15.A pedagogia de jesus.pdf - Faculdades INTAEaD
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1) Iniciar<br />
Algumas vezes ele começava com uma afirmação das Escrituras e a<br />
elaborava, como vemos no Ensino do Monte quando mencionou o que Moisés<br />
havia dito a respeito do assassínio, do adultério, dos votos, da vingança, do ódio<br />
e doutros mais assuntos, e daí passou a alargar tais ensinos e a "completá-los"<br />
(Mat. 5:21-48). Por exemplo, Jesus mostrou que o assassínio está na atitu<strong>de</strong> do<br />
coração e não meramente no ato <strong>de</strong> matar. Semelhantemente, revelou que o<br />
adultério está no olhar cúpido e sensual tanto quanto no ato manifesto abertamente<br />
em si. Assim, mostrando respeito aos ensinos da lei e dos profetas, foi<br />
muito além, e lhes <strong>de</strong>u um significado mais íntimo e mais profundo.<br />
À vista da reverência que nossos alunos têm para com a Bíblia, po<strong>de</strong>mos<br />
perfeitamente começar nosso ensino com referências ao que ela diz, para atrair<br />
a atenção e <strong>de</strong>spertar o interesse <strong>de</strong>les. Daí po<strong>de</strong>mos avançar, para aplicar suas<br />
verda<strong>de</strong>s aos problemas da vida <strong>de</strong>les. Será ótimo e eficiente tanto quanto o<br />
outro processo que consiste em começar com o problema e terminar com as<br />
Escrituras.<br />
Jesus não só usou as Escrituras para começar seu ensino, mas também<br />
usou as experiências dos presentes como ponto <strong>de</strong> partida. Já vimos isto no<br />
caso daquele homem que solicitou <strong>de</strong> Jesus que repartisse a herança entre ele c<br />
seu irmão, e anotamos que Jesus disso se aproveitou para dar uma lição sobre a<br />
avareza. Jesus igualmente aproveitou o fato <strong>de</strong> murmurarem acerca <strong>de</strong> sua li<strong>de</strong><br />
com publicanos e pecadores e ensinou a lição do amor e cuidado <strong>de</strong> Deus para<br />
com os perdidos; e aproveitou também o fato <strong>de</strong> os fariseus censurarem seus<br />
discípulos por terem colhido e comido espigas no sábado, para lhes ensinar o<br />
verda<strong>de</strong>iro significado do dia <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso.<br />
Também se aproveitou da ocasião em que curou um enfermo introduzido<br />
pelo teto duma casa para enfatizar seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> perdoar pecados; da ocasião<br />
em que mostraram estranheza por ele comer com publicanos, para afirmar que<br />
não são os sãos que necessitam <strong>de</strong> médico, e, sim, os enfermos. Aqui damos<br />
poucos exemplos para não cansar os leitores; são, porém, suficientes para<br />
provar que o Mestre aproveitava todas as ocasiões favoráveis para ensinar a<br />
verda<strong>de</strong>. Não poucas vezes, as lições mais importantes que ensinou brotaram<br />
<strong>de</strong> situações que encontrou em sua obra, como muitas vezes suce<strong>de</strong> conosco.<br />
Os exemplos citados nos ajudam a ver que o verda<strong>de</strong>iro mestre usa seu<br />
material como meio. para ensinar e não como fim. Também eles nos ensinam<br />
que é melhor apegarmo-nos ao aluno do que à lição impressa, porque, em última<br />
análise, estamos ensinando gente e não propriamente lições. Não existe<br />
nenhuma regra invariável no que respeita ao modo <strong>de</strong> se iniciar uma lição.<br />
Aquele que <strong>de</strong>r melhor resultado será sempre o melhor modo. Po<strong>de</strong>mos<br />
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