Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras - UEM
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Segundo Ca<strong>de</strong>martori (1986, p. 8), a literatura infantil “pressupõe que sua<br />
linguag<strong>em</strong>, seus t<strong>em</strong>as e ponto <strong>de</strong> vista objetivam um tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinatário <strong>em</strong> particular, o<br />
que significa que já se sabe, a priori, o que interessa a esse público específico.” Então,<br />
po<strong>de</strong>mos dizer que, por meio da arte da palavra, a literatura infantil concentra o potencial <strong>de</strong><br />
proporcionar o prazer, a <strong>em</strong>oção, o divertimento, ativando a fantasia, o interesse pela<br />
<strong>de</strong>scoberta e as reflexões que <strong>de</strong>la advêm. Portanto, o ensino <strong>de</strong> literatura <strong>de</strong>ve assumir<br />
contornos b<strong>em</strong> <strong>de</strong>lineados a partir da função que a literatura exerce na formação do leitor e<br />
do hom<strong>em</strong>. Principalmente no quadro da literatura infantil, pois, nesse sentido, formar o<br />
leitor, como l<strong>em</strong>bra Foucambert (1994), não se trata simplesmente do fato <strong>de</strong> um indivíduo<br />
estar alfabetizado, pois isso não significa que ele seja um leitor.<br />
2.2.3 A função da literatura e <strong>de</strong> seu ensino<br />
Pensar sobre a literatura implica pensar na razão <strong>de</strong> sua existência, e se nela<br />
haveria uma função. Compagnon (1999, p. 37) aborda a questão a partir <strong>de</strong> duas<br />
indagações: “O que a literatura faz? Qual seu traço distintivo?”. Quanto a esta, o autor abre<br />
discussões, no <strong>de</strong>correr do capítulo, e chega ao aspecto da literarieda<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciando os<br />
preconceitos e aporias que o termo po<strong>de</strong> comportar, pois, <strong>de</strong>finir o que é ou não literário<br />
pelo critério da literarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, certamente, do conjunto das circunstâncias <strong>em</strong> que<br />
os usuários <strong>de</strong> uma língua aceitam ou não ao <strong>em</strong>pregar esse termo. Quanto à primeira, a<br />
função da literatura, Compagnon retoma Aristóteles (384 a 322 a.C) e Horácio (64 a 08 a.C)<br />
que postulam sobre o prazer <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r que a arte poética proporciona. O autor mostra<br />
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