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Diversidade Cultural Urbana (329 Kb) - Câmara Municipal do Porto

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DIVERSIDADE<br />

CMP DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

GABINETE DE ESTUDOS E PLANEAMENTO<br />

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO<br />

CULTURAL<br />

URBANA


Ficha Técnica<br />

Título: <strong>Diversidade</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>Urbana</strong><br />

Equipa técnica:<br />

Isabel Martins (Coordenação)<br />

Alexandra Faria e Graça Lage<br />

<strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Gabinete de Estu<strong>do</strong>s e Planeamento<br />

Departamento <strong>Municipal</strong> de Estu<strong>do</strong>s<br />

Tel: (351) 22 339 24 60<br />

Fax: (351) 22 339 24 69<br />

E-mail: gep@cm-porto.pt / URL: www.cm-porto.pt


ÍNDICE<br />

Introdução / Apresentação 3<br />

1. <strong>Diversidade</strong> <strong>Cultural</strong>: o seu significa<strong>do</strong> actual para as cidades 6<br />

2. Um retrato breve <strong>do</strong> fenómeno da imigração no <strong>Porto</strong> a partir da informação estatística<br />

publicada 9<br />

3. Outros da<strong>do</strong>s para uma caracterização actualizada da diversidade cultural <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> 15<br />

3.1. A abordagem a<strong>do</strong>ptada 15<br />

3.2. Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito às escolas básicas e secundárias 17<br />

3.3. Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito aos estabelecimentos de ensino superior 23<br />

3.4. Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito às unidades de investigação & desenvolvimento 27<br />

Notas finais 29<br />

Bibliografia e Webgrafia Referenciadas 31


Introdução / Apresentação<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

O tema da diversidade cultural urbana tem vin<strong>do</strong> a adquirir uma visibilidade exponencial no<br />

contexto crescente <strong>do</strong> processo de globalização. Quer pelos constrangimentos que pode<br />

aportar, quer, cada vez mais, pelas oportunidades que pode ajudar a construir e consolidar.<br />

Com efeito, a maior mobilidade das pessoas, à escala mundial, cria simultaneamente novas<br />

oportunidades à inovação e ao progresso para o desenvolvimento social, económico e cultural<br />

mas erige também desafios extraordinariamente sérios à estabilidade e à coesão social. A<br />

migração internacional tornou-se uma questão chave para a maioria <strong>do</strong>s países estimulan<strong>do</strong><br />

intensos debates sobre como podem os imigrantes ser integra<strong>do</strong>s com sucesso nas<br />

sociedades e nos merca<strong>do</strong>s de trabalho.<br />

Trata-se de perceber de que forma as crescentes interacções entre pessoas muito diferentes<br />

podem - se estimuladas, protegidas e potenciadas - contribuir para a construção de uma<br />

sociedade mais justa, mais solidária, que dignifique e corporize a Declaração Universal <strong>do</strong>s<br />

Direitos Humanosa .<br />

A realidade <strong>do</strong>s países europeus é aparentemente muito diferente, tal como diferentes são as<br />

leis que regem o acolhimento e a integração <strong>do</strong>s imigrantes, ou os planos específicos que os<br />

países desenham em função da evolução <strong>do</strong> fenómeno da imigração que cada um regista.<br />

Países há que, desde a década de sessenta, abriram as portas à imigração – caso da<br />

Alemanha, França e Inglaterra – enquanto que outros, como Portugal, que nessa data apenas<br />

se caracterizava como exporta<strong>do</strong>r de mão-de-obra, conhecem actualmente uma nova realidade<br />

de países de acolhimento abrin<strong>do</strong>-se a novos povos, a novas culturas e enfrentan<strong>do</strong> portanto o<br />

desafio de gerir essa enorme diversidade cultural.<br />

Actualmente a maior parte das pessoas vive em cidades e em áreas urbanas alargadas – seja<br />

de origem estrangeira ou autóctone – estiman<strong>do</strong>-se que se atinjam valores na ordem <strong>do</strong>s 50%<br />

à escala mundial e de 80% ao nível da União Europeiab .<br />

Portanto, e porque é nas cidades que as pessoas maioritariamente vivem, é também às<br />

cidades que aportam os novos residentes. E será nas cidades que o sucesso ou insucesso <strong>do</strong>s<br />

processos de acolhimento em primeiro lugar e com muito maior acuidade se irá jogar. Daí a<br />

particular importância de as cidades estarem preparadas para saberem lidar com os problemas<br />

e com as potencialidades que este fenómeno implica. Sem desvalorizar o papel que a<br />

Administração Central tem relativamente a esta matéria, importa notar que é às autarquias<br />

3


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

locais que se coloca em primeira instância o desafio de enfrentar este fenómeno de “olhos nos<br />

olhos” uma vez que é de forma territorializada que o fenómeno se apresenta.<br />

De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s divulga<strong>do</strong>s pelo EUROSTAT referentes ao Projecto Urban Auditc, a<br />

cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, ao apresentar em 2001, uma taxa de 1,6% de indivíduos estrangeiros no total<br />

da população nacional, situava-se no lote <strong>do</strong>s centros urbanos com menor proporção de<br />

cidadãos oriun<strong>do</strong>s de outros países, corresponden<strong>do</strong> à 213ª posição no conjunto das 312<br />

metrópoles europeias, com informação disponível à data e que participaram nesta iniciativa<br />

europeia de divulgação de estatísticas urbanas comparadas.<br />

De acor<strong>do</strong> com a mesma fonte, as cidades com maior número de residentes estrangeiros, no<br />

mesmo perío<strong>do</strong> de tempo, eram o Luxemburgo (Luxemburgo) com 53,7%, segui<strong>do</strong> de Genebra<br />

(Suiça) com 43,8% e Lousana (Suiça) com 35,8%, segui<strong>do</strong> de Zurique com 29,3%. No extremo<br />

oposto da tabela, as cidades que apresentavam a taxa mais reduzida de estrangeiros<br />

residentes eram sobretu<strong>do</strong> cidades <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Leste Europeu.<br />

Apesar de se admitir que a presença de estrangeiros no <strong>Porto</strong> tem vin<strong>do</strong> a aumentar, a<br />

verdade é que, <strong>do</strong> ponto de vista quantitativo, não se conhecem com rigor os contornos da<br />

situação actual. Os da<strong>do</strong>s estatísticos oficiais são relativamente escassos no que diz respeito à<br />

informação fornecida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e algo desactualiza<strong>do</strong>s da<strong>do</strong><br />

que o último Recenseamento Geral da População decorreu há oito anos. Por outro la<strong>do</strong>, no<br />

caso <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, estes não cobrem a totalidade de<br />

estrangeiros residentes, apenas os legaliza<strong>do</strong>s ou com pedi<strong>do</strong> de legalização e, a sua<br />

desagregação espacial, em muitos casos, não permite leituras à escala local uma vez que<br />

grande parte da informação apenas é disponibilizada por distrito.<br />

No que diz respeito a trabalhos de investigação sobre esta temática para o caso da metrópole<br />

portuense, estes também não abundam. Merece ser destaca<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, o trabalho<br />

Planeamento Urbano para a Integração de Imigrantes (Malcata: 2006) d , que contou com o<br />

apoio <strong>do</strong> Observatório da Imigração em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia,<br />

o qual aborda a realidade da Área Metropolitana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> face às questões da integração de<br />

imigrantes a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s censitários. A realidade de cada um <strong>do</strong>s municípios não é, no<br />

entanto, objecto de aprofundamento.<br />

Foi justamente o reconhecimento da importância crescente <strong>do</strong> tema, designadamente no<br />

contexto da agenda urbana europeia e, por outro la<strong>do</strong>, a consciência que se desconhece aquilo<br />

que tem vin<strong>do</strong> a acontecer nos últimos anos em matéria de fixação de estrangeiros no <strong>Porto</strong>,<br />

que no âmbito <strong>do</strong> Departamento <strong>Municipal</strong> de Estu<strong>do</strong>s se decidiu dar início a uma nova linha<br />

de trabalho com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre essa realidade.<br />

4


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Perante a impossibilidade de obter da<strong>do</strong>s exaustivos sobre os estrangeiros residentes no <strong>Porto</strong><br />

tentou-se caracterizar a sua presença nalguns sectores da vida da cidade ten<strong>do</strong>-se opta<strong>do</strong> por<br />

privilegiar uma amostra constituída por aqueles que estudam e investigam na cidade.<br />

