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A INVENÇÃO DA CIDADE NOVA DO RIO DE JANEIRO: - Ippur - UFRJ

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de manifestações e ações da sociabilidade urbana no período de transição do sistema colonial<br />

para a consolidação de uma nova nação.<br />

Para uma abordagem mais específica sobre a Cidade Nova optou-se pela elaboração e o<br />

desenvolvimento de dois capítulos que englobassem, respectivamente, os primeiros 50 anos<br />

de criação e construção do seu tecido urbano, e o período pós-anos 50, marcado pelo<br />

movimento de ruptura e declínio da sua estrutura.<br />

Nesse sentido, o terceiro capítulo introduz uma leitura dos elementos que marcaram a<br />

sua idealização e criação no início do século XIX. Inicialmente, propõe-se uma reflexão<br />

acerca da expansão da urbe, a partir do desenvolvimento do seu traçado e das questões<br />

relacionadas às posses e disputas de terras, cujo foco era o antigo rossio do Campo da Cidade.<br />

Em seguida discute-se a aplicação de uma política urbanizadora implementada pelo governo<br />

português, cujo objetivo era implantar os modelos culturais e morais típicos das sociedades<br />

européias, em que uma das principais medidas seria o incentivo à ocupação da área do<br />

Mangue de São Diogo como opção para ao surgimento de uma nova cidade, bem diferente<br />

daquela colonial existente. São apresentadas a dinâmica para a execução dos arruamentos, as<br />

primeiras vias e a importância dos caminhos que permitiam a ligação entre os arrabaldes de<br />

São Cristóvão – local de residência da família real – e o Paço Real, no Largo do Carmo.<br />

Naquele contexto, procurou-se analisar a influência das concepções urbanas trazidas ao Rio<br />

pela Missão Artística Francesa, em 1816, como forma de um projeto civilizatório que acabaria<br />

impondo um Urbanismo Imperial, cujo intuito era instalar a chamada modernidade européia e<br />

transformar a cidade na capital portuguesa dos trópicos. Dentro daquela concepção, tomava<br />

importância o Campo de Santana que, a partir da Independência, ganharia forma como o novo<br />

centro de poder político-administrativo do Império, o limite entre o antigo colonial e às<br />

modernizações propostas pela escola francesa refletidas para uma nova cidade, símbolo de<br />

poder da América portuguesa. Ou seja, em contraposição ao que os antigos chamavam de<br />

cidade velha, a Cidade Nova, por meio de sua lógica de ocupação e de uma malha formada<br />

por chácaras, grandes terrenos e espaços públicos – o Campo de Santana e o Largo do Rocio<br />

Pequeno -, foi alvo de uma série de medidas de ordem política-administrativa e sanitária. O<br />

objetivo era transformar o antigo rossio no lugar privilegiado da classe aristocrática,<br />

intermediário entre o Paço Imperial e o novo centro de poder cívico e ponto de partida para o<br />

desenvolvimento da área. Para compreender o processo de povoamento dessa região optou-se<br />

pela pesquisa e pelo estudo do seu mercado de terras, a partir do levantamento dos<br />

aforamentos realizados desde 1810 até os anos 40, de forma a elucidar as práticas de<br />

parcelamento dos terrenos e perceber quem eram os verdadeiros donos daqueles chãos.<br />

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