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Teologia Sistemática de Charles Finney - Igreja do Nazareno ...

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azão alguma. A idéia <strong>de</strong>sse direito não é uma idéia última, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> nossa<br />

inteligência afirmar o direito, sem atribuir alguma razão em que se fundamente. A<br />

inteligência humana não po<strong>de</strong> dizer que Deus possui o direito <strong>de</strong> governar porque Ele<br />

possui tal direito; e que isso é razão suficiente e toda razão que se po<strong>de</strong> dar. Nossa<br />

razão não afirma que o governo é correto porque é correto e que se trata <strong>de</strong> uma<br />

verda<strong>de</strong> primeira, uma idéia maior. Se fosse, a vonta<strong>de</strong> arbitrária <strong>de</strong> Deus seria lei e<br />

não se po<strong>de</strong>ria estabelecer limites ao seu direito <strong>de</strong> governar. Se o direito que Deus<br />

tem <strong>de</strong> governar é uma verda<strong>de</strong> primeira, uma verda<strong>de</strong>, fato, idéia maior,<br />

fundamentada em nenhum motivo assinalável, Ele tem o direito <strong>de</strong> legislar o mínimo<br />

ou o máximo, com toda a arbitrarieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>snecessida<strong>de</strong>, absurdida<strong>de</strong> e injúria<br />

possíveis, e não se faria qualquer injustiça nem se po<strong>de</strong>ria fazer; pois Ele teria, por<br />

suposto, direito <strong>de</strong> governar não fundamenta<strong>do</strong> em alguma razão e, é claro, sem<br />

nenhum limite. Ao <strong>de</strong>stacar qualquer outra razão como o fundamento <strong>do</strong> direito <strong>de</strong><br />

governar, senão o valor <strong>do</strong>s interesses a serem garanti<strong>do</strong>s e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

governo, buscar-se-á em vão algum limite para o direito. Mas <strong>de</strong>scobrin<strong>do</strong> o<br />

fundamento e a condição <strong>do</strong> direito, vemos <strong>de</strong> imediato que o direito <strong>de</strong>ve ter a<br />

mesma dimensão da razão em que se fundamenta; em outras palavras, <strong>de</strong>ve ser<br />

limita<strong>do</strong> por um fato e só por ele: <strong>de</strong> que até ali, e não <strong>de</strong>pois dali, o governo é<br />

necessário para o bem máximo <strong>do</strong> universo. Nenhuma legislação po<strong>de</strong> ser válida no<br />

Céu ou na Terra — nenhum <strong>de</strong>creto po<strong>de</strong> impor obrigações, exceto sob a condição <strong>de</strong><br />

que tal legislação é exigida para o bem máximo <strong>de</strong> governante e governa<strong>do</strong>s. Legislação<br />

<strong>de</strong>snecessária é legislação inválida. Governo <strong>de</strong>snecessário é tirania. Não<br />

po<strong>de</strong>m, em caso algum, estar fundamenta<strong>do</strong>s no direito. Deve-se, porém, observar<br />

que é freqüente — e no governo <strong>de</strong> Deus universalmente verda<strong>de</strong>iro — que o<br />

soberano, e não o súdito, <strong>de</strong>va ser o juiz <strong>do</strong> que sejam legislação e governo<br />

necessários. Não haven<strong>do</strong> governo, portanto, as leis <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sprezadas ou<br />

rejeitadas porque somos incapazes <strong>de</strong> ver alguma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>las e, assim, a<br />

sabe<strong>do</strong>ria <strong>de</strong>las. A menos que sejam palpavelmente <strong>de</strong>snecessárias e, por<br />

conseguinte, insensatas e injustas, é preciso respeitá-las e lhes prestar obediência<br />

como males menores que o <strong>de</strong>sacato e a <strong>de</strong>sobediência, ainda que não consigamos<br />

ver a sensatez <strong>de</strong>las no momento. Sob o governo <strong>de</strong> Deus jamais po<strong>de</strong> haver alguma<br />

dúvida nem, é claro, algum espaço para <strong>de</strong>sconfiança e hesitação no que diz respeito<br />

ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> obediência.<br />

OBRIGAÇÃO MORAL<br />

A idéia <strong>de</strong> obrigação ou <strong>de</strong>ver é uma idéia <strong>de</strong> razão pura. É uma concepção<br />

simples e racional e, falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira estrita, não admite <strong>de</strong>finição, uma vez que<br />

não há termos mais simples pelos quais possa <strong>de</strong>fini-la. Obrigação é um termo pelo<br />

qual expressamos uma concepção ou idéia que to<strong>do</strong>s os homens possuem, conforme<br />

se manifesta na língua universal <strong>do</strong>s homens. To<strong>do</strong>s os homens têm idéias <strong>de</strong> certo e<br />

erra<strong>do</strong> e têm palavras com que expressam essas idéias e, talvez, nenhuma idéia<br />

revele-se com mais freqüência entre os homens que a <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver ou obrigação. O<br />

termo não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, por um motivo simples: é compreendi<strong>do</strong> tão bem e <strong>de</strong><br />

maneira tão universal, que não precisa nem admite que se expresse em alguma

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