Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
— Todo mundo telefona antes <strong>de</strong> eu chegar! — reclamou a<br />
menina. — Aposto que o seu Wilson já lhe contou tudo, não é?<br />
— O Wilson não me contou na<strong>da</strong>, Laurinha. Só o seu nome. Ele<br />
disse apenas que você tinha um gran<strong>de</strong> projeto e uma porção <strong>de</strong><br />
mistérios a resolver...<br />
— Nem me fale! — suspirou Laurinha. — O caso é que eu quero<br />
que o senhor...<br />
— Po<strong>de</strong> me chamar <strong>de</strong> você...<br />
— ... que você escreva um livro para mim!<br />
— Um livro? Falou com a pessoa certa. Que tipo <strong>de</strong> livro você<br />
quer que eu escreva, Laurinha?<br />
A menina contou tudo que vinha acontecendo com ela. Falou do<br />
seucalipto e do livro "O primeiro amor <strong>de</strong> Laurinha", que ela queria que<br />
<strong>Pedro</strong> escrevesse. Falou <strong>de</strong> sua idéia, com to<strong>da</strong> a emoção que lhe<br />
ocupava todos os sentidos, todos os pensamentos.<br />
No final <strong>da</strong> narrativa, <strong>Pedro</strong> ficou um momento em silêncio, com<br />
os olhos baixos. Seu lábio inferior tremeu, e Laurinha viu uma lágrima<br />
surgir-lhe na pálpebra e escorrer até o bigo<strong>de</strong>. Não se envergonhou <strong>de</strong><br />
ter-se emocionado, porque qualquer escritor vive <strong>de</strong> emoções.<br />
— A idéia é muito boa, Laurinha. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar que eu a<br />
escreverei para você. Estou agora no meio <strong>de</strong> um livro mas, logo que eu<br />
terminar, <strong>da</strong>qui a uns três meses, prometo que vou pensar na sua<br />
história. É uma história lin<strong>da</strong>...<br />
pronto já!<br />
A menina pulou <strong>da</strong> poltrona:<br />
— Três meses?! Isso é nunca para mim! Eu quero esse livro<br />
O escritor fez novamente aquela cara <strong>de</strong> escritor que parecia<br />
dizer "essa menina não enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> na<strong>da</strong>", e falou pausa<strong>da</strong>mente, como<br />
se explicasse alguma coisa a um analfabeto:<br />
— Laurinha, um livro não se escreve assim, sem mais nem<br />
menos. E preciso uma inspiração, uma idéia especial que vem <strong>de</strong><br />
repente, sem aviso...<br />
— Você já tem essa idéia, com aviso e tudo. Eu acabei <strong>de</strong> lhe