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Pedro Bandeira - O Mistério da Fábrica de Livros (pdf ... - Português

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No meio do bosque, abria-se uma imensa clareira. Daquelas<br />

árvores majestosas, só restavam centenas <strong>de</strong> tocos e pilhas <strong>de</strong> toras <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> dois metros <strong>de</strong> comprimento. Haviam <strong>de</strong>rrubado os eucaliptos.<br />

Haviam <strong>de</strong>rrubado o seucalipto!<br />

Horror! Laurinha correu para a primeira pilha:<br />

— O meucalipto! Cortaram o meu eucalipto!<br />

Não precisou procurar muito. No meio <strong>da</strong> primeira pilha, lá<br />

estava o seucalipto. Dava para ver perfeitamente o coração muito bem<br />

talhado, com sua flecha varando-o <strong>de</strong> lado a lado e as iniciais A e L<br />

grava<strong>da</strong>s bem fundo.<br />

Laurinha sentou-se ao lado <strong>da</strong> pilha <strong>de</strong> toras. Agora havia mais<br />

uma razão para chorar. Haviam cortado até mesmo a última recor<strong>da</strong>ção<br />

do seu primeiro namorado...<br />

A menina apoiou-se no seucalipto e <strong>de</strong>ixou que as lágrimas<br />

voltassem, abun<strong>da</strong>ntes, pingando sobre o coração entalhado a canivete.<br />

Era a hora do almoço e o sol <strong>de</strong> inverno estava perfeito para se<br />

admirar com a cabeça apoia<strong>da</strong> no ombro do namorado. Mas ali não<br />

havia nenhum namorado para Laurinha. Havia só a solidão, e a<br />

lembrança doí<strong>da</strong> <strong>de</strong> Adriano...<br />

Naquele momento, tudo po<strong>de</strong>ria acontecer para <strong>de</strong>spertar a<br />

menina <strong>da</strong> sua tristeza. Tudo, menos um espirro:<br />

espirrado?<br />

eucalipto.<br />

— Atchim!<br />

Laurinha abriu os olhos e procurou em volta. Quem teria<br />

Não havia ninguém, em to<strong>da</strong> a clareira semea<strong>da</strong> <strong>de</strong> tocos <strong>de</strong><br />

— Tem alguém aí?<br />

— Não tem ninguém. Só eu!<br />

Como? O que era aquilo? A voz parecia vir do...<br />

— Do tronco? Fo-foi... foi vo-você que espirrou?<br />

— É claro que fui eu! — respon<strong>de</strong>u a vozinha. — Qualquer um<br />

espirraria se alguém lhe <strong>de</strong>rramasse um mar <strong>de</strong> lágrimas no nariz!<br />

Laurinha estava assombra<strong>da</strong>:

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