plesmente virtual.

ter estudado o suficiente para tirar boas notas. No fim de
tudo, o trabalho era já apenas um certo borrão na minha
memória e as suas consequências já não me preocupavam.
Um mês depois da entrega, recebi uma notícia que,
simplesmente, me levou “às nuvens” - a professora de
Português tinha lido o meu texto e, segundo as suas
próprias palavras “tinha-o lido, apreciado e degustado”,
e decidira que tamanho potencial não deveria ser
desperdiçado. Para ela, a melhor maneira de o aproveitar,
seria publicando-o no jornal da escola, e, quiçá,
enviando-o para uma editora, de modo a que o
meu talento fosse reconhecido mais além.
Ora, eu sabia perfeitamente que aquele “talento”
de que ela falava, não era realmente meu, e que
estava a cometer um grande erro ao usar o texto
de outra pessoa para meu próprio gáudio e proveito.
Mas a alegria e o entusiasmo de todos ao
meu redor era demasiado empolgante para que
eu conseguisse admitir a verdade.
Passado algum tempo, alguém bateu à minha
porta. Era a minha professora de português,
acompanhada por uma senhora de meia-idade
(que eu soube ser da editora) e pelo tenente
Martins da GNR local. A minha primeira reacção,
ao ver a cara deles, foi “desfiar”, automaticamente,
um rol de desculpas, cada
uma mais esfarrapada que outra. Fui levada
para o sofá e, depois de me ter finalmente
acalmado e respirado fundo, tive uma das
conversas mais eloquentes e educativas de