Exercícios de História República Velha - Projeto Medicina
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vinda dos imigrantes para o país, estabelecendo, a partir<br />
<strong>de</strong> então, o regime <strong>de</strong> colonato.<br />
d) o colonato possibilitava ao imigrante o direito <strong>de</strong><br />
cultivar produtos <strong>de</strong> subsistência, o que prejudicava os<br />
interesses dos fazen<strong>de</strong>iros, que não lucravam com a<br />
revenda dos gêneros <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> feitos nas<br />
fazendas.<br />
e) a corrente imigratória européia era composta pelos<br />
<strong>de</strong>serdados da Revolução Industrial e da mo<strong>de</strong>rnização<br />
agrícola, que encontraram no Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início,<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conquistar melhores condições <strong>de</strong> vida.<br />
78) (PUC-SP-2005)<br />
O fragmento a seguir, extraído do livro Os sertões, <strong>de</strong><br />
Eucli<strong>de</strong>s da Cunha, publicado originalmente em 1902, fala<br />
<strong>de</strong> Canudos: <strong>de</strong> sua terra, <strong>de</strong> seus homens e da guerra lá<br />
ocorrida entre 1896 e 1897. “Um negro, um dos raros<br />
negros puros que ali [em Canudos] havia, preso em fins <strong>de</strong><br />
setembro [<strong>de</strong> 1897], foi conduzido à presença do<br />
comandante da 1ª- coluna, general João da Silva Barbosa.<br />
Chegou arfando, exausto da marcha aos encontrões e do<br />
recontro em que fora colhido. Era espigado e seco.<br />
Delatava na organização <strong>de</strong>sfibrada os rigores da fome e<br />
do combate. A magreza alongara-lhe o porte, ligeiramente<br />
curvo. (…) o rosto <strong>de</strong>saparecia na lanugem espessa da<br />
barba, feita uma máscara amarrotada e imunda. Chegou<br />
em cambaleios. O passo claudicante e infirme, a cabeça<br />
lanzuda, a cara exígua, um nariz chato sobre lábios<br />
grossos, entreabertos pelos <strong>de</strong>ntes oblíquos e saltados, os<br />
olhos pequeninos, luzindo vivamente <strong>de</strong>ntro das órbitas<br />
profundas,<br />
os longos braços <strong>de</strong>snudos, oscilando (…).” [recontro:<br />
combate]<br />
Eucli<strong>de</strong>s da Cunha. Os sertões (edição crítica por Walnice<br />
Nogueira Galvão). São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 535.<br />
A <strong>de</strong>scrição, pelo autor, da atitu<strong>de</strong> e das condições físicas<br />
do prisioneiro, permite-nos perceber<br />
A) a vonta<strong>de</strong> do prisioneiro <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> Canudos, livrando-se<br />
da tirania do Conselheiro e passando a lutar pela <strong>República</strong><br />
brasileira ao lado das tropas fe<strong>de</strong>rais li<strong>de</strong>radas pelo<br />
general que o pren<strong>de</strong>u.<br />
B) o reconhecimento, pelo autor, da coragem e da valentia<br />
do prisioneiro, diferenciando-o do militar, que está fora <strong>de</strong><br />
combate, enquanto o canu<strong>de</strong>nse mantém sua luta na<br />
<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> Antonio Conselheiro.<br />
C) as condições precárias <strong>de</strong> Canudos no momento da<br />
<strong>de</strong>rrota final, motivadas pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong><br />
alimentos, pelas doenças, pela longa guerra e pelo cerco<br />
das tropas fe<strong>de</strong>rais.<br />
D) os traços físicos semelhantes aos <strong>de</strong> Antonio<br />
Conselheiro, caracterizado pelo autor como um herói<br />
brasileiro que, a <strong>de</strong>speito das dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas por<br />