Assim, <strong>do</strong> enquadramento teórico <strong>do</strong> tema – para o qual se recorreu a extensa bibliografia –<br />

tentou-se partir para a leitura, ainda que parcial, da diversidade cultural portuense que se vive<br />

nas escolas, nos estabelecimentos de ensino superior e nas unidades de investigação &<br />

desenvolvimento. Foram estas realidades que se tentaram caracterizar através de um<br />

levantamento directo e exaustivo junto de várias instituições: os agrupamentos verticais de<br />

escolas, as escolas secundárias, os estabelecimentos de ensino priva<strong>do</strong> com acor<strong>do</strong>s de<br />

cooperação com o Ministério da Educação e com outros Ministérios, a Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, o<br />

Instituto Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Universidade Católica Portuguesa, a Universidade Fernan<strong>do</strong><br />

Pessoa, a Universidade Lusíada <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Universidade Lusófona <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a Universidade<br />

Portucalense Infante D. Henrique e todas as Unidades de Investigação & Desenvolvimento.<br />

A informação recolhida permite-nos um primeiro olhar, uma primeira leitura, que deverá<br />

posteriormente ser complementada/cruzada com outros olhares capazes de fornecer um<br />

retrato mais abrangente <strong>do</strong> panorama da diversidade cultural <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> esta linha de trabalho pretende-se, futuramente, proceder à auscultação de<br />

representantes de algumas entidades oficiais, de alguns actores individuais e/ou institucionais<br />

que pelas suas características e pela sua acção quotidiana poderão ler os da<strong>do</strong>s agora<br />

recolhi<strong>do</strong>s e interpretá-los à luz <strong>do</strong>s seus próprios conhecimentos e vivências e, por outro la<strong>do</strong>,<br />

aportar novas dimensões de análise não trabalhadas nesta fase.<br />

O presente relatório sistematiza o resulta<strong>do</strong> desse esforço de recolha e tratamento de da<strong>do</strong>s e<br />

procura ser um contributo para um planeamento urbano atento ao fenómeno da diversidade<br />

cultural urbana, prevenin<strong>do</strong> problemas mas sobretu<strong>do</strong> potencian<strong>do</strong> a captação e fixação de<br />

novos residentes que capacitem a cidade a exponenciar as vantagens da interculturalidade.<br />

5


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

1. <strong>Diversidade</strong> <strong>Cultural</strong>: o seu significa<strong>do</strong> actual para as cidades<br />

O combate pela diversidade cultural será ganho quan<strong>do</strong> estivermos prontos<br />

para nos mobilizarmos, intelectual, afectiva e materialmente, a favor de uma<br />

língua ameaçada de desaparecimento, com tanta convicção como a que<br />

mostramos para impedir a extinção <strong>do</strong> panda ou <strong>do</strong> rinoceronte. e<br />

Amin Maalouf<br />

A Presidência Dinamarquesa da União Europeia, iniciada em Julho de 2002, agen<strong>do</strong>u de forma<br />

inequívoca o tema da diversidade cultural urbana como um <strong>do</strong>s temas da agenda para o<br />

desenvolvimento urbano da UE.<br />

“O ponto de partida para esse trabalho foi o “Programa Plurianual de Cooperação em Assuntos<br />

Urbanos na União Europeia” – o Relatório de Lille – discuti<strong>do</strong> e aprova<strong>do</strong> na Reunião Informal<br />

de Ministros que decorreu nessa cidade em Novembro de 2000. De um conjunto de nove<br />

temas prioritários o Relatório sublinha a importância <strong>do</strong> desenvolvimento e da implementação<br />

de medidas tendentes a combater a segregação social, étnica e discriminatória nos bairros<br />

desfavoreci<strong>do</strong>s e neste contexto a promover uma melhor acção para a integração das minorias<br />

étnicas.” (HAARDER; 2003:9).<br />

No que concerne à demografia urbana pode dizer-se que a imigração internacional tem<br />

ajuda<strong>do</strong> a colmatar as quebras de natalidade que a generalidade <strong>do</strong>s países europeus vem<br />

registan<strong>do</strong>. O crescimento da imigração foi simultaneamente possível e necessário.<br />

Efectivamente, enquanto 84% das cidades registou um declínio na proporção de cidadãos<br />

nacionais entre 1981 e 1996, a proporção de pessoas de cidadania estrangeira –<br />

particularmente de cidadãos externos à UE – aumentou de 4,6% para 6,6% no mesmo perío<strong>do</strong>.<br />

A análise <strong>do</strong> fenómeno da imigração tem necessariamente de ser territorializada uma vez que<br />

é nas cidades e nas áreas urbanas que se concentra a esmaga<strong>do</strong>ra maioria da população. E<br />

são essas mesmas áreas que, parafrasean<strong>do</strong> Bertel Haarder, constituem os destinos primários<br />

da globalização (2003:17).<br />

É efectivamente às cidades que chegam os estrangeiros em busca de novos registos de vida.<br />

Porque são geralmente as cidades e as grandes áreas urbanas que concentram uma maior e<br />

diversificada oferta de oportunidades: de emprego, de educação, de saúde, de habitação…<br />

6


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

As cidades enquanto fenómenos podem constituir excelentes plataformas de integração e de<br />

coesão social. Por contraponto ao conceito de sociedade - muito mais abstracto - a cidade é<br />

algo de muito concreto, muito material e muito visível. E é na vida quotidiana das cidades que<br />

um sem número de actividades inevitavelmente promove o contacto e a troca cultural entre<br />

diferentes grupos sociais. É nas cidades que o processo de integração, de cruzamento, e de<br />

interacção entre esses grupos pode adquirir contornos mais ou menos positivos.<br />

É então às cidades que, em primeira linha, compete gizar um espaço de acolhimento que mais<br />

<strong>do</strong> que assimilar ou integrar seja capaz de unir na diversidade potencian<strong>do</strong> a construção de um<br />

colectivo mais rico. É às cidades que cabe descobrir como tornar o fenómeno da imigração, e<br />

consequentemente, da diversidade cultural uma mais valia.<br />

A Comissão Europeia, no seu Segun<strong>do</strong> Relatório sobre Coesão Económica e Socialf , sublinha<br />

a importância das cidades europeias enquanto forças motoras <strong>do</strong> crescimento económico das<br />

regiões e da União Europeia. O referi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento coloca a questão urbana no cerne das<br />

mutações económicas, sociais e territoriais defenden<strong>do</strong> que “As cidades representam um<br />

potencial estratégico para a coesão e o desenvolvimento sustentável” (…) e “desempenham<br />

um papel de vector para o desenvolvimento das zonas suburbanas e rurais circundantes”. (…)<br />

As redes de cidades podem favorecer um desenvolvimento melhor equilibra<strong>do</strong> e policêntrico<br />

<strong>do</strong>s territórios da União, em que as cidades de média dimensão devem desempenhar um papel<br />

essencial (2001:28).<br />

Por outro la<strong>do</strong>, face à regressão demográfica que se têm vin<strong>do</strong> a verificar nos países que<br />

constituem a UE, a fixação de novos residentes, constitui de forma inequívoca uma das<br />

principais vias para a sustentabilidade futura das sociedades actuais.<br />

O último relatório da OCDE sobre imigração internacionalg refere que “Os países da OCDE<br />

estão presentemente a enfrentar um perío<strong>do</strong> extremamente significativo no que se refere aos<br />

movimentos migratórios internacionais” (2008:45). Com efeito, o envelhecimento da população<br />

conjuga<strong>do</strong> com a regressão das taxas de natalidade registadas nos últimos anos e a<br />

consequente diminuição da proporção de jovens e de adultos em idade activa tem-se feito<br />

sentir em quase to<strong>do</strong>s os países, relevan<strong>do</strong> índices de envelhecimento cada vez mais<br />

eleva<strong>do</strong>s. Assim, e “(…) apesar de a imigração de longo prazo tender a estar mais limitada,<br />

está longe de ser negligenciável a contribuição para a força de trabalho <strong>do</strong>s imigrantes e suas<br />

famílias(…)” (2008:45). Por outro la<strong>do</strong>, e malgra<strong>do</strong> um consenso praticamente generaliza<strong>do</strong> da<br />

necessidade de reforço de uma imigração cada vez mais qualificada, a escassez de mão-deobra<br />

já se manifesta também em sectores cujas ocupações requerem um baixo índice de<br />

qualificação. “A escassez de mão-de-obra nos mesmos sectores regista-se em diversas áreas<br />

em vários países, em particular no sector da construção, da hotelaria e restauração,<br />

