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a prática do educador - Centro Paulo Freire - Estudos e Pesquisas

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V Colóquio Internacional <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> – Recife, 19 a 22-setembro 2005<br />

Portanto, há a necessidade em rever os pressupostos que embasam suas <strong>prática</strong>s no ensinar e<br />

aprender, seus conteú<strong>do</strong>s, seus méto<strong>do</strong>s e sua forma de avaliar o aluno, promoven<strong>do</strong> a<br />

participação crítica de educa<strong>do</strong>res, educan<strong>do</strong>s, e comunidade escolar na elaboração de um<br />

plano político-pedagógico que venha a atender as necessidades reais das atividades<br />

pedagógicas. É a busca <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s de uma cultura construída por eles mesmos. "A cultura<br />

como resulta<strong>do</strong> de seu trabalho". (FREIRE 1999, p. 117).<br />

A ARTE COMO COLETIVIDADE, VIA DE PARTICIPAÇÃO E DIÁLOGO<br />

Durante o ano de pesquisa, tive a oportunidade de acompanhar uma participação de<br />

professores, diretores, funcionários, pais e, principalmente, alunos na vida da escola.<br />

A participação na escola ganhou força crescente através <strong>do</strong>s diálogos e se multiplicou através<br />

de uma presença, cada vez mais forte, mais atuante e mais ativa, de to<strong>do</strong>s nós; mesmo não<br />

ten<strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> mudanças estruturais na escola. Tais mudanças não acontecem de forma<br />

imediata, demandam decisões políticas sobre os encaminhamentos práticos que repercutem no<br />

processo educativo.<br />

Para tal intento, foram criadas oficinas de artes como uma estratégia promotora da<br />

participação e, principalmente, como uma atividade significativa para os alunos resistentes<br />

aos processos de ensino aprendizagem.<br />

A escola, assim, tornava-se, então, capaz de concorrer com a falta de lazer, com os problemas<br />

familiares diários, com os entraves que se dão na vida diária <strong>do</strong>s alunos e que, associa<strong>do</strong>s a<br />

múltiplos determinantes podem vir a contribuir para manifestações de resistência.<br />

Os efeitos <strong>do</strong> trabalho com as mais variadas expressões artísticas são o redirecionamento das<br />

tensões; o alívio <strong>do</strong> dia a dia sofri<strong>do</strong> de um menino ou menina de periferia; a proposição de<br />

momentos de ocupação <strong>do</strong> tempo de maneira saudável; e os momentos de prazer em aprender<br />

e ensinar.<br />

A escola como espaço e tempo de dignificação, de educan<strong>do</strong>s e educa<strong>do</strong>res, pode, portanto,<br />

[...] operar uma ação qualitativa ao uso <strong>do</strong> tempo, para que o tempo livre seja um tempo de<br />

realização, de prazer, de criação <strong>do</strong> belo e <strong>do</strong> permanente na provisoriedade <strong>do</strong>s espaços<br />

plenos de cidadania. (STANO, 2001, p.51).<br />

Muito além de o tempo ser ocupa<strong>do</strong> de forma saudável, ele se torna significativo na<br />

construção de conhecimento. Assim, a escola proporciona experiências em que o tempo pode<br />

se tornar possibilidade: "Assim, o tempo, como possibilidade de Ser, engendrar o espaço para<br />

o existir. Não apenas se vive num tempo Kairós, mas se constrói um mun<strong>do</strong> e um estar-aí num<br />

certo espaço existencial”. (STANO, 2001, p.52).<br />

É importante e necessário, também, que a escola dê oportunidade à participação <strong>do</strong>s pais na<br />

vida escolar de seus filhos; trazer os pais para junto da escola. Estar presente na escola é um<br />

dever mas, além disso, é um direito <strong>do</strong>s pais ou responsáveis. Direito este <strong>do</strong> qual ainda não<br />

se apropriaram:<br />

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