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A Dança dos Dragões - Tevet Home

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188<br />

<strong>dos</strong> portões, ouvi Janos Slynt gritar-lhes para irem atrás de mim. Depois de sair<br />

da Fortaleza Vermelha, as ruas estavam congestionadas; se assim não fosse<br />

poderia ter escapado sem problemas. Em vez disso, apanharam-me junto do<br />

Portão do Rio. Os homens de mantos doura<strong>dos</strong> que me tinham perseguido desde<br />

o castelo gritaram àqueles que estavam no portão para me pararem, de modo que<br />

cruzaram as lanças para me obstruir o caminho.<br />

— E você sem espada? Como foi que passaou por eles?<br />

— Um verdadeiro cavaleiro vale dez guardas. Os homens ao portão<br />

foram apanha<strong>dos</strong> de surpresa. Atropelei um deles, arranquei-lhe a lança das<br />

mãos, e espetei-a na garganta do perseguidor mais próximo. O outro desistiu<br />

depois de eu atravessar o portão, portanto, esporeei o cavalo pondo-o a galope e<br />

cavalguei implacavelmente ao longo do rio até a cidade ficar perdida de vista<br />

atrás de mim. Nessa noite troquei o cavalo por um punhado de moedas e uns<br />

trapos, e na manhã seguinte juntei-me à corrente de plebeus que se dirigia a Porto<br />

Real. Tinha saído pelo Portão da Lama, e regressei através do Portão <strong>dos</strong> Deuses,<br />

com sujeira na cara, a barba por fazer e nenhuma arma além de um bastão de<br />

madeira. Com roupa de tecido grosseiro e botas cobertas de lama, era apenas<br />

mais um velho qualquer fugindo da guerra. Os homens de mantos doura<strong>dos</strong><br />

receberam um veado de mim e deixaram-me entrar. Porto Real estava repleta de<br />

plebeus que tinham vindo em busca de refúgio contra os combates. Perdi-me<br />

entre eles. Tinha alguma prata, mas precisava dela para pagar a passagem para o<br />

outro lado do mar estreito, por isso, dormi em septos e vielas e tomei as refeições<br />

em casas de pasto. Deixei a barba crescer e ocultei-me na idade. No dia em que o<br />

Lorde Stark perdeu a cabeça eu estava lá, observando. Depois entrei no Grande<br />

Septo e agradeci aos sete deuses por Joffrey ter me tirado o manto.<br />

— O Lorde Stark era um traidor que teve um fim de traidor.<br />

— Vossa Graça — disse Selmy — Eddard Stark desempenhou um<br />

papel na queda do seu pai, mas não lhe tinha má vontade. Quando o eunuco<br />

Varys nos disse que estáva grávida, Robert quis que fôsse morta, mas o Lorde<br />

Stark interveio contra a ideia. Em vez de sancionar o assassato de crianças, disse<br />

a Robert para arranjar outra Mão.<br />

— Esqueceu-se da Princesa Rhaenys e do Príncipe Aegon?<br />

— Nunca. Isso foi obra <strong>dos</strong> Lannister, Vossa Graça.<br />

— Lannister ou Stark, qual é a diferença? Viserys costumava chamarlhes<br />

os cães do Usurpador. Se uma criança for atacada por uma matilha de cães,<br />

será que importa qual deles lhe rasga a goela? To<strong>dos</strong> os cães são igualmente<br />

culpa<strong>dos</strong>. A culpa... — A palavra ficou-lhe presa na garganta. Hazzea, pensou, e<br />

de súbito ouviu-se a dizer: — Tenho de ver o fosso — numa voz tão sumida<br />

como um sussurro de criança. — Leve-me lá abaixo, sor, por favor.<br />

Um bruxuleio de desaprovação cruzou a cara do velho, mas não era seu<br />

costume questionar a sua rainha.<br />

— Às suas ordens.

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