Deu de hombros, concert
Page 176 and 177:
— 174 — paração intellectual
Page 178 and 179:
176 que Floriano o tratara. Fizeram
Page 180 and 181:
— 178 — II VOCK, QUARESMA, E" U
Page 182 and 183:
— 180 — fronhado na mathematica
Page 184 and 185:
— 182 — taneiros barcos á vela
Page 186 and 187:
— 184 — As praças tinham acaba
Page 188 and 189:
— 186 — uma representação de
Page 190 and 191:
— 168 — I oi vindo até ao Camp
Page 192 and 193:
— 190 - - Cittar um senhor feudal
Page 194 and 195:
— 192 — sim o;*» a mangueiras,
Page 196 and 197:
~~ 194 — E os olhos do velho se o
Page 198 and 199:
— 196 — seu transplante forçad
Page 200 and 201:
1118 As forças revoltosas pareciam
Page 202 and 203:
— 200 — A época era de susto e
Page 204 and 205:
— 202 — Graças á frouxidão,
Page 206 and 207:
— 204 — pôde fazer a bulha da
Page 208 and 209:
— 20G — melhor, desde alguns di
Page 210 and 211:
— 208 — a memória dos vivos, s
Page 212 and 213:
— 210 — Aquelles que iam acompa
Page 214 and 215:
— 2l2 — Para a monótona vida q
Page 216 and 217:
âi4 parecendo esmalte dè olhos de
Page 218 and 219:
— 216 — — todo esse hymno mat
Page 220 and 221:
— 2ÍÉ— era grave, era, porém
Page 222 and 223:
— 220 — Dava-se isso com Albern
Page 224 and 225:
— 222 — moria não lhe ajudasse
Page 226 and 227:
— 224 — ceiam com o exercício
Page 228 and 229:
Sem atinar bem do que se tratava, l
Page 230 and 231:
— 228 — Porque estava preso? Ao
Page 232 and 233:
— 230 — tinuaram a viver como]
Page 234 and 235:
•-232 — entre elles como um des
Page 236 and 237:
— 234-^- curava entre todas aquel
Page 238 and 239:
— 236 — amigas... A Alice, a mu
Page 240 and 241:
— 2âB~- bs seus grandes olhos ch
Page 242 and 243:
— 240 — charco. Tinha havido gr
Page 245 and 246:
Om Especialista A Bastos Ti£r« Er
Page 247 and 248:
— 245 — de llanc.-i, vindo ent
Page 249 and 250:
— 247 — bios se haviam apertado
Page 251 and 252:
- á4ô - cidade, davam á sala o a
Page 253 and 254:
— 251 — animados, puzerani-se a
Page 255:
— 253 — *èi... Mas o que é is
Page 259 and 260:
O Filho da Gabriela A Anlonio Noron
Page 261 and 262:
— 259 — A dona da casa, á cabe
Page 263 and 264:
— 2,61 — — Ainda não. — Po
Page 265 and 266:
— 263 — o nwrido o collocasse n
Page 267 and 268:
— 265 — do toda a espécie de f
Page 269 and 270:
— 261 — Pela época, a madrinha
Page 271 and 272:
— 269 — transplantação violen
Page 273:
A Nova Califórnia
Page 276 and 277:
— 274 — Chico da Tirana, o carr
Page 278 and 279:
-276 — É a conversa continuava d
Page 280 and 281:
_ Uma dellas, interrompeu o sábio,
Page 282 and 283:
— 280 — Esperança ; clamavam o
Page 284 and 285:
2H2 — inuro, qiu* lhe de* i i pro
Page 286 and 287:
— 284 — deixara ficar a beber s
Page 289 and 290:
C licn?em que sabia Javanez Em uma
Page 291 and 292:
— 2é9 — do em quando consultav
Page 293 and 294:
— 291 — bello jarrão de porcel
Page 295 and 296:
— 293 — •posteridade; e, para
Page 297 and 298:
-29Ô — (' director chamou os che
Page 299:
— 297 — Acabado o Congresso, fi
Page 303 and 304:
Vm e outro A Decdore leucbt. Não h
Page 305 and 306:
— 303 — puidade sem nome! Não
Page 307 and 308:
305 gro, arrogante, insolente corta
Page 309 and 310:
ècoinmendava e assim ella fazia, c
Page 311 and 312:
•-3Ô9 — tauito nesse sacrifíc
Page 313 and 314:
-311 — — Despe-te! Aquella impa
Page 315:
Miss Edith e seu tio
Page 318 and 319:
— 316 — tes, só restava um tam
Page 320 and 321:
— 318 — Muito nova, viera para
Page 322 and 323:
— 320 — --- Então querem dous
Page 324 and 325:
— 322 — tins lucullesi ns. Havi
Page 326 and 327:
324 winismo, elle nada sabia, mas f
Page 328 and 329:
— 326 — dia na Sala de jantar,
Page 330 and 331:
— 328 — pcrior; e o próprio Me
Page 333:
Como o "homem" chegou
Page 336 and 337:
hcce-.sita dos de apresental-as ao
Page 338 and 339:
— 336 — Interrogado, confessara
Page 340 and 341:
— 338 — Voltando á sala,*^ o g
Page 342 and 343:
— 340 — par a morte por um bomb
Page 344 and 345:
— 342 — em todas as (outras, e
Page 346 and 347:
— 344 — — Que construcção e
Page 348 and 349:
— 346 — donde concluiu que a su
Page 350 and 351:
— 348 — marcando o compasso da
Page 352 and 353:
— 350 — — Como, doutor ? i—
Page 354:
— 352 — na disputa e' foi grita
Page 357:
          BRASILIANA DIGI
show all

Baixar - Brasiliana USP

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?