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a prática do educador - Centro Paulo Freire - Estudos e Pesquisas

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V Colóquio Internacional <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong> – Recife, 19 a 22-setembro 2005<br />

Portanto, é necessário que educan<strong>do</strong>s e educa<strong>do</strong>res, na escola, socializem seus conhecimentos<br />

através da arte em suas diferentes expressões (música, pintura, plástica, cênicas, etc):<br />

Desde o início <strong>do</strong> século XX, [...] as artes deixaram de ser pensadas exclusivamente<br />

<strong>do</strong> ponto de vista da apreciação da beleza para serem vistas sob outras perspectivas,<br />

tais como expressão de emoções e desejos, interpretação e crítica da realidade social,<br />

atividade cria<strong>do</strong>ra de procedimentos inéditos para a invenção de objetos artísticos,<br />

etc. (CHAUÍ, 2002, p.149).<br />

A escola que luta pela libertação <strong>do</strong> ser humano vê-se engajada num processo ético e estético,<br />

trabalhan<strong>do</strong> com a arte como afirmação da vida: "[...] Fantasia, jogo, sabe<strong>do</strong>ria oculta, desejo,<br />

explosão vital, afirmação da vida, acesso ao verdadeiro: eis algumas maneiras pelas quais a<br />

estética concebe a atividade artística". (CHAUÍ, 2002, p.151).<br />

Nesta lógica, trabalhar a atividade artística na escola é manter-se coerente com o pensamento<br />

da educação como <strong>prática</strong> de liberdade (FREIRE, 1996). Prática pela qual homens e mulheres<br />

através <strong>do</strong> processo pedagógico ao qual se submetem, interferem na sociedade, no mun<strong>do</strong>, na<br />

história. É a finalidade pedagógica da arte:<br />

Por estabelecer uma relação intrínseca entre arte e sociedade, o pensamento estético<br />

de esquerda também atribui finalidade pedagógica às artes, dan<strong>do</strong>-lhe a tarefa de<br />

crítica social e política, interpretação <strong>do</strong> presente e imaginação da sociedade futura.<br />

A arte deve estar engajada ou comprometida, isto é, a serviço da emancipação <strong>do</strong><br />

gênero humano, oferecen<strong>do</strong>-se como instrumento <strong>do</strong> esforço de libertação. (CHAUÍ,<br />

2002, p.151).<br />

A consideração da "boniteza" se evidencia na forma de tratamento <strong>do</strong> ser humano, como<br />

verdade e beleza. E é perceptível na comunhão de nossas idéias de educa<strong>do</strong>res, de que a vida<br />

<strong>do</strong>s alunos merece ser digna tanto quanto à nossa. Como diria <strong>Paulo</strong> <strong>Freire</strong>, é a boniteza de<br />

mãos dadas com a decência:<br />

A arte como expressão, não é apenas alegoria e símbolo. É algo mais profun<strong>do</strong>, pois<br />

procura exprimir o mun<strong>do</strong> através <strong>do</strong> artista. Ao fazê-lo, leva-nos a descobrir o<br />

senti<strong>do</strong> da cultura e da história. (CHAUÍ, 2002, p.152).<br />

É importante salientar que a atual massificação da indústria cultural, cada vez mais, voltada<br />

para o interesse <strong>do</strong> consumo de "produtos culturais", trabalhan<strong>do</strong> com a ética de merca<strong>do</strong>,<br />

reduz a arte em algo para ser consumi<strong>do</strong> e não conheci<strong>do</strong>, usufruí<strong>do</strong> e pratica<strong>do</strong>.<br />

É necessária a devida atenção para o fato que, atualmente, to<strong>do</strong>s nós recebemos uma enorme<br />

influência desta "indústria cultural". Isto favorece a banalização da expressão artística e<br />

cultural. As artes correm o risco de perder suas principais características:<br />

[...] de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas; de trabalho de criação,<br />

tornarem-se eventos para consumo; de experimentação <strong>do</strong> novo, tornarem-se<br />

consagração <strong>do</strong> consagra<strong>do</strong> pela moda e pelo consumo.<br />

(CHAUI, 2002, 156).<br />

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