Canudos, manteve suas convicções religiosas e seus<br />
interesses políticos.<br />
21 | <strong>Projeto</strong> <strong>Medicina</strong> – www.projetomedicina.com.br<br />
E) a tristeza do canu<strong>de</strong>nse, <strong>de</strong>spojado <strong>de</strong> sua terra e<br />
distante <strong>de</strong> seus companheiros <strong>de</strong> combate em <strong>de</strong>fesa da<br />
<strong>República</strong>, preso pelos militares que haviam <strong>de</strong>struído o<br />
arraial e reimplantado a Monarquia.<br />
79) (PUC-SP-2005) O fragmento a seguir, extraído do livro<br />
Os sertões, <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha, publicado originalmente<br />
em 1902, fala <strong>de</strong> Canudos: <strong>de</strong> sua terra, <strong>de</strong> seus homens e<br />
da guerra lá ocorrida entre 1896 e 1897. “Um negro, um<br />
dos raros negros puros que ali [em Canudos] havia, preso<br />
em fins <strong>de</strong> setembro [<strong>de</strong> 1897], foi conduzido à presença<br />
do comandante da 1ª- coluna, general João da Silva<br />
Barbosa. Chegou arfando, exausto da marcha aos<br />
encontrões e do recontro em que fora colhido. Era<br />
espigado e seco. Delatava na organização <strong>de</strong>sfibrada os<br />
rigores da fome e do combate. A magreza alongara-lhe o<br />
porte, ligeiramente curvo. (…) o rosto <strong>de</strong>saparecia na<br />
lanugem espessa da barba, feita uma máscara amarrotada<br />
e imunda. Chegou em cambaleios. O passo claudicante e<br />
infirme, a cabeça lanzuda, a cara exígua, um nariz chato<br />
sobre lábios grossos, entreabertos pelos <strong>de</strong>ntes oblíquos e<br />
saltados, os olhos pequeninos, luzindo vivamente <strong>de</strong>ntro<br />
das órbitas profundas, os longos braços <strong>de</strong>snudos,<br />
oscilando (…).” [recontro: combate]<br />
Eucli<strong>de</strong>s da Cunha. Os sertões (edição crítica por Walnice Nogueira<br />
Galvão). São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 535.<br />
Na <strong>de</strong>scrição acima, <strong>de</strong> um canu<strong>de</strong>nse prisioneiro, o autor<br />
diz que este era “um negro, um dos raros negros puros que<br />
ali havia”. Dentre as frases abaixo, extraídas do mesmo<br />
livro, qual <strong>de</strong>las se relaciona à necessida<strong>de</strong>, para o autor,<br />
<strong>de</strong> fazer tal observação?<br />
A) “O gaúcho é, certo, inimitável numa carga guerreira”.<br />
B) “Antonio Conselheiro foi um bronco”.<br />
C) “O sertanejo é, antes <strong>de</strong> tudo, um forte”.<br />
D) “Os crentes acompanharam Antonio Conselheiro”.<br />
E) “Teoricamente o brasileiro seria o pardo”.<br />
80) (UNIFESP-2005) “A associação dá ao operariado coesão<br />
e meios <strong>de</strong> pedir, e <strong>de</strong> exigir… pois a associação solidariza<br />
os operários da mesma indústria. Assim, nós, patrões,<br />
per<strong>de</strong>mos as vantagens <strong>de</strong> tratar ‘só com os nossos<br />
operários’, isolados e fracos e vamos ser obrigados a tratar<br />
com a associação, pelo menos tão forte como nós. Assim,<br />
o contrato individual… tem <strong>de</strong> ser substituído pelo<br />
contrato coletivo com essas associações. É <strong>de</strong>sagradável,<br />
concordo, mas é inevitável e, afinal, é justo”.<br />
(Jorge Street, O País, 12.06.1919.)<br />
Essa observação po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />
A) representativa do empresariado da época, consciente<br />
da fraqueza dos trabalhadores.<br />
B) socializante, por se tratar <strong>de</strong> um empresário que<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> os interesses operários.<br />
C) <strong>de</strong>magógica, por estimular os trabalhadores a se<br />
organizarem em sindicatos.