Diversidade Cultural Urbana (329 Kb) - Câmara Municipal do Porto
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CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />
DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />
As cidades enquanto fenómenos podem constituir excelentes plataformas de integração e de<br />
coesão social. Por contraponto ao conceito de sociedade - muito mais abstracto - a cidade é<br />
algo de muito concreto, muito material e muito visível. E é na vida quotidiana das cidades que<br />
um sem número de actividades inevitavelmente promove o contacto e a troca cultural entre<br />
diferentes grupos sociais. É nas cidades que o processo de integração, de cruzamento, e de<br />
interacção entre esses grupos pode adquirir contornos mais ou menos positivos.<br />
É então às cidades que, em primeira linha, compete gizar um espaço de acolhimento que mais<br />
<strong>do</strong> que assimilar ou integrar seja capaz de unir na diversidade potencian<strong>do</strong> a construção de um<br />
colectivo mais rico. É às cidades que cabe descobrir como tornar o fenómeno da imigração, e<br />
consequentemente, da diversidade cultural uma mais valia.<br />
A Comissão Europeia, no seu Segun<strong>do</strong> Relatório sobre Coesão Económica e Socialf , sublinha<br />
a importância das cidades europeias enquanto forças motoras <strong>do</strong> crescimento económico das<br />
regiões e da União Europeia. O referi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento coloca a questão urbana no cerne das<br />
mutações económicas, sociais e territoriais defenden<strong>do</strong> que “As cidades representam um<br />
potencial estratégico para a coesão e o desenvolvimento sustentável” (…) e “desempenham<br />
um papel de vector para o desenvolvimento das zonas suburbanas e rurais circundantes”. (…)<br />
As redes de cidades podem favorecer um desenvolvimento melhor equilibra<strong>do</strong> e policêntrico<br />
<strong>do</strong>s territórios da União, em que as cidades de média dimensão devem desempenhar um papel<br />
essencial (2001:28).<br />
Por outro la<strong>do</strong>, face à regressão demográfica que se têm vin<strong>do</strong> a verificar nos países que<br />
constituem a UE, a fixação de novos residentes, constitui de forma inequívoca uma das<br />
principais vias para a sustentabilidade futura das sociedades actuais.<br />
O último relatório da OCDE sobre imigração internacionalg refere que “Os países da OCDE<br />
estão presentemente a enfrentar um perío<strong>do</strong> extremamente significativo no que se refere aos<br />
movimentos migratórios internacionais” (2008:45). Com efeito, o envelhecimento da população<br />
conjuga<strong>do</strong> com a regressão das taxas de natalidade registadas nos últimos anos e a<br />
consequente diminuição da proporção de jovens e de adultos em idade activa tem-se feito<br />
sentir em quase to<strong>do</strong>s os países, relevan<strong>do</strong> índices de envelhecimento cada vez mais<br />
eleva<strong>do</strong>s. Assim, e “(…) apesar de a imigração de longo prazo tender a estar mais limitada,<br />
está longe de ser negligenciável a contribuição para a força de trabalho <strong>do</strong>s imigrantes e suas<br />
famílias(…)” (2008:45). Por outro la<strong>do</strong>, e malgra<strong>do</strong> um consenso praticamente generaliza<strong>do</strong> da<br />
necessidade de reforço de uma imigração cada vez mais qualificada, a escassez de mão-deobra<br />
já se manifesta também em sectores cujas ocupações requerem um baixo índice de<br />
qualificação. “A escassez de mão-de-obra nos mesmos sectores regista-se em diversas áreas<br />
em vários países, em particular no sector da construção, da hotelaria e restauração,<br />
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