conto crônica poema coelho de moraes 1 - Página de Ideias
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<strong>conto</strong> <strong>crônica</strong> <strong>poema</strong> <strong>coelho</strong> <strong>de</strong> <strong>moraes</strong><br />
Jesus: Está bem. Eu avisei...é muito difícil <strong>de</strong> acreditar, mas, lá vai... Venho do céu. (Os<br />
policiais começaram rir. Jesus observou essa questão e muito se turbou em seu semblante) Eu<br />
não disse?<br />
Delegado: - Não tem mais nada para inventar?<br />
Jesus: - Nasci em Belém.<br />
Delegado: (escrevendo em seu pergaminho) Ah! Agora sim... Belém... do... Pará. Deve estar<br />
em São Paulo há muito tempo , pois não consigo perceber o sotaque.<br />
Jesus: - Paulo está aqui também? Ué? Por que não me avisou. Eu não teria enfrentado<br />
sozinho aquela multidão, sim, pois, e repito, a multidão estava ensan<strong>de</strong>cida e Paulo é gran<strong>de</strong>,<br />
pesado e gosta <strong>de</strong> <strong>de</strong>scer o braço <strong>de</strong> vez em quando... Eu nasci em Belém da Judéia....<br />
O resto é fragmento ainda em tradução... difícil <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r... o fato é que Jesus notou<br />
que os policiais eram menos violentos que os policiais <strong>de</strong> Mel Gibson, e achou isso bom. Chega<br />
<strong>de</strong> cacetada. Resolveram prendê-lo por <strong>de</strong>struir bens alheios, abriram um processo por<br />
transitar sem documentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e por falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>coro público.<br />
O <strong>de</strong>legado ficou na dúvida se o repatriava ou o levava para o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação.<br />
O <strong>de</strong>legado já estava cheio <strong>de</strong> hippies bandalheiros.<br />
O <strong>de</strong>legado lavou as mãos na pia.<br />
Imediatamente carregaram Jesus para a cela. Lá o homem <strong>de</strong> Nazaré encontrou-se com a ralé<br />
da cida<strong>de</strong> e disse: ‘Eis que me encontro on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vo realmente estar. Em meio a publicanos,<br />
pecadores e dissolutos, para orar e pregar.’<br />
Jesus levantou a voz <strong>de</strong> muitas águas e falou: ‘Filhinhos. Não temais, pois estou aqui. Sou o<br />
caminho, a verda<strong>de</strong> e a luz.’<br />
Ao que um dos presos bradou: - Ih! Lá vem outro evangélico.<br />
Nesse momento uma pomba cinzenta a<strong>de</strong>jou pelo vestíbulo.<br />
Os presos a pegaram e a comeram ante o assombro <strong>de</strong> Jesus que disse:<br />
- Pusta, mas o que que é isso, meu Deus! On<strong>de</strong> fui amarrar o meu jumento?<br />
- Se preocupa não, barbaça, - disse um dos encarcerados – que Deus é Pai!<br />
E Jesus retrucou: - É! Tô vendo!<br />
Pouca coisa mais se sabe <strong>de</strong>ssa história.<br />
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