7


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

alimentação, agricultura, serviços <strong>do</strong>mésticos, de limpeza, e cuida<strong>do</strong>s pessoais.<br />

Frequentemente esses trabalhos são mal remunera<strong>do</strong>s e as condições de trabalho não são de<br />

to<strong>do</strong> apelativas para a força de trabalho autóctone.” (2008:45).<br />

No mesmo relatório afirma-se que “A tendência de redução da imigração em Portugal registada<br />

desde 2003 aparentemente cessou em 2006. As diferentes componentes da imigração legal<br />

totalizaram mais de 42000 em 2006, um aumento de quase 50% relativamente a 2005. Os<br />

maiores crescimentos foram observa<strong>do</strong>s entre os imigrantes provenientes da Europa de Leste,<br />

grande parte <strong>do</strong>s quais parece ter vin<strong>do</strong> para Portugal por motivos de reunificação familiar.”<br />

(2008:750).<br />

Constituin<strong>do</strong> a integração um processo de cariz essencialmente local há que inevitavelmente<br />

integrar esta questão no projecto global de desenvolvimento urbano que se pretende construir<br />

e a<strong>do</strong>ptar uma atitude que mais <strong>do</strong> que prevenir os fenómenos de discriminação e exclusão<br />

social seja efectivamente pró-activa transforman<strong>do</strong> esta nova realidade numa efectiva<br />

oportunidade.<br />

Estas são, de resto, as preocupações que levaram, em Junho de 2005, a <strong>Câmara</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> a criar o Conselho <strong>Municipal</strong> das Comunidades1 – “um órgão consultivo no qual se<br />

encontram representadas as organizações representativas de comunidades estrangeiras<br />

sedeadas e/ou com representação estável e actividade significativa na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.” A<br />

constituição deste conselho teve por objectivo criar condições para uma interlocução permanente<br />

entre a autarquia e os cidadãos imigrantes e estrangeiros que cá se radicaram capaz de<br />

proporcionar à autarquia o “(…) conhecimento das suas preocupações, das suas perspectivas e<br />

ideias ten<strong>do</strong> em vista o melhoramento da qualidade de vida” urbana .“Estatutariamente, integram<br />

também o Conselho <strong>Municipal</strong> das Comunidades, ainda que na qualidade de observa<strong>do</strong>res, o<br />

Alto Comissaria<strong>do</strong> Para a Imigração e Diálogo Intercultural e a Associação Consular <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.”<br />

Efectivamente o número e a robustez das pontes criadas entre as diferentes comunidades<br />

contribuirão inequivocamente para consolidar ou obviar a coesão social, para potenciar a<br />

integração ou a exclusão, para exponenciar os constrangimentos ou as potencialidades <strong>do</strong><br />

fenómeno da globalização.<br />

1 Informação mais detalhada em http://www.cm-porto.pt/gen.pl?sid=cmp.sections/428;<br />

8


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

2. Um retrato breve <strong>do</strong> fenómeno da imigração no <strong>Porto</strong> a partir da<br />

informação estatística publicada<br />

Portugal é, como os restantes países <strong>do</strong> sul da Europa, um país de imigração recente. Numa<br />

breve retrospectiva histórica, constata-se que até à década de 60 Portugal foi um país de<br />

ín<strong>do</strong>le pre<strong>do</strong>minantemente emigratória. Com o 25 de Abril de 1974 e os subsequentes<br />

processos de independência enceta<strong>do</strong>s pelas ex-colónias assiste-se a um retorno massivo de<br />

cidadãos provenientes daqueles territórios, quer originários da então metrópole, quer já ali<br />

nasci<strong>do</strong>s.<br />

No início da década de 80, este processo gera um aumento exponencial e invulgar <strong>do</strong> número<br />

de estrangeiros residentes em Portugal2 , sen<strong>do</strong> que muitos <strong>do</strong>s cidadãos nessa altura com<br />

estatuto de “estrangeiro”, haviam si<strong>do</strong>, anteriormente, cidadãos portugueses. Os anos 90<br />

caracterizam-se pela consolidação e crescimento da população residente em Portugal com<br />

destaque para as comunidades oriundas <strong>do</strong>s PALOP3 e <strong>do</strong> Brasil. Na viragem <strong>do</strong> século<br />

surgem os primeiros fluxos migratórios provenientes <strong>do</strong> Leste Europeu e reforça-se o<br />

crescimento da comunidade brasileira em Portugal.<br />

Apesar da escassez de informação estatística acerca desta temática à escala <strong>do</strong> concelho, é<br />

possível afirmar que, também na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a população estrangeira tem vin<strong>do</strong> a adquirir<br />

uma maior importância nos últimos anos.<br />

De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s relativos aos <strong>do</strong>is últimos Recenseamentos Gerais da População, em<br />

1991, residiam 3.697 estrangeiros no concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e perto de 100.000 no Continente,<br />

valores que, uma década depois, atingiam, respectivamente as 4.200 pessoas na cidade e as<br />

220.840 pessoas, no território continental. Em termos evolutivos, constata-se assim que a<br />

presença de imigrantes, ten<strong>do</strong> cresci<strong>do</strong> em ambos os espaços geográficos, foi muito mais<br />

expressiva a nível <strong>do</strong> Continente português (120%) <strong>do</strong> que a nível local (13,6%). No que toca à<br />

representatividade <strong>do</strong>s cidadãos estrangeiros no conjunto da sociedade, em virtude destas<br />

trajectórias, o seu peso relativo reforçou-se significativamente nesta década, quer ao nível da<br />

Cidade, quer ao nível nacional (Fig. 1).<br />

2 Com o surgimento da nova Lei da Nacionalidade em 1981 são definidas novas condições de acesso à nacionalidade<br />

portuguesa em que se incluem os cidadãos oriun<strong>do</strong>s daqueles territórios;<br />

3 PALOP: Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa;<br />

9


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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Relativamente à repartição da população estrangeira por sexos, em 1991, a representatividade<br />

das mulheres era ligeiramente superior à <strong>do</strong>s homens (52,3%), sen<strong>do</strong> que, em 2001, as quotas<br />

entre imigrantes <strong>do</strong> sexo feminino e masculino se distribuíam de forma praticamente equitativa.<br />

%<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

Fig. 1 - População residente de nacionalidade estrangeira (%)<br />

<strong>Porto</strong> Grande <strong>Porto</strong> Norte Continente<br />

Fonte: INE - Censos 1991 e 2001<br />

Quanto à distribuição no interior da cidade desta população estrangeira, todas as freguesias<br />

registaram um aumento da proporção de indivíduos oriun<strong>do</strong>s de outros países entre 1991 e<br />

2001, com excepção da Vitória (Fig. 2). O aumento mais significativo registou-se em Santo<br />

Ildefonso, sen<strong>do</strong> Nevogilde a freguesia que apresenta uma maior representatividade de<br />

imigrantes nos <strong>do</strong>is momentos censitários analisa<strong>do</strong>s (2,6% da população total em 1991 e<br />

3,7% em 2001). São Nicolau em 1991 (0,2%) e Campanhã em 2001 (0,7%) constituem, ao<br />

inverso, as freguesias onde, em termos relativos, a presença de população imigrante tem<br />

menor expressão.<br />

Fig. 2 – Peso relativo da população residente de nacionalidade estrangeira nas freguesias <strong>do</strong> concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (%)<br />

%<br />

4,0<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

Al<strong>do</strong>ar<br />

Bonfim<br />

Campanhã<br />

Ce<strong>do</strong>feita<br />

Foz <strong>do</strong> Douro<br />

Lordelo <strong>do</strong> Ouro<br />

Massarelos<br />

Miragaia<br />

Nevogilde<br />

Paranhos<br />

Fonte: INE, Censos de 1991 e 2001<br />

Ramalde<br />

Santo Ildefonso<br />

São Nicolau<br />

Sé<br />

Vitória<br />

2001<br />

1991<br />

1991<br />

2001<br />

10


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Relativamente à nacionalidade, os estrangeiros que residiam no <strong>Porto</strong>, à data <strong>do</strong>s Censos de<br />

