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Diversidade Cultural Urbana (329 Kb) - Câmara Municipal do Porto

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CMP _ GEP _ DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ESTUDOS<br />

DIVERSIDADE CULTURAL URBANA<br />

2. Um retrato breve <strong>do</strong> fenómeno da imigração no <strong>Porto</strong> a partir da<br />

informação estatística publicada<br />

Portugal é, como os restantes países <strong>do</strong> sul da Europa, um país de imigração recente. Numa<br />

breve retrospectiva histórica, constata-se que até à década de 60 Portugal foi um país de<br />

ín<strong>do</strong>le pre<strong>do</strong>minantemente emigratória. Com o 25 de Abril de 1974 e os subsequentes<br />

processos de independência enceta<strong>do</strong>s pelas ex-colónias assiste-se a um retorno massivo de<br />

cidadãos provenientes daqueles territórios, quer originários da então metrópole, quer já ali<br />

nasci<strong>do</strong>s.<br />

No início da década de 80, este processo gera um aumento exponencial e invulgar <strong>do</strong> número<br />

de estrangeiros residentes em Portugal2 , sen<strong>do</strong> que muitos <strong>do</strong>s cidadãos nessa altura com<br />

estatuto de “estrangeiro”, haviam si<strong>do</strong>, anteriormente, cidadãos portugueses. Os anos 90<br />

caracterizam-se pela consolidação e crescimento da população residente em Portugal com<br />

destaque para as comunidades oriundas <strong>do</strong>s PALOP3 e <strong>do</strong> Brasil. Na viragem <strong>do</strong> século<br />

surgem os primeiros fluxos migratórios provenientes <strong>do</strong> Leste Europeu e reforça-se o<br />

crescimento da comunidade brasileira em Portugal.<br />

Apesar da escassez de informação estatística acerca desta temática à escala <strong>do</strong> concelho, é<br />

possível afirmar que, também na cidade <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, a população estrangeira tem vin<strong>do</strong> a adquirir<br />

uma maior importância nos últimos anos.<br />

De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s relativos aos <strong>do</strong>is últimos Recenseamentos Gerais da População, em<br />

1991, residiam 3.697 estrangeiros no concelho <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e perto de 100.000 no Continente,<br />

valores que, uma década depois, atingiam, respectivamente as 4.200 pessoas na cidade e as<br />

220.840 pessoas, no território continental. Em termos evolutivos, constata-se assim que a<br />

presença de imigrantes, ten<strong>do</strong> cresci<strong>do</strong> em ambos os espaços geográficos, foi muito mais<br />

expressiva a nível <strong>do</strong> Continente português (120%) <strong>do</strong> que a nível local (13,6%). No que toca à<br />

representatividade <strong>do</strong>s cidadãos estrangeiros no conjunto da sociedade, em virtude destas<br />

trajectórias, o seu peso relativo reforçou-se significativamente nesta década, quer ao nível da<br />

Cidade, quer ao nível nacional (Fig. 1).<br />

2 Com o surgimento da nova Lei da Nacionalidade em 1981 são definidas novas condições de acesso à nacionalidade<br />

portuguesa em que se incluem os cidadãos oriun<strong>do</strong>s daqueles territórios;<br />

3 PALOP: Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa;<br />

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