You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
- 8 -<br />
igreja <strong>da</strong> sua terra a sua total fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong> tratava <strong>da</strong> limpeza, no<br />
ornamento dos altares e <strong>da</strong>ndo catequese aos mais novos.<br />
Vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> amor!.. Como ela passava horas sem fim diante do Sacrário!.. Como<br />
ela compreendia a virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> humil<strong>da</strong><strong>de</strong>, junto do tabernáculo dum Deus<br />
infinitamente humil<strong>de</strong>!.. Como o publicano do Evangelho, jamais alguém a<br />
viu, que não fosse no lugar mais solitário do templo, entregue à oração<br />
mais concentra<strong>da</strong>.<br />
Vivendo unicamente para o Senhor passava todo o tempo na igreja on<strong>de</strong> era<br />
sempre uma presença em continua<strong>da</strong> oração que o povo chamava Santa. Era tão<br />
gran<strong>de</strong> a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta mulher na sua bon<strong>da</strong><strong>de</strong>, que chegava a <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> comer o pão para com ele alimentar os animais ou os passarinhos que não<br />
saiam <strong>da</strong> sua porta<br />
Mas não era simplesmente a oração que lhe absorvia todo o seu dia. Ela era<br />
igualmente a gran<strong>de</strong> mulher <strong>de</strong> acção. Cobrava as quotas <strong>da</strong> sua queridíssima<br />
Propagação <strong>da</strong> Fé, inscrevendo novos associados, visitando os pobres<br />
protegidos pela Conferência <strong>de</strong> S. Vicente <strong>de</strong> Paulo e muitas <strong>da</strong>s vezes se<br />
encontrava à cabeceira dos moribundos recitando-lhes o ofício <strong>da</strong> agonia,<br />
apontando-lhes o Céu como termo dos sofrimentos humanos.<br />
Durante to<strong>da</strong> a sua vi<strong>da</strong> assistiu às missas e recebeu a comunhão<br />
diariamente. As pessoas estavam já habitua<strong>da</strong>s a ver aquela figura com as<br />
suas vestes a varrer o chão, passando pelas ruas sempre <strong>de</strong> olhos baixos<br />
como que <strong>de</strong>sejando que ninguém a visse e, quando falava, a sua voz suave<br />
prendia todos aqueles que a escutavam, mas ela própria se arrepiava ao<br />
ouvir <strong>de</strong> alguém uma palavra maldosa por mais insignificante que fosse.<br />
Com 72 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> adoece e pouco tempo <strong>de</strong>pois, em 28 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1946<br />
ocorre o seu falecimento. Segundo relatos <strong>da</strong> época, parecia até haver um<br />
sorriso na sua boca, como que feliz, por partir para junto do Senhor a<br />
quem <strong>de</strong>dicou to<strong>da</strong> a sua vi<strong>da</strong>.<br />
O seu funeral foi um dia <strong>de</strong> muita tristeza para a população <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>, ao<br />
verem partir para sempre a sua Santa. A Junta <strong>de</strong> Freguesia ce<strong>de</strong>u a<br />
sepultura on<strong>de</strong> <strong>de</strong>scansa eternamente, e o povo <strong>da</strong> sua terra, como prova <strong>de</strong><br />
gratidão, mandou colocar a mármore.<br />
Durante anos, e ain<strong>da</strong> hoje, se comenta a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do seu corpo se<br />
encontrar intacto na sua sepultura, pois segundo o povo "O corpo <strong>da</strong>s<br />
Santas mantém-se tal como foi durante a sua passagem pela vi<strong>da</strong>".<br />
Maria Ermelin<strong>da</strong> Men<strong>de</strong>s Guimarães e Cunha<br />
1881 - 1926<br />
Nasceu em <strong>Loriga</strong>, era filha <strong>de</strong> Augusto Luís Men<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> Eduar<strong>da</strong> Guimarães.<br />
Notabilizou-se como uma senhora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> uma enorme<br />
ternura e amor pelos outros, principalmente para com os pobres <strong>da</strong> sua<br />
terra.<br />
Des<strong>de</strong> muito nova se evi<strong>de</strong>nciaram as suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> bon<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> amor<br />
pelo próximo, bem <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong>s na sua atitu<strong>de</strong> para com os mais<br />
necessitados. Numa época em que em <strong>Loriga</strong>, a pobreza extrema era bem