2001, eram maioritariamente provenientes <strong>do</strong>s PALOP (26,4%). Os brasileiros constituíam o<br />

segun<strong>do</strong> grupo mais numeroso, representan<strong>do</strong> quase um quarto <strong>do</strong> total de imigrantes. Numa<br />

perspectiva dinâmica, importa destacar que, na década de 90, para além <strong>do</strong> reforço <strong>do</strong>s<br />

cidadãos <strong>do</strong>s PALOP sofreram um incremento assinalável os nacionais de países pertencentes<br />

à designada “Outra Europa” (cuja proporção passou de 4,7% em 1991 para 10,6% em 2001),<br />

tendência explicada em larga medida pela imigração proveniente <strong>do</strong>s países de leste. Por seu<br />

la<strong>do</strong> no que diz respeito à presença de cidadãos da União Europeia, as maiores comunidades<br />

eram a espanhola, a alemã e a francesa, representan<strong>do</strong> cada uma destas valores entre os 5 e<br />

os 10% <strong>do</strong> total da população estrangeira (Fig. 3).<br />

%<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Alemanha<br />

Fig. 3 - População estrangeira residente no concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> segun<strong>do</strong> a nacionalidade (%) 4<br />

Espanha<br />

França<br />

Itália<br />

Reino Uni<strong>do</strong><br />

Outros Europa<br />

PALOP<br />

Fonte: INE – Censos de 1991 e 2001<br />

Comparativamente ao Continente, constata-se que o concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> apresentava um perfil<br />

de emigração algo distinto já que a nível nacional era notória uma representatividade bastante<br />

mais significativa de estrangeiros provenientes <strong>do</strong>s PALOP (44,7%) e um menor peso de<br />

pessoas originárias <strong>do</strong> Brasil (14,2%).<br />

À escala concelhia não existem muitos elementos estatísticos que permitam quantificar o stock<br />

de população estrangeira no perío<strong>do</strong> pós 2001. Sabe-se apenas que, a nível <strong>do</strong> País, a<br />

progressão anual tem si<strong>do</strong> constante. De acor<strong>do</strong> com da<strong>do</strong>s publica<strong>do</strong>s pelo Serviço de<br />

Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em 2007, o número de estrangeiros legais residentes em<br />

Portugal já tinha si<strong>do</strong> ultrapassa<strong>do</strong> os 400 000, limiar que traduz um acréscimo de 80% face ao<br />

4 As diferentes nacionalidades representadas no gráfico encontram-se discriminadas tal como nos Censos, sen<strong>do</strong> de<br />

referir que a Itália apenas se encontra discriminada no Recenseamento de 1991 e o Brasil no de 2001.<br />

Outros África<br />

Outros<br />

Brasil<br />

1991<br />

2001<br />

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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

valor regista<strong>do</strong> em 2001. A figura seguinte apresenta a trajectória de evolução da proporção de<br />

estrangeiros em Portugal nos últimos anos.<br />

Fig. 4 – Evolução <strong>do</strong> peso relativo da população estrangeira residente em território nacional (%)<br />

%<br />

4,5<br />

4,0<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

Fonte: SEF – Relatório Estatístico 2008<br />

Registe-se que neste intervalo de tempo a legislação relativamente à imigração tem sofri<strong>do</strong><br />

sucessivas alterações, algumas das quais na sequência de recomendações da União Europeia<br />

sobre esta matéria e sobre outras que lhe estão directamente relacionadas, designadamente<br />

as orientações relativas à diversidade cultural.<br />

Analisan<strong>do</strong> os fluxos de entrada de residentes no concelho, a partir <strong>do</strong>s pedi<strong>do</strong>s de autorização<br />

de residência regista<strong>do</strong>s pelo SEF é, contu<strong>do</strong> possível, apreciar aquela que tem si<strong>do</strong> a<br />

dinâmica local de fixação de novos imigrantes no <strong>Porto</strong>, relativamente à qual importa sobretu<strong>do</strong><br />

sublinhar o forte incremento regista<strong>do</strong> em 2006, último ano para o qual estão disponíveis da<strong>do</strong>s<br />

(Fig 5).<br />

Fig. 5 – População estrangeira que solicitou o estatuto de residente no concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> no perío<strong>do</strong> de 2001 -<br />

2006<br />

Nº<br />

2.500<br />

2.000<br />

1.500<br />

1.000<br />

500<br />

0<br />

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007<br />

2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Fonte: INE, 2009 (Infoline)<br />

12


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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

No que diz respeito à origem <strong>do</strong>s imigrantes que estabeleceram residência na cidade nos anos<br />

mais recentes, a quota mais significativa foi indiscutivelmente a <strong>do</strong>s cidadãos brasileiros. Entre<br />

os países que surgem individualiza<strong>do</strong>s na figura 6, destacam-se igualmente a Ucrânia e a<br />

China com mais de 400 pedi<strong>do</strong>s de autorização de residência no perío<strong>do</strong> de 6 anos<br />

considera<strong>do</strong>.<br />

Fig. 6 – Origem da população estrangeira que solicitou o estatuto de residente no concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> no perío<strong>do</strong> de<br />

2001-2006<br />

Nº<br />

900<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

UE15<br />

Ucrânia<br />

Brasil<br />

PALOP<br />

China<br />

Fonte: INE, 2009 (Infoline)<br />

Do ponto de vista da repartição por sexos, a tendência recente tem si<strong>do</strong> a de uma<br />

representatividade praticamente equitativa <strong>do</strong>s imigrantes homens e mulheres, à excepção <strong>do</strong><br />

ano de 2006 em que a proporção de indivíduos <strong>do</strong> sexo masculino é superior (60%).<br />

Fig. 7 – Repartição por sexos da população estrangeira que solicitou o estatuto de residente no concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> no<br />

perío<strong>do</strong> de 2001-2006<br />

%<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

2001 2002 2003 2004 2005 2006<br />

Fonte: INE, 2009 (Infoline)<br />

Marrocos<br />

Moldávia<br />

Rússia<br />

Outros<br />

M<br />

H<br />

13


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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Como até aqui se viu, os da<strong>do</strong>s estatísticos relativamente aos imigrantes na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

são ainda muito incompletos no que toca à sua evolução recente e omissos no que concerne a<br />

certas dimensões da problemática como é o caso <strong>do</strong> fenómeno da imigração clandestina.<br />

A verdade é que tendências pesadas ao nível das esferas da demografia e da economia, das<br />

quais se pode citar, desde logo, o envelhecimento populacional e a dependência cada vez mais<br />

evidente de certos segmentos <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> laboral assumi<strong>do</strong>s por mão de obra imigrante,<br />

permitem-nos antecipar que a sedentarização <strong>do</strong>s imigrantes é uma realidade. Neste quadro, o<br />

<strong>Porto</strong>, assim como Portugal no seu conjunto, reforçaram o seu papel de receptores de fluxos<br />

migratórios internacionais o que atribui importância inquestionável ao acompanhamento<br />

próximo desta dinâmica e avaliação <strong>do</strong> seu impacto quer ao nível das condições das<br />

populações imigrantes, quer ao nível das sociedades de acolhimento.<br />

14


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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

3. Outros da<strong>do</strong>s para uma caracterização actualizada da diversidade<br />

cultural <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Neste quadro de enorme complexidade, o papel da escola para a promoção da cidade<br />

intercultural é por demais importante, não poden<strong>do</strong> de to<strong>do</strong> ser menosprezada a forma como<br />

exercita a interculturalidade. Como afirmam Coles e Vincenth , “To<strong>do</strong>s os grupos étnicos,<br />

inclusivé os maioritários grupos ‘brancos’, independentemente da sua classe social, devem<br />

sentir que o seu background, história e narrativa são valoriza<strong>do</strong>s no contexto escolar. Deve<br />

igualmente garantir-se que to<strong>do</strong>s os grupos estejam conscientes <strong>do</strong>s backgrounds <strong>do</strong>s outros<br />

grupos para além daquele de que fazem parte. Isto dever ser desenvolvi<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, num<br />

quadro de valores partilha<strong>do</strong>, para que to<strong>do</strong>s os estudantes desenvolvam um sentimento de<br />

pertença comum.” (2006:4).<br />

Este terá si<strong>do</strong> inequivocamente o mote que levou a equipa a privilegiar uma amostra da<br />

realidade assente na comunidade educativa (em senti<strong>do</strong> muito lato) portuense, ou seja<br />

apostou-se em caracterizar a presença da população estrangeira em segmentos muito<br />

concretos da população: o conjunto daqueles que estudam e investigam na cidade.<br />

