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II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial

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Circe Bittencourt, em <strong>Livro</strong> Didático e Conhecimento Histórico: Uma história do<br />

saber escolar (1993), por sua vez, declara que a origem do livro didático esteve vinculada<br />

ao poder político. Para ela, os livros didáticos foram feitos para que o Estado pudesse<br />

controlar o saber a ser divulgado pela escola. O Governo, ora aliado à Igreja, ora seu<br />

discordante, esteve sempre imbuído neste processo, em quase todas as fases de formação ou<br />

modificação do livro escolar, ditando a maneira como eles deveriam ser feitos e quais<br />

poderiam ser estudados. Este extremo controle muito se deveu ao medo do Estado da<br />

disseminação do livro, importante e conflitante veículo de comunicação da população, bem<br />

como “iluminação” das classes inferiores, “naturalmente” separada da sociedade.<br />

3. Os compêndios franceses na Paraíba<br />

O Liceu Paraibano, primeiro colégio de prestígio da Paraíba, foi fundado em 1836,<br />

segundo nos registra Irineu Ferreira Pinto, em seu livro Datas e Notas para a <strong>História</strong> da<br />

Paraíba (1977). Este trabalho sobre a historiografia paraibana, reeditado pela Editora<br />

Universitária, da Universidade Federal da Paraíba, visa, acima de tudo, resgatar a história<br />

do estado paraibano. Segundo o livro, no dia 24 de Março de 1836 “é creado o Lyceu<br />

Parahybano pela lei nº11 desta data, aproveitando-se as cadeiras de humanidades já<br />

existentes” (PINTO, 1977).<br />

Através dos Relatórios dos Presidentes da Paraíba, acompanhamos o<br />

desenvolvimento do Liceu Paraibano, como também de outras escolas públicas e<br />

particulares que surgiam no estado. A partir da fundação do Colégio Imperial de Pedro <strong>II</strong>,<br />

no Rio de Janeiro, em 1837, todas as escolas do Brasil, inclusive as da Paraíba, tomaram<br />

como base o seu sistema de ensino, os seus livros, e o seu regime.<br />

Segundo Barbosa em seu artigo Leitores e <strong>Livro</strong>s nos Jornais Paraibanos: uma<br />

história de leituras 3 (2006, p.1), “para quem lê os livros do século XIX paraibano, a<br />

província não tinha vida cultural e intelectual, sempre justificada pela alta taxa de<br />

analfabetismo, pela falta de boas escolas e pela condição da província”. Mas a realidade<br />

não é bem esta.<br />

3 Este texto foi apresentado em mesa redonda no XXI Jornada de Estudos Lingüísticos do Nordeste em 2006.

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