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SEGUNDOS CANTOS Gonçalves Dias - Saco Cheio

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Piramidal cipreste.<br />

São flores que desfolha sobe um túmulo<br />

Singelo, entre um rosal, quase fagueiro,<br />

Piedosa mão de peregrino estranho,<br />

Que ali passou acaso!<br />

TABIRA<br />

DEDICATÓRIA<br />

AOS PERNAMBUCANOS<br />

Salve, terra formosa, ó Pernambuco,<br />

Veneza Americana, transportada<br />

Boiante sobre as aguas!<br />

Amigo gênio te formou na Europa,<br />

Gênio melhor te despertou sorrindo<br />

À sombra dos coqueiros.<br />

Salve, risonha terra! São teus montes<br />

Arrelvados, inúmeros teus vales,<br />

Cujas veias são rios!<br />

Doces teus prados, tuas várzeas férteis,<br />

Onde reluz o fruto sazonado<br />

Entre o matiz das flores!<br />

Outros, pátria d’heróis, teus feitos cantem,<br />

E a bela história de colônia exaltem,<br />

E os nomes forasteiros;<br />

Não eu, que nada almejo senão ver-vos,<br />

Tu e Olinda, ambas vós, co’os olhos longos,<br />

Espraiados no mar!<br />

Ambas vós, sobre tudo americanas,<br />

Doces flores dos mares de Colombo,<br />

Filhas do norte ardente!<br />

Virgens irmãs, que vão de mãos travadas<br />

Sorrirem d’inocência à própria imagem,<br />

Que luz em claro arroio.<br />

Andei, por vós somente, em vossas matas,<br />

Colhendo agrestes flores na floresta,<br />

Não respiradas nunca,<br />

Singelas, como vós, - como vós, belas,<br />

Enastrei-as em forma de grinalda<br />

Fino, extremoso amante!

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