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Untitled - CloudMe

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- Você precisa de enfermeira? – Sr. Harris pergunta.<br />

A enfermeira, eu penso. Não, eu não preciso da enfermeira. A enfermaria fica<br />

perto da cozinha de administração doméstica. O que eu preciso, Sr. Harris, é<br />

voltar, quinze minutos atrás, antes do monitor chegar. Sarah deve estar com o<br />

pudim no forno agora. Me pergunto se já está pronto. Ela está olhando para<br />

porta, me esperando retornar?<br />

O débil eco de uma porta da escolar batendo ao fechar chega ao escritório<br />

principal. Quinze segundos até Henri chegar. Então vou pra caminhonete.<br />

Depois para casa. E depois onde? Para Maine? Missouri? Canadá? Uma<br />

escola diferente, um novo começo, um novo nome.<br />

Eu não durmo há quase trinta horas e só agora eu sinto a exaustão. Mas algo a<br />

mais surge, e em uma fração de segundo entre instinto e ação, a realidade de<br />

que eu estou indo embora para sempre sem a chance de dizer adeus é<br />

repentinamente demais para aguentar. Meus olhos se estreitam, meu rosto se<br />

retorce em agonia, e - sem pensar, sem realmente saber o que estou fazendo -<br />

eu me arremesso por cima da escrivaninha de Sr. Harris e atravesso o vidro da<br />

janela, que se estilhaça em milhões de pequenos pedaços atrás de mim. Um<br />

grito de choque segue.<br />

Meu pé aterrissa na grama do lado de fora. Viro para direita e corro através do<br />

pátio da escola, as salas de aula passando em um borrão à minha direita,<br />

através do estacionamento e para dentro da floresta que fica além do campo<br />

de baseball. Há cortes na minha testa e no meu cotovelo esquerdo do vidro.<br />

Meus pulmões estão queimando. Que se dane a dor. Continuo correndo, a<br />

folha de papel ainda na minha mão direita. Empurro para dentro do meu bolso.<br />

Por que os Mogadorians mandariam um fax? Por que eles ainda não<br />

apareceram? Essa é vantagem principal deles, chegar inesperadamente, sem<br />

aviso. O benefício da surpresa.<br />

Viro bruscamente antes de uma árvore, costurando na densidade da floresta<br />

até ela terminar e um campo começar. Vacas mastigando o pasto com seus<br />

olhos vazios enquanto eu passo direto. Chego antes de Henri na casa. Não<br />

vejo Bernie Kosar. Eu disparo pela porta e paro congelado. O ar preso na<br />

garganta. Na mesa da cozinha, na frente do laptop de Henri, está sentado um<br />

deles. Eles chegaram antes de mim, conseguiram fazer isso de forma que eu<br />

esteja sozinho, sem Henri. A pessoa vira e eu aperto minhas mãos em punhos<br />

pronto para lutar.<br />

Mas é Mark James.<br />

- O que você está fazendo aqui? – eu pergunto.<br />

- Eu estou tentando entender o que está acontecendo. – ele diz, uma<br />

expressão de terror evidente em seus olhos. – O que diabos você é?

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