16.04.2013 Views

Figuras da história de Loriga

Figuras da história de Loriga

Figuras da história de Loriga

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

6.800 contos.<br />

Em Agosto <strong>de</strong> 2001 e véspera <strong>da</strong> Festa <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>da</strong> Guia, foi<br />

inaugura<strong>da</strong> uma rua em <strong>Loriga</strong> à qual foi <strong>da</strong>do o seu nome, uma homenagem <strong>de</strong><br />

gratidão que os Loriguenses lhe <strong>de</strong>viam.<br />

No dia 15 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2003, os restos mortais do Senhor Padre Prata,<br />

foram transla<strong>da</strong>dos do cemitério <strong>de</strong> Manteigas para o cemitério <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>,<br />

concluindo-se assim, a vonta<strong>de</strong> sempre manifesta<strong>da</strong> em vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> tão<br />

proeminente figura, em repousar eternamente junto dos paroquianos que<br />

tanto amou durante os anos que paroquiou <strong>Loriga</strong>.<br />

Carlos Fernan<strong>de</strong>s Urtigueira<br />

1917 - 1996<br />

- 33 -<br />

Nasceu em <strong>Loriga</strong> a 26 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1917, filho <strong>de</strong> Alberto Fernan<strong>de</strong>s<br />

Urtigueira e <strong>de</strong> Maria Emília Pinto Ascenção,<br />

Alfaiate <strong>de</strong> profissão, cortava o pano e alinhava os fatos tal como os seus<br />

<strong>de</strong>dos tocavam as cor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> sua guitarra. Era um gran<strong>de</strong> profissional,<br />

talvez mesmo um dos melhores alfaiates <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>. Era na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> um<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro artista, tendo sempre a preocupação <strong>de</strong> actualização e<br />

mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Começou a trabalhar numa alfaiataria situado no Santo Cristo, mais tar<strong>de</strong><br />

mudou-se para o Largo Dr. Amorim <strong>da</strong> Fonseca, passando ain<strong>da</strong> pela<br />

"Carreira" para finalmente fixar a sua alfaiataria "Académica" na Rua<br />

principal <strong>da</strong> Vila, por cima do estabelecimento do Sr. José Luis Santos.<br />

Foi durante a sua vivência em <strong>Loriga</strong> a alma do Fado <strong>de</strong> Coimbra cantado na<br />

sua terra. Pela sua alfaiataria "Académica" passaram as diversas gerações<br />

<strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes, e nela havia sempre uma guitarra e uma viola para<br />

acompanhar os que se dispusessem a entoar a velha canção coimbrã.<br />

Tinha ain<strong>da</strong> tempo e sempre disposição, para se juntar a outros<br />

loriguenses, que por vezes se reuniam nos balcões <strong>da</strong>s ruas em ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras<br />

serenatas, on<strong>de</strong> as cor<strong>da</strong>s <strong>da</strong> sua guitarra faziam espalhar aquela<br />

melancólica música que <strong>de</strong>leitavam os ouvidos <strong>da</strong>s pessoas que passavam.<br />

O falecimento <strong>da</strong> sua esposa Ermelin<strong>da</strong>, em 1959, foi um duro golpe e uma<br />

gran<strong>de</strong> per<strong>da</strong> para os seus filhos, Fernando, José Alberto, Natércia e Maria<br />

Amélia.<br />

Procurando uma vi<strong>da</strong> melhor, que a sua terra parecia não lhe po<strong>de</strong>r <strong>da</strong>r,<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>Loriga</strong> na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, radicando-se na Póvoa <strong>de</strong> Santa Iria, mais<br />

tar<strong>de</strong> no Prior Velho e <strong>de</strong>pois em Sacavém, on<strong>de</strong> instalou a sua alfaiataria.<br />

O fado <strong>de</strong> Coimbra parecia fazer parte <strong>de</strong> si, por isso mesmo, tinha sempre<br />

presente a sua velha guitarra, que mesmo longe <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>, o faziam<br />

continuar a <strong>da</strong>r alma ao velho fado dos estu<strong>da</strong>ntes que ele tanto amava.<br />

O Carlos "Governo" como popularmente era assim conhecido, <strong>de</strong>ixou raízes<br />

nos seus filhos, Fernando e Zé Alberto, dignos continuadores <strong>de</strong>ssa herança<br />

<strong>de</strong> tocadores <strong>de</strong> guitarras e violas, que ain<strong>da</strong> hoje <strong>de</strong>liciam todos aqueles<br />

que os escutam.<br />

Faleceu em Sacavém, após doença prolonga<strong>da</strong> em 31 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1996, e o<br />

funeral realizou-se para o cemitério local on<strong>de</strong> ficou sepultado.<br />

<strong>Loriga</strong> ficou mais pobre, ao ver partir para sempre um dos seus filhos,<br />

recor<strong>da</strong>ndo as suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> bem tocar o fado <strong>de</strong> Coimbra que ficaram

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!