16.04.2013 Views

A INVENÇÃO DA CIDADE NOVA DO RIO DE JANEIRO: - Ippur - UFRJ

A INVENÇÃO DA CIDADE NOVA DO RIO DE JANEIRO: - Ippur - UFRJ

A INVENÇÃO DA CIDADE NOVA DO RIO DE JANEIRO: - Ippur - UFRJ

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

zona sul da cidade, pelo eixo que seguia pelo Catete, Glória e Botafogo; e pela zona norte, nas<br />

imediações do Alto da Boa Vista. Restava à Cidade Nova um intenso movimento de<br />

parcelamento dos terrenos e de subdivisão dos antigos sobrados para dar origem aos cortiços e<br />

estalagens, locais de moradia de população de baixa renda que crescia de forma não<br />

proporcional à oferta de moradias na cidade, gerando problemas como a coabitação nas<br />

proximidades do antigo centro. Em 1875, novas propostas, ainda influenciadas pela questão<br />

da salubridade, mas acima de tudo pela engenharia sanitária, foram lançadas pela Comissão<br />

de Melhoramentos da Cidade do Rio de Janeiro com o intuito de embelezar e melhorar a<br />

imagem da capital carioca e incluíram a região da Cidade Nova, naquela época considerada<br />

um entrave para a modernização da urbe.<br />

Além da pesquisa de dados empíricos, para a elaboração desse capítulo apresentam-se<br />

como referências teóricas os textos de Eulália Maria Lahmeyer Lobo, Jaime Larry Bechimol,<br />

Maurício de Almeida Abreu e Verena Andreatta. A análise, de Eulália Lobo, da evolução<br />

econômica e social da cidade do Rio de Janeiro, por meio de dados de variadas e pouco<br />

exploradas fontes, constituiu importante referencial para o entendimento acerca da conjuntura<br />

dos oitocentos. Jaime Benchimol e Mauricio de Abreu destacam as questões ligadas à<br />

implantação dos serviços urbanos e ao desenvolvimento dos meios de transporte como forma<br />

de diferenciação sócio-espacial no período de transição do escravismo para a era capitalista,<br />

dita moderna. O trabalho de Verena Andreatta introduz uma análise dos planos desenvolvidos<br />

para o Rio de Janeiro durante o século XIX, inclusive do relatório de Beaurepaire Rohan, até<br />

então pouco explorado, dispondo de mapas e esquemas inéditos.<br />

A metodologia utilizada nesta dissertação tem como bases as análises de documentos<br />

primários, manuscritos do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e processos da Corte de<br />

Apellação presentes no Arquivo Nacional, bem como a leitura de fontes secundárias, de<br />

bibliografia especializada e de desenhos, projetos e planos para a cidade; leis e decretos;<br />

arrolamentos e estatísticas da época. Estas últimas, em relação à composição populacional, da<br />

sua distribuição pelas freguesias urbanas - principalmente a de Santana, onde se encontrava a<br />

Cidade Nova -, bem como as informações relativas às profissões, aos estabelecimentos<br />

comerciais ou industriais, e até mesmo o número e os tipos de moradia, constituíram<br />

significativas fontes de trabalho. Além disso, o criterioso levantamento dos aforamentos<br />

realizados para algumas ruas da área e dos processos referentes às posses das antigas chácaras<br />

foram essenciais para o mapeamento da situação fundiária da Cidade Nova e para o<br />

entendimento da consolidação e construção das suas identidades urbana e social.<br />

20

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!