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que me curvar e cerrar os dentes. Meu celular, junto com tudo que eu levei pra<br />
escola, está no meu armário. Eu vou tirá-la de perigo, depois volto para Henri e<br />
nós vamos embora.<br />
Eu viro e corro em direção à escola, corro o mais rápido que meus pulmões me<br />
permitem. Alcanço a escola logo que os ônibus estão saindo do<br />
estacionamento. Eu os assisto da borda da floresta. Na frente da escola está<br />
Hobbs medindo uma grande folha de compensado para cobrir a janela que eu<br />
quebrei. Acalmo a respiração, faço o máximo para limpar minha mente. Assisto<br />
os carros irem saindo aos poucos até apenas alguns serem deixados. Hobbs<br />
cobre o buraco e depois desaparece dentro da escola. Me pergunto se ele foi<br />
avisado sobre mim, se ele foi instruído a ligar para a polícia se me ver. Olho<br />
meu relógio. Apesar de ser apenas 3:30, o anoitecer parece ter vindo mais<br />
rápido do que o normal, um anoitecer impregnado de uma escuridão densa,<br />
pesada, que vai desgastando. As luzes do estacionamento acenderam, mas<br />
mesmo elas parecem entorpecidas e reduzidas.<br />
Deixo a floresta e ando através do campo de baseball até chegar ao<br />
estacionamento. Há dez ou mais carros por ali. A porta da escola já está<br />
trancada. Seguro-a, fechando meus olhos e focando até a tranca fazer um<br />
clique. Entro e não vejo ninguém. Apenas a metade das luzes do corredor está<br />
acesa. O ar está quieto e parado. Em algum lugar o polidor de chão está<br />
funcionando. Viro e entro na intercessão, a porta para a sala escura de<br />
fotografia fica a vista. Sarah. Ela estava indo revelar algumas fotos hoje antes<br />
da prova. Passo pelo meu armário e abro. Meu celular não está lá; o armário<br />
está completamente vazio. Alguém, com sorte Henri, pegou. No caminho até a<br />
sala escura não vejo uma única pessoa. Onde estão os atletas, os membros da<br />
banda, os professores que muitas vezes ficam até tarde para corrigir provas ou<br />
fazer seja lá o que eles fazem? Um mau pressentimento rasteja para dentro<br />
dos meus ossos, e eu estou aterrorizado de que algo terrível já tenha<br />
acontecido com Sarah. Pressiono a orelha contra a porta da sala escura para<br />
ouvir, mas não escuto nada a não ser o zumbido do polidor de chão vindo de<br />
algum lugar distante longe no corredor. Respiro fundo e tento abrir a porta.<br />
Está trancada. Pressiono minha orelha contra ela outra vez e bato gentilmente.<br />
Não há resposta, mas eu escuto um leve farfalhar do outro lado. Respiro fundo,<br />
fico rígido para o que eu posso encontrar dentro, e destranco a porta.<br />
A sala é de um preto escuro. Acendo as minhas luzes e viro as mãos para um<br />
lado, depois para o outro. Não vejo nada e estou quase pensando que a sala<br />
está vazia quando vejo no canto um leve movimento. Eu me abaixo para olha<br />
e, embaixo do balcão, tentando passar despercebida, está Sarah. Diminuo<br />
minhas luzes para que ela veja que sou eu. Das sombras, ela olha e sorri, e<br />
deixa o ar sair em alivío.<br />
- Eles estão aqui, não estão?