You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
qual veio a concretizar e on<strong>de</strong>, com mais regulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong> passar um<br />
pouco mais do seu tempo.<br />
Foi convi<strong>da</strong>do <strong>de</strong> honra nas comemorações do Centenário <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> realiza<strong>da</strong>s<br />
em Julho <strong>de</strong> 2006, o último acto público em que esteve presente, antes <strong>da</strong><br />
doença que o vitimou.<br />
Faleceu em Lisboa, no dia 3 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2006, com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 83 anos. O<br />
funeral realizou-se em <strong>Loriga</strong>, on<strong>de</strong> foi sepultado no cemitério local,<br />
vendo os loriguenses <strong>de</strong>saparecer um seu conterrâneo, com uma personali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
bem marcante, caracteriza<strong>da</strong> pela simpatia e simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> na sua relação<br />
com os outros, pelo seu sorriso amável, e também pela estima e o respeito<br />
como tratava to<strong>da</strong> a gente.<br />
Manuel Dinis Pereira<br />
1923 - 1996<br />
- 46 -<br />
Nasceu em <strong>Loriga</strong> a 1 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1923, vindo a notabilizar-se ao longo <strong>de</strong><br />
muitos anos pelo seu <strong>de</strong>sempenho profissional no serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, não só<br />
na sua terra como ain<strong>da</strong> nas freguesias periféricas. Era o Enfermeiro, mas<br />
em certas situações pareceu ser o médico.<br />
A sua humil<strong>da</strong><strong>de</strong> tornavam-no num homem simples, sendo um gran<strong>de</strong> bairrista<br />
que adorava to<strong>da</strong>s as coisas <strong>da</strong> sua terra. Além <strong>de</strong> tudo era um loriguense<br />
convicto e que acreditava na palavra, por isso a populari<strong>da</strong><strong>de</strong> e a amiza<strong>de</strong><br />
que sempre granjeou dos seus conterrâneos.<br />
Após concluir a escola primária o médico <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> Dr. Andra<strong>de</strong>, chama-o<br />
para o seu consultório, passando a ser o seu "moço <strong>de</strong> recados" o que<br />
durante anos não parecia passar disso mesmo. No entanto o "Ti Manel<br />
Barriosa" como era assim chamado, foi <strong>de</strong>itando o olhar por tudo o que o<br />
ro<strong>de</strong>ava.<br />
Tornou-se um aju<strong>da</strong>nte imprescindível do médico, com quem teve sempre um<br />
bom relacionamento, muito embora este só o tenha inscrito na Previdência<br />
Social um pouco tar<strong>de</strong>, colaborou, após a morte do Dr. Andra<strong>de</strong>, com o filho<br />
<strong>de</strong>ste, Dr. Jorge Andra<strong>de</strong> e, mais tar<strong>de</strong>, durante muitos anos, com o<br />
Dr.Ban<strong>de</strong>ira.<br />
Foi adquirindo experiência, e apesar <strong>de</strong> não ter curso <strong>de</strong> enfermagem,<br />
adquire mesmo o estatuto <strong>de</strong> enfermeiro <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>. Deu injecções sem conto<br />
e, neste serviço <strong>de</strong> enfermagem aventura-se mesmo a fazer muito mais,<br />
chegando ao ponto <strong>de</strong> tirar <strong>de</strong>ntes e a <strong>da</strong>r sem querer na<strong>da</strong> em troca<br />
medicamentos que ele por vezes conseguia <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> propagan<strong>da</strong> médica.<br />
Esta figura <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> marcou na sua terra uma época em que nunca po<strong>de</strong>rá<br />
ser esquecido, <strong>de</strong>stacando-se entre outras activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o ter sido um<br />
potencial impulsionador do teatro amador nesta locali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Muitos ain<strong>da</strong><br />
recor<strong>da</strong>m quando pela sua mão houve a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser coloca<strong>da</strong> em cena<br />
a "Casa do Pai" talvez um dos maiores êxitos que o teatro amador <strong>de</strong>sta<br />
Vila conheceu. Homem simples e bom, foi sem dúvi<strong>da</strong> muito importante e <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>Loriga</strong>, pois estava sempre pronto para aju<strong>da</strong>r em<br />
tudo que fosse realizações <strong>de</strong> carácter cultural na sua terra. Havia até<br />
quem o chamasse <strong>de</strong> "festeiro", aten<strong>de</strong>ndo às i<strong>de</strong>ias e iniciativas que pôs<br />
em prática, mesmo sendo ele a pagar do seu próprio bolso, para que tudo