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análise da fadiga muscular durante contração isométrica dos ...

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ANÁLISE DA FADIGA MUSCULAR DURANTE CONTRAÇÃO<br />

ISOMÉTRICA DOS MÚSCULOS FLEXORES DO COTOVELO<br />

Welber Melo Moreira 1 , Pedro Reis de Oliveira 1 , Larissa Di Oliveira 2 , Renato André Silva 3 ,<br />

Carlos Alberto Gonçalves 2 , Yomara Lima Mota 1<br />

1 Universi<strong>da</strong>de Católica de Brasília; 2 Universi<strong>da</strong>de de Brasília; 3 Centro Universitário UNIEURO.<br />

Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a <strong>fadiga</strong> <strong>muscular</strong> <strong>dos</strong> flexores do cotovelo (bíceps braquial e<br />

braquiorradial) em diferentes ângulos <strong>durante</strong> o exercício isométrico através <strong>da</strong> eletromiografia de superfície.<br />

Participaram 12 homens, saudáveis. O teste constituiu em sustentar pelo maior tempo possível uma carga de 30% <strong>da</strong><br />

<strong>contração</strong> voluntária máxima (CVM) nos ângulos de 45º, 90º e 135º de flexão de cotovelo do membro não-dominante<br />

até a exaustão. A que<strong>da</strong> <strong>da</strong> freqüência mediana foi utiliza<strong>da</strong> como parâmetro para estudo <strong>da</strong> <strong>fadiga</strong>. Observou-se<br />

diferença significante em relação ao ângulo de que<strong>da</strong> nos músculos BB e BRD a 90°, onde o BB apresentou um maior<br />

ângulo de que<strong>da</strong>. Foi encontra<strong>da</strong> diferença significante, entre os ângulos de 45° e 90° e entre 45° e 135° para a CVM.<br />

Palavras-Chave: Eletromiografia, Fadiga <strong>muscular</strong>, Bíceps Braquial, Braquiorradial, Contração <strong>isométrica</strong><br />

Abstract: The purpose of this study was to assess the muscle fatigue of the elbow flexors (biceps brachial and<br />

brachioradialis) in different angles during the isometric exercise through the electromyography of surface. Twelve<br />

young males, without history of joint or neuro<strong>muscular</strong> injuries in the superior member had participated of this study.<br />

The test consisted in support for the higher time as possible a load of 30% of the maximum voluntary contraction<br />

(CVM) in angles of 45º, 90º and 135º of elbow flexion of the non-dominant member until the exhaustion. The fall of the<br />

medium frequency was used as parameter for the study of fatigue. Statistically significant difference was found in<br />

relation to the muscles BB and BRD observed at 90°, where the BB presented a higher angle of fall. It was found<br />

statistically significant difference between the angles of 45° and 90° and between 45° and 135° for the CVM.<br />

Key Words: Electromyography, Muscle fatigue, Biceps Brachial, Brachioradialis, Isometric contraction<br />

INTRODUÇÃO<br />

O estudo <strong>da</strong> <strong>fadiga</strong> <strong>muscular</strong>, que significa,<br />

entre outros detalhes, conhecer o momento de<br />

exaustão do sistema neuro<strong>muscular</strong>, ocupa a<br />

atenção de pesquisadores em diversas áreas, pois a<br />

<strong>fadiga</strong> altera a eficácia <strong>da</strong> força contrátil,<br />

interferindo no controle cortical do movimento [1].<br />

A Eletromiografia de Superfície (EMG-S)<br />

pode ser utiliza<strong>da</strong> como um indicador de alterações<br />

<strong>muscular</strong>es <strong>durante</strong> este processo de <strong>fadiga</strong> [2]. De<br />

acordo com DE LUCA (1993) a freqüência<br />

mediana (FMN) é o parâmetro menos sensível a<br />

ruí<strong>dos</strong> e mais sensível aos processos fisiológicos e<br />

bioquímicos relaciona<strong>dos</strong> com contrações<br />

sustenta<strong>da</strong>s.<br />

Em estu<strong>dos</strong> de biomecânica envolvendo<br />

exercícios dinâmicos e estáticos é frequentemente<br />

desejável monitorar a <strong>fadiga</strong> <strong>dos</strong> músculos<br />

envolvi<strong>dos</strong> em determina<strong>da</strong> tarefa. Uma aplicação<br />

clara deste tipo de estudo é que, a partir do<br />

conhecimento do comportamento <strong>da</strong> <strong>fadiga</strong><br />

<strong>muscular</strong>, pode-se entender o papel do músculo<br />

monitorado na tarefa estabeleci<strong>da</strong> [4].<br />

Através <strong>da</strong> <strong>análise</strong> do comportamento <strong>da</strong><br />

