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Teologia Sistemática de Charles Finney - Igreja do Nazareno ...

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A primeira classe, ou seja, verda<strong>de</strong>s que não precisam ser provadas, po<strong>de</strong> ser<br />

subdividida em verda<strong>de</strong>s da razão pura e verda<strong>de</strong>s da sensação. Essas duas classes<br />

são em certo senti<strong>do</strong> evi<strong>de</strong>ntes por si, mas não no mesmo senti<strong>do</strong>. Verda<strong>de</strong>s da razão<br />

pura são intuições <strong>de</strong>ssa faculda<strong>de</strong>, e verda<strong>de</strong>s da sensação são intuições <strong>do</strong>s<br />

senti<strong>do</strong>s. Falarei, portanto, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s manifestas da razão e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s<br />

manifestas da sensação. Devo pressupor que vocês possuem algum conhecimento <strong>de</strong><br />

psicologia e dar por certo que compreen<strong>de</strong>m a diferença entre as intuições da razão e<br />

as intuições <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s.<br />

Por verda<strong>de</strong>s manifestas da razão, portanto, quero dizer aquela classe <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>s intuídas e confirmadas diretamente por essa faculda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com suas<br />

evidências e em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas leis, sempre que forem <strong>de</strong>claradas <strong>de</strong> tal forma que<br />

os termos da proposição pelos quais são expressas são entendi<strong>do</strong>s. Não se chega a<br />

elas por argumentações ou por nenhum tipo <strong>de</strong> evidência, exceto o que está conti<strong>do</strong><br />

nelas mesmas. Assim que se compreen<strong>de</strong>m os termos da proposição em que são<br />

expressas, a razão confirma sua veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira instantânea e segura. É<br />

<strong>de</strong>snecessário e absur<strong>do</strong> procurar qualquer outra prova <strong>de</strong>ssa classe <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s,<br />

exceto elaborar uma <strong>de</strong>claração compreensível <strong>de</strong>las. Também é completamente<br />

prejudicial, talvez absur<strong>do</strong>, tentar provar — na acepção normal <strong>do</strong> termo provar —<br />

uma verda<strong>de</strong> manifesta da razão. Todas as tentativas <strong>de</strong> provar tais verda<strong>de</strong>s por<br />

argumentação implicam um absur<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> mais uma obra <strong>de</strong> supererrogação, como<br />

seria tentar provar que vocês vêem um objeto com os olhos bem abertos e fixa<strong>do</strong>s<br />

nele.<br />

Os axiomas matemáticos pertencem a essa classe.<br />

As verda<strong>de</strong>s manifestas da razão são verda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conhecimento certo. Uma<br />

vez <strong>de</strong>claradas <strong>de</strong>ssa forma ou apresentadas <strong>de</strong> algum mo<strong>do</strong> à mente para que sejam<br />

compreendidas, a mente não só crê nelas, como sabe que são absolutamente<br />

verda<strong>de</strong>iras. Ou seja, ela percebe que são verda<strong>de</strong>s absolutas e sabe que é impossível<br />

não serem verda<strong>de</strong>iras. Embora não se chegue a essa classe <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s por<br />

argumentação, faz-se muito uso <strong>de</strong>las na argumentação, já que a principal premissa<br />

<strong>de</strong> um silogismo é com freqüência uma verda<strong>de</strong> manifesta da razão.<br />

Essa classe <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s é afirmada por uma faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong> distinta <strong>do</strong><br />

entendimento ou daquele po<strong>de</strong>r que adquire por intermédio <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s to<strong>do</strong> o seu<br />

conhecimento. Ela toma consciência <strong>de</strong> uma classe <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s que, pela própria<br />

natureza <strong>de</strong>la, permanece eternamente à parte <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s e, por conseguinte, <strong>do</strong><br />

entendimento. Os senti<strong>do</strong>s jamais nos po<strong>de</strong>m dar as verda<strong>de</strong>s abstratas da<br />

matemática. Jamais nos po<strong>de</strong>m dar o absoluto ou o infinito. Não nos po<strong>de</strong>m dar uma<br />

lei moral ou alguma lei. Os senti<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m dar fatos, mas não leis e princípios.<br />

Que Deus e o espaço e o tempo são infinitos, que to<strong>do</strong>s os atributos <strong>de</strong> Deus<br />

<strong>de</strong>vem ser infinitos, são verda<strong>de</strong>s manifestas da razão; ou seja, são verda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />

afirmação e pressuposição a priori. Jamais se chega a elas pela argumentação ou por<br />

indução, e não se po<strong>de</strong> chegar. A mente só as conhece em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> leis próprias,<br />

pressupon<strong>do</strong>-as e intuin<strong>do</strong>-as diretamente, sempre que apresentadas. Os olhos da<br />

razão vêem-nas <strong>de</strong> maneira distinta, assim como os olhos da mente vêem objetos <strong>de</strong><br />

visão apresenta<strong>do</strong>s ao órgão físico da visão. A mente é construída <strong>de</strong> tal maneira que

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