Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
páginas <strong>de</strong> uma folha que ela mesma dobrara:<br />
Wilson...<br />
— Dobrado <strong>de</strong>sse jeito, ninguém vai conseguir ler o livro,<br />
— Claro! Os ca<strong>de</strong>rnos ain<strong>da</strong> estão fechados, Laurinha. Vamos<br />
conhecer a guilhotina...<br />
— Guilhotina? Aquela máquina infernal que cortava as cabeças<br />
<strong>da</strong>s pessoas na França?<br />
Wilson riu gostosamente:<br />
— Isso era antigamente, Laurinha! Hoje em dia as guilhotinas só<br />
cortam papel...<br />
Empilhados <strong>de</strong> <strong>de</strong>z em <strong>de</strong>z, os exemplares do livro <strong>de</strong> Laurinha<br />
eram ajeitados sobre uma mesa metálica, na tal "guilhotina". Em<br />
segui<strong>da</strong>, uma lâmina enorme e muito pesa<strong>da</strong> caía sobre a pilha <strong>de</strong><br />
livros, bem na beiradinha, e cortava as pontas <strong>da</strong>s páginas, eliminando<br />
as pontinhas dobra<strong>da</strong>s do papel. Isso era feito nos três lados, menos no<br />
<strong>da</strong> "lomba<strong>da</strong>".<br />
Laurinha olhou fixamente para a primeira pilha <strong>de</strong> livros que<br />
tinha sido coloca<strong>da</strong> na guilhotina. Naquele momento, mesmo que<br />
Wilson na<strong>da</strong> dissesse, ela sabia que na<strong>da</strong> mais faltava para fazer em<br />
seu livro. Sentiu uma pressão <strong>de</strong>ntro dos olhos, como se uma lágrima<br />
<strong>de</strong> emoção quisesse vir espiar o primeiro exemplar do seu livro. Foi aí<br />
que....<br />
Laurinha sentiu uma mão quente em seu ombro. Devia ser do<br />
seu amigo Wilson. Mas outra mão apoiava-se também, e ela <strong>de</strong>sviou os<br />
olhos <strong>da</strong> guilhotina.<br />
Cercando-a e sorrindo, saboreando sua satisfação, estavam<br />
todos os seus amigos <strong>da</strong>queles dias tão fascinantes: estava o mesmo<br />
Wilson, com o mesmo cachimbo e o mesmo sorriso; estava o Aurélio,<br />
estava o <strong>Pedro</strong>, estava o Rubens, estava o Genésio, estava o Roberto e<br />
estava até o Affonso, com os seus dois "éfes" e tudo!<br />
Wilson pegou o primeiro exemplar do livro que acabava <strong>de</strong> ficar<br />
pronto e esten<strong>de</strong>u para a menina:<br />
— Aqui está, Laurinha. O seu livro!