SEGUNDOS CANTOS Gonçalves Dias - Saco Cheio
SEGUNDOS CANTOS Gonçalves Dias - Saco Cheio
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Só d’em torno dos seus namorados!<br />
XIII<br />
Alta noite, bem perto, aparece,<br />
Como leiva juncada de flores,<br />
Ilha fértil em fáceis amores,<br />
Onde o nauta da vida se esquece!<br />
XIV<br />
Não te esqueças de mim! – Por Sevilha<br />
Quando o peito de branco marfim<br />
Perceberes na preta mantilha,<br />
Sombreado por leve carmim;<br />
XV<br />
Quando vires passar a Andaluza<br />
Pelos montes, com ar majestoso,<br />
Decantando nas modas de que usa<br />
As loucuras do Cid amoroso;<br />
XVI<br />
Quando vires a mole Odalisca<br />
De beleza e de extremos fadada,<br />
Respirando perfumes da Arábia,<br />
Em sericos tapizes deitada;<br />
XVII<br />
Quando a vires co’a fronte bem cheia<br />
De riquezas, de graças ornada,<br />
Pelo andar do elefante embalada,<br />
Que alta escolta de eunucos rodeia;<br />
XVIII<br />
Quando vires a Grega vagando<br />
Pelas Ilhas de Cós ou Megara,<br />
Em sua língua, tão doce, cantando<br />
Seus amores que o Turco roubara;<br />
XIX<br />
Quando a vires no Carro de Homero,