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doutrina de santidade - ii - Igreja do Nazareno Comunidade Paulista

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comentários sobre as Escrituras, este pai <strong>do</strong> monasticismo oriental <strong>de</strong>finiu uma teoria<br />

<strong>de</strong> humanismo cristão que consi<strong>de</strong>rava obrigatória para os mosteiros. Segun<strong>do</strong><br />

Basílio, os monges eram obriga<strong>do</strong>s a consi<strong>de</strong>rar o seu <strong>de</strong>ver diante <strong>de</strong> toda a<br />

socieda<strong>de</strong> cristã. Deviam cuidar <strong>do</strong>s órfãos, alimentar os pobres, sustentar hospitais,<br />

educar crianças e, até mesmo fornecer trabalho aos <strong>de</strong>semprega<strong>do</strong>s.<br />

Agostinho(354-430) pôs as coisas no lugar ao colocar a Graça no centro da<br />

soteriologia. A maior resistência, na época, a esta <strong><strong>do</strong>utrina</strong>, veio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s<br />

monastérios.<br />

Do século IV ao século X, o monasticismo espalhou-se por to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> cristão. O<br />

seu i<strong>de</strong>al floresceu da Ásia Menor à Bretanha. Os monges celtas, no entanto, tendiam<br />

a esposar a antiga tradição eremita, ao passo que o monasticismo latino, submisso a<br />

Gran<strong>de</strong> Regra <strong>de</strong> Benedito <strong>de</strong> Núrsia (c. <strong>de</strong> 480 - c. <strong>de</strong> 547), codificou-se numa forma<br />

comunitária organizada permanente. As promessas antigas <strong>de</strong> pobreza, castida<strong>de</strong> e<br />

obediência a Cristo os beneditinos acrescentaram a estabilida<strong>de</strong>. Os monges já não<br />

podiam perambular <strong>de</strong> mosteiro em mosteiro, mas eram liga<strong>do</strong>s a um só <strong>de</strong>les durante<br />

toda sua vida. A essência da regra <strong>de</strong> Benedito é seu enfoque sensato <strong>do</strong> viver<br />

cristão. Ele proibiu excessos e forneceu conselhos práticos para to<strong>do</strong>s aspectos da<br />

vida monástica; ofereceu uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>do</strong> papel <strong>de</strong> cada pessoa na<br />

comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o aba<strong>de</strong>, que representava Cristo na comunida<strong>de</strong>, até o postulante<br />

<strong>de</strong> categoria inferior. Por essa razão, a regra beneditina veio a ser o padrão na Europa<br />

oci<strong>de</strong>ntal. Devi<strong>do</strong> à sua <strong>de</strong>voção à regra os monges vieram a ser conheci<strong>do</strong>s como<br />

clérigos "regulares", com base na palavra latina regula, "regra".<br />

A gran<strong>de</strong> obra <strong>do</strong>s mosteiros da Ida<strong>de</strong> Média foi a Opus Dei. A obra <strong>de</strong> Deus: a<br />

oração e o louvor dirigi<strong>do</strong>s ao Onipotente durante dia e noite. Esta "obra" era<br />

organizada nos ofícios <strong>do</strong> dia monástico que, em certa medida, variavam segun<strong>do</strong> a<br />

localida<strong>de</strong> e a estação, mas geralmente incluía vigílias e trabalhos físicos pelos<br />

monges e freiras, prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> carida<strong>de</strong> e mantinham viva a erudição.<br />

Estudavam e copiavam as Escrituras e os escritos <strong>do</strong>s Pais da <strong>Igreja</strong> bem como a<br />

filosofia e a literatura clássica. Nas mãos <strong>do</strong>s monges, o ato <strong>de</strong> escrever tornou-se<br />

uma arte. Os mosteiros tiveram o monopólio da educação até a evolução da escola da<br />

catedral e da universida<strong>de</strong> na Alta Ida<strong>de</strong> Média.<br />

Já em 1100 o monasticismo estava numa posição <strong>de</strong>fensiva. Já não ficava claro que<br />

o serviço monástico presta<strong>do</strong> a Deus e à socieda<strong>de</strong> estava à altura <strong>do</strong> louvor e das<br />

ofertas que a socieda<strong>de</strong> abundantemente prestara aos mosteiros. Gran<strong>de</strong>s <strong>do</strong>ações<br />

<strong>de</strong> terras e outras formas <strong>de</strong> riqueza tornaram os monges ricos num perío<strong>do</strong> em que<br />

outras instituições medievais estavam assumin<strong>do</strong> os <strong>de</strong>veres sociais que<br />

anteriormente eram responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s mosteiros. A popularida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s mosteiros<br />

estava atrain<strong>do</strong> candidatos não muito <strong>de</strong>votos, e a aristocracia usava as gran<strong>de</strong>s<br />

casas como repositório para moças solteiras e filhos mais jovens.<br />

Contu<strong>do</strong>, justamente quan<strong>do</strong> o monasticismo se aproximava da sua crise, apareceram<br />

novas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> reforma. Os cistercienses, sob seu lí<strong>de</strong>r mais influente Bernar<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Claraval, procuravam uma nova vida <strong>de</strong> pureza evangélica. Restringiram a filiação<br />

a pessoas adultas, simplificaram os cultos, aban<strong>do</strong>naram todas as obrigações feudais<br />

e tentaram restaurar a vida contemplativa. Os cartusianos procuraram recobrar o<br />

antigo espírito eremita <strong>do</strong>s pais <strong>do</strong> <strong>de</strong>serto. Retraíram-se da socieda<strong>de</strong> e tornaram-se<br />

um aspecto importante da frente medieval, <strong>de</strong>rruban<strong>do</strong> florestas a abrin<strong>do</strong> novas terras<br />

para a agricultura. Seu papel na evolução da criação <strong>de</strong> ovelhas e na indústria<br />

ma<strong>de</strong>ireira foi <strong>de</strong> valor incalculável.<br />

Talvez o último gran<strong>de</strong> reavivamento <strong>do</strong> espírito monástico tenha chega<strong>do</strong> no outono<br />

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