FMN é possível verificar a relação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de


<strong>muscular</strong> com o ângulo articular, como no estudo<br />

de MURRAY, DELP e BUCHANAN (1995), no<br />

qual observaram que o músculo Bíceps Braquial<br />

(BB) é fortemente influenciado pelo ângulo <strong>da</strong><br />

articulação do cotovelo. E ain<strong>da</strong>, entender o papel<br />

<strong>dos</strong> sinergistas como no estudo de GAMET e<br />

MATON (1989) onde relataram que o músculo<br />

Braquiorradial (BRD) e Braquial (BR) são mais<br />

fadigáveis que o BB.<br />

Nesse contexto, o objetivo do estudo foi<br />

analisar a <strong>fadiga</strong> <strong>muscular</strong> <strong>dos</strong> flexores do cotovelo<br />

em diferentes ângulos <strong>durante</strong> o exercício<br />

isométrico através do comportamento <strong>da</strong><br />

freqüência mediana.<br />

METODOLOGIA<br />

Participaram deste estudo 12 voluntários<br />

do sexo masculino, sedentários, sem história de<br />

lesão ósteo-articular ou neuro<strong>muscular</strong> de membro<br />

superior, com i<strong>da</strong>de de 22,92±2,21 anos, massa<br />

corporal total de 73,35±16,06 kg, estatura<br />

174,66±6,6 cm, dobra cutânea do BB 6,62±4,43<br />

mm e do BRD 8,25±3,7 mm.<br />

To<strong>dos</strong> os voluntários assinaram um Termo<br />

de Consentimento Livre e Esclarecido. Este<br />

trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética <strong>da</strong><br />

Facul<strong>da</strong>de de Medicina <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de<br />

Brasília (UNB).<br />

Todo o protocolo foi executado no<br />

Laboratório de Estu<strong>dos</strong> em Fisiologia Digital<br />

(LEFID) <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Católica de Brasília<br />

(UCB).<br />

No primeiro dia de teste, foram feitas as<br />

medi<strong>da</strong>s antropométricas de dobra cutânea do<br />

braço na região do BB e do antebraço na região do<br />

BRD (local onde foram fixa<strong>dos</strong> os eletro<strong>dos</strong>) e o<br />

teste de dominância manual segundo Inventário de<br />

Edhinburg [7] sempre pelo mesmo avaliador. Em<br />

segui<strong>da</strong>, determinou-se a força de Contração<br />

Voluntária Máxima (CVM) <strong>dos</strong> músculos flexores<br />

do cotovelo no lado não-dominante. Os sujeitos<br />

realizaram uma <strong>contração</strong> máxima por três vezes<br />

nos ângulos de 45º, 90º e 135º, com três minutos<br />

de repouso entre as tentativas. Foi considerado o<br />

maior valor <strong>da</strong> CVM conseguido pelo sujeito para<br />

ca<strong>da</strong> ângulo.<br />

Nos outros três dias de teste, os indivíduos<br />

realizaram contrações <strong>isométrica</strong>s <strong>dos</strong> flexores do<br />

cotovelo com carga de trinta por cento (30%) <strong>da</strong><br />

CVM na posição supina de antebraço, e neutra de<br />

punho, nos ângulos pré-estabeleci<strong>dos</strong>, escolhi<strong>dos</strong><br />

randomicamente. Entre ca<strong>da</strong> coleta houve um<br />

intervalo mínimo de 48 horas.<br />

Os ângulos do cotovelo foram<br />

determina<strong>dos</strong> e manti<strong>dos</strong> através de um ergômetro.<br />

Para obter o feedback <strong>da</strong> força os indivíduos<br />

ficaram em pé, a 1,10 <strong>da</strong> tela do microcomputador,<br />

com o tronco encostado lateralmente ao ergômetro<br />

e o pé contra-lateral posicionado à frente.<br />

O exercício foi à manutenção de uma<br />

<strong>contração</strong> <strong>isométrica</strong> em flexão do cotovelo a 30%<br />