3.1. A abordagem a<strong>do</strong>ptada<br />

Num primeiro momento, e confrontan<strong>do</strong> diferentes fontes de informação, realizou-se um<br />

levantamento rigoroso de to<strong>do</strong>s os estabelecimentos de ensino existentes na cidade bem como<br />

de todas as Unidades de Investigação & Desenvolvimento.<br />

A opção a<strong>do</strong>ptada para proceder à recolha da informação, e que decorreu entre Janeiro e<br />

Julho de 2007, foi contactar, via correio, com to<strong>do</strong>s os estabelecimentos de ensino da cidade:<br />

- os agrupamentos verticais de escolas (17);<br />

- as escolas secundárias (12);<br />

- os estabelecimentos de ensino priva<strong>do</strong> com acor<strong>do</strong> de cooperação com o Ministério da<br />

Educação (91) e com outros Ministérios (55);<br />

- a Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>;<br />

- o Instituto Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>;<br />

- a Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>;<br />

15


- a Universidade Fernan<strong>do</strong> Pessoa;<br />

- a Universidade Lusíada <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>;<br />

- a Universidade Lusófona <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>;<br />

- a Universidade Portucalense Infante D. Henrique;<br />

e com todas as Unidades de Investigação & Desenvolvimento (101).<br />

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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

O instrumento de recolha de da<strong>do</strong>s era constituí<strong>do</strong> por uma grelha extremamente simples que,<br />

no caso <strong>do</strong>s agrupamentos verticais de escola, apenas inquiria sobre a nacionalidade, a idade,<br />

o sexo, a freguesia de residência, o ciclo de escolaridade e o ano de frequência relativamente<br />

ao ano lectivo de 2006/2007.<br />

Para as escolas secundárias a grelha era semelhante à anterior apenas não conten<strong>do</strong> questão<br />

relativa o ciclo de frequência.<br />

Relativamente aos estabelecimentos de ensino priva<strong>do</strong> com acor<strong>do</strong>s de cooperação com um<br />

ou outro ministério (ME e MTSS) excluiu-se da grelha, de forma a facilitar o processo de<br />

recolha, a questão relativa à freguesia de residência <strong>do</strong>s alunos.<br />

Nos pedi<strong>do</strong>s de informação dirigi<strong>do</strong>s aos estabelecimentos de ensino superior, apenas se<br />

solicitou informação relativa ao número de alunos de estrangeiros por país de origem.<br />

Em 2008 decidiu-se ainda solicitar à Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> da<strong>do</strong>s evolutivos referentes aos<br />

alunos estrangeiros que desde o início da criação <strong>do</strong>s diferentes programas de cooperação<br />

estudam na cidade. Esta informação foi recentemente completada com base em elementos<br />

extraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Relatório de Internacionalização, publica<strong>do</strong> em 2009 pela UPi .<br />

As Unidades de Investigação & Desenvolvimento apenas foram questionadas quanto ao<br />

número total de investiga<strong>do</strong>res que possuíam à data e quanto ao número de investiga<strong>do</strong>res<br />

estrangeiros por nacionalidade.<br />

A taxa de resposta, que se refere aos agrupamentos verticais de escolas, foi de 100% (17<br />

agrupamentos verticais de escolas). No que se refere às escolas secundárias (12 escolas<br />

secundárias) a taxa de resposta sal<strong>do</strong>u-se em 75% 5 .<br />

Relativamente aos estabelecimentos de ensino priva<strong>do</strong> com acor<strong>do</strong>s de cooperação com<br />

diferentes ministérios a taxa de resposta cingiu-se apenas aos 18,6%. Face a esta taxa tão<br />

5 Não se obtiveram da<strong>do</strong>s das Escolas Secundárias Fontes Pereira de Melo, Garcia de Orta e Infante D. Henrique<br />

16


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

residual, a opção que a equipa lamentavelmente teve de a<strong>do</strong>ptar foi a de não tratar os da<strong>do</strong>s<br />

deste tipo de estabelecimentos.<br />

Relativamente aos estabelecimentos de ensino superior, apenas duas universidades privadas6 não responderam ao solicita<strong>do</strong>. O tratamento de da<strong>do</strong>s posteriormente efectua<strong>do</strong> não procedeu<br />

a distinções quanto ao carácter público ou priva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estabelecimentos de ensino superior.<br />

A taxa de resposta relativamente ao número de investiga<strong>do</strong>res estrangeiros que investigam nas<br />

Unidades de Investigação & Desenvolvimento da cidade ron<strong>do</strong>u os 44%.<br />

3.2. Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito às escolas básicas e secundárias<br />

A proporção de alunos estrangeiros nas escolas da cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> parece ser relativamente<br />

significativa quan<strong>do</strong> comparada com a proporção de residentes de nacionalidade estrangeira,<br />

apesar de termos que ter presente as diferentes datas a que nos referimos: 2006 quan<strong>do</strong> nos<br />

referimos aos alunos e 2001 quan<strong>do</strong> nos referimos à população em geral.<br />

Efectivamente, confrontan<strong>do</strong> os valores da figura seguinte com os da Fig.1 verifica-se desde<br />

logo um maior peso da população estrangeira quan<strong>do</strong> centramos a análise nos<br />

estabelecimentos de ensino (2,8%) <strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> observamos a cidade (1,6%).<br />

Os valores mais eleva<strong>do</strong>s são regista<strong>do</strong>s no ensino secundário e nos terceiro e segun<strong>do</strong> ciclos<br />

de escolaridade com, respectivamente, 4,3%, 3,5% e 3,1% de alunos estrangeiros.<br />

Fig. 8 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira por ciclo de ensino (%)<br />

4,3<br />

3,5<br />

1,1<br />

1,9<br />

3,1<br />

Fonte: CMP – GEP - DME, 2006 e GIASE - ME, 2006<br />

Pré-Escolar<br />

1º Ciclo<br />

2º Ciclo<br />

3º Ciclo<br />

Ensino Secundário<br />

No que se refere à distribuição <strong>do</strong>s alunos de proveniência estrangeira pelos diferentes graus<br />

de ensino verifica-se que 30% frequentam o 3.º ciclo <strong>do</strong> ensino básico, 25% o 1.º ciclo, 19% o<br />

6 Universidade Lusíada <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e Universidade Portucalense Infante D. Henrique<br />

17


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DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

2.º ciclo e 17% o ensino secundário. A quota de alunos não nacionais que frequentam o ensino<br />

pré-escolar e o ensino técnico-profissional não atinge, em qualquer <strong>do</strong>s casos, os 5%.<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Fig. 9 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira por ciclo de ensino<br />

Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Ens. Sec. Ens. Téc.<br />

Prof.<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Olhan<strong>do</strong> o universo <strong>do</strong>s alunos estrangeiros <strong>do</strong> ponto de vista da sua estrutura etária verificase<br />

que o intervalo de idade 13-15 anos é o que atinge uma proporção mais significativa (29%),<br />

seguin<strong>do</strong>-se a classe das crianças entre os 6 e os 10 anos de idade (26%) e os jovens com<br />

idades compreendidas entre os 16 e os 19 anos de idade (22%). O intervalo das crianças com<br />

11 e 12 anos é ainda assim significativo representan<strong>do</strong> 14% <strong>do</strong>s alunos da amostra<br />

recenseada.<br />

%<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

S/ Inf.<br />

Fig. 10 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira segun<strong>do</strong> a estrutura etária<br />

3 - 5 6 - 10 11 - 12 13 - 15 16 - 19 20 - 25 + de 25 Sem<br />

Classes de Idades<br />

informação<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Relativamente à distribuição por género não se regista uma discrepância relevante uma vez<br />

que o total de alunas de origem estrangeira totaliza 52% <strong>do</strong> total de alunos recensea<strong>do</strong>s e os<br />

alunos <strong>do</strong> sexo masculino constituem 48% da amostra em questão.<br />

