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26 | <strong>Os</strong> <strong>Confrades</strong> <strong>da</strong> <strong>Poesia</strong> | Boletim Nr <strong>55</strong> | Março/Abril 2013<br />
Hino à Terra<br />
Ain<strong>da</strong> um dia vamos voltar para o Alentejo…<br />
Meu Amor!<br />
O infindável espaço <strong>da</strong> planície…espera-nos!<br />
Vamos voltar a semear as searas.<br />
Criar os rebanhos.<br />
Olhar o horizonte sem muros<br />
E plantar muitas árvores…<br />
Que na Primavera… abrirão em flor…<br />
Queres ir meu amor?<br />
Vamos voltar a amanhar as quintas<br />
Plantar roseiras de armar<br />
Fazer jardins junto às noras<br />
Sentir o cheiro <strong>da</strong> terra molha<strong>da</strong><br />
Aspirar o cheiro <strong>da</strong>s laranjeiras flori<strong>da</strong>s…<br />
Esquecer as horas!..<br />
Queres ir meu amor?<br />
Vamo-nos sentar nos tanques, olhar a água,<br />
Observar as aves, escutar as fontes.<br />
Vamos, ver o sol nascer, qual bola vermelha<br />
A elevar-se.<br />
Vamos assistir aos ocasos do Rei<br />
Pintando o poente, sempre diferente<br />
Em telas tão lin<strong>da</strong>s<br />
Que mais belas não sei.<br />
Queres ir meu amor?<br />
Vamos esperar a noite, que vem devagar<br />
Cansa<strong>da</strong> do dia, de tanto esperar…<br />
Noites de luar, peja<strong>da</strong>s de estrelas<br />
Brilhantes, doura<strong>da</strong>s…noites de encantar!<br />
Vamo-nos calar…<br />
Que os grilos e as cigarras<br />
Já se ouvem cantar<br />
E durante a noite não se vão calar.<br />
Vem meu amor, vamo-nos amar!<br />
Sem que ninguém veja…<br />
As searas crescem, na terra vicejam<br />
E o tempo a passar<br />
Faz com que amadureçam,<br />
E os grãos dourados<br />
São de novo a semente para continuar…<br />
Vem… meu amor, a terra é um hino,<br />
Que quero cantar!..<br />
Felismina Costa - Agualva<br />
«Bocage - O Nosso Patrono»<br />
Uma rosa de Maio<br />
Em Maio nasceu uma rosa<br />
De vi<strong>da</strong>, teve o seu tempo<br />
Se desfolhando, a formosa<br />
Rápido como o pensamento<br />
Era lin<strong>da</strong> a minha rosinha<br />
No canteiro de quatro flores<br />
To<strong>da</strong>s elas meus amores<br />
São a minha ternurinha<br />
Delas, lindos botões abriram<br />
Todos cabem no meu coração<br />
Mas aquela rosa formosa<br />
Não me esqueço dela, não<br />
Foi enfeitar uma estrelinha<br />
Muito longe, no firmamento<br />
Quando uma estrela cadente<br />
O céu risca depressinha<br />
Penso, será a minha rosinha<br />
Que vem nela, num momento?<br />
Fernan<strong>da</strong> Lúcia - Verdizela<br />
Poeta dos meus sonhos, J.S.<br />
Sabes poeta<br />
O meu anseio<br />
É ter-te, em noites de luar<br />
E sentir a tua essência.<br />
Pensas que sabes o que eu sinto?<br />
A minha boca nunca te dirá<br />
Só os meus olhos…que vivem longe<br />
E an<strong>da</strong>m cegos.<br />
Deixa-me beijar a tua alma<br />
Nem que seja só um bocadinho…<br />
Antes que o vento se altere<br />
E destile…<br />
Gosto tanto <strong>da</strong>s tuas palavras, suaves<br />
Aquelas que me falam e amolecem…<br />
Sabes poeta<br />
Aquelas que se entranham na carne<br />
E arrepiam a pele!<br />
Ai! Que vontade, eu tenho<br />
De escrever versos em flor<br />
E florir a tua alma.<br />
Mas pensas que me podes levar<br />
Ao céu, sem que as estrelas chorem?<br />
Quando me falas… assim…<br />
Esqueço qualquer pesar<br />
E o coração sorri-me.<br />
<strong>Os</strong> meus sonhos traçam gestos<br />
Para alcançar e envolver a tua alma<br />
Trazem-te voando em suspiros<br />
Sem medos, até mim...<br />
Telma Estêvão - Silves<br />
"A felici<strong>da</strong>de de nossa vi<strong>da</strong> depende <strong>da</strong> sereni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> nossa consciência." (Olivia Goldsmith)