<strong>da</strong> CVM, em um ângulo pré-determinado, até a<br />

exaustão.<br />

O monitoramento <strong>da</strong> força foi feito por um<br />

transdutor de força Hand Dynamometer, <strong>da</strong> marca<br />

BIOPAC ® – modelo SS25L. O punho foi<br />

envolvido por uma pulseira que conectava<br />

perpendicularmente o antebraço com o transdutor,<br />

via cabo de aço, até o solo.<br />

Para coleta do sinal EMG-S foi utilizado<br />

um amplificador de sinais biológicos modelo<br />

MP30, <strong>da</strong> marca BIOPAC ® (com 04 canais). O<br />

registro do EMG-S foi feito nos seguintes<br />

músculos: Bíceps Braquial (BB) e Braquiorradial<br />

(BRD).<br />

2


A pele foi prepara<strong>da</strong> com tricotomia, sabão<br />

neutro, abrasão com bucha vegetal e lixa até que a<br />

impedância entre pele e eletrodo fosse igual ou<br />

inferior a 30 KΩ, monitora<strong>da</strong> por multímetro<br />

digital <strong>da</strong> marca Centek, modelo DT830B.<br />

Para garantir o controle do sítio de registro<br />

optou-se em seguir o método de aferições<br />

conforme recomen<strong>da</strong>ções do SENIAM (1999).<br />

Para medi<strong>da</strong>s de dobras cutâneas utilizouse<br />

um adipômetro <strong>da</strong> marca Lange ® em ca<strong>da</strong> sítio<br />

de registro para controle <strong>da</strong> impedância entre o<br />

eletrodo e o músculo estu<strong>da</strong>do. Foram utiliza<strong>dos</strong><br />

eletro<strong>dos</strong> bipolares passivos de Ag/AgCl<br />

(Meditrace ® ), com diâmetro total de 3,6 cm e<br />

diâmetro <strong>da</strong> região de captação de 1,0 cm,<br />

posiciona<strong>dos</strong> paralelamente às fibras <strong>muscular</strong>es<br />

com distância inter-eletro<strong>dos</strong> de 3,6 cm. O eletrodo<br />

de referência foi colocado no pulso contra-lateral<br />

ao membro testado.<br />

A freqüência de amostragem de to<strong>dos</strong> os<br />

canais foi de 2000 Hz e para o sinal EMG-S o<br />

ganho foi de 2500 Hz, enquanto que para o sinal de<br />

força o ganho foi de 500 Hz. Foi utilizado o Filtro<br />

FIR passa faixa de 500 Hz e passa alta de 30Hz. A<br />

aquisição e o armazenamento <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> foram<br />

feitos através do software Biopac Lab Pro ® 3.6.5.<br />

O processamento <strong>dos</strong> sinais coleta<strong>dos</strong> foi<br />

dividido nas seguintes etapas: recorte do “sinal<br />

bruto”, cálculo do tempo de resistência e ângulo de<br />

que<strong>da</strong>.<br />

O sinal bruto <strong>da</strong> EMG-S foi recortado<br />

utilizando o mesmo software <strong>da</strong> coleta, onde se<br />

considerou somente a faixa entre 15%, acima e<br />

abaixo, <strong>da</strong> CVM solicita<strong>da</strong>.<br />

O sinal <strong>da</strong> EMG-S no processo <strong>da</strong> <strong>fadiga</strong><br />

foi avaliado pelo deslocamento <strong>da</strong> Freqüência<br />

Mediana (FMN) no espectro do sinal calculado por<br />

Fourier. Para o cálculo <strong>da</strong> FMN foi utilizado o<br />

software de processamento SPEC (desenvolvido<br />

no Laboratório de Engenharia Biomédica do<br />

Instituto de Biologia / UnB), em MATLAB 5.0,<br />

segundo algoritmos descritos em GONÇALVES<br />

(1982). Foi utilizado o software Origin 6.0<br />

Professional para realizar a normalização (feita<br />

pelo pico do sinal), calcular o ângulo de que<strong>da</strong> e<br />

definir o tempo de resistência (TR).<br />

A normali<strong>da</strong>de <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> foi testa<strong>da</strong> pelo<br />

