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22 | <strong>Os</strong> <strong>Confrades</strong> <strong>da</strong> <strong>Poesia</strong> | Boletim Nr <strong>55</strong> | Março/Abril 2013<br />
A Beleza do Luar<br />
A Beleza do Luar<br />
Está num olhar apaixonado<br />
Num coração sonhador<br />
Num simples beijo roubado<br />
Trocado com timidez e Amor.<br />
A Beleza do Luar<br />
Provoca emoções adormeci<strong>da</strong>s<br />
Faz a respiração sufocar<br />
Com recor<strong>da</strong>ções esqueci<strong>da</strong>s<br />
Que o tempo teima apagar.<br />
A Beleza do Luar<br />
Acalma um coração magoado<br />
Liberta lágrimas sufoca<strong>da</strong>s<br />
Num rosto triste e apaixonado<br />
Cheio de mágoas passa<strong>da</strong>s.<br />
A Beleza do Luar<br />
É como um espelho <strong>da</strong> alma<br />
Ilumina as tristezas e alegrias <strong>da</strong> paixão<br />
Num desafio permanente que acalma<br />
A ver<strong>da</strong>de e mentira existente num coração.<br />
Ana Santos - Vilar de Andorinho<br />
Minha alma chora<br />
Porque chora assim a minha alma…<br />
Chora de pena por todos nós,<br />
Que somos um povo apático e ordeiro,<br />
E se deixa conduzir como cordeiro,<br />
Aos verdes prados enganosos,<br />
Semeados de políticos falaciosos.<br />
Povo, devias lutar mais por teus ideais,<br />
Não te sentires acorrentado por demais<br />
Às promessas políticas, que foram vãs.<br />
Povo que sempre foste solidário<br />
E repartes com desvalidos o teu parco salário.<br />
Sai já desse marasmo!…Acor<strong>da</strong> nobre povo!<br />
Usa a tua força contra as arbitrarie<strong>da</strong>des<br />
Daqueles que se sentam na cadeira do poder<br />
E só o seu bem-estar pretendem defender.<br />
São Tomé – Amora<br />
Passarinhando...<br />
Brisa do alvorecer<br />
Lá fora chuva fina<br />
Do meu leito ouço o teu canto<br />
Um passarinho no coqueiro<br />
Passarinhando...<br />
Por instantes viajo com o teu canto<br />
Cante passarinho<br />
Cante para o meu sono embalar<br />
Cante ao amanhecer para me despertar<br />
Cante para me encantar...<br />
Um passarinho no teu ninho<br />
Passarinhando...<br />
Momento santo<br />
Doce encanto!<br />
Laís Evelyne – MG/BR<br />
«Estados de Alma»<br />
Amor é sexo<br />
Oh, detentor de excelsos dons poéticos<br />
Que alguma vez já teve estas nação!<br />
Hoje existe Prozac p’rà depressão,<br />
E temos para a febre antipiréticos;<br />
Para feri<strong>da</strong>s há os anti-sépticos,<br />
Do corpo falo, não do coração;<br />
Não há, sem sentimento, inspiração,<br />
Nem, sem inspiração, versos patéticos.<br />
Se vivesses, Camões, nos nossos dias,<br />
Em muito boa gente encontrarias<br />
Definição do amor: coisa sem nexo.<br />
Como os tempos mu<strong>da</strong>ram e os valores!<br />
Para quem desatina e tem calores<br />
O diagnóstico é: falta de sexo!<br />
Lauro Portugal - Lisboa<br />
Teus Cabelos<br />
Guardo um dos teus cabelos<br />
Dentro de um envelope<br />
Que enrolo nos meus dedos<br />
Se o amor vem a galope.<br />
É pura se<strong>da</strong> brilhante<br />
Que me dá tanto prazer.<br />
Pro meu coração errante<br />
Um exercício a fazer.<br />
Brilhante como teus olhos<br />
Como vindos dos sertão.<br />
Desprendem luz aos molhos<br />
Pra verem minha solidão.<br />
Que vejo como estrelas<br />
Pra me guiarem na vi<strong>da</strong>.<br />
Teus cabelos são as trelas<br />
Que me prendem antes <strong>da</strong> i<strong>da</strong>.<br />
Jorge Vicente – Suíça<br />
O sorriso que preciso!<br />
Sentado,<br />
Sozinho, comigo,<br />
Num banco espero,<br />
Calado!<br />
Sou o melhor amigo<br />
Que tenho! Penso<br />
E venero<br />
O meu já longo fado,<br />
Deveras intenso!<br />
Assim, fiscalizo<br />
Todo o meu universo!<br />
Sorrio, então, ao sorriso,<br />
Que, em mim, preciso,<br />
Para ser no ser progresso.<br />
Luís Lameiras<br />
S.Mamede Ribatua<br />
Navegando...<br />
"Não há pior vilão que o vilão consciente." (Miguel de Cervantes)<br />
Flor de porcelana<br />
A ti...<br />
Flor de porcelana...<br />
Que no meu jardim...<br />
Floria...<br />
E me deixava feliz...<br />
E que recordo...<br />
Com muita sau<strong>da</strong>de...<br />
E deixo...<br />
Nestas linhas...<br />
Uma singela homenagem...<br />
À flor...<br />
Mais lin<strong>da</strong>...<br />
Que Angola tem...<br />
E que o mundo já viu...<br />
Lili Laranjo – Aveiro<br />
Mergulha em mim<br />
Faz de mim o teu mar<br />
No amar<br />
Faz neste ser...<br />
Nascer<br />
On<strong>da</strong>s e marés<br />
Sem areias aos pés...<br />
Faz de mim barco...<br />
Para navegar<br />
To<strong>da</strong>s as on<strong>da</strong>s do teu mar<br />
Num doce cavalgar<br />
An<strong>da</strong>...afoita-te<br />
Por mim dentro<br />
Num total navegar<br />
Até teu corpo acabar<br />
No cais do meu aportar<br />
An<strong>da</strong>...faz de mim destino...<br />
Sem nexo, sem tino<br />
De um incerto navegar<br />
No todo do meu mar<br />
Faz-te barco aprumado,<br />
De mastro bem levantado...<br />
Navega-me por todo o lado<br />
Neste mar do teu amar...<br />
Cais seguro para aportar<br />
An<strong>da</strong> em mim navegar<br />
Faz-te barco deste mar<br />
Maria José Lacer<strong>da</strong> - Lisboa<br />
O Louco<br />
Para um ver<strong>da</strong>deiro louco,<br />
pequena loucura é pouco,<br />
mas se é de origem divina,<br />
inun<strong>da</strong> e ilumina.<br />
Filipe Papança - Lisboa