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Untitled - CloudMe

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Eu também deixei cair as bolas de tênis. Elas estão chiando na nevem a uns<br />

dois metros de mim.<br />

- Esqueça as bolas. – Henri berra. – A árvore. Pegue a árvore.<br />

A árvore morta é meio bizarra, seu tronco retorcido faz uma sombra contra o<br />

mundo de branco ao redor. Fecho os olhos. Não posso prender por muito mais<br />

tempo a respiração. Frustração e raiva começam a crescer, abastecidos pelo<br />

fogo, pelo desconforto da roupa e os objetivos que eu não completei. Foco em<br />

um grande galho que sai do tronco da árvore e tento quebrá-lo, mas não solta.<br />

Eu cerro os dentes com as sobrancelhas franzidas, finalmente escuto um<br />

estalo, soando através do ar como um tiro de espingarda, e o galho dispara até<br />

mim. Seguro. Queime, penso. Ele deve ter uns seis metros de comprimento.<br />

Finalmente pega fogo e eu faço subir uns doze ou quinze metros no ar acima<br />

de mim e, sem tocar, faço ir direto para o chão como se estivesse cravando a<br />

minha bandeira como algum guerreiro do Tempo Antigo no topo de uma colina<br />

depois de vencer a guerra. O galho balança para frente e para trás fumegando,<br />

chamas dançando ao longo da metade mais alta. Eu abro minha boca e<br />

instintivamente respiro, as chamas se precipitam para dentro; em um instante a<br />

queimação se espalha por todo lugar dentro de mim. Eu estou tão chocado e<br />

dói tanto que eu não sei o que fazer.<br />

- A neve! A neve! – Henri berra.<br />

Mergulho de cabeça e começo a rolar. O fogo vai embora quase que<br />

imediatamente, mas continuo rolando e tudo o que eu escuto é o chiado da<br />

neve contra o meu traje esfarrapado enquanto fios de vapor e fumaça sobem<br />

de mim. Sam finalmente consegue fazer o extintor funcionar e descarrega<br />

sobre mim um pó grosso que só me deixa com mais dificuldade de respirar.<br />

- Não. – eu berro.<br />

Ele para. Eu fico deitado tentando respirar, mas cada inalação traz uma dor nos<br />

pulmões que repercute por todo o meu corpo.<br />

- Droga, John. Não era pra você respirar. – Henri diz, em pé sobre mim.<br />

- Foi sem querer.<br />

- Você está bem? – Sam pergunta.<br />

- Meus pulmões estão queimando.<br />

Tudo está embaçado, difícil de enxergar, mas devagar o mundo começa a<br />

entrar em foco. Continuo deitado lá, olhando para o céu cinza e os flocos de<br />

neve que caem tristemente sobre nós.<br />

- Como eu fui?

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