teste de Shapiro-Wilks. Para os valores de CVM<br />

foi aplicado Teste t pareado. Já para o ângulo de<br />

que<strong>da</strong> <strong>da</strong> freqüência mediana e tempo de<br />

resistência foi aplicado o teste não paramétrico de<br />

Wilcoxon com p


Tabela 2: Valores <strong>da</strong> média e desvio padrão do TR (s) nos<br />

ângulos de 45°, 90° e 135°.<br />

Ângulos TR (s)<br />

45° 129,91± 9,29<br />

90° 154,91±41,39<br />

135° 136,33±36,45<br />

Ângulo de Que<strong>da</strong><br />

Os ângulos de que<strong>da</strong> <strong>da</strong> FMN nos ângulos<br />

de 45º, 90º e 135º <strong>dos</strong> músculos BB e BRD,<br />

obti<strong>dos</strong> na <strong>contração</strong> <strong>isométrica</strong>, estão<br />

representa<strong>dos</strong> na Figura 1. Observou-se diferença<br />

estatística significante em relação aos músculos<br />

BB e BRD a 90° (p=0,04), onde o BB apresentou<br />

um maior ângulo de que<strong>da</strong>. Demonstrou ain<strong>da</strong>, um<br />

maior ângulo de que<strong>da</strong> a 45° sem diferença<br />

estatística entre BB e BRD, o mesmo ocorreu a<br />

135°.<br />

Ângulo<br />

0,15<br />

0,10<br />

0,05<br />

0,00<br />

-0,05<br />

-0,10<br />

-0,15<br />

-0,20<br />

-0,25<br />

-0,30<br />

Ângulo de que<strong>da</strong><br />

(Média e DP)<br />

BB45 BRD45 BB90 BRD90 BB135 BRD135<br />

Média<br />

±DP<br />

±1,96*DP<br />

Figura 1: Média e desvio padrão do ângulo de que<strong>da</strong> <strong>da</strong> FMN<br />

a 45º, 90º e 135º.<br />

DISCUSSÃO<br />

Segundo MAMAGHANI et al. (2001) a<br />

<strong>fadiga</strong> é uma condição em que o músculo não é<br />

mais capaz de gerar ou sustentar a produção de<br />

potência espera<strong>da</strong> e em oposição ao achado de<br />

MAMAGHANI et al. (2001) que avaliaram a<br />

CVM <strong>dos</strong> flexores do cotovelo a 60°, 90° e 120°<br />

demonstrando não haver diferença significante nos<br />

valores médios <strong>da</strong> CVM. Observou-se no presente<br />

estudo diferença estatística entre os ângulos de 45°<br />

e 90° bem como 45° e 135°, indicando um<br />

aumento <strong>da</strong> força com o aumento do ângulo<br />

articular <strong>dos</strong> flexores do cotovelo. NORDIN e<br />

FRANKEL (2003) descrevem que a força contrátil<br />

que um músculo é capaz de produzir aumenta com<br />

o comprimento do mesmo e é máxima quando o<br />

músculo está no comprimento de repouso, ponto<br />

onde existe maior sobreposição <strong>dos</strong> filamentos de<br />

actina e miosina.<br />

Tais autores, entretanto relatam que o<br />

aumento do comprimento <strong>da</strong> fibra, que ocorre<br />

<strong>durante</strong> uma ativi<strong>da</strong>de excêntrica, aumenta a<br />

capaci<strong>da</strong>de de aplicação de força pelo músculo. A<br />

explicação é que <strong>durante</strong> uma ação excêntrica há<br />

um aumento <strong>da</strong> força exerci<strong>da</strong> pelas pontes<br />

transversas e outra possibili<strong>da</strong>de é o aumento <strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong>de de Cálcio liberado ou pelo alongamento<br />

<strong>dos</strong> sarcômeros dentro <strong>da</strong> miofibrila [12].<br />

