Implemetação de Práticas de Responsabilidade Social ... - Engema
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que a Responsabilida<strong>de</strong> <strong>Social</strong> Corporativa exerce na competitivida<strong>de</strong> das organizações,<br />
percebendo-se, pelas informações fornecidas pelos gestores, que as organizações sabem<br />
exatamente o que estão a perseguir quando adotam a responsabilida<strong>de</strong> social: o fortalecimento<br />
<strong>de</strong> sua imagem que, por sua vez, se traduz em vantagens competitivas, sobretudo pecuniárias.<br />
No entanto, a mesma clareza não se po<strong>de</strong> apontar quando se preten<strong>de</strong> que <strong>de</strong>finam o<br />
que vem a ser responsabilida<strong>de</strong> social corporativa, prevalecendo, então, o discurso política e<br />
socialmente correto, que a interpreta como um instituto voltado, em primeira mão, para a<br />
melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas, incluídos, aqui, os colaboradores, para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento sustentável e o bem comum, antagonismo sugestivo da inexistência da<br />
concepção pura <strong>de</strong> empresa socialmente responsável como aquela que se <strong>de</strong>dica ao<br />
cumprimento <strong>de</strong> seu papel social <strong>de</strong> forma competente, por entendê-lo inafastável <strong>de</strong> sua<br />
existência como organização, figurando, em seu lugar, organizações que se revestem <strong>de</strong>ssa<br />
característica tão-somente para servirem aos seus próprios objetivos empresariais.<br />
Na categoria alicerces da implementação das práticas <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social, aqui<br />
representada por quatro subcategorias: As razões do investimento em práticas <strong>de</strong><br />
Responsabilida<strong>de</strong> <strong>Social</strong> Corporativa; Forma que expressa seus valores e seu pensamento<br />
sobre Responsabilida<strong>de</strong> <strong>Social</strong> Corporativa; As principais dificulda<strong>de</strong>s encontradas na<br />
implementação das práticas <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> <strong>Social</strong> Corporativa; e Variáveis que<br />
facilitariam a adoção <strong>de</strong>ssas práticas <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> <strong>Social</strong> Corporativa, as colocações<br />
dos entrevistados revelam organizações conduzidas pelos valores oriundos da alta<br />
administração e suas <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> visão e missão, remetendo a algumas das fases<br />
preconizadas por Werre (2003) para que o processo se verifique <strong>de</strong> forma a resultar em<br />
mudança organizacional, embora a falta <strong>de</strong> consciência relativa ao que vem a ser<br />
responsabilida<strong>de</strong> social corporativa só reforce o entendimento <strong>de</strong> que não se está diante <strong>de</strong><br />
uma prática efetiva <strong>de</strong>sse instituto, porquanto não assumida pela organização como um fim<br />
em si mesma, mas como um meio <strong>de</strong> angariar os benefícios que costumam andar atrelados a<br />
sua implementação, restando confirmados os pressupostos <strong>de</strong> que essa implementação não se<br />
orienta pelos alicerces teóricos, e <strong>de</strong> que as dificulda<strong>de</strong>s encontradas durante o seu trajeto<br />
relacionam-se à falta <strong>de</strong> conhecimento acerca <strong>de</strong>sses mesmos alicerces.<br />
A análise da última das categorias inicia-se com um questionamento acerca <strong>de</strong> como<br />
as empresas entrevistadas se comunicam com seus diversos interessados, para o qual as<br />
respostas, em uníssono, abrangeram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a divulgação interna e externa <strong>de</strong> informativos,<br />
utilização da mídia, pesquisas <strong>de</strong> opinião, caixas <strong>de</strong> sugestões, encontros periódicos, até a<br />
disponibilização, <strong>de</strong>ntre outros relatórios, do Balanço <strong>Social</strong>, prestação <strong>de</strong> contas social <strong>de</strong> sua<br />
atuação e contribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento da comunida<strong>de</strong> em que se insere, ensejando o<br />
entendimento <strong>de</strong> que o discurso dominante, que aponta as práticas <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> <strong>Social</strong><br />
Corporativa como uma atitu<strong>de</strong> estratégica e capaz <strong>de</strong> criar diferencial competitivo, <strong>de</strong>ntre<br />
outras coisas, embora reproduzido, em parte, nos corredores das organizações, não guarda<br />
proximida<strong>de</strong> com a prática propriamente dita.<br />
Em síntese, percebe-se que ainda não existe uma empresa efetivamente responsável<br />
socialmente, cuja atuação seja pautada pela consciência <strong>de</strong> que ser responsável com o público,<br />
interno e externo, com a socieda<strong>de</strong> como um todo e com o ambiente é um elemento intrínseco<br />
a sua própria natureza, portanto, anterior mesmo à realização dos objetivos empresariais; que<br />
a excelente atuação nas comunida<strong>de</strong>s em que se inserem não se configura especificamente em<br />
prática socialmente responsável, porquanto conduzida pela alta administração, que a <strong>de</strong>fine,<br />
<strong>de</strong>creta sua implementação e <strong>de</strong>limita escopo e prazo <strong>de</strong> manutenção; e que a dissociação<br />
existente entre prática e fundamentação teórica sugere apenas o seguimento <strong>de</strong> um mais ou<br />
menos padronizado trajeto que vai findar na obtenção <strong>de</strong> retorno prevista anteriormente.<br />
Conclusão<br />
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