18


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

No que se refere ao local de residência <strong>do</strong>s alunos estrangeiros que estudam nos<br />

estabelecimentos de ensino da cidade a esmaga<strong>do</strong>ra maioria reside no próprio concelho <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> (84,5%). Dos restantes, 13,2% residem noutros concelhos da Área Metropolitana <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong>.<br />

Fig. 11 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira pelo local de residência<br />

%<br />

100<br />

75<br />

50<br />

25<br />

0<br />

<strong>Porto</strong> Outros Concelhos<br />

da AMP<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Outros Concelhos Sem informação<br />

Dos alunos estrangeiros que residem na AMP, 37% habitam no concelho de Gon<strong>do</strong>mar, 24%<br />

em Vila Nova de Gaia, 18% na Maia e 14% em Matosinhos. Efectivamente, desse contingente<br />

de alunos estrangeiros que reside em outros concelhos da AMP, 92% reside em concelhos<br />

adjacentes ao <strong>Porto</strong>.<br />

Fig. 12 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira que residem em outros concelhos da AMP<br />

7%<br />

1%<br />

24%<br />

13%<br />

18%<br />

37%<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Gon<strong>do</strong>mar<br />

Maia<br />

Matosinhos<br />

Póvoa de Varzim<br />

Valongo<br />

Vila Nova de Gaia<br />

Relativamente à distribuição por freguesia <strong>do</strong>s alunos estrangeiros que residem na cidade<br />

importa sublinhar a concentração significativa desta população nas freguesias centrais da<br />

cidade, em particular Ce<strong>do</strong>feita, Bonfim e Santo Ildefonso. Na freguesia de Paranhos a<br />

concentração relativa de crianças e jovens oriun<strong>do</strong>s de outros países é igualmente expressiva.<br />

19


25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

%<br />

5<br />

0<br />

Al<strong>do</strong>ar<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Fig. 13 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira residentes no <strong>Porto</strong> por freguesia<br />

Bonfim<br />

Campanhã<br />

Ce<strong>do</strong>feita<br />

Foz <strong>do</strong><br />

Douro<br />

Lordelo <strong>do</strong><br />

Ouro<br />

Massarelos<br />

Miragaia<br />

Nevogilde<br />

Paranhos<br />

Ramalde<br />

Santo<br />

Ildefonso<br />

População residente total Alunos estrangeiros<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006 e INE, Censos 2001<br />

São<br />

Nicolau<br />

Relativamente à proveniência <strong>do</strong>s alunos estrangeiros por continente de origem, o continente<br />

americano regista valores extremamente eleva<strong>do</strong>s (36,9%), seguin<strong>do</strong>-se os continentes<br />

africano e europeu que registam, respectivamente 28,6% e 24,9% <strong>do</strong> total de situações.<br />

%<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Fig. 14 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos de origem estrangeira por continente de origem<br />

África América Ásia Europa Oceania<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Desagregan<strong>do</strong> ainda mais a origem por continente verifica-se a importância <strong>do</strong>s alunos<br />

provenientes <strong>do</strong>s PALOP (26,5%) e <strong>do</strong> Brasil (34%).<br />

Desagregan<strong>do</strong> o sub-conjunto <strong>do</strong>s PALOP verifica-se que o contingente principal provém da<br />

República de Angola (47,2%), seguin<strong>do</strong>-se Cabo-Verde (22,5%), São Tomé e Príncipe (13,5%)<br />

e a Guiné-Bissau (11,8%). De Moçambique apenas provêm 5,1% <strong>do</strong>s alunos estrangeiros que<br />

integram a amostra referente aos PALOP.<br />

Sé<br />

Vitória<br />

20


Fig. 15 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos provenientes <strong>do</strong>s PALOP por país de origem<br />

0% 25% 50% 75% 100%<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Angola<br />

Cabo-Verde<br />

Guiné-Bissau<br />

Moçambique<br />

São Tomé e<br />

Príncipe<br />

Quan<strong>do</strong> se centra a análise nos alunos estrangeiros provenientes <strong>do</strong> continente europeu<br />

verifica-se que 49,1% são provenientes da UE15 e 50,9% de Outros Países da Europa.<br />

Decompon<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s relativos apenas aos alunos estrangeiros provenientes da UE15<br />

verifica-se que a França assume a maior expressão (36,6%). A Alemanha (17,1%), a Espanha<br />

(14,6%) e o Reino Uni<strong>do</strong> (8,5%) também registam valores expressivos.<br />

%<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Fig. 16 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos provenientes da UE15 por país de origem<br />

Alemanha Bélgica Dinamarca Espanha França Grécia<br />

Holanda Reino Uni<strong>do</strong> Itália Luxemburgo Suécia<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Quan<strong>do</strong> por outro la<strong>do</strong> se procede à desagregação <strong>do</strong>s alunos estrangeiros por país <strong>do</strong> grupo<br />

a que se denominou Outros Países da Europa verifica-se que assume uma expressão<br />

extremamente relevante os alunos oriun<strong>do</strong>s da Ucrânia (43,5%). A Suíça, a Rússia e a<br />

Bulgária, apesar de muito menos importantes, apresentam ainda assim valores com algum<br />

significa<strong>do</strong>, respectivamente 14,1%, 10,6% e 9,4%.<br />

21


40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Fig. 17 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos provenientes <strong>do</strong>s Outros Países da Europa por país de origem<br />

%<br />

50<br />

0<br />

Bulgária Hungria Lituânia Polónia Roménia Arménia<br />

Bielo-Rússia Moldávia Rússia Suíça Ucrânia Uzbequistão<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Para além da caracterização até aqui apresentada da população estudantil estrangeira, a<br />

informação recolhida permite efectuar uma análise comparada <strong>do</strong>s diferentes estabelecimentos<br />

de ensino da cidade relativamente à incidência <strong>do</strong> fenómeno da imigração. Há escolas que<br />

registam já, no panorama local, um número muito significativo de alunos estrangeiros, a Escola<br />

Secundária de Rodrigues de Freitas (55), a EB 2/3 de Augusto Gil (43), a EB 2/3 de Gomes<br />

Teixeira (42) e a Escola Secundária de Alexandre Herculano (40).<br />

Outra das leituras possíveis de retirar <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s prende-se, não com o número de<br />

alunos estrangeiros por estabelecimento de ensino, mas com a intensidade com que se<br />

expressa essa diversidade cultural.<br />

Assim, verifica-se que com dez ou mais nacionalidades diferentes encontramos naturalmente<br />

escolas com uma população escolar mais numerosa como sejam as escolas secundárias e as<br />

escolas básicas de segun<strong>do</strong> e terceiro ciclos. A título de exemplo podemos referir que a<br />

Escolas Secundárias de Alexandre Herculano e a de Soares <strong>do</strong>s Reis registam a presença de<br />

alunos estrangeiros de 14 nacionalidades diferentes. As EB 2/3 de Augusto Gil e de Gomes<br />

Teixeira integram alunos provenientes de 13 países diferentes.<br />

No entanto, será igualmente interessante focalizar o olhar em estabelecimentos de ensino de<br />

menor dimensão mas que ainda assim registam uma multiculturalidade muito expressiva. É o<br />

caso da EB1 <strong>do</strong> Bom Sucesso (com 9 nacionalidades diferentes), EB1 com JI da Sé (6), <strong>do</strong> JI<br />

da Rua Dr. António de Sousa (5), da EB1 de Montebello (5), da EB1 S. Miguel de Nevogilde (5)<br />

ou da EB1 com JI da Torrinha (5).<br />

22


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

3.3. Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito aos estabelecimentos de ensino superior<br />

No que se refere aos alunos <strong>do</strong> ensino superior – da<strong>do</strong>s que como anteriormente se referiu<br />

foram trata<strong>do</strong>s de forma integrada, independentemente de se tratar de ensino público ou<br />

priva<strong>do</strong> e que cobrem to<strong>do</strong>s os graus académicos, a percentagem de alunos de nacionalidade<br />

estrangeira atinge os 3,6%. Quanto à sua origem, 41,7% são provenientes <strong>do</strong> continente<br />

europeu. Os continentes americano e africano registam contu<strong>do</strong> valores extremamente<br />

importantes com respectivamente 37,5% e 18,5% das proveniências.<br />

Fig. 18 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos estrangeiros que frequentam o ensino superior, por continente de origem<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