HUNTER e ENOKA (2001) definiram o<br />

tempo de resistência como o período em que o<br />

indivíduo consegue manter a força <strong>durante</strong><br />

contrações sustenta<strong>da</strong>s. O TR em contrações<br />

submáximas envolve múltiplos músculos, podendo<br />

ser influenciado pela variação do padrão de<br />

ativação <strong>muscular</strong>.<br />

O mecanismo para a variação do TR é<br />

desconhecido. Evidências indiretas sugerem que<br />

grandes forças estão associa<strong>da</strong>s, tais como, o<br />

aumento <strong>da</strong> pressão intra<strong>muscular</strong>, oclusão do<br />

fluxo sangüíneo, acúmulo de metabólitos e<br />

prejuízo na liberação de oxigênio para o músculo<br />

realizar uma <strong>contração</strong> sustenta<strong>da</strong>. O tempo de<br />

resistência pode também ser influenciado pela<br />

4


distribuição <strong>da</strong> ativação <strong>dos</strong> músculos agonistas e<br />

sinergistas [17].<br />

MAMAGHANI et al. (2001) verificaram o<br />

padrão do tempo de resistência nos flexores do<br />

cotovelo a 20 e 40% <strong>da</strong> CVM em 60°, 90° e 120°<br />

demonstrando que a posição do cotovelo não causa<br />

efeito no tempo de resistência. E que o tempo de<br />

resistência declina com o aumento <strong>da</strong> porcentagem<br />

<strong>da</strong> CVM. O que corrobora com os resulta<strong>dos</strong><br />

encontra<strong>dos</strong> neste estudo.<br />

No decorrer <strong>da</strong> <strong>fadiga</strong> ocorre uma alteração<br />

no espectro de freqüência <strong>da</strong> EMG, isto é, acontece<br />

um declínio <strong>da</strong> FMN que pode ser representado<br />

linearmente. O ângulo formado por esse declínio<br />

foi definido no presente estudo como ângulo de<br />

que<strong>da</strong> <strong>da</strong> freqüência mediana.<br />

Correlacionando a que<strong>da</strong> <strong>da</strong> freqüência<br />

mediana <strong>dos</strong> músculos BB e BRD nos ângulos de<br />

45º, 90º e 135º não foram encontra<strong>dos</strong> diferenças<br />

estatísticas significativas. Segundo TAL’NOV et<br />

al. (1999) <strong>durante</strong> um exercício fatigante ocorre<br />

uma redistribuição <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de entre os agonistas<br />

e os sinergistas, podendo ser considerado como um<br />

fator direto para diminuição do efeito <strong>da</strong> <strong>fadiga</strong>.<br />

OLIVEIRA (2003) afirma que a resistência<br />

<strong>muscular</strong> <strong>durante</strong> a flexão <strong>isométrica</strong> do cotovelo<br />

independe do ângulo <strong>da</strong> articulação, ou seja, do<br />

comprimento <strong>da</strong> fibra <strong>muscular</strong>.<br />

Comparando os músculos BB e BRD entre<br />

si, nos diferentes ângulos estu<strong>da</strong><strong>dos</strong>, observou-se<br />

uma tendência a um maior ângulo de que<strong>da</strong> do<br />

músculo BB em to<strong>dos</strong> os ângulos. O BB é o<br />

principal músculo responsável pela flexão do<br />

cotovelo, consequentemente o mais exigido na<br />

realização <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de [15]. O BRD, por ser<br />

sinergista deste mesmo movimento, auxilia o BB<br />

em sua tarefa gerando um processo de <strong>fadiga</strong> com<br />

menor intensi<strong>da</strong>de. Esta diferença se torna mais<br />

evidente no ângulo de 90° onde foi possível<br />

observar diferença estatística entre os músculos BB<br />

e BRD (p=0,04).<br />

CONCLUSÃO<br />

O tempo de resistência não mu<strong>da</strong> em<br />

função do ângulo articular. Há um aumento <strong>da</strong><br />

força com o aumento do ângulo <strong>da</strong> articulação do<br />

cotovelo. O músculo BB apresenta um maior<br />

ângulo de que<strong>da</strong> comparado com o BRD a 90°.<br />

Sugerimos a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de<br />

do estudo, pois o movimento de flexão do<br />

cotovelo, além <strong>dos</strong> músculos estu<strong>da</strong><strong>dos</strong>, há<br />

também a participação músculos biarticulares, tais<br />

como, os flexores <strong>dos</strong> dígitos, participação <strong>dos</strong><br />

antagonitas bem como a influência do<br />

posicionamento <strong>da</strong>s articulações adjacentes.<br />

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