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4 | <strong>Os</strong> <strong>Confrades</strong> <strong>da</strong> <strong>Poesia</strong> | Boletim Nr <strong>55</strong> | Março/Abril 2013<br />
Heróis de Abril<br />
Deixem-me cantar Abril<br />
E evocar tal heroísmo<br />
Militar junto ao civil<br />
Que derrubou a fascismo.<br />
Prestar aos bravos meu preito<br />
Dizer-lhes: Valeu a pena<br />
<strong>Os</strong> cravos e o tema eleito<br />
Grandola Vila Morena !...<br />
Deixem-me clamar victória<br />
Às nossas Forças Arma<strong>da</strong>s<br />
Pelo seu triunfo e glória<br />
Com o povo de mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
Que a hístória jamais olvide<br />
<strong>Os</strong> militares de excelência<br />
Qu’incutiram fim à pide<br />
E à maldita prepotência...<br />
Deixem-me exaltar os bravos<br />
Do nosso Portugal novo<br />
Da Revolução dos Cravos<br />
Que trouxe justiça ao povo.<br />
Dando a Abril o sentido<br />
Com coragem e vontade<br />
De abrir com o povo unido<br />
As portas <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de !...<br />
Euclides Cavaco - Canadá<br />
Acor<strong>da</strong>, Brasil!<br />
Vamos lá, Brasil, à Praça,<br />
expor com peito e com raça<br />
nossas reivindicações!<br />
Que o brado <strong>da</strong> pátria inteira<br />
ponha um fim à roubalheira<br />
e dê um basta à ban<strong>da</strong>lheira<br />
dessa corja de ladrões!<br />
Humberto Neto - SP/BR<br />
A <strong>Poesia</strong>…<br />
No meu corpo Tatua<strong>da</strong><br />
«<strong>Confrades</strong>»<br />
http://www.osconfrades<strong>da</strong>poesia.com/Lusofonos.htm<br />
Deixem Acontecer Meu Sonho<br />
Deixem que aconteça<br />
meu sonho amado!<br />
Aquele que em mim<br />
habita já há tantos anos.<br />
Que não soframos nós<br />
mais quaisquer <strong>da</strong>nos<br />
Por vê-lo há tantos,<br />
tantos anos, adiado.<br />
Deixem que se realize<br />
em total conforto!<br />
Que o desfrutemos em pleno,<br />
sem mais demora.<br />
Que sua realização<br />
nos bafeje hora a hora.<br />
E o vivamos encantados<br />
em nosso horto.<br />
Este meu sonho lindo,<br />
o que é, afinal?!<br />
É um segredo guar<strong>da</strong>do<br />
dentro em mim.<br />
Receio, na ver<strong>da</strong>de,<br />
ver chegar meu fim.<br />
Sem que consiga<br />
ver terminado tanto mal.<br />
Mas porque é assim<br />
este nosso mundo?!<br />
Porque razão não<br />
poderemos ser felizes?!<br />
Teremos que forçosamente<br />
ser infelizes,<br />
Afun<strong>da</strong>dos<br />
neste pélago profundo?!<br />
JGRBranquinho - Qtª <strong>da</strong> Pie<strong>da</strong>de<br />
Faz já um tempo que eu, no meu corpo gravei,<br />
O mais lindo poema que sobre o amor encontrei,<br />
Sem saber bem, porque uma tal coisa estava a desejar…<br />
Mas hoje, em que o tempo, as minhas poesias levou,<br />
Apenas esta, no meu corpo tatua<strong>da</strong>... me restou,<br />
E agora compreendo, porque no meu corpo, a quis gravar.<br />
Pois de tantas e tantas poesias que fui escrevendo,<br />
Algumas guardei, outras, pouco a pouco foram esquecendo,<br />
Sabendo que nenhuma delas, comigo iria levar…<br />
E que só esta poesia, que p’ra sempre junto de mim ficaria,<br />
O destino sabia, que também junto a mim ela partiria,<br />
Naquele dia, em que o meu cansado corpo, fosse a enterrar.<br />
José Carlos Primaz - Olhão <strong>da</strong> Restauração<br />
A velha escola...<br />
São sau<strong>da</strong>des que guardo no meu peito<br />
Da minha escola, onde se aprendia;<br />
O professor era símbolo de respeito<br />
E nela não reinava a rebeldia!<br />
Ardósia p’ra escrever... ia na sacola!<br />
Não havia ain<strong>da</strong> luxuosas mochilinhas<br />
E todos nós usávamos, lá na escola,<br />
Úteis cadernos de duas estreitas linhas!<br />
O “Magalhães”?... ai nem sequer pensar,<br />
A não ser o dos descobrimentos!<br />
Aprendia-se sem máquina de calcular<br />
Ou outros sofisticados instrumentos.<br />
No aprender, sentia-se o efeito<br />
Mesmo sem a actual tecnologia<br />
Que a muitos não dá grande proveito<br />
E gera mais preguiça e abulia!<br />
Fernando Reis Costa - Coimbra<br />
Teu corpo feito mar<br />
Queria apenas ser navio<br />
E naufragar no teu corpo<br />
Sou apenas este rio<br />
Que navega quase morto<br />
Maré baixa, em solidão<br />
Caminho bem devagar<br />
Passado que está o verão<br />
O inverno vai chegar<br />
Tempestade se aproxima<br />
É tarde, já é sol-posto<br />
A sombra que vem de cima<br />
Dá-me imagens do teu rosto<br />
Neste naufragar profundo<br />
Entre o verão e o Outono<br />
Navego qual vagabundo<br />
Mal acor<strong>da</strong><strong>da</strong> do sono<br />
A on<strong>da</strong> de mim se afasta<br />
Eu ganho nova maré<br />
Começar de novo basta<br />
P’ra mergulhar e ter pé<br />
Sobrevivo a tempestade<br />
Tropeço em teu navegar<br />
Vou morrendo de sau<strong>da</strong>de<br />
Do teu corpo feito mar<br />
Maria de Lurdes Brás - Alma<strong>da</strong>