África América Ásia Europa Oceania<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Desagregan<strong>do</strong> ainda mais a origem por continente verifica-se a importância <strong>do</strong>s alunos<br />

provenientes <strong>do</strong>s PALOP (17,4%) e <strong>do</strong> Brasil (33,9%) relativamente ao total da amostra.<br />

Decompon<strong>do</strong> o sub-conjunto <strong>do</strong>s PALOP verifica-se que o contingente principal provém de<br />

Cabo-Verde (59,7%), seguin<strong>do</strong>-se Angola (22%) e Moçambique (9,5%). De São Tomé e<br />

Príncipe e da Guiné-Bissau provêm respectivamente 4,6% e 4,3% <strong>do</strong>s estudantes estrangeiros<br />

oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s PALOP.<br />

23


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Fig. 19 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos estrangeiros que frequentam o ensino superior provenientes <strong>do</strong>s PALOP, por país de<br />

origem<br />

0% 25% 50% 75% 100%<br />

Angola Cabo-Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e Príncipe<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Quan<strong>do</strong> se centra a análise nos alunos estrangeiros provenientes <strong>do</strong> continente europeu<br />

verifica-se que 66,3% são provenientes da UE15 e 33,7% de Outros Países da Europa.<br />

Decompon<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s relativos apenas aos alunos estrangeiros provenientes da UE15<br />

verifica-se que o contingente de alunos proveniente de Espanha assume maior expressão<br />

(30,7%). A Itália regista a segunda quota mais elevada (23,7%). A França e a Alemanha apesar<br />

de registarem valores inferiores situam-se ainda no patamar <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is dígitos assinalan<strong>do</strong>,<br />

respectivamente, 12,8% e 11,3% das ocorrências.<br />

Fig. 20 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos estrangeiros que frequentam o ensino superior provenientes da UE15, por país de<br />

origem<br />

%<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Alemanha Bélgica Dinamarca Espanha França Grécia<br />

Holanda Reino Uni<strong>do</strong> Itália Luxemburgo Suécia<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Quan<strong>do</strong> por outro la<strong>do</strong> se procede à desagregação <strong>do</strong>s alunos estrangeiros por país <strong>do</strong> grupo<br />

a que se denominou Outros Países da Europa verifica-se que assume uma expressão muito<br />

relevante o conjunto de alunos oriun<strong>do</strong>s da Polónia (26%). A República Checa (17,1%), a<br />

Turquia (16,7%) e a Roménia (11,8%) apresentam também valores consideráveis.<br />

24


%<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Fig. 21 - Distribuição <strong>do</strong>s alunos provenientes <strong>do</strong>s Outros Países da Europa por país de origem<br />

Bulgária Eslováquia Eslovénia Estónia<br />

Hungria Letónia Lituânia Noruega<br />

Polónia República Checa Roménia Rússia<br />

Sérvia e Montenegro Suíça Turquia Ucrânia<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

Tal como referi<strong>do</strong> no ponto relativo à meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>ptada, decidiu a equipa, em 2008,<br />

solicitar à Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> da<strong>do</strong>s que nos permitissem perceber a evolução da adesão<br />

de alunos estrangeiros aos diversos programas de cooperação internacional. Apesar de se<br />

tratar de um universo completamente distinto uma vez que está associa<strong>do</strong>, em regra, a<br />

estadias que não atingem um ano de duração, representa um contributo muito relevante para o<br />

fenómeno da diversidade cultural urbana face ao número de indivíduos que envolve e que se<br />

tem vin<strong>do</strong> a renovar (e ampliar) anualmente.<br />

De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s pela Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, os programas de incentivo à<br />

cooperação transnacional entre universidades, passaram a ter maior impacto no século XXI,<br />

ten<strong>do</strong> também contribuí<strong>do</strong> para abertura de novos horizontes para os estudantes que<br />

frequentam o ensino superior nos diferentes países, quer da União Europeia, quer <strong>do</strong>s países<br />

que assinaram os diversos acor<strong>do</strong>s de cooperação Internacional.<br />

Através <strong>do</strong>s diferentes programas de intercâmbio pretende-se “sensibilizar os alunos para a<br />

importância da diversidade linguística e cultural na Europa, bem como a necessidade de<br />

combater os preconceitos e a xenofobia….” 7 . Com os programas de cooperação internacional<br />

pretende-se igualmente “(…) a promoção de igualdade entre homens e mulheres e a<br />

contribuição para a luta contra to<strong>do</strong> o tipo de descriminação em razão <strong>do</strong> sexo, da raça ou<br />

origem étnica, da religião ou crença de deficiência, da idade ou orientação sexual (…).” Um<br />

outro objectivo subjacente a estes esquemas de cooperação é o de promover o “(…) aumento<br />

da mobilidade à escala europeia, o qual deverá ser indissociável de uma constante melhoria de<br />

qualidade (…)”.<br />

7 Jornal das Comunidades Europeias – Intercâmbios internacionais<br />

25


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

No caso <strong>do</strong> Programa ERASMUS8 – programa de apoio e facilitação da mobilidade de<br />

estudantes e professores <strong>do</strong> ensino superior entre Esta<strong>do</strong>s-Membros da União Europeia e<br />

esta<strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s - como se pode constar através da figura seguinte, a mobilidade <strong>do</strong>s<br />

estudantes tem vin<strong>do</strong> aumentar significativamente, quer ao nível das entradas, quer das saídas<br />

para o exterior.<br />

No caso <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a tendência tem si<strong>do</strong> para o número de saídas de estudantes ultrapassar o<br />

das entradas.<br />

Nº<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

Fig. 22 – Evolução da Mobilidade <strong>do</strong>s alunos Erasmus da Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> no perío<strong>do</strong> de 1990 a<br />

2009<br />

90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09<br />

Saídas Entradas<br />

Fonte: Reitoria da Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> – Departamento de Relações Internacionais, 2009<br />

De acor<strong>do</strong> com o já referi<strong>do</strong> relatório recentemente publica<strong>do</strong> pela Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>,<br />

relativamente ano lectivo de 2008/2009, encontravam-se representadas na Universidade <strong>do</strong><br />

<strong>Porto</strong> 26 nacionalidades, distribuídas pelas diferentes Faculdades, sen<strong>do</strong> que as<br />

nacionalidades estrangeiras com maior expressão eram a italiana (114), seguida da espanhola<br />

(112). A Holanda, a França, a Alemanha e o Reino Uni<strong>do</strong> contribuíram com cerca de 16,8%<br />

<strong>do</strong>s estudantes. Importa sublinha, contu<strong>do</strong>, aquela que parece ser a consolidação de uma<br />

tendência de atracção <strong>do</strong>s estudantes de países <strong>do</strong> leste europeu como a Polónia, República<br />

Checa, Roménia e Hungria, que representaram já cerca de 29,5% <strong>do</strong> total <strong>do</strong>s estudantes que<br />

8 ERASMUS - European Region Action Scheme for the Mobility of University Students, no original<br />

26


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

vieram estudar para a U.P.. As áreas de estu<strong>do</strong> mais procuradas pelos alunos estrangeiros, no<br />

referi<strong>do</strong> ano lectivo, foram a Engenharia, as Letras, a Arquitectura, a Medicina e as Belas Artes.<br />

No mesmo perío<strong>do</strong>, os estágios mais frequenta<strong>do</strong>s pelos alunos estrangeiros tiveram lugar, por<br />

ordem decrescente, nas seguintes faculdades: Letras (130), Engenharia (93), Arquitectura (66),<br />

que no seu conjunto receberam 47,6% <strong>do</strong> total <strong>do</strong>s alunos de programas de mobilidade<br />

europeus.<br />

Refira-se ainda que existem vários programas de mobilidade de estudantes, que não estão<br />

contempla<strong>do</strong>s no quadro acima referencia<strong>do</strong> que se reporta, exclusivamente, ao Programa<br />

Erasmus. Ainda de acor<strong>do</strong> com o mesmo relatório publica<strong>do</strong> pela Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

frequentaram esta instituição de ensino superior no ano lectivo 2008/2009 cerca 2479<br />

estudantes e investiga<strong>do</strong>res estrangeiros, distribuí<strong>do</strong>s por 77 países. A Europa esteve<br />

representada com 35 países, a Ásia com 14, a África com 13, a América Latina com 12, a<br />

