Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
por fim <strong>de</strong>senvolver ou valorizar a sua terra, tendo mesmo pelos seus<br />
conterrâneos um certo carinho, que tentava por certos meios proteger, com<br />
todos colaborava e a todos subsidiava.<br />
Os <strong>de</strong>sprotegidos <strong>da</strong> sorte ou instituições loriguenses, muito <strong>de</strong>le<br />
receberam, não só no incentivo moral, bem como material, como nunca<br />
ninguém o tinha feito.<br />
Era casado com D. Eduar<strong>da</strong> Men<strong>de</strong>s Cabral e Moura (11.11.1894 - 3.3.1971),<br />
on<strong>de</strong> a formação moral e cristã <strong>de</strong> ambos, se manifestou ao longo <strong>de</strong> 55 anos<br />
do casamento.<br />
Se a sua vi<strong>da</strong> não bastasse para constituir um hino <strong>de</strong> exaltação ao<br />
trabalho generoso e honrado, à riqueza <strong>de</strong> carácter e à generosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
esclareci<strong>da</strong>, quis ain<strong>da</strong> prolongar para além <strong>da</strong> morte esse mesmo lema,<br />
<strong>de</strong>ixando a maioria dos recursos tão laboriosamente adquiridos à sua terra<br />
Natal.<br />
Depois <strong>da</strong> sua morte e perante a doação feita a <strong>Loriga</strong>, foi constituí<strong>da</strong> a<br />
Fun<strong>da</strong>ção Cardoso <strong>de</strong> Moura, sendo o prédio em que viveu este ilustre<br />
loriguense, situado na Rua Coronel Reis (antiga Amoreira), aquele que mais<br />
tem sido utilizado em prol <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta locali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Já ali esteve<br />
sediado, a Junta <strong>de</strong> Freguesia; a Ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>; os Bombeiros quando a<br />
sua fun<strong>da</strong>ção; a Biblioteca; os CTT , enquanto se procediam a obras no<br />
edifício dos correios, assim como, foi utilizado com as máquinas <strong>da</strong><br />
Associação <strong>da</strong> 3ª.I<strong>da</strong><strong>de</strong>, enquanto não tinham se<strong>de</strong>, também funcionou ali o<br />
Curso dos Tapetes <strong>de</strong> Arraiolos e os Cortes e actualmente funciona ali o<br />
Posto <strong>de</strong> Informação Turística.<br />
Faleceu em 31 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1967, em Lisboa, com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 75 anos, sendo<br />
o seu funeral realizado para <strong>Loriga</strong>, para ser sepultado no cemitério<br />
local, conforme sua vonta<strong>de</strong>.<br />
Os seus conterrâneos quiseram estar presentes, tomando em massa, parte<br />
activa nos ofícios fúnebres e missa, numa expressão senti<strong>da</strong> <strong>de</strong> estima e<br />
admiração. Esta presença espontânea <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a freguesia, foi sinal <strong>de</strong><br />
gratidão que tinham na alma, pois nesta altura ain<strong>da</strong> ninguém sabia <strong>da</strong>s<br />
suas últimas vonta<strong>de</strong>s.<br />
António <strong>de</strong> Brito Pereira<br />
1895 - 1987<br />
- 14 -<br />
Nasceu em <strong>Loriga</strong>, em 17 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1895, filho <strong>de</strong> António Pereira e <strong>de</strong><br />
Emília Lopes <strong>de</strong> Brito.<br />
Des<strong>de</strong> muito novo começou a ter um gosto especial pela Ban<strong>da</strong>, on<strong>de</strong><br />
ingressou, vindo a notabilizar-se ao tocar diversos instrumentos, mas<br />
seria o Bombardino, a consagrá-lo, dizem até, que era um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />
artista a tocar esse instrumento.<br />
Homem humil<strong>de</strong>, <strong>de</strong> poucas falas, sofreu na carne a sua condição social.<br />
Alfaiate <strong>de</strong> profissão, ou por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, era no entanto, a música que<br />
mais lhe estava no coração.<br />
Era do pão que lhe faltava em casa, cujo filhos bem sentiram. Só que em<br />
vez <strong>de</strong> cortar mais pano, copiava papéis <strong>de</strong> música horas e horas sem conto.<br />
Só que em vez <strong>de</strong> alinhavar mais, perdia-se no sonho belo <strong>da</strong> cultura<br />
musical <strong>da</strong> sua terra.<br />
Foi regente <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>, quando era ain<strong>da</strong> relativamente muito novo,<br />
funções que viria a <strong>de</strong>sempenhar muitas mais vezes. No total <strong>de</strong>ve ter<br />
estado na regência <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> cerca <strong>de</strong> 30 anos.<br />
Trabalhou sempre incansavelmente para não <strong>de</strong>ixar acabar a Ban<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua<br />
terra, porque em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> altura parecia agonizar, <strong>de</strong>vido a uma boa<br />
parte <strong>de</strong> loriguenses partirem para outras paragens, nomea<strong>da</strong>mente Sacavém e<br />
Brasil.<br />
Esteve arre<strong>da</strong>do <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Musical durante 30 anos, sofrendo interiormente