América <strong>do</strong> Norte com 2 e a Oceânia com 1 país.<br />

De notar ainda a existência de um Programa de Mobilidade Erasmus Docentes, no qual a<br />

Universidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> participa. Integraram este programa no ano lectivo 2008/2009, 75<br />

<strong>do</strong>centes provenientes de 56 universidades de 16 países europeus, sen<strong>do</strong> a Espanha o país<br />

com maior participação (15 Universidades e 20 <strong>do</strong>centes), seguin<strong>do</strong>-se a Itália, a Polónia e a<br />

Turquia.<br />

3.4. Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito às unidades de investigação & desenvolvimento<br />

Com base nos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s a proporção de investiga<strong>do</strong>res estrangeiros nas unidades de<br />

I&D <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> situa-se nos 13,1% 9 .<br />

Relativamente à sua origem, 48,2% são provenientes da Europa, 34,3% <strong>do</strong> continente<br />

americano. Valores significativamente inferiores apresentam os continentes africano (9,6%) e o<br />

asiático (7,6%).<br />

9 Este cálculo foi efectua<strong>do</strong> com base no subconjunto de unidades de I&D para os quais se dispunha <strong>do</strong> número total<br />

de investiga<strong>do</strong>res<br />

27


50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Fig. 23 - Distribuição <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>res estrangeiros, por continente de origem (%)<br />

África América Ásia Europa Oceania<br />

Fonte: CMP – GEP – DME, 2006<br />

28


Notas finais<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Tal como se referiu na introdução, o processo de globalização e a imigração crescente vieram<br />

colocar definitivamente as questões da coesão social e da diversidade cultural urbana na<br />

agenda actual de to<strong>do</strong>s os países. O fenómeno da imigração carece de um<br />

acompanhamento/monitorização permanente e em múltiplas dimensões de forma a sustentar<br />

tecnicamente a concepção das políticas e a suportar os processos de tomada de decisão.<br />

Actualmente, e como se referiu logo na apresentação <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, os da<strong>do</strong>s estatísticos oficiais<br />

são relativamente escassos e muito desactualiza<strong>do</strong>s atenden<strong>do</strong> a que o último Recenseamento<br />

Geral da População foi realiza<strong>do</strong> em 2001. Por outro la<strong>do</strong>, e no que se refere aos da<strong>do</strong>s<br />

publicita<strong>do</strong>s pelo SEF, a principal limitação prende-se com o facto de estes apenas revelarem<br />

os residentes estrangeiros legaliza<strong>do</strong>s ou que efectuaram pedi<strong>do</strong> de legalização.<br />

O próximo Recenseamento Geral da População aportará um retrato muito mais actualiza<strong>do</strong> da<br />

realidade mas tratan<strong>do</strong>-se de um levantamento de da<strong>do</strong>s estatísticos continuarão a fazer-se<br />

sentir limitações para uma leitura multidimensional <strong>do</strong> fenómeno.<br />

No decorrer <strong>do</strong> presente ano tivemos acesso, por solicitação nossa e a título exploratório, a um<br />

conjunto de da<strong>do</strong>s de natureza administrativa procedente <strong>do</strong> GIASE sobre os alunos<br />

estrangeiros que frequentaram as escolas da cidade nos anos lectivos de 2007/08 e 2008/09.<br />

Não poden<strong>do</strong> serem ainda utiliza<strong>do</strong>s como suporte efectivo para uma leitura evolutiva <strong>do</strong><br />

fenómeno da<strong>do</strong> carecerem ainda de validação definitiva por parte <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r de da<strong>do</strong>s, a<br />

sua leitura parece sublinhar inequivocamente alguns <strong>do</strong>s sinais que os da<strong>do</strong>s anteriormente<br />

recolhi<strong>do</strong>s já evidenciavam. O número de estrangeiros a frequentar os nossos<br />

estabelecimentos de ensino tem vin<strong>do</strong> a crescer registan<strong>do</strong> uma taxa de variação de 25,9%,<br />

entre os anos lectivos de 2006/07 e 2008/09.<br />

Efectivamente, existin<strong>do</strong> a consciência de que algumas dimensões estão ainda por analisar,<br />

impõe-se sublinhar, como se foi apontan<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> texto, que este estu<strong>do</strong> constituiu tão só<br />

um ponto de partida para uma análise que se pretende levar por diante com maior detalhe,<br />

profundidade e regularidade.<br />

Na senda de Entzinger e Biezeveldj para uma monitorização e avaliação social efectivas deste<br />

fenómeno é absolutamente crucial que os da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s por um la<strong>do</strong> reflictam os aspectos<br />

mais relevantes da imigração e da integração e, por outro que sejam suficientemente<br />

comparáveis com outros âmbitos geográficos e temporais.<br />

29


CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

Face à escassez de informação disponível de carácter mais desagrega<strong>do</strong> em termos territoriais<br />

tentou partir-se para a leitura, ainda que parcial, da diversidade cultural portuense que se vive<br />

nas escolas, nos estabelecimentos de ensino superior e nas unidades de investigação &<br />

desenvolvimento da cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Este primeiro olhar que os capítulos precedentes tentaram reproduzir exige um cruzamento<br />

posterior que permita captar outras formas de ver esta mesma realidade. O desafio seguinte<br />

poderá passar pela auscultação um painel de actores institucionais e/ou individuais que pelas<br />

suas características e pelo seu trabalho quotidiano poderão ler os da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s e<br />

interpretá-los à luz <strong>do</strong>s seus próprios conhecimentos e vivências.<br />

Esses outros olhares certamente consolidarão um produto capaz de constituir-se num suporte<br />

eficaz para o desenhar de políticas urbanas que, de forma consistente e transversal, invistam<br />

nesta questão.<br />

30


Bibliografia e Webgrafia Referenciadas<br />

CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

a Universal Declaration of Human Rights, consulta<strong>do</strong> em 02.02.2009 e disponível em:<br />

http://www.unhchr.ch/udhr/lang/eng.pdf;<br />

b HAARDER, Bertel - Ministry of Refugee, Immigration and Integration Affairs - <strong>Cultural</strong> Diversity<br />

in European Cities – Dinamarca: 2003; ISBN Electrónico: 87-91320-04-6, disponível em:<br />

http://www.inm.dk;<br />

c URBAN AUDIT; disponível em http://www.urbanaudit.org/;<br />

d MALCATA REBELO, Emília Maria e Paiva, Luís Tiago - Planeamento urbano para a<br />

integração de imigrantes; Lisboa: 2006; Observatório da Imigração: N.º 18; ISBN 989-8000-09-<br />

0;<br />

e MAALOUF, Amin – As Identidades Assassinas – Viseu, Portugal: 2002; DIFEL; ISBN 972-29-<br />

0465-5;<br />

f Comissão Europeia - Segun<strong>do</strong> Relatório sobre a Coesão Económica e Social /*<br />

COM/2001/0024 final */ disponível em:<br />

http://eurlex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.<strong>do</strong>?uri=CELEX:52001DC0024:PT:HTML<br />

g OCDE - Recent Trends In International Migration: Trends In Migration Flows And In The<br />

Immigrant Population - 2008, vol. 2008, no. 14; disponível em:<br />

http://lysander.sourceoecd.org/vl=8997766/cl=11/nw=1/rpsv/ij/oecdthemes/99980142/v2008n14/s4/p45<br />

h COLES, Maurice e VINCENT, Bob - The Role of Schools in the Intercultural City - Leicester-<br />

UK: 2006; disponível em:<br />

http://www.interculturalcity.com/The%20Role%20of%20Schools%20in%20the%20Intercultural%20City.pdf<br />

i UNIVERSIDADE DO PORTO – RELAÇÕES INTERNACIONAIS - Relatório de<br />

Internacionalização (RI.0809): disponível em:<br />

http://noticias.up.pt/catalogo_noticias.php?ID=3345&intSelectedMenu=4<br />

j ENTZINGER, Han e BIEZEVELD, Renske - Benchmarking in Immigrant Integration - European<br />

Research Centre on Migration and Ethnic Relations (ERCOMER); Faculty of Social Sciences;<br />

Erasmus University Rotterdam; Roterdão: 2003; disponível em:<br />

http://www.epim.info/<strong>do</strong>cs/<strong>do</strong>cuments/Benchmarking%20in%20Immigrant%20Integration.pdf<br />

31


CMP<br />

PORTO, 2010

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